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Regulação do Sector Eléctrico em Portugal. III Seminário Internacional do Sector de Energia Eléctrica (SISEE) Vítor Santos 18 de Setembro de 2008. E ntidade R eguladora dos S erviços E nergéticos. Agenda. Europa – Uma Nova Política Energética
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Regulação do Sector Eléctrico em Portugal III Seminário Internacional do Sector de Energia Eléctrica (SISEE) Vítor Santos 18 de Setembro de 2008 Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos
Agenda • Europa – Uma Nova Política Energética • Organização do Sector Eléctrico – O Modelo Tradicional • Organização do Sector Eléctrico – O Novo Modelo • Aprofundamento da Liberalização • Liberalização do Sector Eléctrico em Portugal • Grandes prioridades regulatórias para o sector eléctrico • Mibel: passo decisivo no processo de liberalização • Desafios para a liberalização • Papel dos Reguladores
Europa Uma Nova Política Energética Objectivos: • Sustentabilidade: as actuais políticas energética e de transporte não são sustentáveis já que conduziriam a uma variação das emissões de CO2 de 5% em 2030. • Segurança de abastecimento: com um cenário “business as usual”, a dependência energética na UE passaria dos actuais 50% do consumo total para 65% em 2030. • Competitividade: a UE tem vindo a tornar-se progressivamente cada vez mais exposta à volatilidade e ao crescimento dos preços nos mercados internacionais da energia.
Europa Uma Nova Política Energética Competitividade Mercados certificados verdes e brancos; Leilões para renováveis, Leilões para Programas de eficiência energética; Smart metering; Smart grids. Mercados grossistas de energia, mercados de serviços de sistema, Mercados retalhistas, Eliminação progressiva das tarifas de Venda a Clientes Finais para fornecimentos, Diversificação aprovisionamento, Reforço de infra-estruturas de entrada e transporte. Os três pilaresda política energética Sustentabilidade Segurança de Abastecimento (Segurança, disponibilidade e suficiência) Internalização das externalidades ambientais; Promoção de energias renováveis; Promoção da eficiência no consumo.
Europa Uma Nova Política Energética Políticas: • Criação de um Mercado Interno para a Energia – aspectos relevantes: • unbundling; • regulação independente; • reforço da coordenação das acções regulatórias de forma a acelerar a harmonização regulatória e dos mecanismos de gestão das interligações; • reforço das interligações; • incentivos para que a produção, transporte, distribuição, comercialização e consumo da energia sejam eficientes. • Aceleração da mudança para uma economia de baixa intensidade em carbono: até 2020, 20% da oferta da energia será baseada em renováveis; • Eficiência energética: até 2020, a poupança de energia corresponderá a 20% do total do consumo de energia; • Europa pretende falar a uma só voz ao nível internacional.
COMERCIALIZAÇÃO DISTRIBUIÇÃO PRODUÇÃO TRANSPORTE Organização do Sector Eléctrico O Modelo Tradicional • Verticalmente integrado; • Propriedade do Estado; • Monopólio; • Consumidores pagam uma tarifa integral sem possibilidade de escolha.
. . . MERCADOORGANIZADO PRODUTOR PRODUTOR REDES CONSUMIDORES Organização do Sector Eléctrico O Novo Modelo • Concorrência • Monopólio Natural • Regulado • Livre acesso . . . • Concorrência COMERCIALIZADOR COMERCIALIZADOR • Direito de escolha de fornecedor Traduz-se numa maior complexidade em termos de relacionamento comercial
AprofundamentodaLiberalização • Separação de actividades (unbundling) • Transporte • Directiva: separação jurídica e de decisão • Portugal: separação de propriedade • Distribuição • Directiva: separação jurídica • Portugal: separação jurídica desde Janeiro de 2007 • Distribuição vs. Comercialização de último recurso • Acesso de terceiros • Tarifa regulada • Universal • Não discriminatória
AprofundamentodaLiberalização • Abertura do mercado • 100% de elegibilidade • Legal desde Agosto de 2004 • Efectiva desde Setembro de 2006 • Entidades reguladoras • Independência da indústria • Competências próprias na aprovação de regulamentação e de tarifas • Competências partilhadas na monitorização e promoção da • Concorrência • Verificação dos principais critérios do segundo pacote • Sim, mas… • Níveis reduzidos de switching • Mercado liberalizado pouco profundo • Concentração elevada na produção e na comercialização
AprofundamentodaLiberalização Factos recentes mais marcantes • Acordo de convergência regulatória entre Portugal e Espanha • Enquadra matérias importantes para a liberalização do sector; • Estabelece um calendário efectivo para a concretização do MIBEL; • Aponta a progressiva integração do mercado ibérico. • Cessação dos CAE • Fim dos contratos de longo prazo para a venda de energia, passando as centrais a reger-se por preço de mercado; • Acarreta a existência de custos de transição (CMEC) para cumprir as obrigações legais de respeito por compromissos contratuais. • Entrada em funcionamento do mercado diário para Portugal • 1 de Julho de 2007; • Agentes em Portugal com preço de referência de mercado.
