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Contributo para o estudo dos principais problemas fitossanitários da bananeira na Ilha Terceira. Objectivos: Caracterização das parcelas ocupadas com bananeiras na zona de maior produção da Ilha Conhecer melhor toda a fenologia da bananeira
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Contributo para o estudo dos principais problemas fitossanitários da bananeira na Ilha Terceira. • Objectivos: • Caracterização das parcelas ocupadas com bananeiras na zona de maior produção da Ilha • Conhecer melhor toda a fenologia da bananeira • Obter o registo da evolução dos diferentes problemas fitossanitários que afectam a bananeira. • Estudar o impacto dos danos causados pelo vento no desenvolvimento vegetativo da bananeira.
A cultura da bananeira nos Açores tem sido alvo de maior interesse por parte dos agricultores, e ela representa algum peso económico no mercado interno. A Ilha Terceira também sofreu essa evolução com se verifica pelos gráficos obtidos a partir dos horto fruticultores inscritos na Cooperativa FRUTER COOP.
Na Ilha Terceira a evolução nos últimos sete anos da produção de bananas, área e número de fruticultores, inscritos na Cooperativa de Hortofruticultores da Ilha Terceira (Fruter Coop.) Com uma média de 365T entre os anos de 1994 e 2000, que teve o seu valor máximo no ano 1999 com 557T e o valor mínimo de 159T no ano de 1996. O nº de produtores e a área de produção nos últimos 3 anos ( 1998 a 2000 )registou um aumento, com os produtores a atingir o numero de 43 e a área de produção os 47,92 hectares.
Pé de Bananeira O falso tronco formado pelas bainhas das folhas tem forma cilíndrica recta e rígida. Sendo conhecido vulgarmente pelo nome de “Rolo” O tronco é um rizoma, curto e subterrâneo, conhecido como “ñame ou cabeça” deste troco brotam ramificações laterais que se denominam filhos Raízes fasciculadas, débeis. 80% delas nos primeiros 20 a 25 centímetros de profundidade. As raízes principais medem de 4 a 8 milímetros de diâmetro e ramificam-se em raízes secundárias as quais possuem nas suas partes terminais pêlos absorventes.
Quanto à caracterização das parcelas estudadas:Este trabalho foi realizado em 2 zonas da Ilha Terceira Porto Judeu e S. Sebastião Estas zonas são as que apresentam a maior mancha desta fruteira.
Exemplo de pomar de S. Sebastião Exemplo de pomar de Porto Judeu Variedade mais abundante Pequena Anã
A caracterização das parcelas estudadas Resultou de inquéritos feitos aos agricultores das duas zonas Porto Judeu S. Sebastião A altitude variou entre os 7,5 metros a 77,5 metros A área varia entre os 4 alq. e os 12,5 alq. A variedade nos pomares estudados é a Peq.Anã O compasso é de 2x2 Tratamentos e Adubações (Quadro seguinte ) Rega só um fruticultor é que têm instalação( Não utilizada ) Protecção dos frutos sim A altitude variou entre os 22,5 metros a 50 metros A área varia entre os 6 alq. e os 30 alq. A variedade nos pomares estudados é a Peq. Anã, embora um fruticultor, tenha outras variedades O compasso é de 2x2 Tratamentos e Adubações (Quadro seguinte ) Rega só um fruticultor é que têm instalação( Não utilizada ) Protecção dos frutos sim
Distribuição das alturas de realização das adubações e dos tratamentos nos diversos fruticultores estudados, na zona de S. Sebastião As adubações e os tratamentos na zona de S. Sebastião incidem principalmente na Primavera e Verão.
Distribuição das alturas de realização das adubações e dos tratamentos nos diversos fruticultores estudados, na zona de Porto Judeu. As adubações e os tratamentos em Porto Judeu são repartidas pelas quatro estações do ano.
Metodologia usada na prospecção dos problemas fitossanitários Tripes Ácaros Charuteiro Semanalmente observaram-se em cada parcela com tratamento e sem, cinco cachos. Contudo escolhendo várias fases de maturação dos cachos. Nos cachos eram observadas todas as bananas e quantificava-se o número de bananas atacadas. Classificando como muito forte, forte, médio e pouco, correspondendo respectivamente a uma percentagem.
Tripes Ciclo de vida Tripe Estragos
Evolução do ataque de tripes nas parcelas com e sem tratamentos fitossanitários, dos pomares da zona de S. Sebastião Nas parcelas com tratamento Regista-se uma diferença na percentagem ataque entre os diversos produtores Nas parcelas sem tratamento Existe um padrão de evolução mais ou menos semelhante
Evolução do ataque de tripes nas parcelas com e sem tratamentos fitossanitários, dos pomares da zona de Porto Judeu As diferenças da percentagem de ataque entre pomares são evidentes quer nas parcelas com tratamento quer nas sem tratamento
Comparação entre a evolução dos ataques de tripes nas parcelas com e sem tratamentos nos pomares na zona de S. Sebastião. Verifica-se uma evolução muito semelhante do ataque desta praga nas parcelas com e sem tratamento, tanto na zona de S. Sebastião com na zona de Porto Judeu. Comparação entre a evolução dos ataques de tripes nas parcelas com e sem tratamentos nos pomares na zona de Porto Judeu.
