Universidade Nova

1. Universidade Nova Uma Proposta de Reestruturação da Arquitetura Curricular da Educação Superior Brasileira Naomar de Almeida Filho Universidade Federal da Bahia

2. Funções da Universidade: • Cultura & Educação • Artes & Técnicas (formação profissional) • Pesquisa & Criação • Inclusão Social

3. Formação Histórica da Universidade: • Universidade Escolástica. Faculdades Superiores de Teologia, Direito, Medicina • Universidade Clássica. Faculdade de Filosofia (Renascimento; formação das elites) • Universidade de Pesquisa. Reforma Humboldt (primeira revolução científica) • Universidade Social. Crítica ou corporativa?(Interdisciplinaridade; Maio de 1968)

4. Nova conjuntura conceitual: • Articulação de saberes • Hiperconectividade • Paradigmas alternativos de formação • Pensamento complexo • Inter-transdisciplinaridade • Nova Renascença

5. ReformaUniversitária de 1968 • Acordo MEC/USAID • Parecer Sucupira: grandes enganos • Departamentalização (simulacro USA) • Aliança com oligarquia acadêmica nacional • Mudança conservadora, mantém velho regime europeu • Saldo positivo: Pesquisa & PG

6. Raízes da atual arquitetura acadêmica: Concepção humboldtiana do conhecimento, linear, fragmentadora, alienada da complexidade da natureza, da sociedade, da subjetividade Modelos de formação da universidade européia do século XIX, superados em seus contextos de origem Uma reforma universitária incompleta (frustrada), imposta pelos militares na década de 70 e absorvida pelas elites nacionais Um período de laissez faire, com desregulamentação do ensino superior e abertura de mercado nos anos 90

7. Modelobrasileiroatual Bacharelados Doutorado Mestra- do Aca-dêmico PG lato- senso Especialização Aperfeiçoamento Licenciaturas Habilitações Cursos profissionaisde curta duração MestradoProfissional Cursos profissionaisde média duração MBA ?! Cursos profissionaisde longa duração Residência

8. Problemas a superar: Precocidade nas escolhas de carreira profissional Seleção limitada, pontual e “traumática” para ingresso na graduação Viés mono-disciplinar na graduação, currículos estreitos e bitolados Perda de autonomia, submissão ao mercado Fosso entre graduação e pós-graduação Incompatibilidade com modelos de arquitetura curricular de outras realidades universitárias Incultura: formação tecnológico-profissional culturalmente empobrecida

9. Universidade Nova Reestruturação radical da arquitetura curricular da instituição universitária, introduzindo temas relevantes da cultura contemporânea na educação superior. • Considerando a diversidade multicultural do mundo hoje, precisamos pensar em culturas, no plural • As Três Culturas da contemporaneidade

10. As TrêsCulturas da Universidade Nova • Culturahumanística: redefinir e ampliar o conceito de humanidades, tal como concebido no Iluminismo, nele introduzindo as dimensões do ecológico, da política, do desejo e do cibermundo • Culturaartística: importância das estéticas na vida atual; referencialidade própria dos processos artísticos • Culturacientífica: ciências como narrativas, produtos discursivos, práticas sociais em interface com outras práticas sociais, objetos culturais em campos culturais.

11. As TrêsCulturas da Universidade Nova • O sistema binário das duas culturas (Ciência / Humanidades), antagônicas e excludentes, estrutura ideológica da modernidade, e de suas universidades, foi superado pela história. • Revisão crítica de propostas de terceira cultura, com diferenciação das Artes frente às Humanidades, redefine o conceito de humano na contemporaneidade. • O sistema de três culturas, nem contraditórias nem complementares, é o que melhor traduz a cosmologia complexa das sociedades contemporâneas. • Re-culturalizar a educação superior permitirá a reinvenção da universidade brasileira.

