290 likes | 682 Views
MÉTODOS DE ENSINO. Para o ensino dos esportes, artes e cultura. O que é método .
E N D
MÉTODOS DE ENSINO Para o ensino dos esportes, artes e cultura
O que é método • FERREIRA (1986): do grego méthodos, "caminho para chegar a um fim". Caminho pelo qual se atinge um objetivo. Programa que regula previamente uma série de operações que se devem realizar, apontando erros evitáveis, em vista de um resultado determinado; processo ou técnica de ensino. Formado por meta, que é sinônimo de "para", e hodos, similar a "caminho". Isso equivale a dizer que é o caminho para, ou ainda sugere a idéia de prosseguimento.
LIBÂNEO (2002) afirma que método de ensino é a ação do professor, ao dirigir e estimular o processo de ensino em função da aprendizagem dos alunos, quando utiliza intencionalmente um conjunto de ações, passos, condições externas e procedimentos.
Conforme CLENAGHAN e GALLAHUE (1985): • o professor, sua experiência, sua personalidade, seus valores e suas metas de aprendizagem; o aluno, sua maturidade, sua conduta diante das atividades e seu interesse e, ainda, o meio, isto é, o lugar, o tempo e as condições de segurança para execução das atividades. CLENAGHAN e GALLAHUE conceituam dois tipos de métodos pedagógicos: o método direto e o método indireto. O primeiro é considerado como tradicional e está centrado no professor, que é o responsável por tomar as decisões em torno do que, como e quando o aluno deverá realizar a atividade. Já o método indireto consiste em o aluno ter liberdade de realizar tarefas e atingir suas metas sem a imposição do professor.
Como uma terceira opção de método pedagógico, CLENAGHAN e GALLAHUE (1985) apresentam a combinação do método indireto com o direto, ressaltando a possibilidade de explorar os aspectos de vantagem em cada método. A seqüência desse método é: 1° exploração livre, 2º exploração guiada ou orientada, 3º resolução progressiva do problema e 4º treinamento específico.
Método parcial ou analítico Esse método consiste em ensinar uma destreza motora por partes para, posteriormente, uni-las entre si. A destreza motora pode ser subdividida segundo o modo pelo qual as partes serão ligadas posteriormente (XAVIER, 1986)
Método global ou método complexo • Para XAVIER (1986), o método global ou método complexo consiste em ensinar uma destreza motora apresentando o seu conjunto. No caso dos fundamentos do chute ou do arremesso, esses deverão ser ensinados sem a intervenção inicial do professor. Isto é, primeiramente haverá a execução do gesto de modo completo, e, se for necessário, o responsável pela aula contribuirá nas próximas repetições desse fundamento. Pelo método, é possível acontecer um jogo em que poderão ser observados os fundamentos técnicos dos esportes de forma global e em conformidade com a idade e a modalidade desportiva, entre outras variáveis.
Método misto Para XAVIER (1986), esse método consiste na sincronia dos métodos global-parcial-global. Primeiramente acontece a execução do gesto como um todo. Em seguida, o gesto é parcializado com o objetivo de proceder a "correções" do movimento ou dos movimentos. Finalmente, volta-se à prática completa dos movimentos. Desse modo, a segunda parte servirá, com base no que foi observado no primeiro momento, para que o professor faça a demonstração do exercício e, assim, a partir da terceira parte, aconteça o gesto completo. Trata-se de uma metodologia bastante rica sob o ponto de vista didático, com mais fatores positivos do que negativos.
Método global em forma de jogo ou método de confrontação • Para entendermos esse método, basta que haja a prática do desporto ou da modalidade como um todo. Isto é, parte-se do princípio de que se aprende um desporto através do próprio jogo. Conforme DIETRICH (1988), o método da confrontação se dá sob o lema "jogar, jogar, jogar!" Esse autor alerta, porém, que há uma "displicência metodológica", uma vez que não se verifica um planejamento bem estruturado. Não acontece um desmembramento do jogo em elementos isolados. Devemos imaginar uma concepção simpática que preconize ser absurdo querer dividir metodicamente um jogo esportivo, porque com essa divisão o todo deixaria de existir.
Método em série de jogos • Esse método tem muitas semelhanças ao global em forma de jogo, até mesmo na terminologia. No entanto, na prática ele pode ser entendido mais facilmente. Para colocá-lo em ação, pode-se, por exemplo, estabelecer que serão feitos pequenos jogos, e em cada um será trabalhado um dos fundamentos técnicos do esporte. Um jogo de cinco minutos, em que deverá ser trabalhado somente o passe ou os tipos de passes, dependerá da realidade do grupo. Em outro jogo, poderá ser feito o passe somente após o aluno ter feito o drible. Noutro, o gol poderá ser feito somente de cabeça. No próximo, apenas três toques na bola (o terceiro, obrigatoriamente, deve ser um chute a gol). Em um novo jogo, poderá receber a bola somente aquele aluno que fez uma finta.
Método recreativo • Sem dúvida, esse é o método, se não o mais em voga na atualidade, o mais popular adotado na iniciação dos esportes. São muitos os livros que apresentam atividades recreativas para o ensino dos mais variados conteúdos nas aulas de educação física. Muitos estudiosos o defendem em suas teorias. A adoção desse método se faz presente em todas as realidades e níveis dos esportes. Essa é a constatação que fizemos quando observamos aulas e treinamentos de equipes de competições. Porém, é claro, na realidade do alto nível a quantidade de treinos com ênfase lúdica é proporcionalmente menor. No entanto, nem por isso menos importante.
Método transfert • Método proposto por Bayer (1994), na Europa, com jogadores de handebol. Adotando-o, poderemos trabalhar mais de uma modalidade desportiva na mesma atividade, associando-se gestos técnicos desses esportes. Assim, ao se trabalhar a condução do futsal ou a progressão do handebol, por exemplo, estaremos exercitando e desenvolvendo em nossos alunos os eixos corporais inferior e superior, além de estarmos desenvolvendo o raciocínio rápido, as percepções óculo-pedais e óculo-manuais em uma só atividade.
Método da cooperação-oposição • As noções de companheiro e adversário são básicas para o ensino e o entendimento da estrutura funcional do jogo. Assim, deve-se, através desse meio, dar ênfase aos valores de cooperação entre os praticantes que, para acontecer o jogo ou a competição, precisam do adversário, e este deverá ser visto como um "cooperador". Esse método, assim, enfatiza o significado de jogar "com" em detrimento do jogar "contra". As duas situações são imprescindíveis no processo educacional. Porém, quando houver o predomínio da "oposição", é interessante relembrar alguns valores que muitas vezes não estão explícitos - muitos foram esquecidos pelos apelos comerciais impostos por vários meios de comunicação. Há um reforço muito forte em torno da "oposição". O professor deverá estar atento a esse fenômeno.
De modo resumido, quando sentimos prazer com o que fazemos, secretamos mais beta-endorfinas, porém quando os alunos não sentem prazer nas atividades ou durante a aula, as catecolaminas (os hormônios da "fuga") são jogados em maior quantidade na corrente sanguínea. O professor deverá ter noção e saber os efeitos oriundos a partir das técnicas, estímulos e principalmente dos métodos escolhidos para desenvolver as suas aulas. Se conseguir usar o método da cooperação-oposição de modo a não valorizar em demasia a vitória em detrimento da derrota, provavelmente será bem-sucedido na sua pedagogia, isto é, na condução das atividades das suas aulas sem permitir que alunos mais sensíveis sejam discriminados, o que, em alguns casos, será o motivo do afastamento das aulas de Educação Física.