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Seminário: Transtorno de Alimentação na Infância Disciplina: Psicopatologia I Profª. Ana Carla S. P. Aros. Apresentado pelas Alunas: Adriana S. Cabral, Ana Beatriz Casteleti Santos, Cristina Matsui, Irani Ruas Marques, Sandra D. Raele Hansen, Tatiana Gonçalves Cipriano.
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Seminário: Transtorno de Alimentação na Infância Disciplina: Psicopatologia I Profª. Ana Carla S. P. Aros
Apresentado pelas Alunas: • Adriana S. Cabral, • Ana Beatriz Casteleti Santos, • Cristina Matsui, • Irani Ruas Marques, • Sandra D. Raele Hansen, • Tatiana Gonçalves Cipriano.
Introdução O que são Transtornos Alimentares na infância? No CID-10; 98.2: O Transtorno Alimentar na Infância tem manifestações variadas (recusa de alimentos e dengos extremos ao fornecimento deste);
Exclui doença orgânica (exemplo: doença gastrintestinal) , a criança estar com pessoas que usualmente não cuidam dela , anorexia ou outros transtornos alimentares típicos da adolescência ou vida adulta ; Vale ressaltar que as dificuldades de alimentação na infância são freqüentes; Somente deve-se alertar para um possível transtorno alimentar se estas dificuldades estiverem claramente além do normal;
O que são Transtornos Alimentares? • Transtornos Alimentares classificados como Gerais no CID – 10; F50, como Bulimia e Anorexia. • Definição: • desvios do comportamento alimentar; • alterações graves na conduta alimentar.
Conseqüências: • emagrecimento extremo ou à obesidade; • problemas físicos e incapacidades; • julgamento de si mesmos indevidamente baseado na forma física; • Percepção de si mesmo de forma destorcida.
Os Transtornos Alimentares constituem uma "Epidemia Emocional" ou uma “Epidemia de Culto ao Corpo" - obsessão pela perfeição do corpo, ocasionando em uma distorção da auto - imagem e uma relação doentia com a comida. Em geral, os pacientes com Transtornos Alimentares, muito antes da doença estabelecida, já apresentavam alguma alteração emocional e do comportamento, na infância ou na adolescência ;
Perceber estes comportamentos é muito difícil quando se trata de adolescente, pois nesta faixa etária o isolamento, problemas de relacionamento, preocupação e vergonha com o corpo, a distorção da auto-imagem, aumento do apetite, modismos alimentares...são característicos e esperados na adolescência, porém estes comportamentos podem ser a causa de problemas emocionais o início ou mantenedor de algum tipo de Transtorno da Conduta Alimentar.
Sintomas em comum: • desejar uma imagem corporal perfeita; • favorecer uma distorção da realidade diante do espelho. • Nas últimas décadas, ser fisicamente perfeito tem se convertido num dos objetivos principais das sociedades desenvolvidas; • O aspecto físico parece ser o único sinônimo válido de êxito, felicidade e, inclusive, saúde;
A partir de 1925, os espartilhos usado por quase 4 séculos desapareceram totalmente e a mulher começa a mostrar seu corpo de outra maneira; A mulher passa a se preocupar mais com a estética corporal, a qual passa a ser objeto de observação e crítica social; A partir dos anos 50 aumenta a preocupação com os Transtornos Alimentares;
Nos anos 60 o papel da mulher também passa a ser mais bem analisado, em relação à moda e a mudança social, pois a mulher começa a trabalhar e deixa de existir aquela “regra” de uma alimentação em família e saudável, portanto as facilidades para se alimentar mal devido as grandes jornadas de trabalho, juntamente com a cultura do emagrecimento, podem ter favorecido o aumento dos Transtornos Alimentares;
Nos países industrializados, aos 15 anos de idade, uma a cada quatro meninas, fazem regime para emagrecer, sendo que, em quase nenhum dos casos, sejam encontrados problemas de peso acima da normalidade; “Você se vê gorda, mesmo que os outros te vejam magra?" Resposta: “Sim”. Em países desenvolvidos a grande maioria dos homens e mulheres estão preocupados com a aparência e trabalham para melhorá-la;
Desejar ardentemente ter uma imagem corporal perfeita não implica sofrer de alguma transtorno emocional, porém as possibilidades de que esta apareça é aumentada. É na adolescência, quando a personalidade ainda não está plenamente configurada, que este tipo de obsessão se converte num pesadelo, agravado pelos modelos de perfeição e beleza que os meios de comunicação constantemente transmitem;
Os jovens se sentem na obrigação de ter corpos perfeitos, extremamente "saudáveis", ainda que para tal se sacrifique, sacrifiquem sua saúde e seu bem estar. O impacto que os Transtornos Alimentares exercem sobre as mulheres é mais prevalente (com idade entre 14 e 18 anos embora esta idade atualmente venha decrescendo para 12 anos), ainda que a incidência masculina esteja aumentando (Exemplo: Vigorexia).
