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Adubação, Nutrição, Desordens Fisiológica e Qualidade na Cultura da mangueira Prof.Dr.William Natale Prof. Dr. Renato de Mello Prado Danilo Eduardo Rozane Depto. de Solos e Adubos, Unesp, FCAV, Campus Jaboticabal – BRASIL. 1. INTRODUÇÃO. Cultura Mangueira - vida útil longa.
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Adubação, Nutrição, Desordens Fisiológica e Qualidade na Cultura da mangueiraProf.Dr.William NataleProf. Dr. Renato de Mello PradoDanilo Eduardo Rozane Depto. de Solos e Adubos, Unesp, FCAV, Campus Jaboticabal – BRASIL
1. INTRODUÇÃO Cultura Mangueira - vida útil longa Instalação adequada – lucratividade período relativamente longo
PLANEJAMENTO produção uniforme - escolha do local fruta de qualidade - adequado preparo do solo rápida comercialização - seleção do material retorno econômico
Mangueira – responde bem aos tratos culturais Atualmente: interno – exigência mercados externo
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ÉPOCAS DE PRODUÇÃO
Grupo: monoembriônica Formato do fruto: ovóide oblongo Coloração da casca: amarela rosada Coloração da polpa: amarela alaranjada Lenticelas: bem definidas e espaçadas Peso: 550 g Precoce Tolerante a antracnose HADEN
TOMMY ATKINS Grupo: monoembriônica Formato do fruto: ovóide oblíquo Coloração da casca: laranja avermelhada Coloração da polpa: laranja Lenticelas: pouco definidas Peso: 600 g Precoce/meia estação
TOMMY ATKINS Progênie da Haden + cultivada no Mundo p/ Exportação 80% da exportação Brasil Transporte e conservação. Sabor inferior a Haden e Palmer Tolerante antracnose Suscetível Colapso interno
PALMER Grupo: monoembriônica Formato do fruto: oblongo Coloração da casca: verde avermelhada Coloração da polpa: amarela Lenticelas: pouco definidas Peso: 600 g Tardia
Parentais desconhecidos Sabor superior a Tommy ATkins Suscetível a Antracnose PALMER
KENT Monoembriônica Peso 800g Muito tardia Resistente oídio Suscetível Mosca e antracnose
KEITT Monoembriônica Peso - 800g Muito tardia Resistente. oídio Suscetível Mosca e antracnose
Tabela 2. Altura da planta, diâmetro d da copa e secção transversal do tronco de 3 variedades de mangueiras com diferentes idades Variedades Ano de Altura Diâmetro Secção Plantio (m) da copa Transversal (m) do tronco (cm²) 1978 6,40 7,48 606 1983 4,28 5,42 253 Tommy Atkins 1984 3,37 4,20 132 1985 2,8 8 2,57 82,5 1986 2,15 1,65 38 1987 1,59 0,94 19 1978 4,57 4,65 362 Keitt 1980 4,36 5,05 251 1982 4,17 4,90 211 1983 4,07 4,95 150 1981 4,67 5,75 343 1983 4,90 7,00 3,57 Haden 1985 3,47 4,30 172 1987 1,59 0,94 19 Fonte: KAVATI (1989)
Tabela 3. Diferentes espaçamentos e densidade de plantas em locais de cult ivo de manga no mundo (MANICA, et al. , 2002). Espaça - Área Nº de Locais Observações mento por plantas (m) Planta (ha) (m²) 3,0 x 3,0 9 1.100 Tailândia Plantios recentes 3,0 x 3,9 11,27 854 Israel, Ilhas cv. Irwin Cánarias 3,0 x 4,0 12 833 Ilhas Cánarias 1 planta 8 - 12 anos 3,0 x 4,5 13,5 740 Flórida, Isra el 3,0 x 5,0 15 666 Israel 4,0 x 4,0 16 640 Tailandia Plantios recentes 3,0 x 5,4 16,2 617 California Plantios recentes 3,5 x 5,0 17,5 571 Flórida, California Plantios recentes 3,5 x 6,0 21 476 Flórida 3,6 x 4,5 16,2 606 Brasil Pesquisa 4,0 x 5, 0 20 500 Israel cv. Haden 3,0 x 7,0 21 476 África do Sul Plantios recentes 3,5 x 7,0 24,5 408 Brasil Elimina 1 planta 4,0 x 6,0 24 416 Flórida 4,0 x 7,0 28 357 Venezuela Plantio recente 5,0 x 5,0 25 400 Brasil Depois 10 x 10 m
