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Moral especial - Dez Mandamentos

Moral especial - Dez Mandamentos. 11 Virtudes. Moral especial - Virtudes. Para Aristóteles não é suficiente a ideia do bem, mas também é preciso que o homem pratique a ideia do bem. A ética não e uma simples teoria, mas também é ciência prática.

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Moral especial - Dez Mandamentos

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  1. Moral especial - Dez Mandamentos 11Virtudes

  2. Moral especial - Virtudes • Para Aristóteles não é suficiente a ideia do bem, mas também é preciso que o homem pratique a ideia do bem. A ética não e uma simples teoria, mas também é ciência prática. • O homem bom é o homem virtuoso, ou seja, • aquele que habitualmente actua com rectidão • ética. • Já estudámos as três virtudes teologais (fé, esperança e caridade) ao considerar o primeiro mandamento. Das quatro virtudes cardeais, já vimos a justiça ao estudar o sétimo mandamento. Fica-nos por estudar a prudência, a fortaleza e a temperança.

  3. Moral especial - Virtudes • As virtudes são perfeições da pessoa. Pertence-lhes essencialmente o conceito de “hábito”, quer dizer, são uma disposição constante e firme para fazer o bem. A virtude é um “hábito operativo bom”. As virtudes possibilitam fazer o bem com mais facilidade. O contrario da virtude é o vício: “hábito operativo mau”. • Divisão das virtudes estudada na Moral Fundamental: naturais, cardeais e teologais. A denominação de “cardeais” nasce do termo latino “cardo” (gonzo), porque são como gonzo ou eixo sobre o qual gira a vida moral. Alem disso, à volta delas se unem outras virtudes.

  4. Moral especial - Virtudes • Prudência é o hábito que possibilita à razão julgar rectamente e determinar aquilo que se deve fazer. Não é uma virtude negativa ou passiva, mas activa: não é prudente o que não actua, o que não faz nada, mas o que faz o que devefazer. É a “regra recta da acção” (“recta ratio agibilium”: S. Th. II-II,q. 47, a. 2). • Orienta e dirige as outras virtudes (“aurigavirtutum”): indica-lhes o quê, quando e comose deve ou não actuar. A pessoa prudente, antes de actuar, pondera os prós e os contra que levam a essa acção, escolha ou omissão. Mas tal “ponderação” intelectualnão é suficiente, já que a prudência proporciona também à vontade a força e a coragem para levar a bom termo o que se deve fazer.

  5. Moral especial - Virtudes • Pertence à essência da prudência: 1) formar um juízo adequado acerca do que é melhor entre as diversas opções; 2) uma vez formado o juízo recto, entra em acção o exercício da liberdade para o concretizar. • Dado que se trata de tomar decisões sobre o que é prudente fazer ou omitir, a consciência cristã deve recorrer à prática da oração e socorrer-se da acção do Espírito Santo (dom do conselho). • Para formar o juízo correcto e paradecidir levá-lo a cabo, frequentemente será preciso pedir conselho. Para o hábito da prudência são requeridas três coisas: julgar rectamente, decidir e pedir conselho.

  6. Moral especial - Virtudes • A prudência tem de estar de acordo com os juízos morais que formula a consciência. Com a luz que lhe dá a consciência, a prudência aperfeiçoa o entendimento porque lhe oferece não só os critérios de verdade e de erro, mas também de bem e de mal ético, aperfeiçoa também a vontade comunicando-lhe o que é o que se há-de eleger. • Por sua vez a prudência ajuda a consciência a formar rectos juízos e a aplicá-los. CCE 1806: • “É a prudência que guia imediatamente o juízo da • consciência. O homem prudente decide e ordena • a sua conduta segundo este juízo. Graças a esta • virtude, aplicamos sem erro os princípios morais • aos casos particulares e ultrapassamos as • dúvidas sobre o bem a fazer e o mal a evitar”.

