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AS FUNÇÕES MENTAIS SUPERIORES

AS FUNÇÕES MENTAIS SUPERIORES. PROGRAMA DO LIVRO TEXTO (PLT) Psicologia Jurídica FIORELLI , J.O & MANGINI, R..C. R.

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AS FUNÇÕES MENTAIS SUPERIORES

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  1. AS FUNÇÕES MENTAIS SUPERIORES PROGRAMA DO LIVRO TEXTO (PLT) Psicologia Jurídica FIORELLI, J.O & MANGINI, R..C. R.

  2. “Para explicar as formas mais complexas da vida consciente do homem é imprescindível sair dos limites do organismo, buscar as origens desta vida consciente e do comportamento ‘categorial’, não nas profundidades do cérebro ou da alma, mas sim nas condições extremas da vida e, em primeiro lugar, da vida social, nas formas histórico-sociais da existência do homem.” L. S. VYGOTSKY

  3. As funções mentais superiores (a síndrome de Pirandello) “As verdadeiras paisagens são as que nós mesmos criamos” Fernando Pessoa (2006,p.156) • CORPO, CEREBRO E MENTE, p.11 A psicologia trabalha com a realidade psíquica, elaborada pelo indivíduo a partir dos conteúdos armazenados na mente. Portanto, antes de apresentar as principais teorias em psicologia, convém desenhar um panorama sintético dos elementos de que dispõe a mente para construir a sua realidade.... 3

  4. António Damásio, chefe do departamento de neurologia da Universidade do Iowa, sintetiza a complexidade da investigação psicológica, quando afirma que “às vezes, usamos nossa mente não para descobrir fatos, mas para encobri-los.... Ainda que nem sempre de maneira intencional” (DAMÁSIO, 2000,p.49) 4

  5. Essas dificuldades torna o trabalho psicológico enriquecedor e deslumbrante. As técnicas de psicologia contribuem para que as pessoas identifiquem elementos desconhecidos por elas, que impulsionavam em direção a comportamentos indesejados, a incertezas e a angústias. Suas iniciativas de transformação bem- sucedidas constituem depoimentos da importância de se continuar a aperfeiçoar essa ciência, em franco desenvolvimento. 5 • p19 • MEMÓRIA, p.21.

  6. No capítulo, p.8 (PLT) se estabelece, pois como ponto de partida, uma visão sistêmica dos fenômenos mentais que concorrem para formar as imagensdas quais o cérebro se vale para compor os conteúdos com os com quais o psiquismo trabalha. Inicia-se a ligação com o real do direito por meio de três casos, que retratam situações semelhantes a milhares de outras que ocorrem continuamente. 6

  7. Por meio delas, o leitor poderá estabelecer um vínculo entre os comportamentos dos envolvidos nos conflitos nos relatados e o funcionamento dos mecanismos mentais no registro e interpretação dos estímulos que impressionam o cérebro e dão origem à realidade psíquica. 7

  8. FENÔMENOS DA PERCEPÇÃO, p16 Dois fenômenos da percepção a seguir descrito têm especial interesse para a psicologia jurídica: a relação figura-e-fundo e a ilusão. Outros fenômenos encontram-se descrito em detalhe em Fiorelli (2006,p.62-67). Todos eles recebem notável influencia do aprendizado e do uso de substancias psicoativas. 8

  9. 1.1 CORPO, CÉREBRO E MENTE Sem corpo não há mente, ensina Damásio(2004,p.226), contrariano Descarte (penso,logo,existo). Para a Ciência, e a psicologia, em particular, reconhecer que o humano constitui uma entidade total que inclui o corpo e a mente, na qual “o cérebro é a audiência cativa do corpo” (DAMÀSIO,2000,p.196) estimula reflexões conceituais e metodológicas de grande significado para o entendimento dos mecanismo que comandam o comportamento. 9

  10. O cérebro é o palco das funções mentais superiores; o que a mente comanda não ultrapassa os limites de funcionamento das estruturas cerebrais e as possibilidades dessas funções, por meio do processamento do que ali se encontra armazenamento. 10

  11. As funções mentais superiores (separadas apenas por motivos didáticos, porque constituem um todo integrado) constituem uma espécie de programação por meio da qual os indivíduos desenvolvem imagens mentais de si mesmo e do mundo que os rodeia, interpretam os estímulos que recebem, elaboram a realidade psíquica e emitem comportamentos. Aqui, são apresentadas a percepção, a memória, o pensamento, a linguagem e a emoção, esta, o pensamento, a linguagem e a emoção, esta, o maestro na orquestração dos comportamentos. 11

