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Desenvolvimento dos programas de estudo

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Desenvolvimento dos programas de estudo

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    1. Desenvolvimento dos programas de estudo Michel Lavoie

    2. A abordagem por competências Os programas são definidos por competências e formulados por objetivos Os programas são agrupados e geridos pelo setor de formação A oferta de formação é determinada em função das necessidades do setor saúde A avaliação das aprendizagens baseia-se numa abordagem criteriosa.

    3. A abordagem por competências Formular as competências inerentes ao exercício de um ofício ou de uma profissão sob a forma de objetivos e critérios de desempenho. Os princípios fundamentais de uma competência: um conjunto integrado de conhecimentos, habilidades e atitudes que se traduzem num comportamento perceptível e mensurável, no momento de efetuar uma tarefa ou uma atividade de trabalho, de acordo com um limiar de desempenho pré-estabelecido.

    4. A abordagem por competências Uma definição: um poder de agir, ter êxito e progredir que permite realizar adequadamente tarefas ou atividades e que se baseia num conjunto organizado de conhecimentos (conhecimentos, habilidades de diversos domínios, percepções e atitudes, esquemas operacionais, etc.). São definidos a partir: Da informação tirada dos estudos de planificação e da análise da situação de trabalho das finalidades, das orientações e dos objetivos gerais da Formação Profissional e Técnica (FPT) Descrição em função dos seus elementos, do contexto de realização e dos critérios de desempenho precisos e unívocos que correspondem às exigências para o acesso ao mercado de trabalho.

    5. A abordagem por competências Em formação profissional: Os programas são recortados em módulos de formação Cada módulo deve estar de acordo com as competências estabelecidas no programa de estudos e cada competência é apresentada sob a forma de objetivo operacional Esta organização do programa tem a vantagem de facilitar a harmonização dos programas de estudos e o reconhecimento das experiências adquiridas fora do sistema formal de educação (os acervos).

    6. A abordagem por competências Em formação técnica: As competências são apresentadas sob a forma de objetivos e de padrões Estas competências não são necessariamente trabalhadas num só módulo, como em formação profissional, dado que cada estabelecimento autorizado a oferecer um programa de estudos tem a responsabilidade de definir as atividades de aprendizagem melhor adequadas para possibilitar a aquisição das competências previstas pelos alunos.

    7. Os programas ministeriais são agrupados e geridos por sector de formação Agrupados pelo setor de formação, em função das suas afinidades e das competências adquiridas Os setores de formação correspondem, às vezes, aos setores socioeconômicos clássicos, por exemplo, o setor Saúde ou o setor Couro, têxtil e vestuário. Em outros casos, o setor de formação agrupa programas de ofícios ou profissões que são exercidos nos vários setores socioeconómicos. É o caso, por exemplo, do setor de Administração, de comércio e de informática

    8. A oferta de formação é determinada em função do pedido Atender às demandas do setor saúde, no nosso caso. Estudos de planificação são seguidos de análises da situação de trabalho para cada função, de forma a embasar e justificar a elaboração de um programa de estudos. Estabelecer um plano trienal ou de cinco anos de desenvolvimento dos programas para o conjunto dos setores de formação e o plano de trabalho anual da Direção-Geral dos programas

    9. A avaliação das aprendizagens descansa sobre uma abordagem criteriosa Necessita um dispositivo de aprendizagem que se aproxima tanto quanto possível do contexto no qual é exercido o ofício ou a profissão A avaliação das aprendizagens é realizada através de provas que se referem à prática do ofício Os critérios de avaliação tocam os aspectos essenciais da competência a adquirir. A avaliação é multidimensional, ou seja, os indicadores medem conhecimentos, habilidades, atitudes e percepções.

    10. A avaliação das aprendizagens descansa sobre uma abordagem “critériée” A avaliação “formativa”, realizada ao longo de toda a formação, permite verificar a progressão das aprendizagens, enquanto a prova “somativa”, que tem lugar no fim da formação, permite verificar se o nível de aquisição da competência corresponde bem às exigências requeridas para o acesso ao mercado de trabalho. Os programas de estudos criados de acordo com a abordagem por competências distinguem-se dos programas tradicionais por um modo de avaliação fundado sobre uma abordagem criteriosa. Estabelecido a partir de critérios de desempenho e num contexto de realização representativo do ofício ou a profissão, permite-se a cada pessoa ser avaliada em relação a um padrão pré-estabelecido e não em comparação com um grupo, como na abordagem normativa.