Analisando a evolução comparativa dos ataques de tripes entre as duas zonas estudadas É muito semelhante tanto para as parcelas com e sem tratamento
Pesquisa de Nemátodos nos pomares estudados As primeiras dezasseis amostras de solo recolhidas nas parcelas em estudo, e sujeitas a análise, pelo Laboratório do Serviço de Protecção das Culturas de Ponta Delgada. revelaram que em treze (1-A, 1-B, 2-A, 2-B, 3-A, 3-B, 4-A, 5-A, 5-B, 7-A, 7-B, 8-A e 8-B) não foi registada a presença de quaisquer nemátodes fitoparasitas (Anexo 5 ). A amostra com o número 4-A foi a primeira das três que revelou uma infestação de Helicotylenchus sp., masem muito baixa densidade populacional. Esta amostra correspondia ao pomar de F.T.D. da zona de Porto Judeu e a parcela afectada era da modalidade não tratada. A amostra 6-A e 6-B pertenciam ao pomar J.G. da zona de Porto Judeu e correspondiam a primeira, à parcela com tratamento e a segunda, à parcela sem tratamento. Ambas manifestaram uma infestação muito baixa. Na primeira (parcela com tratamento) o nemátode identificado foi do género Helicotylenchus sp., na segunda (parcela sem tratamento) o nemátode encontrado foi do género Macroposthnia sp. É de referir que nas amostras de terra correspondentes aos pomares da zona de S. Sebastião não foi encontrado qualquer tipo de infestação de nemátodos. Todos os nemátodos identificados nas parcelas em estudo não estão assinalados como sendo nocivos à cultura da bananeira.
Traça (Opogona sacchari Bojer) A presença ou ausência da traça da bananeira foi observada semanalmente com o objectivo de quantificar e acompanhar a sua evolução populacional nos pomares estudados, chegando mesmo a inspeccionar-se mais bananeiras das que constavam no registo da ficha de campo, pelo facto desta praga ter estado sempre presente no estado larvar (lagarta) instalada no pseudo talo (Anexo 6). Apesar disso, não se observaram quaisquer estragos da sua acção nos frutos. Contudo, os pomares registaram sempre uma forte densidade populacional denotando, mais uma vez, o pouco cuidado tido pelos bananicultores na manutenção da limpeza dos bananais, mas não afectando os frutos.
Evolução do charuteiro ( V. theobromae) - parcelas com tratamento S.Sebastião 2 picos (em Julho e de Agosto) Porto Judeu Maior pico com 5,9 em 19 de Agosto
Evolução do charuteiro ( V. theobromae) - parcelas sem tratamento S.Sebastião Pico de 6,8 em 5 Agosto Porto Judeu Pico de 7,8 em 5 Agosto A zona de S.Sebastião registou um grau de ataque muito superior de charuteiro em relação aos pomares de Porto Judeu
Para além dos problemas fitossanitários apercebemo-nos do efeito importante da acção do vento sobre o desenvolvimento das bananeiras Pomar situado, a uma altitude de 55 metros, na zona de Porto Judeu com estragos ao nível de: Rasgamento do limbo Tutoramento Desenraizamento
Metodologia usada na determinação do efeito causado pela acção do vento sobre o desenvolvimento das bananeiras. Foram observadas, em cada um dos pomares referidos, semanalmente cinco bananeiras, com o objectivo de se determinar a área danificada pela acção dos ventos, ao longo do ciclo vegetativo da bananeira. O método aplicado para o cálculo da área foliar danificada obedeceu a um faseamento pré - determinado: 1º- A contagem do número total de folhas por bananeira foi realizada em dez bananeiras/pomar/zona, para determinar o número médio de folhas em cada bananeira. 2º- A área foliar da bananeira afectada pela acção dos ventos, foi calculada através da observação do número de folhas afectadas e a determinação da representatividade dessa área, em cada uma das plantas analisadas.
Evolução da percentagem de estragos causados pela acção do vento na zona de S. Sebastião (exposta a Este). Existe uma certa constância na percentagem de área foliar afectada nos pomares de S. Sebastião (25%).
Evolução da percentagem de estragos causados pelos ventos nos pomares da zona de Porto Judeu (exposta a Sul).
