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USOS (IMPORTÂNCIA) DAS ESTATÍSTICAS DE MORTALIDADE. RUY LAURENTI São Paulo, 2012. “As causas de morte declaradas nos atestados de óbito representam a fonte individual mais importante sobre doenças, nos níveis nacional, regional e local para o conjunto da população” Editorial
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USOS (IMPORTÂNCIA) DAS ESTATÍSTICAS DE MORTALIDADE RUY LAURENTI São Paulo, 2012
“As causas de morte declaradas nos atestados de óbito representam a fonte individual mais importante sobre doenças, nos níveis nacional, regional e local para o conjunto da população” Editorial Americam Journal of Public Health February, 1987.
“Estatísticas de mortalidade embora largamente utilizadas são muito criticadas, entretanto são de longe a únicas estatísticas médicas disponíveis, sendo que os dados de mortalidade são bastante utilizados em pesquisas médicas, monitoramento de saúde pública bem como no planejamento e avaliação da atenção à saúde. Elas são baratas, compreensíveis e disponíveis em grande número de países e são coletadas segundo normas estabelecidas e cobre longo período de tempo” Johansson, L. A. Targeting Non-vious Erros in Death Certificate. Dissertation presented at Uppsala University for the Degree of Doctor of Philosophy, Facult of Medicine, Uppsala, Sweden, 2008.
ESTATÍSTICAS DE MORTALIDADEO InícioA - Graunt • Londres final do século XVI (1592). • Registros Paroquiais e a Peste. • Lista de Mortalidade (London Bills of Mortality). • 2 tipos de uso: • Imediato, de vigilância: quantos morriam de peste. • Longo prazo, mais geral e que servia para caracterizar os padrões de mortalidade da população (Indicador de Saúde). • Graunt, 1662: “Natural and Political Observations Made Upon the Bills of Mortality”. • Causas de morte: Lista com 83 causas.
B - FARR • William Farr, primeiro médico estatístico do “General Register Office”, da Inglaterra (1838). • Os mais diferentes aspectos das estatísticas de mortalidade (causas X idade X sexo X ocupação e outros). • Preocupação com a qualidade do dado e com a comparabilidade. • Um mesmo atestado de óbito e uma mesma classificação de causas de morte. • Relacionamento do social com as causas de morte. • 1855 publicou o volume de “Estatísticas Vitais”.
MORTALIDADE x MORBIDADE • Morbidade seria melhor que mortalidade. • Mortalidade foi de grande utilidade quando o enfoque da Saúde Pública eram as DIP. • Mortalidade: só uma causa. • Morbidade inclui as doenças não mortais e que podem apresentar grande demanda em serviços de saúde. • Interesse grande nos países desenvolvidos. USA, 1955: “Health Survey Act”. • Os dados eram (e ainda são) mais sobre queixas, sintomas e sinais e não sobre doenças. • Não haviam dados para pequenas áreas. • Moriyama: a necessidade para dados de diagnósticos (causas) bem como a necessidade de dados para áreas menores provocou um interesse renovado para estatísticas de mortalidade.
Usos das Estatísticas de Mortalidade • Avaliar a situação da saúde. • Avaliar programas de saúde. • Vigilância epidemiológica. • Análise de tendências. • Epidemiologia descritiva. • Estudos retrospectivos. • Estudos prospectivos. • Mortalidade Evitável. • Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP). • Causas múltiplas de Morte. • Usos pelo Setor Econômico. • Avaliação do impacto dos fatores de risco. • Medidas Resumo ou Sintéticas (Carga da Doença). • Outros Usos.
Usos das Estatísticas de Mortalidade 1 – Avaliar a situação da saúde. • Uso clássico e tradicional: conhecimento das causas de morte. • Indicador de saúde: mortalidade infantil, materno, por doenças infecciosas, por DCV e outros. • Vida média, vida média sem incapacidades e livre de doenças. • Uso para comparações entre áreas, municípios, estados e países.
