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A BE ao Serviço do processo de Ensino e Aprendizagem. Definição de BE Missão, funções e objectivos da BE A BE e a escola face à Sociedade da Informação Colocar a BE ao serviço do Projecto de ensino-aprendizagem Áreas curriculares não disciplinares Metodologias activas
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A BE ao Serviço do processo de Ensino e Aprendizagem • Definição de BE • Missão, funções e objectivos da BE • A BE e a escola face à Sociedade da Informação • Colocar a BE ao serviço do Projecto de ensino-aprendizagem • Áreas curriculares não disciplinares • Metodologias activas • Trabalho colaborativo – uma estratégia para a integração da BE no processo de ensino-aprendizagem
A BE ao Serviço do processo de ensino-aprendizagem Definição de BE Biblioteca -Toda a colecção organizada de livros e de periódicos impressos ou de quaisquer outros documentos, nomeadamente gráficos e audiovisuais, assim como os serviços do pessoal encarregado de facilitar a utilização desses documentos pelos utilizadores para fins de informação, de pesquisa, de educação ou de recreio (1). (1) Tradução livre de: UNESCO, 1971, «Résolutions Organisation des Nations Unies pour l’éducation, la science et la culture», in Actes de la conférence générale. Seizième session. Paris, 12 octobre – 14 de 1970, p.150. Disponível em http://unesdoc.unesco.org/images/0011/001140/114046f.pdf#page0144 (acedido em 2/10/2006).
Definição de BE (cont.1) • NaLBSE -BE é entendida como um recurso educativo (1 )- • No programa da RBE (1996) a BE era já definida como o núcleo da vida da escola, através do qual os alunos acedem à informação, à cultura, e à ocupação criativa de tempos livres. (1) Lei nº 49/2005, de 30 de Agosto, Artigo 44º nº 2 b).
Definição de BE (cont.2) Segundo a RBE, a BE deve ainda permitir que os professores possam recorrer ao professor bibliotecário, ao técnico adjunto de biblioteca e documentação ou a outros professores da equipa para debater modalidades de incentivar nos alunos o prazer de ler e a aprendizagem centrada na procura autónoma de informação, pois a biblioteca detém um «papel central […] no desenvolvimento do currículo»(1). (1) VEIGA, Isabel (coord.), 1996, Lançar a rede de bibliotecas escolares, pp. 16,17,29. Disponível em: http://www.rbe.min-edu.pt/ (acedido em 20/12/2006)
Definição de BE (cont.3) Missão da BE A biblioteca escolar proporciona informação e ideias fundamentais para sermos bem sucedidos na sociedade actual, baseada na informação e no conhecimento. A biblioteca escolar desenvolve nos estudantes competências para a aprendizagem ao longo da vida e desenvolve a imaginação, permitindo-lhes tornarem-se cidadãos responsáveis. Directrizes da IFLA/UNESCO para as Bibliotecas Escolares, 2002. Disponível em: http://www.rbe.min-edu.pt/documentos /SchoolLibraryGuidelines-pt.pdf (acedido em 24/5/2007).
Definição de BE (cont.4) A BE tem uma função central para o desenvolvimento de recursos e do processo educativo: (i) a aprendizagem da leitura; (ii) o domínio dessa competência (literacia); (iii) a criação e o desenvolvimento do prazer de ler e a aquisição de hábitos de leitura; (iv) a capacidade de seleccionar informação e actuar criticamente perante a quantidade e diversidade de fundos e suportes que hoje são postos à disposição das pessoas; (v) o desenvolvimento de métodos de estudo, de investigação autónoma; (vi) o aprofundamento da cultura cívica, científica, tecnológica e artística. (Veiga, 1996: 15).
Definição de BE (cont.5)Funções da BE(1) Informativa–fornecer informação fiável, acesso rápido, recuperação e transferência de informação; a biblioteca escolar deverá integrar as redes de informação regionais e nacionais. Educativa – assegurar a educação ao longo da vida, provendo meios e equipamentos e um ambiente favorável à aprendizagem: orientação presencial, selecção e uso de materiais formativos em competências de informação, sempre através da integração com o ensino na sala de aula; promoção da liberdade intelectual. (1)IASL - International Association of School Librarianship (1993), Declaração política da IASL sobre bibliotecas escolares. Disponível em http://www.rbe.min-edu.pt/ (acedido em 24/5/2007).