  7. Moral especial - Virtudes A prudência não é (1) O simples não fazer: trata-se de uma virtude activa. Quem não exerce os seus direitos, por exemplo, é “imprudente”. a Actuar precipitadamente: não basta a “boa vontade”. É preciso conhecer as circunstâncias que coincidem e as consequências que se seguem, e considerar os meios necessários para levar a acção à prática. b Esperar para não correr riscos: há momentos e matérias em que é preciso actuar imediatamente, “aqui e agora”. c Optar pelo mais fácil ou menosarriscado. d

  8. Moral especial - Virtudes A prudência não é (2) Não actuar por medo a enganar-se. e O recurso ao “realismo exagerado”: o que tem à vista só as dificulda- des sem considerar outros factores como, por exemplo, os imperativos da caridade ou da justiça ou o cumprimento custoso da vontade de Deus. f A falsa “prudência da carne”: a que não tem em consideração dados sobrenaturais que são necessários para o crente se quer emitir um juízo verdadeiro e tomar a decisão adequada, como são apoiar-se na ajuda divina e confiar na Providência. g Confundi-la com a astúcia ou a picardia ou a timidez. h

  9. Moral especial - Virtudes • A prudência exige valentia: a falsa prudência é o recurso dos que quereriam chegar tarde sempre aos momentos de perigo. No comportamento individual e na convivência social não é raro identificar prudência com preguiça ou cobardia, e não prudência com veracidadee valentia. • Se não há prudência, não há possibilidade de que haja virtude moral: nem justiça, nem fortaleza, nem tempe- rança. • As injustiças sociais têm a sua origem na falta de prudência dos governantes • para diagnosticaro justo e levá-lo à prática.

  10. Moral especial - Virtudes • Estar determinado a conseguir o bem nem sempre é tarefa fácil: daí a importância da fortaleza para levar a cabo o que a vontade prudente decidiu executar. As virtudes da prudência e da fortaleza potenciam-se mutuamente . • A fortaleza é a virtude cardeal que potencia a • vontade para que se decida pelo bem difícil • com o fim de o alcançar, empregando para isso • todas as forças, inclusive com risco da própria • vida corporal. • Fortaleza natural = firmeza de carácter e energia da vontade. • Fortaleza virtude = origem no auxílio da graça para superar as • dificuldades.

  11. Moral especial - Virtudes • A fortaleza equivale ao imperativo cristão de cumprir em tudo, também no que se apresente como árduo, a vontade de Deus. Deve superar a desordem na natureza humana, devido ao pecado original. As dificuldades podem ser internas ou externas. • O cristão forte não sofre “por sofrer”: a disposição de morrer antes que renegar a fé supõe o exercício máximo da virtude da fortaleza; mas “suportar a morte não é louvável em si mesmo, mas só na medida em que se ordena ao bem” (S. Th. II-II, q. 124, a. 3).

  12. Moral especial - Virtudes • Martírio é o acto da virtude da fortaleza pelo qual, para testar a fé, se sofre vo- luntariamente a morte. Requer-se que esta morte se produza por ódio à fé. • Os mártires cristãos deram sempre o • testemunho público de que o absoluto • é Deus e a vida eterna, pelo que tudo • o mais, inclusive a existência terrestre, • é relativo e subordinado a alcançar a • salvação eterna. • Aquele que sobrevaloriza a vida prazenteiranão entende a virtude da fortaleza.

  13. Moral especial - Virtudes • São Josemaria, Amigos de Deus 7: Certamente, trata-se de um objectivo elevado e árduo. Mas não esqueçais que o santo não nasce: forja-se no contínuo jogo da graça divina e da correspondência humana. (...) Por isso digo-te que se desejas • portar-te como um cristão consequente (...), tens de • pôr um cuidado extremo nos pormenores mais • pequenos, porque a santidade que Nosso Senhor • te exige alcança-se cumprindo com amor de Deus • o trabalho, as obrigações de cada dia, que se compõem quase sempre de • pequenas realidades”. • Não é fácil que na vida dos cristãos se lhes apresente ocasião de fazer grandes coisas por Deus, mas diariamente podem viver a fortaleza nas circunstâncias normais e quotidianas da vida.