Liberalização do Sector Eléctrico em Portugal • A separação dos diferentes segmentos da cadeia de valor foi mais longe do que o estabelecido nas actuais directivas europeias (já existe ownershipunbundling do transporte desde 2000); • A separação das diferentes actividades da cadeia de valor foi também acompanhada pela separação de tarifas e pela aplicação do princípio da aditividade tarifária de forma extensa, assegurando-se a convergência para um sistema tarifário isento de subsidiações cruzadas; • Foi feito um esforço de investimento significativo no reforço da capacidade de interligação com Espanha (1500 MW, correspondendo actualmente a 17% da ponta portuguesa; os investimentos planeados para 2010, permitem que a capacidade venha a corresponder a 3000 MW, 34% da ponta); • Melhoria muito significativa na qualidade de serviço (técnica e comercial) e uma redução expressiva das perdas nas redes eléctricas; • Finalmente, mas não menos relevante, houve uma redução substancial das tarifas de uso das redes (transporte e distribuição) a preços constantes.
Liberalização do Sector Eléctrico em Portugal Consumo no ML (últimos 5 anos em trimestres) Fonte: ERSE
Liberalização do Sector Eléctrico em Portugal Evolução da potência instalada da produção em regime especial (Renováveis e Co-geração) Fonte: EDP Serviço Universal, EDA e EEM
Liberalização do Sector Eléctrico em Portugal Custos decorrentes de medidas de política energética, de sustentabilidade e de interesse económico geral, incluídos nas tarifas/ano Fonte: ERSE (valores a preços correntes)
Liberalização do Sector Eléctrico em Portugal Estrutura das tarifas reguladas de venda de energia eléctrica em 2008ano Fonte: ERSE
Grandes prioridades regulatórias para o sector eléctrico • Transitoriamente, a actividade regulatória menos centrada na regulação dos monopólios naturais (redes de transporte e distribuição) e mais focalizada nos segmentos potencialmente competitivos da cadeia de valor do sector eléctrico: a produção e a comercialização; • O aumento da concorrência no mercado grossista passa pela adopção de medidas que conduzam a uma alteração expressiva dos mecanismos de funcionamento deste segmento da cadeia de valor: • É necessário reduzir o grau de concentração e, nomeadamente, a quota de mercado dos incumbentes; • Reforço da capacidade de interligação; • É crucial apostar nos mercados regionais (MIBEL+França) como passo intermédio para o mercado interno da energia.
Grandes prioridades regulatórias para o sector eléctrico • Aprofundar a integração dos mercados retalhistas de Portugal e Espanha: regras e procedimentos harmonizados de mudança de comercializador; convergência de tarifas de acesso; etc.; • Eliminação, progressiva e gradual, das tarifas reguladas (apenas as TVCF – Tarifas de Venda a Clientes Finais), dando prioridade aos consumidores industriais e acautelando sempre o interesse dos consumidores vulneráveis;
6 milhões de consumidores 30 Milhões de consumidores 49 TWh 24 milhões de consumidores 13,4 GW 281 TWh 232 TWh 71,8 GW Grandes prioridades regulatórias para o sector eléctrico Sistema Eléctrico Ibérico Portugal Espanha Fonte: ERSE
MIBELpasso decisivo no processo de liberalização Mercado Ibérico: Grandes Desafios • Desafio do MIBEL para Portugal: passar de um mercado de 6 milhões de consumidores, uma potência instalada de 13,4 GW e um consumo de 49 TWh para um mercado de 30 milhões de consumidores, 85,2 GW de potência instalada e um consumo de 281 TWh; • A Península Ibérica, em termos eléctricos, está isolada do resto da UE (capacidade de interligação com França muito limitada); • A integração dos dois sistemas implica um grau de concorrência superior ao que se verifica separadamente em cada um dos mercados que poderá beneficiar os consumidores dos dois países: • Produção mais eficiente; • Impacto moderador nos preços de electricidade (tudo o resto permanecendo constante); • Melhor qualidade de serviço. • O MIBEL permite criar um enquadramento legal estável que permitirá aos agentes de ambos os países desenvolver actividades na Península Ibérica com os mesmos direitos e obrigações.