Espaça - Área Nº de Locais Observações mento por plantas (m) Planta (ha) (m²) 5,0 x 6,5 33 300 Peru, Brasil 5,0 x 7,0 35 285 Brasil, Peru 5,0 x 8,0 40 250 Brasil, Peru 5,4 x 7,2 38,9 257 Brasil, Peru 6,0 x 6,0 36 277 Israel, Peru Maya , Nimrod 5,5 x 7,0 38,5 210 Brasil I. mecanizada 6,0 x 7,5 45 222 Brasil I. mecanizada 6,5 x 8,0 52 192 Brasil I. mecanizada 7,0 x 7,0 49 204 Camarões Cultivares anãs 6,0 x 9,0 54 185 Austrália, Venezuela Plantios recentes 7,0 x 8,0 56 178 D.F. Brasil Alfa Embrapa 142 8,0 x 8,0 64 156 Venezuela, Tailândia México 6,0 x 12,0 72 139 Austrália plantio atual Kensin gton, Keitt 7,0 x 11,0 77 129 Brasil 8,0 x 10,0 80 125 Estado São Paulo Keitt e Palmer 9,0 x 9,0 81 110 Brasil 8,0 x 12,0 96 103 Venezuela 9,0 x 10,5 94,5 105 Filipinas 10,0 x 10,0 100 100 México Ataul fo, T. Atkins 11,0 x 11,0 121 82 Brasil, MG 10,0 x 12,0 120 83 Estado São Paulo Haden, Keitt, T. Atkins 12,0 x 14,0 168 60 Estado São Paulo Ruby, Haden
2. FERTILIDADE DO SOLO • CULTURAS VANTAGENS DESVANTAGENS • ___________________________________________________________________________ • SOLO NOVO1 • PERENES MENOR NECESSIDADE ALGUMA DE RESTRIÇÃO AO • NUTRIENTES DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA • RADICULAR • SOLO VELHO1 • PERENES SISTEMA RADICULAR POBREZA EM NUTRIENTES • MAIS BEM DESENVOL- E MAIOR CUSTO DE PRO- VIDO (melhor aproveita- DUÇÃO • mento de água e nutrientes) • ___________________________________________________________________ • Fonte: Resende et al. (1995) 1 mesmo material de origem
MANGUEIRA REGIÕES TROPICAIS E SUB-TROPICAIS • TOLERA SOLOS BAIXA FERTILIDADE • GRANDE CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO • PRODUZ MELHOR EM SOLOS MAIS FÉRTEIS
Produtividade é função do clima, solo, planta, manejo e da incidência de pragas e doenças Clima e Solo Determinam o potencial agrícola da região Tem que fornecer nutrientes Solos podem ser pobres ou ricos em nutrientes Solos ricos podem empobrecer solo
Solos Férteis: Baixa acidez, alto teor de Mat. Orgânica, pouco arenosos, Tem altos teores nutrientes e baixos teores de el. tóxicos Acidez do SoloPlantas diferem quanto à tolerância à acidez do solo
,Cobalto, Níquel ,Cobalto, Níquel Selênio
3. EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS • MANGUEIRA cultura perene • medir nutrientes exportados na produção é fácil avaliar a necessidade de nutrientes para o crescimento é dificil DEMANDA informações correção da acidez e adubação tem aumentado NO ENTANTO afeta produtividade A NUTRIÇÃO qualidade do fruto conservação pós colheita moléstias
2.1. EXTRAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE NUTRIENTES PELOS FRUTOS Extração média de nutrientes por frutos de mangueira na colheita. (Adaptado de Hiroce et al. 1977 e Haag et al. 1990) 1 Variedades: Haden, Extrema e Carlota; produção média de frutos = 11 t ha-1. 2Variedades: Haden, Sensation, Tommy Atkins e Edward; produção média de frutos=15 t ha-1
Exportação de nutrientes pelos frutos Ca: 3o nutriente mais extraído pelo fruto de manga (Haag et al., 1990; Estrada et al., 1996). Huett & Dirou (2000): Extração K= 22,5; N=16,5; Ca=3 kg ha-1; (produção de 15 t ha-1).
Hiroce et al. (1977) - 11 t/haHaag et al. (1990) – 15 t/ha • N – 11,9 kg/ha N – 14,1 kg/ha • P2O5 – 4,12 kg/ha P2O5 – 4,58 kg/ha • K2O -2,98 kg/ha K2O – 26,0 kg/ha • Considerando: • solos baixa fertilidade • Produtividade • Perdas • Eficiência dos fertilizantes Reposição de nutrientes deve ser bem maior
3. AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE DE ADUBAÇÃO • MANGUEIRA: • Planta perene • Passa por diversas fases • durante o ciclo
Procedimentos para avaliar a necessidade de adubaçãoProdução é limitada pelo nutriente em menor disponibilidade(Liebig) • Análise do Solo • Observar sintomas nas plantas • Análise foliar • Expectativa produtiv. Quando?Nutrientes são importantes para a formação do sistema radicular e estabelecimento da planta.