  14. Moral especial - Virtudes • A fortaleza do audaz toma a iniciativa quando é necessário porque o exige o bem que está ameaçado. A verdadeira fortaleza está mais na resistência que no ataque. • O medo e o temor que acompanham a acção decisiva e forte para enfrentar o risco e inclusive a morte, não se opõem à fortaleza. • Forte não é o que não teme, mas quem, apesar do medo, se mantém firme na de- fesa do bem, mesmo que em tal empe- nho tenha que expor a própria vida.

  15. Moral especial - Virtudes Virtudes derivadas e unidas à fortaleza, 1 Se se referem à atitude e disposição para acometer grandes empresas: Magnanimidade: inclina a pessoa a acometer, no exercício de qualquer das virtudes, grandes obras, dignas de honra e de apreço. O magnânimo pratica também a caridade, a honradez, a veracidade, a sinceridade, a justiça, etc.. Pecados por excesso: presunção, ambição e vanglória; por defeito: pusilanimidade. Magnificência: dispõe a levar a cabo grandes obras, nada fáceis de executar, e sem que as dificuldades, mesmo económicas, sejam obstáculo para as realizar. Pecados por excesso: esbanjamento; por defeito: mesquinhez.

  16. Moral especial - Virtudes Virtudes derivadas e unidas à fortaleza, 2 Se se trata de superar as dificuldades que se levantam ante os males presentes: Paciência: o paciente suporta, sem tristeza mas com fortaleza e constância, as dificuldades físicas ou morais que acontecem. Pecados: impaciência e o seu oposto, dureza de coração. Longanimidade: dá ânimo para persistir em conseguir algo bom, mas que parece inalcançável. Pecado: “falta de ânimo” (não se aspira a alcançar uma virtude ou a santidade pelo longínquo que se apresenta).

  17. Moral especial - Virtudes Virtudes derivadas e unidas à fortaleza, 3 No caso das dificuldades serem duradouras ou permanentes: Perseverança: virtude de permanecer no bem, apesar de demorar muito a consecução daquilo que se aspira e pelo qual se luta, quer seja para adquirir uma virtude ou para desarreigar um vício. Constância: tem por objecto robustecer a vontadepara que não desfaleça e persista na prática moral apesar das dificuldades que possam sobrevir. Pecados contra estas duas virtudes parecidas: por excesso, teimosia; por defeito, inconstância.

  18. Moral especial - Virtudes Pecados contra a virtude da fortaleza: • Cobardia: pecado por defeito. Pode incluir-se o chamado “respeito humano”. É pecado mortal ou venial conforme seja grave ou leve a matéria que se omite no exercício da fortaleza devida. • Impassibilidade: deixa de actuar por indiferença, por despeito ou vaidade. É pecado mortal ou venial conforme o grau de obrigação ou da matéria que a acção impõe, mesmo que seja custosa. • Temeridade: pecado por excesso. Actua-se sem contar com o perigo ou os riscos que a acção implica. A gravidade depende da magnitude do risco a que se expõe quem actua desse modo.

  19. Moral especial - Virtudes • Temperança natural: domínio do gosto e dotacto que impõe a razão, de forma que o homem e a mulher se guiem pela moderação e não sejam escravos dos prazeres sensíveis. Pode ser praticada por motivos bem diversos. • Temperança cristã: virtude cardial que orienta e modera a tendência aos prazeres sensíveis para que a pessoa se mantenha dentro dos limites que lhe assinala a fé. • Santo Agostinho concretiza a temperança • em “a entrega de um amor total” (Dos • costumes da Igreja I): é preciso dominar e • orientar as paixões e os instintos (aspecto • positivo da temperança).

  20. Moral especial - Virtudes • As paixões em si mesmas não são más: supõem riqueza da psicologia do homem e da mulher. A mais fundamental é o amor, que culmina no prazer e gozo do bem possuído. • O pecado original introduziu no homem um desequilíbrio que afecta a relação entre a razão, a vontade e as paixões. “Pertence à perfeição do bem moral ou humano que as paixões sejam reguladas pela razão” (CCE 1767). • A tendência natural para o prazer sensível que se obtém • na comida, na bebida e no deleite sexual é a forma de se • manifestar e o reflexo das forças naturais mais potentes • que actuam na conservação do homem.