12. Proposta Universidade Nova Implantar, na rede de universidades públicas brasileiras, um regime curricular de três ciclos, visando à diversificação e racionalização dos modelos de formação profissional e acadêmica. Criar a modalidade de curso superiordenominada de Bacharelado Interdisciplinar (BI), com estrutura curricular capacitada a evitar profissionalização precoce e especializada. Ajustar a arquitetura acadêmica da graduação e da pós-graduação, implementando novas modalidades de processo seletivo.

13. Bacharelado Interdisciplinar (BI): Curso de formação universitária interdisciplinar, “geral e propedêutica” Duração: 6 semestres (9 quadrimestres) Requisito para: a) formação profissional de graduaçãob) formação científica ou artística de pós-graduação.

14. Sistema de Títulos do BI Curso Sequencial em Ciências e Humanidades - Formação Geral (4 semestres) Diploma em grandes áreas: FG + 2 semestres: • Bacharel em Artes • Bacharel em Humanidades • Bacharel em Ciências FG + 2 a 3 semestres: Diploma de Tecnólogo

15. Estrutura Curricular do Bacharelado Interdisciplinar: I – Formação Geral(Eixos de formação) – Componentes “optatórios” II – Formação Propedêutica (grandes áreas do conhecimento) – Componentes optativos III – Formação Específica(áreas de concentração) – Componentes optativos

16. Componentes Curriculares do Bacharelado Interdisciplinar: Eixo Linguagens: • Língua Portuguesa como Leitura do Mundo • Língua Estrangeira Moderna • Linguagens Artísticas • Linguagens Quantitativas (lógica, simbologia, computação, aplicações) Eixo Interdisciplinar: • Estudos da Contemporaneidade • As três culturas: Humanidades, Artes, Ciências (interdisciplinas) Eixo Integrador: • Seminários Interdisciplinares (tutoria) I – Formação Geral II – Formação Propedêutica III – Formação Específica

17. Componentes Curriculares do Bacharelado Interdisciplinar: I – Formação Geral II – Formação Propedêutica III – Formação Específica Eixo Vocacional: • Cursos de apresentação de campos e áreas profissionais (Introdução) Eixo Propedêutico: • Cursos definidores das áreas de concentração • Troncos-comuns de campos profissionais Eixo Integrador: • Seminários Interdisciplinares (tutoria) • Atividades em Comunidade

18. Componentes Curriculares do Bacharelado Interdisciplinar: I – Formação Geral II – Formação Propedêutica III – Formação Específica Eixo Propedêutico: • Cursos definidores das áreas de concentração • Cursos básicos de carreiras profissionais Eixo Integrador: • Seminários Interdisciplinares (tutoria) • Atividades Curriculares em Instituições • Atividades Curriculares em Comunidade

19. Interdisciplinas de Cultura Humanística (exemplos): Conhecimento & Realidade Ética & Cidadania Política & Direitos Humanos Qualidade de Vida (Esporte, Saúde, Lazer) Consciência Ecológica Sexualidade Humana Subjetividade & Vida Cotidiana Formações Econômicas e Sociais Matrizes Étnico-Culturais do Brasil Informação & Cibercultura Educação & Sociedade Mídia & Poder Outras

20. Interdisciplinas de Cultura Humanística: Conhecimento & Realidade Ética & Cidadania Política & Direitos Humanos Qualidade de Vida (Esporte, Saúde, Lazer) Consciência Ecológica Sexualidade Humana Subjetividade & Vida Cotidiana Formações Econômicas e Sociais Matrizes Étnico-Culturais do Brasil Informação & Cibercultura Educação & Sociedade Mídia & Poder Outras

21. Interdisciplinas de Cultura Artística: Estéticas Panorama das Artes Participação Orientada em Eventos Artísticos e Culturais Literatura (ler e analisar Poemas, Contos, Romances e Dramas) Iniciação Artística (opções: Música, Artes Visuais, Teatro, Dança) Cinema, Vídeo e outras multi-artes Memória & Criação Patrimônio Artístico-Cultural Imaginários Indústria Cultural Outras