Carocho – segundo os agricultores não causa problemas na produção Sempre presente -encontrámos estragos importantes ao nível do pseudo-talo Ensaio de alternativas de combate à luta química
Ensaio de uso de iscos Este ensaio decorreu de 1 a 30 de Novembro de 2000, nos oito pomares seleccionados para a realização dos estudos anteriores, tanto na zona de S. Sebastião como na de Porto Judeu. Foram colocados dez iscos, cinco nas parcelas com tratamento e cinco nas parcelas sem tratamento em cada uma das áreas estudadas. Estes iscos eram formados por pedaços de pseudo talo da bananeira cortados longitudinalmente e que eram colocados no terreno perto das bananeiras com a parte onde se realizou o corte virado para o solo Estes cinco iscos foram distribuídos de forma a cobrirem a maior área possível da parcela. Metodologia
Resultados sobre a utilidade dos meios de luta biotécnicos no combate ao carocho (Cosmopolitas sordidus Germar) da bananeira Distribuição das capturas S.Sebastião Distribuição das capturas
Porto Judeu Distribuição das capturas
Conclusões Com a realização deste trabalho foi possível tirar algumas conclusões quer sobre os principais problemas fitossanitários que afectam a bananeira na Ilha Terceira, quer sobre os danos causados pela acção dos ventos. Dos inquéritos realizados aos bananicultores registados na Fruter Coop, concluiu-se que a variedade mais utilizada é a Pequena Anã, pois ela facilita as práticas culturais e parece adaptar-se bem ao clima da Ilha. No que diz respeito aos problemas fitossanitários, todos os bananicultores utilizam métodos e possuem alturas de tratamentos semelhantes, pois o apoio dos técnicos da Fruter os encaminham nesse sentido. Já não o mesmo não acontece em relação às épocas para as quais são orientadas as suas produções porque, enquanto uns só fazem um corte anual outros chegam a fazer três, em diferentes épocas do ano. No que diz respeito aos problemas fitossanitários que afectam a bananeira com base nos pomares estudados, pode-se concluir que as tripes são as que causam maiores problemas e por isso se aplicam no seu combate um elevado número de tratamentos, ao longo do ano.
Os nemátodos encontrados nas análises de terra, realizadas nos bananais estudados, foram Helicotylenchus sp e Macroposthonia sp, mas em muito baixa densidade populacional e por isso não são considerados como nocivos para a bananeira, e provavelmente por isso não se detectou qualquer sintoma da acção dos mesmos. A traça da bananeira(Opogona sacchari) em todos os pomares estudados foi registada como tendo uma grande densidade populacional, no entanto, só foi possível detectá-la no estado larvar, ao nível do pseudo talo, e não se observaram quaisquer danos nos frutos. Da avaliação dos estragos provocados pelo charuteiro(Verticillum theobromae) concluiu-se que esta doença não provoca prejuízos de importância económica, desde que haja uma prática cultural adequada, não sendo inclusive necessário normalmente recorrer a tratamentos químicos para o seu combate. Da análise do efeito causado pela acção dos ventos no desenvolvimento da bananeira, concluiu-se que tanto os danos ao nível foliar como os relativos ao desenraizamento, atingem a sua expressão máxima perto dos dez a doze meses do ciclo vegetativo da bananeira, o que coincide com a formação do cacho e que perdura até à sua maturação, provocando assim uma má formação do mesmo, o que leva a que o peso obtido no rácimo seja menor.
Do ensaio com recurso aos iscos de pseudo talo, realizado para avaliar o seu impacto no combate ao carocho da bananeira, concluiu-se que é necessário que o pomar se encontre limpo de restos de bananeiras pois estes restos culturais são responsáveis pela existência de numerosos abrigos para esta praga. O método revelou ser eficaz pois em todas as parcelas em que a limpeza era mais cuidada, o número de capturas por isco foi sempre superior ao das parcelas em que essa limpeza não era tão visível. No que diz respeito à rega, apenas dois dos oito pomares em estudo possuíam instalação para a realizar no entanto, não foi possível avaliar qualquer tipo de prestação da mesma, em virtude dos fruticultores acompanhados nunca terem feito uso dela, embora alguns afirmam que ela é necessária apenas em alguns meses do ano.
Considerações Finais Este trabalho foi no nosso entender pioneiro neste tipo de abordagem e contribuiu decisivamente para o conhecimento dos problemas fitossanitários que afectam as bananeiras da Ilha Terceira. Existiram neste estudo, no nosso entender, algumas limitações pelo que dever-se-ia; Começar a observação dos pomares mais cedo e terminar mais tarde. Isolar melhor as parcelas com tratamento das parcelas sem tratamento. Reembolsar os bananicultores das parcelas não tratadas pelos prejuízos sofridos através de concessão de subsídios por perda de colheita, para que estas parcelas não fossem alvo de qualquer tratamento fitossanitário. Em estudos futuros analisar as diferenças entre as parcelas com limpeza e sem limpeza. Estender a época de observação e fazer melhor a quantificação da acção do vento ao longo de todo o ano. Escolher pomares sem protecção, com protecção mediana e com boa protecção e analisar as diferenças entre eles.