MIBELpasso decisivo no processo de liberalização O que já foi concretizado • Reforço da interligação Portugal-Espanha; • Aumento das transacções de energia eléctrica entre os dois países; • Actuação ibérica dos principais grupos empresariais eléctricos; • Início do Funcionamento do Conselho de Reguladores; • Início do Funcionamento do OMIP e, recentemente, criação de um Operador de Mercado Ibérico a partir da integração dos dois pólos nacionais actualmente existentes • Iniciou-se a realização dos leilões de capacidade virtual (VPP), em que o incumbente disponibiliza capacidade mas está impedido de adquirir energia, e dos leilões do CUR; • Mecanismo de gestão conjunta do congestionamentos das interligações.
MIBELpasso decisivo no processo de liberalização O que está em curso • Harmonização das tarifas de acesso; • Definição do conceito de Operador Dominante; • Concretizar o plano de reforço das interligações; • Modelo harmonizado de garantia de potência; • Harmonizar regras, procedimentos e sistemas de informação que permitam o desenvolvimento do mercado retalhista ibérico (procedimentos de mudança de fornecedor, telecontagem, etc.); • Criar condições para o arranque do MIBGAS. Para que o Mercado Ibérico da Energia seja uma parte integrante do Mercado Único da Energia é imprescindível que as interligações entre Espanha e França sejam substancialmente reforçadas (nomeadamente na electricidade)
MIBELpasso decisivo no processo de liberalização Actividades em curso e passos seguintes
Desafios para a liberalização Desafios emergentes e questões para a regulação • Que equilíbrio entre ganhos de dimensão e poder de mercado? • Como lidar com as concentrações? • Como assegurar, simultaneamente, segurança de abastecimento, preços competitivos aos consumidores europeus e inovação empresarial? • Mercado europeu integrado = poucas empresas pan-europeias? • Como lidar com a tendência crescente dos preços da energia primária (preocupações com inflação, consumidores “vulneráveis”) ? • Dependência energética da Europa face ao exterior vs. Promoção das energias endógenas e das renováveis • Estabilidade tarifária vs sinalização pelos preços
Desafios para a liberalização • Preços da energia, pacote verde e competitividade • Como articular as políticas europeias e a construção do Mercado Interno da Energia na presença de forças contraditórias? • Preços de energia primária com tendência crescente • Necessidade de internalizar os custos ambientais e cumprir metas políticas nas emissões de GEE • Estimular a competitividade da economia europeia e o acesso dos cidadãos a energia a preços transparentes • Estimular segurança de abastecimento através de: • Diversificação de fontes; • Aumento de fontes próprias (especialmente as energias renováveis); • Maior eficiência energética (o melhor MW é o NegaWatt !).
Papel dos Reguladores Neste cenário de crescentes desafios, qual o papel dos Reguladores? • Temas de Energia cada vez mais na Agenda Política; • Desafios ambientais (Pacote Verde) exige enormes novos investimentos, com paybacks prolongados; • Risco do ciclo eleitoral se sobrepor ao ciclo dos investimentos; • Crescente importância do regulador independente para equilibrar conveniência política da estabilização tarifária com certeza regulatória que assegura viabilidade dos investimentos Não se adivinham tempos fáceis !
Regulação do Sector Eléctrico em Portugal Vítor Santos 18 de Setembro de 2008 Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos Edifício Restelo Rua Dom Cristóvão da Gama, 1, 3º 1400-113 Lisboa Portugal Tel.: +(351) 21 303 32 00 Fax.: +(351) 21 303 32 01 erse@erse.pt www.erse.pt Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos