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Álcool, drogas e câncer na adolescência. Fabio Arnoni Gonçalves Pinto Fernanda Pipitone Rodrigues Gabriel Beligni Campi Guilherme Mendes Gava Ivan Cese Marchetti Juliana Centeno de Azevedo Karen Korkes Leonardo Vinícius de Matos Moraes Maíra Fernandes Gonçales.
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Álcool, drogas e câncer na adolescência Fabio Arnoni Gonçalves Pinto Fernanda Pipitone Rodrigues Gabriel Beligni Campi Guilherme Mendes Gava Ivan Cese Marchetti Juliana Centeno de Azevedo Karen Korkes Leonardo Vinícius de Matos Moraes Maíra Fernandes Gonçales Depto de Pediatria Social – FCMSCSP julho 2009
Álcool - epidemiologia “Estudo da contagem de casos de usuários, dependentes, e pacientes com problemas relacionados ao uso dessa substância.” Estima-se que mais de dois terços das pessoas em países ocidentais ingerem bebidas alcoólicas além do que apenas ocasionalmente. 68,7% de uso de álcool na vida da população. Prevalência de 11,2% de dependência de álcool na população em geral, no Brasil. 17,1% entre homens e 5,7% entre mulheres.
Álcool - epidemiologia IML de São Paulo (1987 - 1992) - 120.111 laudos. 18.263 laudos foi positivo para a alcoolemia, com uma média de 2.605 casos positivos por ano. Bebidas alcoólicas - principal motivo de internação psiquiátrica envolvendo o uso de substâncias 39.186 internações de um total de 51.787 internações em 367 hospitais psiquiátricos do Brasil (2004). Acidentes de trânsito e uso de bebidas alcoólicas (1997) – em quatro capitais brasileiras: Brasília, Curitiba, Recife e Salvador. Das 865 vítimas, 27,2% apresentou alcoolemia superior a 0,6 g/l, limite permitido pelo Código Nacional de Trânsito de 1997
Álcool - epidemiologia CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre drogas psicotrópicas. Crianças com 10 a 12 anos uma porcentagem de 41,2% já havia consumido álcool pelo menos 1 vez na vida. 0,2%, uso diário de bebidas alcoólicas. Na faixa etária dos 16 anos, já fizeram uso: 75% no Brasil 36% em Portugal 89% na Dinamarca 83% em Barbados
Estudantes do Ensino Fundamental e Médio (1987, 1989, 1993, 1997) 70% dos estudantes já consumiram cerveja 27% já fez uso de vinho Esses dados se mantiveram constantes ao longo dos anos 3% já havia feito consumo de destilados Aumento em quase todas as cidades em relação ao uso pesado (pelo menos 20 vezes ao mês, anteriormente a pesquisa). Uma grande parcela dos bebedores pesados já havia entrado em contato com outras drogas
Estudantes do Ensino Superior Estudo realizado em 1994 em faculdades do interior e da capital 11,8% de alunos masculinos e 1,3% de alunas femininas foram classificados como bebedores-problema. 4,2% dos homens e 0,8% de mulheres estudantes são dependentes do álcool
Meninos de Rua (1987, 1989) São Paulo e Porto Alegre 1987: 83% e 71% respectivamente. 1989: 86% e 74,5% respectivamente
Dependência “Um conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos nos quais o uso de uma substância, ou de uma classe de substâncias, torna-se prioritário para o indivíduo, em substituição a outros comportamentos que antes eram prioritários. A característica nuclear desta síndrome é o desejo (freqüentemente forte, vezes irresistível) para usar drogas (que podem ou não ter sido prescritas), álcool ou tabaco.” CID-10 citado por Castel, Hochgraf e Andrade (1995).
Dependência OMS 3 sinais de dependência de substâncias psicoativas: 1° alterações causadas pela substância, tanto física quanto psíquica; 2° compulsividade do paciente em relação a bebida; 3° quadros de tolerância e abstinência.