  12. ORGANIZAÇÃO PERPECTIVA DE FIGURA-E-FUNDO. A relação figura-e –fundo constitui uma tendência organizadora fundamental, comum a toda percepção. Ela possibilita, em qualquer conjunto de estímulo, eleger uma porção mais definida e organizada - afigura – com um coadjuvante. O cérebro sempre dá prioridade ao que ocupa o lugar de figura. 12

  13. O CONFLITO E AS PERCEPÇÕES, p.18 Nos conflitos, existem diferenças fundamentais de percepção entre os litigantes (relativo a litígio Dicionário Aurélio) . A figura de um pode ocultar-se no fundo percebido pelo outro ou, menos , existem diferenças marcantes de percepção a respeito do que seja a figura principal em uma demanda. Esse fenômeno aplica-se aos que conflitam e às eventuais testemunhas. (Fiorelli, Fiorelli e Malhadas 2006,p.43-46 e 111 – 115) estudam essa questão em profundidade. 17

  14. TENÇÃO, p19 A cada momento inúmeros estímulos chegam ao cérebro. A atenção possibilita selecionaralguns e descartar os restantes, por meio de células cerebrais especializadas, denominadas detectores de padrão (HUFFMAN; VERNOY; VERNOY,2003,p.125)

  15. Diversos fatores influenciam a atenção seletiva, como a emoção, a experiência, os interesses do individuo, as necessidades do momento etc. Tudo o que modifica a situação chama a atenção: um som mais alto, um movimento diferente, um brilho invulgar etc.

  16. MEMÓRIA, p.21 A memória “ a faculdade de reproduzir conteúdos inconscientes” ( JUNG, 1991,p.18), é desencadeada por sinais, informações recebidas pelo sentidos, que despertam a atenção. Se esta não acontecer, a informação não ativa a memória. 20

  17. Linguagem e pensamento P. 24 Por meio da Linguagem “ Homem transforma o outro e, por sua vez, é transformado pelas consequência de sua fala” GODO; LANE, 1999, p. 32). Palavras ajudam a pensar sobre pessoas e objeto não presente e, assim expande, restringem ou limitam o pensamento. Por meio da linguagem “o homem transforma o outro e por sua vez, é transformado pelas consequência de sua fala” (GODO; LANE,1999, p.32, apud. FIORELLI e MANGINI 2011, p.25),

  18. por meio de linguagem própria, adaptada da coloquial, com a inclusão de um sem-número de novos termos e significados. [...] Ela influencia e é influenciada pelo pensamento, estabelecendo-se um círculo de desenvolvimento. Quanto mais a linguagem, mais evoluído é o pensamento, e assim sucessivamente. Isto posto concluímos que podemos utiliza- lá nos Tribunais de Justiça.

  19. O pensamento é atividade mental associada com o processamento, a compreensão e a comunicação de informações MYERS,1999,p216) e compreende atividade mentais como raciocinar, resolver problemas e formar conceitos. Pouco se entende, ainda, de seus mecanismos. Diferença de pensamento e linguagem encontram-se, costumeiramente, na gênese de inúmeros conflitos.

  20. Desenvolvimento do pensamento p.26 Para Piaget, Suíça, 1896 – 1980, as pessoas desenvolvem a capacidade de pensar, passando por estágios, deste o nascimento, cada um deles apoiado no anterior. Essa evolução acompanha nitidamente o desenvolvimento anátomo- fisiológico das estruturas cerebrais daí a nutrição insuficiente provoca danos para a evolução do psiquismo.