22. Interdisciplinas de Cultura Científica: Éticas & Tecnociências Epistemologia & Metodologia Informação: Ciência & Tecnologias Desenvolvimento Científico e Tecnológico Participação Orientada em Eventos Científicos História das Ciências e das Técnicas Energias Renováveis Cidades As Águas O Cosmo Corpo-mente Outras

23. Estrutura Curricular dos BachareladosInterdisciplinares Ano I Ano II Ano III EL1- Língua Portuguesa Cursos de Tecnólogo EL2- LinguagensMatemáticas EL3- LínguaEstrangeiraModerna FE12 Oficina de Artes EL4- LinguagensArtísticas I LinguagensArtísticas II FE8 FE13 EI- Estudos da Contemporaneidade FE14 FE9 FP4 FE7 CH Cultura Humanística FE10 FE15 FP3 FE6 CA Cultura Artística FE11 FE16 FE5 CC Cultura Científica FP2 * FP1* Eixo Integrador (Seminários Interdisciplinares; ACC) * Componentes curriculares de orientação profissional

24. Processos Seletivos: • Para entrar no BIRegulação do ingresso em vez de seleção/exclusãoTeste Geral de Capacidade & Potencial (Novo ENEM?) • Do BI para carreiras profissionais(Processos específicos para cada carreira profissional) • Desempenho médio nos módulos do BI • Desempenho em trajetórias pré-profissionais na FE do BI • Exame de Avaliação Seriada a cada ano do BI • Seminário/workshop aptidão/vocação • Teste de conhecimento de cursos básicos de cada carreira profissional

25. ProcessosSeletivos: dos BIs aosCursosProfissionais Ano I Ano II Ano III Estudos da Contemporaneidade Cursos de Tecnólogo Pensamento Quantitativo Língua Portuguesa Licencia-turas FE7 Língua Estrangeira Moderna FG1 FG4 FE1 FE3 FE4 FE8 workshop Pós- Gra- dua- ção FG2 FG5 FE2 FE2 FE5 FE9 FE3 FG3 FG6 FE1 FE6 FE10 Cursos Profissio- nais AtividadeInterdisciplinaremComunidade ProcessosSeletivos

26. Prosseguimento da formação profissional: • Licenciaturas mais 1 a 2 anos de formação específica, incorporando créditos dos módulos FG e FE, habilita egresso a lecionar no ensino básico • Carreiras profissionais de média duração (ex. Arquitetura, Administração, Geologia) mais 2 a 3 anos de formação específica, incorporando créditos dos módulos FG e FE • Carreiras profissionais de longa duração (ex. Direito, Odontologia, Medicina) mais 3 a 4 anos de formação específica, incorporando créditos dos módulos FG e FE

27. Eixos de formação (ProSaúde/MS): Eixo Ético-humanístico ⇒ conteúdos humanísticos relacionados ao desenvolvimento pessoal, profissional e social do futuro médico. Eixo Formação científica ⇒ aprendizado de pesquisa bibliográfica, metodologia científica, interpretação de trabalhos científicos etc. Eixo Prático-cognitivo ⇒ desenvolvimento de conhecimentos e habilidades; conteúdos teóricos a partir de demandas das vivências práticas. Módulos ⇒ unidades curriculares que articulam os componentes dos eixos e possibilitam a integração dos conteúdos e práticas das atuais disciplinas.