Motivadores Espirito de grupo, principalmente na adolescência Curiosidade Incentivo dos pais Orientação médica - “Biotônico Fontoura” Propaganda de alta influência, com ídolos e personagens famosos Já o uso continuado (manutenção da ingestão) , tem principalmente duas causas: Pré-disposição orgânica: principalmente pela tolerância. Benefícios: principalmente os fatores sociais
Doenças Cardiomiopatia. Demência (SNC). Pancreatite. Diabetes ou Hipogonadismos. Neuropatia Cerencial (SNP). Doença Alcoolica do fígado (Círosse, Esteatose, Hepatite). Neoplasias.
Acetaldeído e Etanol • Etanol não é carginogênico ADH: álcool desidrogenase • ETANOL → ACETALDEÍDO • Age principalmente no fígado • Presente em mucosas do TGI
Acetaldeído • Altamente tóxico, mutagênico e carcinógeno • Inibe fatores anti-tumorais • O-metil-guaniltranferase: reparo em lesões por alquilantes
Fígado Hepatocarcinoma • CA primário de fígado, derivado de hepatócitos • Homens 3:1 • Entre 3ª e 5ª décadas
Fígado • Degeneração hepática gordurosa: • ↑ biossíntese de lipídeos • ↓ transporte de lipoproteínas hepáticas • Aguda e reversível • Hepatite alcoólica aguda • Potencialmente reversível • Hepatócitos necrosados • Acúmulo de gordura e de corpúsculos hialinos alcoólicos
Fígado • Cirrose hepática • Lesão hepática irreversível • Atinge 10% a 15% de consumidores crônicos • Risco de 5% a.a. de desenvolver hepatocarcinoma
Boca Carcinoma espinocelular • Cavidade oral e lábios • Álcool e tabaco são principais fatores de risco • 6% das neoplasias diagnosticadas anualmente • Homens: 3:1 • Álcool: ↑ em até 15 vezes o risco
Boca Na mucosa bucal: • Altera permeabilidade da membrana • Solvente para carcinógenos (↑ absorção) • Atrofia epitelial: ↑ susceptibilidade
Boca Atrofia lipomática de glândulas salivares • ↓ secreção salivar • Características inibitórias na mutagenicidade • Acúmulo de carcinógenos • ↓ limpeza • Deficiências nutricionais e imunológicas
Mama • 2° mais frequente no mundo • 22% de novos casos em mulheres • CA que mais causa morte em mulheres, no BR
Mama Ingestão de álcool é fator de risco, mesmo moderadamente • Efeito mutagênico do acetaldeído • Altera metabolismo do estrógeno • ↑ níveis e altera receptores • Altera níveis de folato: síntese de DNA
Mama Estudo de 2008 • Nível de estrogênio estimula CA sensível • ER+/PR+ • 70% do CA de mama • Risco é dose dependente • Menos de 1 dose: 7% • 1 a 2 doses: 32% • + 3 doses: 51%
Laringe • 2,8% dos novos casos em homens no mundo • 2% das neoplasias malignas, no BR • Homens: 8:1 • 50 a 70 anos • 25% CA de cabeça e pescoço
Laringe • Pertence ao trato respiratório • Volatilização provoca contato com carginógeno • Álcool dobra o risco
Esôfago • Entre as 10 neoplasias mais incidentes A ingestão de álcool: • Prolonga tempo de contato • Altera epitélio esofágico • Causa deficiência nutricional e imunológica
Esôfago • Altos níveis de ADH • ↑ metabolização do álcool em acetaldeído • Promove ação de outros carcinógenos • N-nitrosometilbenzilamina (NMBzA) • Produtos da peroxidase lipídica
Esôfago • Carcinoma espinocelular • Homens 4:1 • Acima de 50 anos • Adenocarcinoma • Fumo e obesidade são fatores de risco • Não há relação com consumo
Colo-retal • 3° mais incidente no mundo • Homens e mulheres • Pico entre 60 e 79 anos • 80% acima dos 50 anos
Colo-retal • ↓ ac. Fólico • 20g/dia álcool • Altas concentrações colônicas de acetaldeido promovem depleção de ac. fólico Risco 7 vezes maior de CA de cólon distal
Colo-retal • Atividade ADH retal >>> ADH colônico • Álcool • Fator de risco mais importante no reto • Maior presença de microorganismos fecais
Tabaco - epidemiologia “Tabagismo- principal causa de morte evitável em todo o mundo.” OMS 1 bilhão e 200 milhões de fumantes em todo o mundo (cerca de 1/3 da população mundial com mais de 15 anos) Metade desta população em idade produtiva (35-69) 10 milhões de mortes por ano em 30 anos 4,9 milhões de mortes anuais WHO, 2003
Tabagismo – Epidemiologia: Mortalidade Nº de mortes/ano OMS, 2006
Tabagismo – Epidemiologia: distribuição quanto ao sexo 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam. Paises desenvolvidos Paises em desenvolvimento • 42% dos homens • 24% das mulheres • 48% dos homens • 7% das mulheres OMS
Tabagismo – Epidemiologia: Brasil 32% da população é fumante Cerca de 200 mil mortes por ano (OPAS , 2002) A região Sul do país é a que apresenta maior proporção de dependentes :42% dos habitantes Nordeste são 31%. Os moradores da zona rural também fumam mais que os das zonas urbanas. Ministério da Saúde, 2009
Tabagismo X Infância e adolescência A cada dia cerca de 100 mil jovens começam a fumar no mundo e 80% deles vivem em países em desenvolvimento Tabagismo: questão pediátrica??? Cerca de 90% dos fumantes tornam-se dependentes da nicotina entre os 5 e 19 anos de idade. Há 2,8 milhões de fumantes nessa faixa etária. INCA, 2002
Tabagismo X Infância e adolescência Nicotina é considerada porta de entrada para o uso de drogas ilícitas Pessoas com faixa etária entre 12 e 18 anos a dependência à nicotina se instala mais fácil e fortemente Construção da consciência crítica e da auto-estima Formação da personalidade PERIGO!! Fase de incorporar os hábitos e comportamentos da vida adulta Ministério da Saúde dos EUA, 1992
Tabagismo- Curiosidades: Indústria Tabagista Posicionamento Público A propaganda não é dirigida aos jovens. A pressão dos amigos é o fator mais importante para o tabagismo infantil. “ A propaganda de cigarros afeta meramente a demanda dentro da categoria de produtos, através do fortalecimento da lealdade à marca ou criando mudanças de marca, mas não é dirigida para aumentar o consumo total as custas de não fumantes”. “A Souza Cruz fabrica cigarros para o consumo exclusivo de adultos baseada nos melhores mecanismos e meios de produção“. Fonte: http://www.souzacruz.com.br
Tabagismo- Curiosidades: Indústria Tabagista Por esses esforços, fica a impressão de que a indústria do tabaco é contra o consumo do tabaco entre os jovens e promove medidas supostamente dirigidas para prevenir o tabagismo para menores de idade, criando campanhas e utilizando a idéia de que "fumar é para adultos". Porém, na verdade, ao apresentar o cigarro como "adulto" e "proibido", essas companhias buscam colocar sutilmente um importante ingrediente para reforçar o comportamento rebelde do adolescente, pois entre as principais motivações para o adolescente fumar são o desejo de se afirmar comoadulto, sua rebeldia e a rejeição dos valores dos seus pais. Ministério da Saúde
Tabagismo- Curiosidades: Indústria Tabagista "Atingir o jovem pode ser mais eficiente mesmo que o custo para atingi-los seja maior, porque eles estão desejando experimentar, eles têm mais influência sobre os outros da sua idade do que eles terão mais tarde, e porque eles são muito mais leais à sua primeira marca.“Escrito por um executivo da Philip Morris em 1957
Tabagismo- Curiosidades: Indústria Tabagista “Um cigarro para o iniciante é um ato simbólico. Eu não sou mais a criança da minha mãe, eu sou forte, eu sou um aventureiro, eu não sou quadrado... A medida em que a força do simbolismo psicológico diminui, o efeito farmacológico assume o papel de manter o hábito” Rascunho de relatório do Quadro de Diretores da Phillip Morris, 1969.