    11. A oferta de formação é determinada em função do pedido Satisfazer as demandas do SUS e dos demais empregadores do setor saúde, no nosso caso. Estudos de planificação são seguidos de análises da situação de trabalho para cada função que justifica a elaboração de um programa de estudos. Estabelecer um plano trienal ou de cinco anos de desenvolvimento dos programas para o conjunto dos setores de formação e o plano de trabalho anual da Direção-Geral dos programas e o seu desenvolvimento

    12. O processo de desenvolvimento dos programas Assegurado por uma equipe composta por parceiros do meio socioeconômico em questão e do meio da educação. A tarefa destas pessoas consiste em fornecer informações, e dar pareceres ou validar os resultados dos trabalhos. O processo de desenvolvimento dos programas de estudos efetua-se em quatro fases: a análise das necessidades de formação qualitativas a concepção do projeto de formação a elaboração do programa de estudos a produção de documentos de apoio pedagógico

    13. A análise qualitativa das necessidades de formação Análise através de estudos de planificação, ou seja, do retrato de setor de formação e do estudo preliminar Os resultados dos trabalhos é submetido, para fins de validação, a um grupo de trabalho composto de representantes dos principais parceiros do mercado de trabalho e da rede de estabelecimentos de ensino em questão Duas outras etapas permitem completar a informação qualitativa requerida para conceber o projeto de formação e para elaborar o programa de estudos A análise da situação de trabalho A classificação do ofício ou da profissão na ordem de ensino adequada (secundário ou colegial)

    14. O retrato de sector de formação Serve principalmente para determinar as necessidades de formação qualitativas e quantitativas para o conjunto de um setor de formação dado. Resulta de um vasto levantamento de dados efetuado através de inquéritos ou de entrevistas junto dos parceiros socioeconómicos, bem como da análise da documentação existente. Serve de referência principal para a planificação do desenvolvimento dos trabalhos do setor de formação Estabelece claramente os desvios entre as necessidades de trabalhadores e a oferta de formação por programa ou por função de trabalho Permite também estabelecer as prioridades de desenvolvimento para o setor de formação em questão.

    15. O retrato de sector de formação Uma atenção específica é dada aos seguintes elementos : a delimitação do campo de investigação; os perfis socioeconômicos principais exigidos pelo setor da saúde, onde são considerados os tipos de estabelecimentos de saúde, o seu contexto de evolução, o seu número, a sua dimensão e a sua distribuição geográfica; a descrição das funções necessárias e das condições de trabalho; a descrição das tarefas e das atividades associadas às diversas categorias profissionais;

    16. O retrato de sector de formação Uma atenção específica é levada aos elementos seguintes (cont.): a formação exigida, real ou desejada para os trabalhadores para o acesso ao SUS e aos demais estabelecimentos empregadores; os programas de formação oferecidos (lugares, efetivos escolares e taxas de colocação de acordo com o sexo dos diplomados e das diplomadas); a sua evolução previsível, assim como a do emprego; as recomendações relativas à harmonização dos programas. Constituem uma fonte de informação privilegiada para a planificação a longo prazo (planificação trienal ou de cinco anos) dos trabalhos de desenvolvimento da formação profissional e técnica.

    17. O estudo preliminar Os assuntos cobertos nos estudos preliminares são sensivelmente os mesmos que integram o retrato do setor de formação. Concentra-se numa função / ofício ou sobre uma profissão ou ainda sobre alguns ofícios ou profissões que têm afinidades importantes, interessando-se particularmente: Pela incidência das novas tecnologias e dos novos modos de organização do trabalho sobre o exercício deste ofício ou desta profissão; Pelas necessidades de especialização das trabalhadoras e dos trabalhadores;

    18. O estudo preliminar Servem para medir com precisão o desvio entre as necessidades de formação atuais e previsíveis para uma profissão ou um ofício dado e a oferta de formação existente. Determinar as orientações a privilegiarem quando da revisão de um programa de estudos. Poderiam também sugerir criar um programa de estudos ou suprimir um programa de estudos que não corresponde mais à uma função de trabalho existente. A metodologia utilizada para os estudos preliminares é a mesma que serve ao estabelecimento dos retratos de setor de formação.