Mortalidade - São Paulo Óbitos p/Residênc por Capítulo CID-10 Município: São Paulo Período:2010 Capítulo CID-10 Óbitos % I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 2825 4,0 • Neoplasias (tumores) 13846 20,0 • III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár 2370 3,0 • Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 3138 4,0 • Transtornos mentais e comportamentais 886 1,0 • Doenças do sistema nervoso 2278 3,0 • VII. Doenças do olho e anexos 1 0,0 • VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 6 0,0 • Doenças do aparelho circulatório 22822 33,0 • Doenças do aparelho respiratório 8516 12,0 • Doenças do aparelho digestivo 3850 5,0 • XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 2150 3,0 • XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 3500 5,0 • XIV. Doenças do aparelho geniturinário 1715 2,0 • XV. Gravidez parto e puerpério 950 1,0 • XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 1146 2,0 • XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas 610 1,0 • XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 1200 2,0 • Causas externas de morbidade e mortalidade 6417 9,0 • Total 70153 100,0
2 – Avaliar programas de saúde • Vacinação: poliomielite, difteria, sarampo e outros. • Mortalidade por DIC: o declínio nos USA e a seguir em outros países. • Câncer de colo de útero e de mama. • Câncer de pulmão. • Outros
3 – Vigilância Epidemiológica • Nível local. • Informação semanal ou mensal (ou até mesmo diárias) a partir das DOs. • Dengue, febre amarela, cólera, raiva, AIDS e outros. • Cálculos de letalidade.
4 – Análise de tendências • Mortalidade por causas: DCV, câncer de mama e outros. • Mortalidade infantil: neonatal, neonatal precoce. • Mortalidade materna.
5 – Epidemiologia descritiva • Magnitude de uma causa de morte em relação a tempo e espaço. • Mortalidade diferencial por sexo, idade, características socioeconômicos, etc. As diferenças observadas podem, e frequentemente o fazem, sugerir hipóteses. • Exemplo: mortalidade por japoneses e seus descendentes nos Estados Unidos e em São Paulo.
6 – Estudos retrospectivos • Grupo de casos com a doença comparado com outro semelhante mas sem a doença. • Exemplo clássico: Doll e Hill; Haenszel e colabs sobre hábito de fumar e a mortalidade por câncer de várias localizações especialmente o de pulmão.
7 – Estudos prospectivos • Hipótese sobre uma doença. • Coleta de dados (óbito) para duas populações bem definidos: grupo experimental e grupo controle. • Essas duas populações são seguidas (coortes) até que ocorra a morte e verifica-se a causa. • Estudos de Doll e de Knox e colabs. que analisaram duas populações: • Uma trabalhava com asbestos. • Associação com câncer de pulmão (óbitos) naqueles que trabalhavam com asbestos.
8 – Mortalidade evitável • Mortes que poderiam ser evitadas por meio do sistema de assistência à saúde, quer por meio da prevenção quer por meio de tratamento. • É uma maneira de se medir a qualidade atenção à saúde. • Mutável no tempo.
9 – Anos potenciais de vida perdidos (APVP) • Importância relativa dos diferentes causas de morte para uma determinada população em função do momento da ocorrência, isto é, a idade. • Calculo: totalizar o número de mortes, em cada idade (por exemplo entre 1 e 69) para causa ou grupo de causas, multiplicando pelos anos restantes de vida até, no caso, a idade de 70 anos.
10 – Causas múltiplas de morte • Utilizar todos os diagnósticos declarados pelos médicos em qualquer posição da DO (Parte I e Parte II). Isto é: causa básica e todas as outras. • Associação de doenças: DIC x HA; AVC x HA; C. Ext. x Natureza da lesão. • Frequência total de doenças e não apenas a causa básica para avaliar a importância na mortalidade.
11 – Uso pelo setor de Economia • Impacto econômico ou os custos de determinada doença, principalmente nos casos de mortes evitáveis ou precoces. • WHO Guide to Identifying the Economic Consequence of Disease and Injury. WHO, Geneva, 2009.
12 – Avaliação do impacto dos fatores de risco • Existem em numerosos países a informação sobre a frequência de fatores de risco na população. • Como cada um deles influencia na morte por determinada doença. • Estudo dinamarquês.
13 – Medidas resumo ou Sintéticas de Saúde. Combinam informações sobre mortalidade e resultados não fatais de doenças, criando um único número ou valor para representar a saúde da população. Apresentam duas grandes categorias: • expectativa de vida saudável. • expectativa da falta de saúde. Daly – Disability Adjusted Life Years (Anos de vida ajustados para incapacidades)
14 - Outros usos • Setor educação: causas de morte em escolares e pré-escolares. • Avaliação de programas de saúde em escolas. • Doenças profissionais. • Outros