Definição de BE (cont.6)Funções da BE Cultural– melhorar a qualidade de vida mediante a apresentação e apoio a experiências de natureza estética, orientação na apreciação das artes, encorajamento à criatividade e desenvolvimento de relações humanas positivas. Recreativa– suportar e melhorar uma vida rica e equilibrada e encorajar uma ocupação útil dos tempos livres mediante o fornecimento de informação recreativa, materiais e programas de valor recreativo e orientação na utilização dos tempos livres.
Funções da BE - Implicações Função Informativa Esbatimento das desigualdades sociais pelo acesso democrático à informação, através do empréstimo. Desejavelmente, a BE deveria ser parte de uma rede regional e nacional de gestão de informação. Para disponibilizar os documentos de apoio ao currículo, que viabilizem uma pedagogia baseada na metodologia de pesquisa, torna-se necessário elaborar a Política de Desenvolvimento da Colecção (PDC) com base numa prévia avaliação dos pontos fortes e fracos da colecção existente.
Funções da BE – Implicações (cont.1) Função Educativa Comprometimento da biblioteca escolar com o ensino de competências em Literacia da Informação. Seguir / adaptar um modelo já adoptado, com sucesso, noutros países (Big 6, PLUS, EXIT…), ou elaborar um para a escola. Este ensino deve estar integrado nas aprendizagens de sala de aula, através do trabalho colaborativo entre os professores e o professor bibliotecário / coordenador. É essencial que os professores valorizem a biblioteca.
Funções da BE – Implicações (cont.2) Funções cultural e recreativa Promoção de um programa de animação da BE que integre: • actividades de promoção da leitura, na qual se inclui a leitura ficcional, a pesquisa por prazer, em doc. livro ou utilizando as novas tecnologias; • exposições, encontros,… que eduquem a sensibilidade estética e a capacidade de reflexão; • actividades de ligação ao meio, de debate sobre temas da actualidade… que formem para o exercício da cidadania.
Objectivos da BE Objectivos da biblioteca escolar(1): • apoiar e promover os objectivos educativos delineados de acordo com as finalidades e curricula da escola; • desenvolver e manter nas crianças o hábito e o prazer da leitura e da aprendizagem, e também da utilização das bibliotecas ao longo da vida; (1)IFLA (2000) A biblioteca escolar no contexto do ensino-aprendizagem para todos. Manifesto da Biblioteca Escolar. Disponível em: http://www.rbe.min-edu.pt/ (acedido em 24/5/2007)
Objectivos da BE (cont.2) • providenciar acesso aos recursos locais, regionais, nacionais e globais e às oportunidades que exponham os estudantes a ideias, experiências e opiniões diversificadas; • organizar actividades que favoreçam a tomada de consciência cultural e social e a sensibilidade;
Objectivos da BE (cont. 3) • proporcionar oportunidades de produção e utilização de informação para o conhecimento, compreensão, imaginação e divertimento; • apoiar os estudantes na aprendizagem e prática de capacidades de avaliação e utilização da informação, independentemente da natureza, suporte ou meio, usando de sensibilidade relativamente aos modos de comunicação de cada comunidade;
Objectivos da BE (cont.4) • trabalhar com os estudantes, professores, administradores e pais de modo a alcançar as finalidades da escola; • defender a ideia de que a liberdade intelectual e o acesso à informação são essenciais à construção de uma cidadania efectiva e responsável e à participação na democracia; • promover a leitura e os recursos e serviços da biblioteca escolar junto da comunidade escolar e do meio.
A BE e a Escola face à Sociedade da Informação.Tal como os professores em geral a BE também se preocupa com a construção do conhecimento O aumento exponencial da informação ao longo dos Sécs. XIX e XX acelera o ritmo de desactualização. No início do século XIX existiam pouco mais de 100 publicações periódicas; hoje existem mais de 75.000. Em 1958, a UNESCO calculava que se produzissem cerca de um milhão de documentos científicos e técnicos por ano. Em 1967, o número já era de 4 milhões e, hoje, o número ascende a mais de 10 milhões de documentos por ano. Na actual sociedade da Informação estima-se que, o saber adquirido desvaloriza-se em 97% no espaço de uma geração.
A equipa da BE e os professores enfrentam os mesmos desafios face à sociedade da Informação Formar alunos capazes de: * tomar decisões e opções conscientes; * saber agir individualmente em contextos colectivos; * ter um envolvimento cívico e eticamente responsável; * saber exercer direitos e deveres políticos, civis e sociais; * enfrentar e resolver problemas; * aprender “ao longo da vida” para uma plena integração na sociedade. Desenvolver nos alunos um vasto conjunto de competências de informação.