    19. A análise da situação de trabalho O estudo das necessidades de formação qualitativas é seguido de um atelier destinado a analisar a situação de trabalho referente ao ofício ou a profissão em questão. Uma consulta efetuada junto de um grupo de 10 para 15 pessoas selecionadas em função da sua avaliação ou o seu conhecimento exaustivo do ofício ou da profissão. Pessoas que exercem o ofício ou que são associadas rigorosamente ao seu exercício são procuradas o grupo deve ser constituído de pessoas procedentes de unidades de saúde representativas do setor, quer seja pela sua dimensão, seu tipo de serviço, sua região de pertença Objetivos: Analisar todas as facetas da prática do ofício ou da profissão, desenhar um retrato que seja mais completo possível, de referir a sua evolução previsível e precisar o rendimento esperado da pessoa à sua entrada sobre o mercado de trabalho.

    20. A análise da situação de trabalho O Estudo de análise da situação de trabalho deve ser rigorosa, preparada e animada de acordo com um método aprovado. As informações recolhidas referem-se: a descrição geral da função de trabalho e dos seus limites; as tarefas, as operações e as sub-operações associadas ao ofício ou a profissão; as condições de execução das tarefas e os critérios de desempenho; os conhecimentos e as habilidades necessárias; as atitudes e os comportamentos necessários; as sugestões relativas à formação e ao programa de estudos a elaborar ou a rever. Os resultados da análise da situação de trabalho são apresentados num relatório que se torna a pedra angular do processo de elaboração do programa de estudos e uma causa determinante essencial para a formulação das competências.

    21. A classificação da profissão Os resultados da análise da situação de trabalho permitem igualmente classificar a função de trabalho e o programa de estudos que está sendo elaborado ou revisado. Utilização de um instrumento de análise e de classificação fundado sobre a complexidade do ofício e sobre o grau de responsabilidade da pessoa que o exerce.

    22. A concepção do projecto de formação Definir os objetivos do programa e as competências das quais deverá permitir a aquisição. Utilização dos dados: Da análise das necessidades de formação (retrato de sector, estudo preliminar e análise da situação de trabalho) sobre os documentos de orientação do Ministério bem como sobre outros todos os estudos ou investigações relevantes, de acordo com as circunstâncias. Validação requerida junto dos parceiros do Ministério e/ou das Secretarias de Estado.

    23. A determinação dos objectivos do programa e as competências a adquirir A equipe é composta de uma pessoa especializada em ensino e uma pessoa especializada em elaboração de programas por competências. Uma terceira pessoa, especialista do ofício ou da profissão, pode também juntar-se à equipe básica.

    24. A determinação dos objectivos do programa e as competências a adquirir O conteúdo do projeto de formação contempla: o enunciado das competências requeridas para exercer a função de trabalho e que farão parte do programa de estudos uma matriz das competências que permite estabelecer relações entre as diferentes competências e assegurar a aquisição das aprendizagens, evitando ao mesmo tempo as sobreposições; um resumo dos elementos que contem cada competência uma mesa de correspondência que serve para estabelecer uma relação formal entre as competências propostas e as diferentes causas determinantes procedentes dos estudos de planificação, da análise da situação de trabalho ou ainda as orientações ministeriais que constituem os fundamentos da formação profissional e técnica indica a duração de formação julgada necessária à sua aquisição; uma análise sumária das incidências destinada a verificar a viabilidade financeira do projeto de formação

    25. A validação do projecto de formação Feito junto aos parceiros do SUS e dos demais empregadores e do meio da educação, reunidos em sessão comum de trabalho; Análise sob o ângulo da pertinência (os representantes e as representantes de empresas, de Comitês setoriais ou de associações diversas), a coerência, a aplicabilidade e a harmonização (os representantes e as representantes do mundo da educação - professores/professoras, conselheiras (os) ou de conselheiros pedagógicos ou quadros responsáveis da administração nas comissões escolares ou dos estabelecimentos de ensino colegial, tanto para a coerência como a aplicabilidade das competências propostas no programa e para sua harmonização, se necessário). O projeto de formação validado será determinante para a seqüência dos trabalhos.