28. Bacharelado Interdisciplinar em Ciências (Saúde Coletiva) Língua Portuguesa I: (Fundamentos, Latim-Grego, clássicos) Língua Portuguesa II: (Leitura e produção de textos) Ano I Língua Estrangeira Moderna I Língua Estrangeira Moderna II Linguagens Matemáticas I: Lógica e simbologia Linguagens Matemáticas II:Computação e modelagem Contemporaneidade I: Culturas e Sociedades Contemporaneidade II: Instituições e Organizações CulturaCientífica(mínimo 2 interdisciplinas; sugestões: Ecologia; Ética da Ciência; História das Ciências; Informação: Ciência & Tecnologias) Cultura Humanística (mínimo 2 interdisciplinas; sugestões: Ética & Cidadania; Consciência Ecológica; Qualidade de Vida; Educação & Sociedade) Cultura Artística (mínimo 2 interdisciplinas, a escolher) Introdução à Saúde Coletiva (História do campo, métodos e práticas, formação do médico. Visão panorâmica da área. Regulação das práticas profissionais - Conselhos) * * Componente curricular de orientação profissional

29. Bacharelado Interdisciplinar em Ciências (Saúde Coletiva) Ano II Língua Estrangeira Moderna III Língua Estrangeira Moderna IV Linguagens Matemáticas III:Matemática aplicada à Saúde Informação em Saúde Módulo de Formação Específica(cursos optativos em qualquer campo das Ciências ou das Humanidades) Língua Portuguesa III: (Comunicação científica: retórica e argumentação, produção de projetos, artigos, relatórios, apresentações orais etc.) Contemporaneidade III: Indivíduo eSubjetividade Cultura, Sociedade e Saúde Epidemiologia: Fundamentos e Aplicações Modelos de Saúde-Doença Biologia Molecular e Celular Bases Metabólicas da Saúde Humana Iniciação à Pesquisa em Saúde I Iniciação à Pesquisa em Saúde II

30. Bacharelado Interdisciplinar em Ciências (Saúde Coletiva) Atividade Curricular em Comunidade; Seminários Interdisciplinares Ano III Módulo de Formação Específica Módulo de Formação Específica Módulo de Formação Específica Relação Paciente-Profissional de Saúde Políticas de Saúde Princípios de Patologia Humana Vulnerabilidade e Imunologia Bases Psicossociais da Saúde Humana Bases Morfo-funcionais da Saúde Humana Atenção Básica em SaúdeI Atenção Básica em SaúdeII OS ALUNOS QUE CONCLUÍREM COM SUCESSO uma proporção (a ser definida) de COMPONENTES CURRICULARES, FAZEM JUS AO DIPLOMA DE BACHAREL EM CIÊNCIAS (área de concentração: Ciências da Saúde). Esse título será requisito para prestar seleção ao prosseguimento da formação, visando aos Cursos de Formação em Saúde Coletiva.

31. Formação do Gestor em Saúde Coletiva (BI + 3 semestres) Módulo de Formação Específica Módulo de Formação Específica BI em Ciências História das Práticas de Saúde Sistemas de Saúde Comparados Planejamento em Saúde Gestão de Sistemas de Saúde Saúde Ambiental e Ocupacional Educação e Comunicação em Saúde Atenção Básica em SaúdeIII Atenção Básica em SaúdeIV

32. Formação do Gestor em Saúde Coletiva (BI + 3 semestres) Módulo de Formação Específica Módulo de Formação Específica Módulo de Formação Específica BI em Ciências Estágio Curricular Atividades de Promoção da Saúde em Comunidades Atenção Básica em SaúdeV

33. Curso de Economia: ajustado à Universidade Nova Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades (Estudos Econômicos, Financeiros e de Gestão) Língua Portuguesa I: (Fundamentos, Latim-Grego, clássicos) Língua Portuguesa II: (Leitura e produção de textos) Ano I Língua Estrangeira Moderna I Língua Estrangeira Moderna II Linguagens Matemáticas I: Lógica e simbologia Linguagens Matemáticas II:Computação e modelagem Contemporaneidade I: Culturas e Sociedades Contemporaneidade II: Instituições e Organizações Cultura Científica (mínimo 2 interdisciplinas; sugestões: Ecologia; Ética da Ciência; História das Ciências Sociais; Filosofia da Economia) Cultura Humanística (mínimo 2 interdisciplinas; sugestões: Ética & Cidadania; Consciência Ecológica; Qualidade de Vida; Educação & Sociedade) Cultura Artística (mínimo 2 interdisciplinas, a escolher) Introdução à Economia(História do campo, métodos em Economia, formação do economista. Visão panorâmica da área. Regulação das práticas profissionais) * * Componente curricular de orientação profissional