  21. Moral especial - Virtudes • S. Paulo castiga o seu corpo e o dominapara ser fiel ao Evangelho e salvar-se (1 Cor,9 27). Também alenta Timóteo para que pregue aos cristãos esta mesma ascese (2 Tim 4, 1-8). Estímulo fundamental para viver a temperança: o amor a Deus. Graça de Deus e entrega amorosa do homem a Deus supõem o domínio das paixões. • CCE 2015: “O caminho da perfeição passa pela cruz. Não há santidade sem renúncia e sem combate espiritual. O progresso espiritual implica a ascese e a mortificação, que conduzem gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças”. “Tudo o que é útil e honesto é deleitoso, mas o deleitoso nem sempre é útil nem honesto” (S. Th. II-II, q. 145, a. 3).

  22. Moral especial - Virtudes Pecado por excesso contra a temperança: a intemperança Relativamente ao excesso na comida e na bebida, no afã desordenado de possuir e relativamente à vida sexual: O prazer do comer e beber está anexo ao dever de conservar a vida. Por isso é lícito. Mas a concupiscência pode suscitar desordem, de forma que cada um conscientemente saia dos limites, por causa do prazer produzido pelos alimentos. “A gula contraria o amor de Deus, fim último amável sobre todas as coisas” (S. Th.II-II, q. 148, a. 2, ad 2); As coisas são boas: possuí-las e usá-las é honesto. Mas a desordem que leva a pôr o coração nos bens com paixão, torna o homem escravo das rique-- zas. Chega a fomentar a avareza ou a empregar meios injustos para os adquirir; Prazeres sexuais: sexto mandamento. Os pecados neste âmbito reduzem o homem ao puro instinto como os animais, ofuscam a inteligência e embotam a vontade.

  23. Moral especial - Virtudes Pecado por defeito contra a temperança: a insensibilidade • É a rejeição total do prazer, inclusive dos prazeres necessários para a conservação do indivíduo ou da espécie, por afã de puritanismo ou com o desejo de não se misturar com o que, depreciativamente, se considera um mal. • Os prazeres sensíveis no triplo campo da • comida-bebida, posse de coisas e sexualidade • estão de acordo com a “recta razão”. Mas pode • renunciar-se a eles por muitos motivos nobres, • como a saúde, ou aumentar a força física, ou • por valores mais altos como a mortificação, • viver a pobreza, a dedicação a Deus (celibato • apostólico, virgindade sagrada...), etc..

  24. Moral especial - Virtudes Virtudes anexas à temperança (derivam dela e acompanham-na): • Humildade: modera o apetite desordenado da própria excelência (vício oposto: a soberba, origem e causa de todos os pecados). • Modéstia: inclina o homem a comportar-se em • todas as suas manifestações internas e externas • dentro dos limites próprios do seu estado e • posição social. Diz respeito especialmente ao • corpo e e ao seu adorno. • Mansidão: modera o carácter segundo a recta razão (vícios opostos: ira, indignação desmedida...). Clemência: inclina o superior a mitigar o castigo que deve impor ao culpado (vício oposto por excesso: cruel- dade; por defeito: excessiva brandura).

  25. Moral especial - Virtudes • A mortificação ajuda o indivíduo a conseguir o domínio das paixões, e a encontrar equilíbrio psíquico. Inclui a abstinência de certos gostos em si mesmo lícitos, o que facilita que se progrida e se alcancem outras etapas na luta ascética. • Com a mortificação consegue-se também a sobriedade, a qual permite manter-se na • medida do verdadeiramente útil e conveniente, • e se adquire maior sensibilidade aos valores • do espírito. • Viver sobrenaturalmente é o melhor meio para dominar e orientar as paixões.

  26. Moral especial - Virtudes • O homem deve valorizar o • sentido dos prazeres sen- • síveis que são bons, e ao • mesmo tempo, perceber a • superioridade que encerram • os prazeres espirituais.

  27. Ficha técnica • Bibliografia • Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciação Teológica da Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel) • Slides • Original em português europeu - disponível em inicteol.googlepages.com

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