3.1. ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO formação das mudas instalação e formação do pomar monitoramento da fertilidade adubação fase Produtiva 3.2. EXPERIMENTAÇÃO Indispensável em nível regional para determinar a adubação Poucos experimentos Procedimentos para avaliar a necessidade de adubação
3.3. SINTOMASVISUAIS NITROGÊNIO – Sintomas deficiência (Childers, 1966) Inicial . desenvolvimento retardado . crescimento vegetativo pequeno . floração e produ- ção reduzidas severo folhas pequenas e amarelecimento generalizado FÓSFORO: - Sintomas deficiência (Childers, 1966) retardamento no crescimento seca das margens da região apical das folhas queda prematura de folhas secamento e morte de ramos queda sensível na produção Procedimentos para avaliar a necessidade de adubação
POTÁSSIO: Sintomas deficiência (Childers, 1966) Folhas mais velhas : pontuações amareladas, distribuição irregular tamanho menor aumento das pontuações amareladas necrose das margens queda das folhas (mortas) MAGNÉSIO - Sintomas deficiência (Childers, 1966) Folhas velhas: Formação de verde escuro na forma de “V” invertido, pela intrusão de uma clorose bonzeada ENXOFRE: Sintomas deficiência (Childers, 1966) Folhas jovens manchas necróticas sobre um fundo verde desfolhamento prematuro Procedimentos para avaliar a necessidade de adubação
ZINCO: Sintomas deficiência (Ruehle e Ledin, 1955 e Childers, 1966) Folhas pequenas, recurvadas, engrossadas e inflexíveis podem exibir > ou < clorose, com aspecto mosqueado FERRO: Sintomas de deficiência (Silva et al., 2002) clorose típica, com reticulado verde das nervuras e limbo amarelado MANGANÊS: (Ruehle e Ledin, 1955 e Silva et al., 2002) Folhas novas: reticulado verde grosso das nervuras e limbo amarelado BORO: Sintomas deficiência (Silva et al. 2002) Pobre florescimento e polinização frutos com tamanho reduzido Plantas deficientes: produz inflorescências deformadas COBRE: Sintomas de deficiência (Ruehle e Ledin, 1955 e Silva et al., 2002) Plantas jovens: receberam altas doses de N Plantas adultas, brotos jovens: . ramos terminais pouco desenvolvidos . perda de folhas . morte dos ponteiros ou . encurvamento dos ramos na forma de “S” Procedimentos para avaliar a necessidade de adubação
Sintomas de deficiência de nutrientes • Aspectos gerais de crescimento • Sintoma é generalizado? • Sintoma se encontra nas folhas jovens ou velhas? • Histórico área - calagem? que adubos utiliza? • Observar aspecto das folhas
3.4. ANÁLISE FOLIAR COMPOSIÇÃO QUÍMICA FOLIAR: É AFETADA POR FATORES EXTERNOS E INTERNOS DA PLANTA ÉPOCA → FLORESCIMENTO • Tabela 1 - Valores médios de análise foliar da mangueira, em diferentes épocas de amostragens. (Adaptado de Avilan, 1971) • ___________________________________________________ • Nutriente Estádio Fisiológico _________________________________________________ Antes da Plena floração e Maturação Floração formação de frutos de frutos ____________________ g kg-1 ___________________ • Nitrogênio 12,2 11,0 10,4 • Fósforo 1,1 1,0 1,0 • Potássio 7,5 5,8 5,3 • Cálcio 20,4 26,0 24,1 ________________________________________________________
Folha Diagnose em mangueira Coletar folhas do meio do último fluxo de vegetação de ramos com flores na extremidade.
