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Transtorno Esquizofrênico. A alienação mental, sob qualquer aspecto considerada, constitui tormento de grande porte, em face da distorção da realidade que envolve o paciente.
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A alienação mental, sob qualquer aspecto considerada, constitui tormento de grande porte, em face da distorção da realidade que envolve o paciente.
Incapaz de compreender as ocorrências existenciais, arma-se de revolta e de animosidade contra tudo e todos, em mecanismo inconsciente de defesa, de modo a enfrentar quaisquer situações de maneira agressiva, sem idéia das conseqüências que advirão.
Apresentando-se em qualquer período da existência física, tem caráter hebefrênico, quando atinge os jovens em plena adolescência, neles produzindo alterações na área da afetividade, estados de regressão, hipocondria...
Na idade adulta, expressando-se de maneira perversa, induz a vícios e dependência alcoólica, ou deles decorrentes, à perda da sensibilidade afetiva, da lucidez racional lógica, encarcerando o paciente em conflitos íntimos tormentosos, que o levam a delírios e à agressividade inesperada.
Na mente distorcida em que se encontra o paciente, a realidade comparece de maneira mágica e perturbadora, apresentando quadros terrificantes que impelem à violência como consequência do terror que se lhe instala.
Pode apresentar-se de um para outro momento, ou desenvolver-se lentamente, sempre grave a dissociação entre os sentimentos e a inteligência, isto é, acontecem as alterações afetivas enquanto ainda se expressam relativamente bem as faculdades intelectuais.
Há uma grande variedade de sintomas, porquanto alguns pacientes apresentam distúrbios na esfera moral, levando-o a atos delituosos, enquanto outros sofrem de despersonalização, não mais identificando-se ou deixando-se desintegrar, indiferentes, na área psicológica.
Normalmente apresentam-se perturbações da conduta, exteriorizando-se de maneira bizarra e esdrúxula, traduzindo a desagregação mental.
De alguma forma, no começo, em forma psicastênica progride até ao estado de adinamia funcional, adicionando-se obsessões, fobias, escrúpulos, remorsos, conflitos contínuos.
Podem ser classificados diversos tipos de perturbações características da conduta esquizofrênica: rigidez, desagregação do pensamento, incoerência, ideias delirantes, entre as quais as de perseguição.
São inumeráveis as causas etiopatogênicas, variando, desde aquelas de aspecto morfológico, às fisiológicas, propriamente ditas, assim como as de natureza psicológica.
Diferentes escolas psiquiátricas apresentam as suas causas e discutem-nas com vigor, procurando, cada uma tornar-se determinante, sem a inclusão de outras correntes, igualmente valiosas.
No caso, por exemplo, da tese sulivaniana, com exceção dos casos comprovadamente orgânicos, a esquizofrenia é um distúrbio nas relações interpessoais, que se constitui a partir de intercâmbios humanos desfavoráveis no início da vida, consistindo em um estado de pânico ante a realidade, desse modo fugindo o paciente para o autismo.
Sob outros aspectos, as heranças genéticas, as enfermidades infecto-contagiosas, os traumatismos cranianos respondem por fenômenos orgânicos que se enquadram nas teorias que se referem às constituições corporais leptossômicas, atléticas e displásicas.
Alguns autores, como Leopold Bellak, referindo-se que, do ponto de vista psicossomático, podem-se enumerar as predisposições somáticas, sociopsicológicas e as causas precipitantes psicológicas.
Em face da variedade de conceitos, conclui-se que isso decorre da diferença existente entre um e outro paciente, demonstrando a multiface do problema esquizofrênico.
De acordo com a manifestação que ocorre no enfermo, a causa poderá estar embutida em determinadas funções orgânicas, portanto, fisiológicas, como procedentes de conflitos psicológicos não superados.
E inegável que a sequela de enfermidades já referidas, infecto-contagiosas, como a tuberculose, a sífilis, a AIDS, as sexualmente transmitidas, podem levar o indivíduo de constituição emocional débil, ao mergulho no pensamento esquizofrênico, em decorrência do sofrimento experimentado, da falta de esperança de cura, da rejeição social, da solidão a que se entrega.
Em qualquer hipótese, porém, em que seja examinado, o paciente esquizofrênico é um espírito que perdeu o endereço de si mesmo, carregado de culpas transatas, que procura refugiar-se na alienação, através, naturalmente, dos fenômenos orgânicos e psicológicos que foram impressos pelo perispírito nos genes encarregados da sua organização biológica.
Eis por que, esses espíritos conflitivos sempre reencarnam através de pessoas que tenham os fatores preponderantes para a formação fisiológica propiciatória à instalação do transtorno psicótico profundo.
Através da lei de afinidade, aqueles que estão comprometidos perante as Divinas Leis reencarnam-se em grupos familiares, afetuosos ou não, de maneira a resgatarem juntos os débitos acumulados.
Surgem, desde a infância, os ódios, os dramas e conflitos familiares, as exclusões, as perseguições, os castigos físicos injuriosos, que desencadeiam as reações psicológicas predisponentes ao distúrbio grave.
Quando se compreender que o espírito é sempre o encarregado de modelar a existência que lhe é mais favorável, dispor-se-á de elementos para estudos mais profundos em torno da loucura e suas variantes, cujas raízes estão fixadas no cerne profundo do ser.
Manias e suspeitas, insegurança e complexos de inferioridade como de superioridade, narcisismo, timidez, tormento sexual estão centrados em comportamentos anteriores do espírito, que não soube conduzir-se com a necessária dignidade, defraudando os códigos da vida, mesmo que sem o conhecimento das demais pessoas.
O importante não é que a sociedade tome conhecimento do deslize moral do ser humano, mas que ele o saiba, levando-o inserido no inconsciente, que lhe constitui o juiz severo encarregado de liberá-lo das consequências dos atos infelizes.
Somos, portanto, da opinião de que as problemáticas dessa como de outra natureza, derivam-se dos processos reencarnatórios malsucedidos, reaparecendo como oportunidade de liberação dos erros e identificação com a vida e o equilíbrio.
Saúde mental, tanto quanto física, é resultado da harmonia que deve viger entre o Self e o ego, estabelecendo-se uma real identificação de finalidade existencial e cumprimento dos deveres de iluminação e de paz interior.
Livro: Encontro com a Paz e a Saúde Joanna de Ângelis (Espírito) Divaldo Franco (Médium)