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A Guerra dos Dez Anos. Revolução Farroupilha 1835-1845. Por que "Farroupilha"?.
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A Guerra dos Dez Anos Revolução Farroupilha 1835-1845
Por que "Farroupilha"? Este foi um apelido dado aos gaúchos na luta contra o Império do Brasil. Como não tinham uniformes - e havia, inclusive, falta de equipamento exclusivamente militar para a luta armada, como armas e botas - muitos lutavam com roupas esfarrapadas, maltrapilhos, e levavam suas garruchas, adagas e facas para a luta. Muitos soldados eram peões de estância e negros recém-alforriados pelos senhores, portanto, pessoas mais humildes.
A Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos, foi o segundo maior conflito armado do continente americano, começando em 1835 e tendo fim somente em 1845. • A revolução propriamente dita é de 1835 até 11 de setembro de 1836, pois após a proclamação da república, o conflito virou uma guerra entre dois países independentes.
Causas • Durante o primeiro Reinado e Regência, vários impostos impediram a ampliação dos lucros dos fazendeiros sulistas em conseqüência do encarecimento do preço final do charque gaúcho • O governo central passou a impor a cobrança de taxas pesadas sobre os produtos rio-grandenses, como charque, erva-mate, couros, sebo, graxa, entre outros. • Ao mesmo tempo aumentou a taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do charque.
A gota d'água para a revolução estourar foi a nomeação de Antônio Rodrigues Fernandes Braga para governador da província. No dia da posse, Braga fez uma séria acusação de separatismo contra os estancieiros, citando até nomes. Em 20 de setembro de 1835, o governador e alguns membros do Partido Conservador foram presos, e quase toda a província - com excessão da cidade do Rio Grande - ficou sob o controle dos revoltosos.
Em 1836 os farroupilhas foram surpreendidos por uma ação conservadora em Porto Alegre. Liderados pelo general Manuel Marques de Sousa, os soldados do Império tomaram a cidade. No mesmo ano, durante o combate da Ilha do Fanfa, no rio Jacuí, o comandante Bento Gonçalves, que liderava os farroupilhas, foi feito prisioneiro e foi levado à prisão no Rio de Janeiro, e de lá para Salvador.
Proclamação da república O coronel João da Silva Tavares voltou do Uruguai para a Província em setembro de 1836, comandando uma força de 560 homens, bem armado, Tavares provocou os farroupilhas, passando pela região de Bagé, território guarnecido pela tropa do coronel Antônio de Souza Netto, formada por 430 soldados. No dia 10 de setembro, os inimigos se encontraram nas margens do Arroio Seival. Apesar do menor número, os farrapos, investindo com espadas e lanças contra os inimigos,destroçaram a força de Tavares, que teve uma perna ferida, mas o pior aconteceu com seus soldados: 180 mortos, 60 feridos e 116 presos. As perdas farroupilhas foram mínimas.
Com a euforia da vitória obtida contra a tropa de Silva Tavares, os republicanos conseguiram convencer Netto a tomar uma das atitudes mais polêmicas da Guerra dos Farrapos. Netto não era republicano. Mas, a cada dia, este odiava ainda mais o império brasileiro, que se negava a conceder direitos aos revolucionários farroupilhas. Também eufórico com a vitória do Seival, Netto aceitou a argumentação dos seus oficiais. No dia 11 de setembro de 1836 , no Campo dos Meneses, sem consultar outros líders farrapos, Netto reuniu a tropa e leu a proclamação histórica:
“Bravos companheiros da Primeira Brigada de Cavalaria! Ontem obtivestes o mais completo triunfo sobre os escravos da Corte do Rio de Janeiro, a qual, invejosa das vantagens locais da nossa Província, faz derramar sem piedade o sangue dos nossos compatriotas para, deste modo, fazê-la presa das suas vistas ambiciosas. Camaradas! Nós, que compomos a Primeira Brigada do exército liberal, devemos ser os primeiros a proclamar, como proclamamos, a independência desta Província, a qual fica desligada das demais do Império, e forma um Estado livre e independente, com o título de República Rio-Grandense, e cujo manifesto às nações civilizadas se fará competentemente. Camaradas! Gritamos pela primeira vez: Viva a República Rio-Grandense! Viva a independência! Viva o exército republicano rio-grandense!”
Enquanto era eleito presidente pela Assembléia Nacional Republicana, Bento Gonçalves conseguia fugir da prisão na Bahia, auxiliado pelos rebeldes liberais que organizavam a Sabinada, e financiado secretamente pelo empresário Irineu Evangelista de Souza - o Visconde de Mauá - conseguiu retornar ao Rio Grande do Sul.
