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Mobilidade internacional e retorno de cientistas portugueses. Margarida Fontes INETI/DMS. 2ª Conferência Nacional sobre Emprego Científico – 13 Outubro 2006. Abordagem. Ligação óbvia: condições retorno / emprego cientifico
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Mobilidade internacional e retorno de cientistas portugueses Margarida Fontes INETI/DMS 2ª Conferência Nacional sobre Emprego Científico – 13 Outubro 2006
Abordagem • Ligação óbvia: condições retorno / emprego cientifico • Contexto: debate sobre impacto da mobilidade científica em países com sistemas de C&T mais fracos • Questão do retorno ao país de origem Caso de Portugal – paradigmático! • Importância de informação & debate para correcta formulação dos problemas e definição de políticas Portugal: escassez dados/ ideias feitas / debate?? • Investigação exploratória caso português: • Recolha preliminar de dados (nova metodologia) • Base empírica limitada mas 1ºs resultados interessantes!
Mobilidade científica ou fuga de cérebros ? • Mobilidade é parte dos processos contemporâneos de produção e circulação transnacional de conhecimento • Crítica à ênfase excessiva na “fuga cérebros”: relação linear entre mobilidade e transferência de conhecimento... “Circulação de cérebros”: • Saída nem sempre perda líquida ou retorno ganho líquido! • Retorno sem condições vs. não retorno imediato, mas ligação ao país -> redes científicas de “diáspora” • “Migração” vs. ciclos de mobilidade ao longo da carreira. • Mas fluxos demasiado desequilibrados prejudiciais para países com sistemas C&T fracos • Principal risco: perda de cientistas mais prometedores
Portugal: mobilidade internacional • Vista como oportunidade: • Aquisição conhecimento avançado em novas áreas • Exposição a contextos de excelência • Integração em redes científicas Perspectiva: • Elevado investimento formação avançada de cientistas... • ... retorno & aproveitamento capital humano/social Resultados? • Contribuiu p/ desenvolver e internacionalizar ciência • Mas...dificuldade crescente em atrair / reter cientistas • Problema tende a ser minimizado no discurso político Ausência de informação!
Análise impacto mobilidade ? • Portugal: Falta de informação sobre a situação real • Ideias feitas: “maioria regressa” – dados??? (escassos!) • Mas quem regressa (qualidade/areas/evolução) ? E sobretudo QUEM NÃO regressa e PORQUÊ ? Importante compreender: • Extensão e contornos do fenómeno de não retorno • Qualidade vs. quantidade: perda de cientistas mais prometedores tem maior impacto no sistema • Cientistas “expatriados”: • Situação, perspectivas e motivações • Grau de ligação com o país / papel na criação e manutenção de “redes de diáspora”
Necessário saber mais! Mais informação indispensável para: • Permitir debate informado • Obstar à “negação” do problema a nível político • Suportar definição de políticas adequadas: • apoio ao retorno (tímidas e falhando o alvo...) • reforço redes de diáspora (vs. voluntarismo) • Sucesso em promover & aproveitar retorno de talentos ou as redes de expatriados não se pode dissociar do grau de absorção / nível de desenvolvimento do sistema C&T nacional Políticas ajustadas = formulaçãocorrecta do problema Ultrapassar ausência dados: Investigação exploratória!
Investigação exploratória • Foco na qualidade: Metodologia p/ identificar e localizar cientistas produtivos em domínios/organizações de ponta Inventores portugueses em patentes pedidas por organizações estrangeiras em biotecnologia (residentes no estrangeiro à época da patente) • Patentes medida de produtividade científica em sectores baseados na ciência (medida alternativa: publicações...mas não utilizáveis para este fim) • Biotecnologia: proximidade da ciência / crescimento patentes académicas / forte investmento formação no estrangeiro / elevada mobilidade / atracção centros de excelência internacionais. Método • Identificação de cientistas/inventores e sua localização • Recolha de informação preliminar sobre: a) situação e trajectórias; b) atitude em relação ao país de origem
Amostra • Indentificação: • Total 126 patentes com PT como inventores (1997-2005) • 97 casos de pedidos estrangeiros/ inventores fora país • Unidade análise: 59 (55) inventores portugueses • Pesquisa exaustiva na Net permitiu localizá-los: • 41 no estrangeiro(77.4%) [+2 não encontrados] • 12 regressados a Portugal(22.6%) ...e obter dados para começar a traçar trajectórias. • Inquérito: percurso / perspectivas / laços • Resp= 37:29 no estrangeiro + 8 regressados • 72.5% taxa resposta + extensos comentários!