As reformas curriculares mais recentes (1986 e 2001) têm realçado a necessidade de desenvolver competências transversais ao currículo que contribuam para a formação global dos indivíduos e promovam a integração na sociedade da informação. A criação de novas áreas não disciplinares (área de projecto, formação cívica, estudo acompanhado), porque susceptíveis de integrarem vários saberes, propicia o desenvolvimento dessas competências.
Sendo as aprendizagens disciplinares importantes, não se pretende hoje que estas constituam um mero somatório de conhecimentos desligados uns dos outros. O currículo não constitui a mera adição das várias disciplinas, mas um todo coerente de aprendizagens e competências a desenvolver. Estas devem apresentar-se ao aluno de um modo lógico, com um carácter mais duradouro que a aquisição de conhecimentos, e que o aluno possa mobilizar nas mais diversas situações de vida.
Colocar a BE ao serviço do processo de ensino –aprendizagem A transversalidade de algumas áreas • O domínio da língua materna vigilância permanente pelo conjunto dos docentes. • A criação de hábitos de leitura dinamização da leitura ficcional e de informação • . relacionada com as diferentes áreas do saber. • O desenvolvimento: • * do raciocínio e do espírito crítico; • * da capacidade de auto-aprendizagem facilitadora da • necessária aprendizagem “ao longo da vida”. • • Capacidade para pesquisa, selecção, uso e comunicação da informação por recurso • a vários suportes Importante em todas as disciplinas e áreas L I (processo moroso que exige o comprometimento de todos os professores). Importante para o desenvolvimento da cidadania Fins comuns Trabalho comum Resultados mais eficazes TRABALHO COLABORATIVO
Colocar a BE ao serviço do processo de ensino–aprendizagem (cont.1) Áreas curriculares não disciplinares A integração da BE no currículo pode ser conseguida no âmbito das diversas disciplinas, mas também em áreas curriculares não disciplinares como a Área de Projecto. Para que os professores coloquem a BE ao serviço do processo de ensino-aprendizagem é necessário privilegiar uma pedagogia baseada em metodologias activas e participativas que possam estimular a auto-aprendizagem e a transformação da informação em conhecimento.
Integrar a BE no processo de ensino-aprendizagem Metodologias activas O Ensino Baseado em Projectos Pressupõe que as aprendizagens dos alunos se devem basear no seu envolvimento activo em tarefas de pesquisa e resolução de problemas, frequentemente por recurso à cooperação com os seus pares, e implica uma certa autonomia e responsabilidade por parte do aluno. Esta autonomia, porém, tem de ser treinada e necessita da mediação do professor, sobretudo para o desenvolvimento de estratégias de pesquisa e tratamento da informaçãoLiteracia da Informação
Metodologias activas - A Pedagogia de Projecto • Uma das metodologias privilegiadas para a integração da BE no processo de ensino-aprendizagem pode ser a pedagogia de projecto. • Inscrita no movimento de educação progressista, associado ao pensamento de John Dewey (1), necessita de usar a informação nas suas diversas fases e, sem ela, o seu objectivo ficará inacessível (2). • Concretizável, entre outras, na “área de projecto”, que assenta na resolução de problemas através da investigação, apresenta vantagens para a integração da biblioteca escolar no currículo e para o desenvolvimento de uma cultura de colaboração nas escolas. (1) in: Castro etalii, (1994) Gerir o trabalho de projecto: um manual para professores e formadores. 4ª ed., Lisboa: Texto Editora, p. 10. (2) Cf. BRU, Marc; NOT, Louis (1991) Où va la pédagogie du projet?. 2ª ed., Toulouse: Editions Universitaires du Sud, pp. 321, 323.
Metodologias activas - A Pedagogia de Projecto Esta pedagogia resulta melhor quando: • os objectivos a atingir se revestem de significado para os alunos e assentam em problemas reais; • envolve o aluno e fomenta o trabalho cooperativo com os colegas, os professores e a comunidade em geral; • antecipa as diversas fases de desenvolvimento (geralmente prolongada no tempo); • visa um trabalho final que implique processos que levem à aplicação de conceitos e ao desenvolvimento de capacidades; • tem em linha de conta os contextos e condições para a sua concretização.