Alguns pesquisadores entendem os Transtornos Alimentares como síndromes ligadas à cultura (já que o ato de comer tenha um aspecto eminentemente social e cultural – religião, status, moda...), juntamente com fatores biológicos, familiares e psicológicos.
Ao contrário do que muitos podem pensar, os Transtornos Alimentares na Adolescência não são apenas doenças de Adolescentes que desejam ser magros, musculosos... devido a influência da mídia. Esses Transtornos Alimentares acometem pessoas com graves perturbações emocionais e que precisam de muita ajuda.
Anorexia Nervosa (AN) Definição: tipo de Transtorno Alimentar que envolve “severas perturbações no comportamento alimentar” do indivíduo. (GIORDANI, 2006)
Anorexia Nervosa (AN) • Caracterizada: • limitações dietéticas auto impostas; • padrões bizarros de alimentação; • excessiva perda de peso induzida e mantida pelo paciente; • temor intenso de se tornar obeso.
Anorexia Nervosa (AN) A palavra “anorexia” origina-se do grego an (ausência) – orexix (apetite) (BRUCH, 1975; AJURIAGUERRA, 1976; HOLEY, 1984; LUCZAC, 1990) Slide 3
1º descrição de quadros de AN 1961 – feita pelo médico inglês, Richard Morton 1970 – feita pelo médico Robert Willan – relatou a história de um jovem descrito como: “Um caso marcante de abstinência” Slide 4
1º descrição de quadros de AN • Os pacientes geralmente apresentavam: • grande perda de peso; • pele ressecada; • perdas dentárias; • Amenorréria; • Hipotermia. Slide 5
BRUCH (1975) - Postula que as anoréxicas seriam psicóticas, em função do distúrbio do esquema corpóreo. HOLDEN (1990) - Correlaciona a AN com distúrbios obsessivos compulsivos. LASK (1993) - Procura atribuir à AN transtornos metabólicos por déficit de zinco. Slide 6
Aspectos clínicos da AN • Início na puberdade – 10 e 30 anos; • Ocorre quase exclusivamente em mulheres, proporção de 8 a 10 mulheres para 1 homem, apresentando altas taxas de mortalidade; • Sintoma na esfera alimentar: recusa em ingerir alimentos (carboidratos e gorduras); Slide 7
Aspectos clínicos da AN • Fase inicial: Não há perda de apetite e sim uma luta titânica contra ele e no decurso da morbidade que o apetite é abolido; • Normalmente apresentam apetite caprichoso, de poucos ou até de um único alimento; Slide 8
Aspectos clínicos da AN • São extremamente preocupadas com a alimentação de seus familiares; • Fazem de tudo para anular o apetite – comem gelo; • O que as norteia é o medo intenso e inexplicável de engordar – são mulheres extremamente magras e caquéticas; Slide 9
Aspectos clínicos da AN • Não assumem que estão fazendo regime, diante da oferta de alimento elas não os recusam; • Não tem crítica com relação a seu esquema corpóreo; • Pele ressecada, amarelada, cabelos finos e quebradiços, leve alopécia; • Amenorréia. Slide 10
Critérios Diagnósticos da AN • 1952– unificação dos critérios para diagnóstico da AN com o surgimento do Manual Estatístico e Diagnóstico das Desordens Mentais (DSM); • 1980 – DSM III incluiu a AN entre as doenças mentais em crianças e adolescentes; Slide 11
Critérios Diagnósticos da AN • 1989 – DSM III-R classifica a AN entre os transtornos alimentares; • 1976 – CID-9 inclui a AN em um grupo inespecífico de sintomas ou síndromes especiais; • CID 10 – transparência. Slide 12
Imagem corpórea • Extremamente magras, mas se enxergam “gordas”; • Representações sobre o corpo; • Manter uma identidade infantil;
Imagem corpórea • Impasse entre aparência e realidade; • Para Bruch (1975) o corpo é experimentado como algo de estranho ao ser.
Família • Segundo Heron(1984), quando há falta de limites dentro do núcleo familiar, com desrespeito pela identidade individual; • Mãe controladora ou que desempenha um papel castrador;
Família • Pai mais ausente, pouca afetividade; • Permanecem na superficialidade, mesmo necessitando de ajuda emocional.