Situação actual cientistas/inventores Localização actual (país) Situação profissional Grau mobilidade
Cientistas/inventores expatriados: quem são ? População inventores biotecnologia (55): • Várias gerações: cientistas estabelecidos, por vezes em posições seniores; post-docs; a terminar PhD. • Sobretudo em IC&Ts, mas pequeno grupo em empresas ou envolvidos em spin-offsacadémicos. • Destinos: predomínio US, UK e França. • Elevada mobilidade entre organizações e países: circulação intensa entre Europa e US. • Frequenteslaços com PT & evidência de “diasporas” em actividade (ex: Cambridge; Paris /INSERM). • Perfis muito genéricos: necessário completar c/ dados adicionais & qualitativos (inquérito + novo projecto).
Respondentes ao inquérito: perfil Idade Posição 13.8 Primeira saída país Basicamente 2 gerações: Maioria: jovens (30/35); post-docs; mobilidade recente (mid-90s/2000) Pequeno grupo de cientistas mais velhos em posições seniores.
Expatriados: Perspectivas de regresso De portugueses só temos a nacionalidade, somos investigadores sim, mas do mundo. Somos portugueses quando se fala de estatísticas. Portugal poderia aproveitar melhor os seus recursos... [post-doc]
Regressados: Porque regressou ? Futuro ? 5 pretendem ficar em PT 3 pretendem voltar a sair (1 já saiu)
Expatriados: Tipos de relações mantidas Com relações de qualquer tipo 76% “Tradição” de ida de portugueses para sua instituição: 70%
Conclusões preliminares Geração mais nova: • Tende a ficar no estrangeiro após PhD • Maioria não prevê voltar, pelo menos a curto prazo • Desejo de regressar e “dar contribuição” moderado por avaliação das dificuldades • Pragmatismo mas alguma frustração... Geração mais antiga (senior): • Estabelecida e sem intenção de regressar • Contribuição materializado em variedade laços • Alguma evidência de “redes de diáspora” Globalmente: baixa propensão para regressar …
Conclusões: Geração a não perder ? • Resultados não generalisáveis para população ... • ... masobjectivo:focarcientistas produtivosemárea científica c/ forte atracção centros excelência • Relutância em voltar prevalecente entre os que: • Têm oportunidade ficar em centros excelência • Têm mais a perder se voltarem sem condições • Podem dar contribuição importante na sua área • Mais que “brain-drain” perda de uma geração ? • Geração 30s: a chegar a estádio vida/carreira onde se tomam decisões de futuro... • Ter em conta na definição políticas de mobilidade! • Aprofundar investigação sobre comportamento!
Vozes: Quem não volta... E com satisfacao que fico a saber que alguem se interessa sobre o destino dos investigadores portugueses que por falta de oportunidades deixam o país. O meu cepticismo tem sido comprovado pelas noticias que recebo de colegas que ao contrario de mim decidiram um dia voltar a Portugal para tentar a sua sorte. A maioria estagnou profissionalmente com a falta de oportunidades e emprego estavel. Sem as garantias necessarias sera impossivel voltar, uma vez que para alem do aspecto profissional muitos de nos temos uma vida familiar que nao podemos comprometer.
Vozes: Quem volta contrariado... A minha volta para Portugal tem a ver com assuntos puramente do foro pessoal, caso contrário não era minha intenção voltar de imediato. Isto porque é bastante difícil arranjar bolsas para projectos em Portugal e há menos instituições a que se pode recorrer [...] Para cientistas que queiram um dia dedicar-se a um emprego numa empresa as hipóteses são praticamente inexistentes. Portugal é sempre a ‘minha casa’ mas é bastante triste que haja tanto interesse em formar doutorandos sem considerar a realidade de que simplesmente não há emprego para tanta gente, se um dia todos pretenderem regressar ao país!