Etapas do Trabalho de Projecto Vários autores estabelecem diferentes etapas para um trabalho de projecto. Apresenta-se aqui a perspectiva de Lisete Castro e Maria Ricardo (1994): • 1. Escolha do problema. • 2. Escolha e formulação dos problemas parcelares. • 3. Preparação e planeamento do trabalho. • 4. Trabalho de campo. • 5. Ponto da situação. • 6. Tratamento das informações recebidas; preparação do relatório e da apresentação. • 7. Apresentação dos trabalhos. • 8. Balanço
Metodologias activas - Aprendizagem com Base em Recursos(1) Pedagogia que resulta melhor quando põe em realce os processos de construção de conhecimentos, a partir da activação das competências de localização, selecção, e uso crítico da informação, integradas no currículo, e centradas na BE e na cooperação entre o corpo docente e o professor bibliotecário (com o apoio do órgão de gestão). Este modelo (tal como a metodologia de projecto, ou a aprendizagem com base em tarefas de aprendizagem, por ex.) favorece a colaboração docentes / BE e o envolvimento activo dos alunos nas suas aprendizagens(2). (1) Resource-based learning introduzido por Breivik e Gee - cf. DUDZIAK, Elisabeth Adriana (2003), «Information literacy: princípios, filosofia e prática», in Ciência da Informação. 32 (1), jan./abr., Brasília, pp. 23-35. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ci/v32n1/ 15970.pdf (acedido em 2/2/2007). (2) DOIRON, Ray; DAVIES, Judy (1998) Partners in learning. Students, teachers and the school library.Westport: Libraries Unlimited, p. 16.
Longe, simbolicamente longe da sala de aula, há outra escola. Livros bem arrumados em prateleiras, CD e vídeos, jornais, alguns computadores. O problema é que não existe qualquer ligação entre os dois mundos… SAMPAIO, Daniel (2005) «Longe da sala de aula», inXIS (Jornal Público), 19 de Março .
Metodologias activas e trabalho colaborativo BE/professores O encontro entre os “mundos paralelos” (BE/sala de aula) Pode ser conseguido através do trabalho colaborativo. Conhecer os obstáculos para os ultrapassar / minimizar • Barreiras conceptuais (expectativas pré-concebidas de como as coisas são feitas numa escola); • Barreiras pragmáticas (horário, políticas, estrutura burocrática); • Barreiras de atitude (sentimentos e atitudes sobre o trabalho em conjunto); • Barreiras profissionais (diferenças na formação dos profissionais)(Gray; Welch; Margerum, apud Doll, 2005: 52-55 ).
Barreiras conceptuais– a cultura de escola Uma menor eficácia da BE para as aprendizagens que nela, ou através dela, os alunos podem operar parece ficar a dever-se à ausência de uma autêntica cultura de cooperação na escola. • Quando existe uma “cultura de cooperação e interdependência”, os professores regulam a sua acção pela entreajuda, “a confiança e a franqueza”, havendo uma grande coesão em torno dos valores defendidos e dos objectivos a atingir. • A cooperação é favorecida quando os professores compreendem que o seu trabalho tem mais sentido e eficácia se baseado na “equipa como recurso”(1) . (1) GATHER-THURLER, Monica (1994) - «Relations professionnelles et cultures des établissements scolaires : au-delà du culte de l’individualisme?», in Revue Française de Pédagogie, 109, pp. 19-39. Disponível em: http://www.unige.ch/fapse/ SSE/teachers/gather-thurler/Textes/Textes%201994/MGT-1994-02. html (acedido em 2/2/2007).
Outras Barreiras – pragmáticas, de atitude e profissionais • Os horários podem não facilitar o trabalho colaborativo. • Nem sempre o órgão de gestão apoia as iniciativas colaborativas, facilitando recursos e flexibilidade de horário. • O prof. bibliotecário não é visto como um recurso humano, um parceiro na planificação, desenvolvimento e avaliação de unidades de ensino. • Sentimento de que o trabalho em conjunto é um processo mais moroso valorização do resultado em detrimento do processo (valoriza-se o que se ensina e não o que os alunos aprendem); visão mais centrada no imediatismo / ausência de uma perspectiva de longo prazo.