Psicodinâmica • Negação da gravidade do • estado físico; • Cabbard (1992), o corpo não pertence às anoréxicas; • Bruch (1975) considera a patologia como uma tentativa de autocura;
Psicodinâmica • Ajuriaguerra (1976) - negação da figura feminina adulta; • Schulte (1981) acrescenta que as anoréxicas querem permanecer • como seres assexuados, crianças.
Etiologia • Estudo das causas da Anorexia; • Uma etiologia multifatorial;
Etiologia • Fatores que mantêm o problema podem ser diferentes dos responsáveis pelo seu desenvolvimento inicial.
Terapêutica • O tratamento deve ser multidisciplinar; • Melhores resultados em casos • de intervenção precoce durante a adolescência;
Terapêutica • Psicoterapia individual; • Psicoterapia familiar; • Tratamentos farmacológicos; • Internação hospitalar.
Bulimia Nervosa É uma síndrome caracterizada por repetidos ataques de hiperfagia e preocupação excessiva com o peso corporal, que levam o paciente a tomar medidas extremas.
A primeira descrição clinica de transtorno bulímico foi publicada por Pierre Janet em 1907, porém somente em 1979 que Russel propõe a expressão bulimia nervosa (BN). • Compartilhando da mesma a psicopatologia da anorexia nervosa apresenta-se ligeiramente mais tarde por volta do 18 anos, embora possa haver quadro bulímicos com inicio a partir dos 10 anos.
Estima-se que de 1,1% a 4,2% das mulheres apresentem bulimia em sua vida. • Na população feminina adolescente e juvenil fica em torno de 2-3%. • Atinge de 5% a 15% populações femininas de curso secundários e universitários sendo a maior incidência em pessoas ligadas a moda, bailarinas e atletas. • Sendo mais freqüente em paises de 1 º mundo e em classe médio-alta e alta.
Os sintomas incluem: • Episódios recorrentes de consumo exagerado e compulsivo de alimento • Comportamentos compensatórios inadequado, recorrentes, para impedir o ganho de peso, • A ingestão excessiva e os comportamentos compensatórios inadequados ocorrem, em média, pelo menos duas vezes por semana por 3 meses;
4. A auto-avaliação é extraordinariamente influenciada pela forma e pelo peso do corpo. • Algumas Complicações Médicas e psiquiátricas: • Alterações de humor; • Caries, erosão dentaria, mau hálito, aftas; • Gastrite; • Pele ressecada;
Irregularidade menstrual (podendo causar infertilidade e desconforto); • Diarréia (pode causar baixa de potássio que gera câimbra ou arritmia cardíaca fatal); • Desidratação. Estratégias de Tratamento: • Reduzir ou eliminar as compulsões alimentares e o comportamento de purgação;
O estabelecimento de um padrão de refeições regulares e sem excessos, a melhora das atitudes relacionadas ao transtorno alimentar, o encorajamento de exercícios saudáveis, porém não excessivos; • A psicoterapia individual, uma psicoterapia de grupo, e a terapia familiar ou de casal foram relatadas como eficazes; • As medicações psicofarmacológicas, principalmente os antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), mostraram-se úteis em pessoas com bulimia.
Princípios para prevenção; • Compreender os transtornos alimentares como problemas sérios e complexos; • Os T.A. não são um “problema das mulheres” ou “coisa de menina”; • Desenvolver a auto-estima e o auto-respeito individual, para alem da aparência física; • Programas de prevenção em escolas, organizações, comunidade, etc.
Os pais têm papel importante: • Manter hábitos de vida saudáveis; • Evitar criticas excessivas relacionadas ao peso; • Evitar classificar os alimentos em “bom/ mau” ou “seguro/ perigoso”; • Não evite atividade pq elas chamam a atenção para seu corpo e peso
As pessoas com transtornos alimentares muitas vezes não reconhecem ou admitem que estão doentes. Como conseqüência, elas podem resistir fortemente para aceitarem e permanecerem em tratamento. Membros da família ou outros indivíduos de confiança podem ser úteis para assegurar que a pessoa com um transtorno da alimentação receba os cuidados e a reabilitação necessários. O tratamento pode ser prolongado para muitos daqueles que são acometidos pelos problemas alimentares.
VIGOREXIA A adicção ou dependência ao exercício, também chamada de Vigorexia ou Overtraining, em inglês, é um transtorno no qual as pessoas realizam práticas esportivas de forma continua, com uma valorização praticamente religiosa sem importar com eventuais conseqüências ou contra-indicações, mesmo medicamente orientadas.
A Vigorexia está nascendo no seio de uma sociedade consumista, competitiva, frívola até certo ponto e onde o culto à imagem acaba adquirindo, praticamente, a categoria de religião. A Vigorexia e, em geral os Transtornos Alimentares exemplificam bem a influência sociocultural na incidência de alguns transtornos emocionais.