3.4. ANÁLISE FOLIAR POSIÇÃO DA FOLHA NA ÁRVORE: → ALTURA MÉDIA DA COPA REPRESENTATIVIDADE DO POMAR: → IDADE, VARIEDADE, PRODUTIVIDADE NÚMERO DE ÁRVORES POR TALHÃO:
Porcentagem de erro amostral de macronutrientes, em função do número de plantas a serem coletadas por talhão homogêneo, em pomar de mangueira variedade Palmer, em regime não irrigado Rozane et al., 2007
Porcentagem de erro amostral de micronutrientes, em função do número de plantas a serem coletadas por talhão homogêneo, em pomar de mangueira variedade Palmer, em regime não irrigado Rozane et al., 2007
Porcentagem do erro amostral de macronutrientes, em função do número de plantas amostradas por talhão homogêneo, em pomar adulto de goiabeiras (c.v. Paluma), não irrigado (a) e irrigado (b) (a) (a) (b) (b) Rozane et al., 2007
Porcentagem do erro amostral de micronutrientes, em função do número de plantas amostradas por talhão homogêneo, em pomar adulto de goiabeiras (c.v. Paluma), não irrigado (a) e irrigado (b) (a) (a) (b) (b) Rozane et al., 2007
3.4. ANÁLISE FOLIAR • Padronização da amostragem de folhas de mangueiras (Silva et al.,2002) Dividir em talhões homogêneos (não ultrapassar 10 ha) ( idade, variedade e produtividade). Agrupamento semelhante ao usado na análise de solo; Escolher para coleta folhas inteiras e sadias. As folhas devem ser coletadas na altura média da copa da árvore, nos quatro pontos cardeais, em ramos normais e recém-maduros. Coletar as folhas na parte mediana do penúltimo fluxo do ramo ou do fluxo terminal, desde que este tenha pelo menos quatro meses de idade. Retirar quatro folhas por planta, em 20 plantas selecionadas ao acaso; Coletar no período de florescimento ou, preferencialmente, antes, principalmente quando for realizada a aplicação de nitratos ou outro fertilizante foliar para a quebra de dormência das gemas florais, com o propósito de evitar contaminações; Não amostrar plantas que tenham sido adubadas, pulverizadas ou após períodos intensos de chuvas; Acondicionar as amostras em sacos de papel, identificando-as e enviando-as, imediatamente, para um laboratório; Amostrar folhas, anualmente, pois o N-foliar condiciona a dose a ser aplicada de adubo nitrogenado.
3.4. ANÁLISE FOLIAR Faixas de teores de macro e micronutrientes em folhas de mangueira Faixas de teores de nutrientes Nutrientes Deficiente Adequado Excessivo Macronutrientes________ g kg-1 ________ Nitrogênio <8 12 – 14 >16 Fósforo <0,5 0,8 – 1,6 >2,5 Potássio <2,5 5 – 10 >12 Cálcio <15 20 – 35 >50 Magnésio <1 2,5 – 5 >8 Enxofre <0,5 0,8 – 1,8 >2,5 Micronutrientes______ mg kg-1 ______ Boro <10 50 – 100 >150 Cobre <5 10– 50 - Ferro <15 50 – 200 - Manganês <10 50 – 100 - Molibdênio- Zinco <10 20 – 40 >100
4. RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO 4.1. Análise do Solo • Principal ferramenta para determinar qual fertilizante e qual dose • Amostragem - análise não corrige amostra mal feita • Dividir em glebas (10ha) – homogêneas - topografia, cor do solo, textura • Vegetação anterior, adubação • Calagem anterior, variedade, idade, etc.
4.1. Análise do Solo Amostra composta - representativa – composta por 20 amostras simples Profundidade: 0 a 20 cm 20 a 40 cm + 40 cm – Sistema Radicular – Falta de Ca Excesso Al Sais excesso Na+ Pomar instalado: Local: projeção da copa Pomar com irrigação localizada: [raízes] = bulbo molhado = Local de amostragem
4.1. Análise do Solo A - Frutíferas Perenes - SP B – Mangueira Semi-árido
4.2. CALAGEM POMARES DE MANGUEIRAS MELHORADAS • Calagem – obrigatória : aumentar a produção melhorar a qualidade frutos • Corrigir acidez • fornecer Ca e Mg • diminuir concentrações tóxicas de Al e Mn • aumentar disponibilidade de P e Mo • melhorar propriedades físicas e biológicas solo • aplicação lanço em área total - incorporar com antecedência • Necessidade calagem depende do critério utilizado • NC (t/ha) = T(80 – V) / PRNT x 10 SP
Materiais para calagem • Calcários Dar preferência aos dolomíticos • Quanto menor a granulometria, mais rápida é a reação no solo. • Quanto mais fino o calcário - a reação é mais rápida, porém tem menor efeito residual. Época de aplicação Em qualquer época do ano, mas preferencialmente 2 a 3 meses antes do plantio, com o solo úmido
Modo de aplicaçãoDistribuição deve ser uniforme, em área total, incorporado o mais profundo possível
Gesso • Fonte de Ca e S • Mais solúvel que o calcário • Presença do SO4- faz com que Ca, Mg e K percole . Aprofundamento da raiz . Camada 20 a 80 cm Al% >20 Ca < 5 mmolc dm-3 . DG(kg/ha)=7,5 x argila (g kg-1)