  21. Ao primeiro deles, Piaget denominou “ estagio sensório motor” do nascimento até o final do segundo ano de vida aproximadamente, onde acontece a descoberta do mundo e de si mesmos, fisicamente, pela criança. O domínio do corpo é incompleto e inicia-se aquisição da linguagem. No estágio, chamado de “pré – operacional” aproximadamente do terceiro até o sétimo anos, a criança inicia a solução de problemas com objetos concretos; até o final do quinto ano, a maioria utiliza a mesma linguagem empregada pelo adulto em seu ambiente. A aquisição da linguagem significa o inicio da capacidade de abstração. Surgem brincadeiras imaginativas e a criança começa a representar a realidade com figuras. Egocêntricas, vê o mundo a partir de suas perspectivas e confia cegamente no sensorial. Entre o sétimos e o décimo primeiro anos , aproximadamente, a criança atravessa o estágio operatório- concreto, em que passa a dominar uma estrutura logica e perde a confiança cega no sensorial. Expande-se a capacidade de distinguir aparência de realidade, características temporárias de permanentes. Ela tende a resolver problemas por ensaio e erro, porem persiste a dificuldade para lidar racionalmente com ideias abstratas . Veja o Caso 1.4 – No varal fica fácil (PLT, p. 27)

  22. No estágio de operações formais, que se inicia após os 11 anos, a criança desenvolve a capacidade de compreensão lógico- abstrata, de pensar sobre o pensamento, pensa a respeito do que pensa. Consegue gerar alternativas para os problemas e confrontar mentalmente suas soluções permitindo abandonar a técnica de “ensaio e erro”. Ao final deste estágio, atinge a capacidade mental do adulto. Talvez evolução continua por toda a vida, inclusive em idades avançadas, desde que exista estimulação, ainda que o organismo apresente dificuldades motoras e sensoriais. A evolução do pensamento acompanha a evolução anatômica, fisiológica e psicológica do individuo. (grifo meu) Do concreto para o abstrato; Do real para o imaginário; Da análise para síntese; Do emocional para o racional.

  23. Pensamento, linguagem e conflitos Os conflitos iniciam-se cornificam pela impossibilidade dos litigantes de lidar com mudanças. São limitações imposta pelo pensamento e pela emoção. Isso acontece de maneira repentina, aguda, como no caso 1.1 em que as pessoas não se dão tempo para refletir, ou de modo crônico, acumulativo, como no caso 1.2. A limitação do pensamento provém do fato de ele obedecer a esquemas mentais já estabelecidos, que conduzem à tendências de aplicar, novas situações já praticadas em casos semelhantes. A linguagem, por outro lado, influencia no que e como se pensa p que passaria despercebido em condições habituais pode ser o estopim de acentuar um conflito. [...] Diferença e incompatibilidade entre pensamentos e linguagem, que contribuíram para estabelecer e manter conflitos, mais tarde, tornar-se-ão empecilhos para a solução satisfatórias.

  24. Emoção o conceito de KAPLAN e DADOK, (1993, p. 230 apud FIORELI E MANGINI, 2011, P.30) Conceituam emoção como “um complexo estado de sentimento, com componente somático, psíquico e comportamentais , relacionado ao afeto e ao humor”. • Afeto é a experiência da emoção observável, expressa pelo individuo; ele apresenta correspondente nos comportamentos: gesticulação, voz etc. O humor é experimentado subjetivamente (1993, p. 230 -231 apud FIORELI E MANGINI, 2011, P.30) e dele somente se pode obter informação questionando- se a pessoa, pois se trata de experiência interior, subjetiva, que tem a ver com a percepção de mundo do indivíduo. • Damásio (2004, p.54 apud FIORELI E MANGINI, 2011, P.31 ) denomina de “emoções sociais” as seguintes: simpatia, compaixão, embaraço , vergonha, culpa, orgulho, ciúmes, inveja, gratidão, admiração, espanto, e desprezo. Todas podem estar presente na gênese, na manutenção e no agravamento de conflitos. • Emoção positiva ou relacionadas com prazer; • Emoção negativa, relacionada com a dor ou desagrado. • As emoções “usam o corpo como teatro..., mas também afetam o modo de operação de inúmeros circuitos cerebrais” (DAMASIO, 2000, p.75 apud apud FIORELI E MANGINI, 2011 FIORELI E MANGINI, 2011)

  25. Medo (PLT, p.36) Frequente no cardápio emocional do cotidiano social contemporâneo, intenso ou apenas percebido, o medo recebe grande influência de condicionamento, associados a situações ameaçadoras (LENT, 2001, p.659)o . Segundo Lent, “o sentimento normal de medo é uma emoção de intensidade e duração variável entre sobressalto e a ansiedade” (LENT, 2001, p.660). A constância dos estímulos que ocasionam pode levar a um perigoso “desligamento” do psiquismo à maneiras dos que convivem com tiroteios próximo de suas residências ou, maneira oposta, à ansiedade patológica. O medo gera conduta estereotipadas, aumenta o estado de alerta e o tensionamento da musculatura. A frequência cardíaca acelera; há vasoconstrição cutânea para o fortalecimento da musculatura e alimentação adicional do sistema nervoso. O organismo prepara-se para o conflito, por meio de extensa e intensa movimentação fisiológica. Os efeitos sobre as funções mentais superiores são notáveis e, obviamente, a atenção concentra-se nos estímulos associados ao próprio medo.

  26. Raiva A raiva gera conduta inadequada e consome as energias. Homem e mulheres costumam reagir de maneira diferente a essa emoção. Ela pode seguir- se ao medo; não é invulgar que a raiva do outro resulte de uma transferência, para ele, da raiva o individuo sente de si incapaz de se enfrentar, deslocar para algo ou alguém esse sentimento.

  27. Paixão A paixão é um notável força interior que domina o individuo. O que mais surpreende na paixão é o poder que proporciona ao objeto. O dominado não percebe a extensão dessa dominação e são reconhecidas as situações em que o apaixonado, ao contatar o fracasso, consuma o “ crime passional”. Não há nobreza nesse crime: o motivo reflete um pensamento limitado, egoísta e perverso. São inúmeros casos em que a paixão vulnerabilidade o apaixonado para a chantagem. Nas empresas, quando isso acontece com um superior hierárquico, dominado pela paixão que nutre por pessoa subordinada, observa-se o regozijo (velado) de superiores, colegas e subalternos com seu sofrimento e humilhação. Abandonado no palco empresarial, o indivíduo torna-se desprotegido Pierrô de um carnaval perverso sem a quarta- feira próxima que o redima. O caminho inverso é o assédio sexual, quando o superior aproveita- se de sua posição. O suicídio corresponde à situação em o individuo, por não obter o objeto do desejo desloca o desespero para ele mesmo. Morre, em lugar de matar.

  28. INVEJA (PLT, p. 41) A inveja como uma das emoções sociais. Associas- se ao conhecido fenômeno da relatividade da alegria. Essa dolorosa emoção traz a grande chance de proporcionar, àquele que a degusta, um sofrimento que em nada contribui para diminuí-la. Seu aspecto positivo encontra-se na situação em que ela desperta a motivação para a ação proativa. A pessoa, por exemplo, trabalha conquistar uma posição melhor, social ou financeira, e assim conquistar objeto da inveja ( um veiculo, uma propriedade, um cônjuge etc.). O lado negativo evidencia-se quando o método de conseguir a satisfação constitui um delito, ou manifesta na forma de comportamento que, mesmo não delituoso, provocam dor e sofrimento no próprio individuo e/ ou no outro . Na impossibilidade de eliminar a torturante diferença, o invejoso opta por prejudicar quem lhe provoca inveja essa emoção negativa.

  29. Alegria (PLT, p. 41) Esta emoção propicia a abertura para sensação de felicidade a qual na perspicaz visão de Damásio, contribui uma emoção de fundo. Ela contagia, amplia a recepção, estimula a memória, flexibiliza os esquemas de pensamento e abre espaço para comportamentos cooperativos. Infelizmente, assinalam muitos estudiosos, é difícil de ser mantida e oscila da mesma forma que o sentimento de felicidade. [...], pessoas que buscam a infelicidade de outro acreditando que isso lhes trará alegria e, em decorrência, infelicidade o paradoxo da vingança: se mal sucedida, torna a pessoa ainda mais infeliz; se bem- sucedida, o sentimento de gozo esgota- se rapidamente e é substituído pelo vazio que a raiva não preenche.

  30. Explosão emocional (PLT, p. 42) Pode- se pensar na emoção como um combustível que corpo acumula... Até a explosão emocional caso não encontre alguma forma de consumi-lo. Choro convulsivo, depressão profunda, sinais fisiológicos de ansiedade, comportamentos agressivos constituem exemplos de como a emoção represada rompe os diques de contenção que o psiquismo estabelece . O tsunami emocional passa e o indivíduo retoma o controle de seus comportamentos. Uma estratégia padrão para lidar com a explosão emocional é, simplesmente, não reagir a ela. Se o profissional do direito ou o psicólogo igualam-se ao cliente nessa manifestação, no mínimo, comprometem a relação de confiança. Transfira para o dia a dia no trabalho, na escola, nos relacionamentos etc....

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