Entre 1837 e 1840 continuaram as tentativas do Império de vencer os revolucionários. Mas a luta estendeu-se até Santa Catarina, com a proclamação daRepública Juliana, que perdurou de 24 de julho a 15 de novembro de 1839. Os farroupilhas, liderados por Davi Canabarro e Guiseppe Garibaldi, auxiliaram os revoltosos catarinenses e fundaram uma confederação com a república vizinha.
Uma paz momentânea e o fim do conflito: • Em 1840 o governo regencial resolveu negociar com os farrapos, e uma relativa paz é observada no conflito. Em 1842 enfim é promulgada a Constituição da República Rio Grandense, e mesmo com as negociações, os farrapos tiveram o ânimo renovado na luta contra o Império. • Ainda em 1842 foi designado pelo Império para presidente da província do Rio Grande do Sul o general Luis Alves de Lima e Silva, na época ainda conhecido como Barão de Caxias. Uma das primeiras medidas tomadas pelo Barão foi o estrangulamento da economia gaúcha, atacando as cidades da fronteira que permitiam o escoamento da produção gaúcha de charque para Montevidéo. Além de estrangular a economia, os ataques também tinham como objetivo isolar gaúchos e uruguaios, já que o Império temia a aproximação de ambos.
Com as saídas para o mar bloqueadas - o Império tinha controle sobre a região da Lagoa dos Patos, o estuário do rio Guaíba entre outros rios importantes - e os ataques bem sucedidos na fronteira, o Barão propôs condições aos revoltosos para acabar com o conflito e reintegrar todo o território do Rio Grande do Sul novamente às ordens imperiais. Foram elas: • - Anistia aos oficiais e soldados e incorporação dos mesmos no exército imperial nos mesmos postos ocupados anteriormente enquanto revolucionários • - A escolha do presidente da província seria feita pela Assembléia Provincial e não mais por indicação do Império • - Taxações maiores sobre o charque e o couro da região do Prata
Após as duas últimas derrotas dos farroupilhas, conhecidas como "o massacre dos Porongos" e a "batalha de Ponche Verde". Muitos Lanceiros Negros foram aniquilados no "massacre", e o exército farroupilha ficou muito desfalcado após estas duas derrotas, não tendo outra alternativa a não ser aceitar os termos do Império para evitar um massacre ainda maior.Alguns ex-escravos sobreviventes acompanharam o general Antonio Neto em seu exílio no Uruguai após a rendição gaúcha. Outros poucos foram incorporados ao exército imperial e o restante foi vendido novamente como escravo no Rio de Janeiro.
A revolução farroupilha nada mais foi do que uma revolta que se transformou em uma guerra que durou dez anos, da classe dominante rio-grandense (pecuaristas) contra os altos impostos e ao nepotismo do Centro. Os farrapos não sofreram uma derrota final nos campos de batalhas apesar de estarem bastante desgastados, mas sim assinaram um tratado de paz, o qual favorecia as duas partes, pois com a separação o Centro perderia as fronteiras, e a província não teria liquidado suas dívidas, ficando cada vez mais endividada, trazendo a pobreza para dentro do Estado e como suas tropas cada vez mais em “farrapos”. Com a influência maçônica no Tratado de Paz, na qual Bento Gonçalves, Dom Pedro II e Feijó eram maçons, isso fez com que o império oferecesse a Bento a garantia de manter seu posto e sua permanência no exército brasileiro.
Bento Gonçalves serio o seu primeiro presidente. O novo país ficaria do estado brasileiro de Santa Catarina ao rio da Prata, do oceano atlântico à Argentina. As planícies Uruguaias seriam anexadas; Teríamos uma nova língua, uma mistura como o guarani e o espanhol; A economia seria como a criação de gado e produção de charque; E seria voltada para o exterior; Não seria um pais de imigrantes; A maioria da população seria descendentes de portugueses, índios e espanhóis; A industria calçadista, trazida pelos imigrantes não viria; Como isso o historiador Décio Freitas, diz que o República Rio-grandese seria um pais pobre e atrasado.
E o Brasil sem a República Rio-Grandense? Os políticos gaúchos foram a principal oposição ao predomínio de São Paulo e Minas Gerais, primeiro sob a liderança do senador Pinheiro Machado – assassinado em 1915 - depois compondo a Aliança Liberal. Derrotado nas urnas, o movimento pegou em armas para levar o gaúcho Getulio Vargas ao poder, iniciando um processo inédito irreversível de mudanças sociais, políticas e econômicas no Brasil. O espeto corrido, hoje uma das mais expressões da culinária brasileira não existiria; Sangue de boi, seria um vinho importado e; Gisele Bundchem, mais uma top model estrangeira, Assim por diante...