A Integração da BE no Currículo - Trabalho Colaborativo Alguns Estudos - Keith Lance e seus colaboradores (Estados Unidos) Está comprovado: 1) Que o desempenho académico dos alunos aumenta quando: • o professor bibliotecário colabora com os outros professores para criar experiências de aprendizagem motivadoras usando os recursos da biblioteca escolar (Colorado I - 1993 e Colorado II - 2000); • os alunos receberam com frequência instrução em literacia da informação pelo professor bibliotecário (Alaska - 1999); • existe um elevado grau de verdadeira colaboração entre o professor bibliotecário e o professor de sala de aula, num vasto leque de actividades (Illinois - Lance, Rodney, e Hamilton-Pennell, 2005). 2) Que a colecção da BE só produz efeitos positivos nos resultados académicos dos alunos quando faz parte de iniciativas a nível de toda a escola para integrar a literacia da informação na abordagem da escola ao currículo (Pennsylvania - 2000).
O trabalho Colaborativo – Clarificação de Conceitos A perspectiva de Carol Doll (1) Trabalho isolado:O professor bibliotecário pouco sabe do que se passa na área curricular, e o uso dos recursos materiais e humanos da biblioteca nesta área pode ser reduzido e até ineficaz. Ele permanece na BE, mantendo-a organizada e actualizada, e prestando apoio: aos alunos * realização de actividades relacionadas com as aulas; * escolhas de literatura e outro tipo de ficção; aos professores * busca de materiais para as suas aulas. Cf. DOLL, Carol (2005), Collaboration and school library media specialist. Lanham: Scarecrow Press.
Clarificação de Conceitos - A perspectiva de Carol A. Doll (cont.1) Cooperação O professor bibliotecário tenta chegar junto da comunidade escolar, divulgando os materiais existentes na biblioteca e conversando com os professores quando os encontra nos espaços da escola. Nestes contactos pode haver algumas tentativas para identificar as temáticas que estão a ser estudadas, para que as mesmas tenham expressão nos documentos da biblioteca. A este nível de envolvimento, pode até estar definido que o prof. bibliotecário ensinará aos alunos as competências em literacia da informação, de tal modo que ele ensina repetidamente e de forma automática algumas competências em determinadas alturas e a certas turmas. Esta instrução pode não estar sincronizada com as actividades e as necessidades das aulas.
A perspectiva de Carol A. Doll (cont. 2) Coordenação O professor bibliotecário tenta informar-se sobre o que cada professor está a ensinar e, com base nisto, disponibiliza na biblioteca materiais livro e não-livro, bem como sites da Internet,para apoio às unidades de ensino. Adopta modelos de ensino de competências em literacia da informação, mas este ensino preocupa-se em complementar o que os alunos estão a aprender nas aulas.
A perspectiva de Carol A. Doll (cont. 3) Colaboração • É o nível de envolvimento mais completo: o professor bibliotecário colabora activamente com os professores da escola na planificação, execução e avaliação de aulas / unidades de ensino / projectos. • Quando possível, ambos os profissionais dão uma ou mais aulas em conjunto: facilita a comunicação acerca dos conteúdos da lição, elimina duplicação desnecessária de materiais, dá aos estudantes a ideia da complementaridade dos papéis. • Os objectivos visados não se limitam a questões de curto prazo, mas concentram-se em resultados de longo prazo visão holística e dinâmica do currículo.
Modelo A – Coordenação:- Existe troca de informação ou actividades desenvolvidas em conjunto;- Há produção conjunta de materiais para os alunos;- Centra-se mais na eficácia do trabalho desenvolvido em conjunto que nos resultados dos alunos. Quatro modelos de relação colaborativa, - A perspectiva de Patricia Montiel-Overall (com base na taxonomia de Loertscher) (1) Modelo B – Cooperação / Partenariado: - O trabalho entre os participantes tem por base a interdependência de objectivos; - Exige comprometimento mais do que coordenação de esforçosgerador de confiança no(s) parceiro(s) e nas suas capacidades. (1) Cf. MONTIEL - OVERALL, Patricia (2005), «Toward a theory of collaboration for teachers and librarians», in American association of school librarians, 8. Disponível em:http://www.ala.org/ala/aasl/aaslpubsandjournals/slmrb/slmrcontents/volumP82005/ theory.htm (acedido em 10/12/2005). Cf. LOERTSCHER, David (1999), Taxonomies of the school library media program. 2ª ed., Salt Lake City: Hi Willow Research & Publishing
A perspectiva de Patricia Montiel-Overall (Cont.1) Modelo C - Aprendizagem Integrada: - Existe um pensamento partilhado entre o prof. bibliotecário e o professor; - Envolvem-se na planificação e criação de situações de ensino que integrem a aprendizagem de conteúdos disciplinares e do currículo da BE (literacia da informação); - A planificação em comum de aulas / unidades / actividades visa desenvolver situações significativas de desenvolvimento de competências que, individualmente, não conseguiriam favorecer de forma optimizada. Modelo D - Currículo Integrado: - Quando o processo do modelo C se estende a todo o currículo; - Trata-se da colaboração entre o prof. bibliotecário e todos os professores; - Maior responsabilidade do prof. bibliotecário; - O órgão de gestão da escola assegura o funcionamento desta colaboração local para as aprendizagens e flexibilização de horário.