    26. A elaboração do programa de estudos Após a análise das necessidades de formação qualitativas e a concepção do projeto de formação concluídos, a elaboração do programa pode começar. Traduz-se as competências do projeto de formação em objetivos e critérios de desempenho. Este trabalho é efetuado por uma equipe composta de especialistas do ensino e uma conselheira ou um conselheiro em elaboração de programas por competências. O programa de estudos que resultar deste processo será regulamentado pela Secretaria competente, quando o aprovar. Este programa regulamentado tem um caráter orientador da formação e seus conteúdos constituem os alvos obrigatórios do ensino e da aprendizagem, assim como da avaliação e das medidas disciplinares.

    27. A elaboração do programa de estudos Um programa de estudos comporta os elementos seguintes: um título, um número; condições gerais de admissão e condições especiais uma apresentação geral os objetivos da formação profissional ou técnica a lista das competências visadas pela formação os objetivos e os critérios de desempenho de cada competência uma matriz das competências (para a formação profissional apenas).

    28. A produção de documentos de apoio pedagógico Na Província do Quebec, é o ministério da Educação que produz os documentos de apoio pedagógico para a formação profissional apenas. Para a formação técnica, são os estabelecimentos de ensino que se encarregam. Estes documentos têm por objeto: facilitar a planificação da aplicação do programa de estudos dar aos professores a informação complementar necessária para a planificação dos cursos e para a avaliação das aprendizagens

    29. Em formação profissional O quadro de análise e de planificação (TAP): Contem informações relativas à aprendizagem e à avaliação para cada competência do programa propõe indicações sobre o conteúdo pedagógico de cada fase de aquisição da competência presente dos indicadores e dos critérios de avaliação acompanhados da sua ponderação respectiva sugere estratégias de avaliação de acordo com a abordagem formativa e somativa, acompanhado de uma descrição da prova e fichas de avaliação para cada competência que necessita de uma prova prática. O documento não tem um caráter normativo, exceto no que diz respeito aos dados que servem à avaliação das aprendizagens

    30. Em formação profissional O guia de organização pedagógico e material fornecem a informação essencial à organização do ensino. Contem indicações sobre as necessidades de trabalhadores, dos equipamentos e dos recursos materiais, bem como das sugestões relativas ao ordenamento das oficinas /unidades de prática contem a lista e a descrição do móvel, do aparelhamento e da ferramenta (MAO) bem como dos recursos materiais (RM) e do material necessário para a formação. Fornece o sumário dos custos. Não tem um caráter normativo, mas constitui contudo uma base de dados indispensável para a análise de incidências necessárias no processo de gestão dos programas. Ajuda para fixar os parâmetros de financiamento dos estabelecimentos autorizados a oferecer o programa de estudos.

    31. Em formação técnica É responsabilidade dos estabelecimentos de ensino colegial que devem conceber as atividades de aprendizagem necessárias para o controle das competências visadas, com base nos objetivos e padrões estabelecidos pelo Ministério Fixam o número e a duração e escolhem o modo mais adequado (curso teórico ou prático, estágio em meio de trabalho, de trabalho no contexto de um projeto, etc.).

    32. Em formação técnica Este exercício de concepção e de planificação efetua à produção diferentes documentos de apoio, tais como: uma matriz das competências, um logigrama e uma grade de planificação dos cursos por trimestre que permite observar a seqüência de aprendizagem das competências e seguir a programação dos cursos uma mesa de correspondência entre as competências e os cursos um plano-quadro para cada curso associado às competências do programa uma prova de síntese que serve para avaliar a integração das aprendizagens com o propósito de obtenção do diploma e descrevendo os objetivos, a forma, a duração e de outros elementos da avaliação o plano-quadro é o instrumento privilegiado pelo pessoal que ensina para a preparação dos cursos. Encontram-se neles os mesmos dados contidos na análise e na planificação da formação profissional. um guia de organização físico e material.

    33. Referências Gouvernement du Québec, Ministère de l'Éducation, du Loisir et du Sport, « L’ingénierie de La formation professionnelle et technique au Québec », sous la direction de Serge Côté, 2005-04-01286 ISBN 2-550-42812-9, Dépôt légal-Bibliothèque nationale du Québec 2004, pp. 108-145.

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