A perspectiva de Patricia Montiel-Overall (Cont. 2) • O modelo A exige um número mínimo dos atributos de colaboração. • Os modelos C e D requerem maior comprometimento e mais esforço. • A um nível de envolvimento mais intenso corresponde um maior • sucesso académico dos alunos.
A BE ao serviço do ensino-aprendizagemDefinição de Colaboração Convergência em alguns pontos: • Implica a existência de objectivos comuns; • Todos os elementos envolvidos têm igual valor; • Pode ocorrer em vários graus e nas áreas extracurricular e curricular; • Não pode ser coerciva; • O seu grau mais conseguido implica co-planificação, co-execução e co-avaliação das unidades de ensino; • O tempo disponível, o apoio do órgão de gestão, a “cultura de escola” e a “cultura profissional”, bem como a atenção dispensada ao relacionamento interpessoal, são factores importantes que podem facilitar ou constranger o trabalho colaborativo.
Definição de Colaboração(cont. 1) É o trabalho em conjunto entre o professor bibliotecário e os restantes professores da escola para planificar, delinear, ensinar e avaliar situações de aprendizagem para os estudantes. Isto implica um compromisso a longo prazo e tempo passado em conjunto para desenvolver uma relação simultaneamente de ensino e de colaboração entre os profissionais envolvidos. ( Doll, 2005: 4).
Colaboração: definição(cont. 2) Relação de trabalho baseada na confiança entre dois ou mais participantes vistos como iguais, envolvidos numa partilha de pensamentos, de planos e na criação de situações de ensino integrado. Através de perspectivas e objectivos comuns, são criadas oportunidades de aprendizagem que integram os conhecimentos específicos de cada área e as literacias da informação, por intermédio de co-planificação, co-execução e co-avaliação da evolução dos estudantes ao longo do processo de ensino, de modo a melhorar as suas aprendizagens em todas as áreas do currículo. (Montiel-Overall, 2005)
Como colaborar - Identificar e valorizar os factores facilitadores: • A existência de objectivos comuns. • A interdependência e paridade (partilha apropriada do trabalho necessário). • A partilha de recursos. • A existência de uma boa comunicação. • O domínio de competências de relacionamento interpessoal. (comportamento profissional; escuta activa; linguagem assertiva…). • A igualdade de estatuto entre os colaboradores (sentimento de liberdade para expressar opiniões, fazer sugestões…). • A compreensão de que se pode trabalhar em equipa sem perder a identidade e a liberdade profissionais. • A existência de um ambiente de colegialidade (não imposta). • Uma cultura de escola assente na cooperação– pode construir-se.
Preparar o processo de colaboração: • Os professores devem conhecer-se e ter o mesmo entendimento sobre a colaboração e a participação que cada elemento vai dar. • As mudanças a introduzir devem encaixar na cultura da escola. • As expectativas em relação ao trabalho a desenvolver devem ser elevadas, porém realistas. • No final de uma reunião, devem ficar determinados os contributos de cada um para a continuação da colaboração. • No decorrer das aulas dedicadas ao trabalho colaborativo é desejável que ambos os profissionais estejam presentes, mesmo quando só um está a ensinar. • Ambos devem avaliar as aprendizagens dos alunos e o trabalho desenvolvido colaborativamente (possíveis melhorias no futuro).
Preparar o processo de colaboração (cont. 1) • Identificar os objectivos da colaboração: os do currículo da disciplina, ou transversais; os da literacia da informação; os da formação de leitores; os de apropriação cultural. • Identificar os recursos: os que a colecção da BE tem; os que é necessário adquirir ou requisitar através dos acordos de cooperação inter-bibliotecas; os que estão disponíveis online (necessidade de uma hotlist?). • Preparar as actividades de aprendizagem: as actividades exploratórias que introduzirão a unidade; as de envolvimento dos alunos nas suas aprendizagens. • Verificar a adequação das actividades aos objectivos e traçar as estratégias de ensino mais adequadas; • Preparar os materiais necessários ao desenvolvimento das actividades.
Preparar o processo de colaboração (cont. 2) • Definição das responsabilidades: que actividades / materiais vão ser desenvolvidas / produzidos por cada um dos parceiros na colaboração; quem requisita equipamento / espaço; como vai ser feita a avaliação. • Avaliação: que instrumentos de avaliação vão ser utilizados e sua adequação aos objectivos e actividades; haverá auto-avaliação dos alunos; como vai ser avaliado o trabalho colaborativo. • Eventual divulgação da colaboração: como partilhar a experiência; como divulgar / “celebrar” o trabalho dos alunos.
Colaboração - Apenas um exemplo… - Projecto a desenvolver ao longo do ano; - Trabalho colaborativo entre a BE, o professor de Português e o professor de TIC; - Área de colaboração – Literacia da informação / Conhecimento de autores portugueses; - Público Alvo – alunos de 10º ano. Indicações aos alunos: Tarefa: Elaboração de uma base de dados com informações fotobiobibliográficas sobre autores portugueses cujos textos sirvam de base de trabalho na disciplina de Português.
Colaboração - Apenas um exemplo (cont.) Actividades: a) Localizar informação nos documentos livro e não-livro existentes na biblioteca; b) Seleccionar os documentos mais pertinentes, prestando especial atenção à credibilidade dos sites da Internet seleccionados; c) Recolher a informação nos documentos seleccionados; d) Proceder a um tratamento pessoal da informação; e) Construir uma base de dados; f) Apresentar os resultados da pesquisa e em suporte digital à turma; g) Seleccionar um texto e um porta-voz do grupo para fazer uma “leitura imprevista” / leitura dramatizada na biblioteca.
Colaboração - Apenas um exemplo (cont.2) Dimensão máxima do trabalho:A cada autor não deve ser reservada mais de uma folha A4, em tamanho 12, de Times New Roman, com entrelinha 1,5 e 3 cm em cada margem. Tempo: Início em Novembro e apresentação dos trabalhos em Abril. Critérios de avaliação: - o processo de pesquisa (prof. bibliotecário); - a apropriação individual da informação (prof.); - a qualidade dos textos no conteúdo da base de dados (prof.); - a estrutura dos textos e da base de dados (prof. Port. e de TIC); - a indicação apropriada da bibliografia utilizada (prof.); - a expressividade da “leitura imprevista” e o empenho nesta actividade (prof. prof. bib, prof. de TIC).
1ª etapa – Formação em literacia da informação:- Clarificar o sistema de classificação da BE (CDU) e elucidar sobre estratégias de pesquisa do ficheiro da biblioteca e da Internet;- Fornecer aos alunos um modelo de pesquisa em várias etapas (Big 6; Plus…). Local – Biblioteca. Tempo – 90 + 45 minutos da aula de Português. Responsável – Professor bibliotecário e Professor de Port. Trabalho colaborativo entre os professores 2ª etapa – Acompanhamento do processo de pesquisa dos alunos:- Acompanhar o início do processo de investigação, nomeadamente apoiando as fases de elaboração do plano de trabalho e de identificação das tarefas específicas a desenvolver em cada etapa. Local- Biblioteca. Tempo – 90+90 minutos da aula de Português. Responsável – Prof. de Português e Prof. bibliotecário.
Trabalho colaborativo entre os professores (cont.) - Aprofundar os conhecimentos de tecnologias da informação necessários à apresentação dos trabalhos em formato digital. Local- sala de TIC. Tempo – 90 minutos nesta fase e 90 na fase final. Responsável – Professor de TIC e Professor bibliotecário 3ª etapa – Acompanhamento do projecto ao longo do ano. Local – Biblioteca. Tempo – Ao longo do ano. Acertar horários com os grupos de trabalho, de modo a poder apoiá-los a todos. Responsável – Prof. Bibliotecário. 4ª etapa – Acompanhamento da apresentação dos trabalhos de cada grupo. Local – Sala de aula. Tempo – 90 + 45 minutos. Responsável – Professor de Português (é desejável a presença do prof. bibliotecário e do professor de TIC).