34. Curso de Economia: ajustado à Universidade Nova Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades (Estudos Econômicos, Financeiros e de Gestão) Ano II Língua Portuguesa III: (Comunicação científica: retórica e argumentação, produção de projetos, artigos, relatórios, apresentações orais etc.) Módulo de FormaçãoEspecífica(cursosoptativosemqualquer campo das Ciênciasou das Humanidades) Língua Estrangeira Moderna III Língua Estrangeira Moderna IV Linguagens Matemáticas III:Matemática aplicada à Economia História do Pensamento Econômico Contemporaneidade III: Indivíduo eSubjetividade Introdução à Economia Política Introdução à Sociologia Teoria Geral da Administração Introdução ao Direito Contabilidade Geral Iniciação à Pesquisa Social I Iniciação à Pesquisa Social II

35. Curso de Economia: ajustado à Universidade Nova Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades (Estudos Econômicos, Financeiros e de Gestão) Ano III Atividade Curricular em Comunidade; Seminários Interdisciplinares Módulo de FormaçãoEspecífica Estatística Econômica Economia Política Marxista História Econômica Geral Inovação Tecnológica (ênfase em empreendedorismo) Geografia Econômica Economia Brasileira Contemporânea Formação Econômica do Brasil Iniciação à Pesquisa Econômica I Iniciação à Pesquisa Econômica II OS ALUNOS QUE CONCLUÍREM COM SUCESSO uma proporção (a ser definida) desses COMPONENTES CURRICULARES, FAZEM JUS AO DIPLOMA DE BACHAREL EM HUMANIDADES (área de concentração: Estudos Econômicos, Financeiros e de Gestão). Esse título será requisito para prestar seleção, visando o Curso de Formação de Economista.

36. Curso de Economia: ajustado à Universidade Nova Formação Profissional do EconomistaBI + 3 semestres Módulo de Formação Específica Módulo de Formação Específica Economia Política Clássica Módulo de Formação Específica Economia Política Neoclássica Contabilidade Social BI em Humanidades Teoria Microeconômica I Teoria Microeconômica II Teoria Macroeconômica I Teoria Macroeconômica II MatemáticaEconômicaAvançada Econometria

37. Curso de Economia: ajustado à Universidade Nova Formação Profissional do EconomistaBI + 3 semestres Matéria Profissionalizante de Escolha Economia Internacional Formação Profissionalizante Economia do Setor Público Economia Monetária Desenvolvimento Econômico Elaboração de Monografia

38. Metas/Desafios: Ampliação da oferta de educação superior; maior inclusão social Adiamento de escolhas profissionais precoces evitando prejuízos individuais e institucionais Redução das taxas de evasão, em especial do ensino público Flexibilização curricular, aumento de componentes optativos; aos estudantes, a escolha de seus percursos de aprendizagem Maior mobilidade interna e inter-institucional Interdisciplinaridade:de dispositivos curriculares; integração entre conteúdos disciplinares Alargamento da base dos estudos universitários; acesso às culturas da contemporaneidade Catalizar reformas curriculares na formação profissional e acadêmica Aumento da eficiência geral da universidade pública

39. Modelo proposto Evasão: 800 Modelo atual Ingressos: 6.000 Evasão: 1.300 Ingressos: 4.000 Mes-trado Tecnol.

40. Escola Pública Evasão: 400 Ingressos: 3.000 Mes-trado Tecnol. Ensino Particular Evasão: 400 Ingressos: 3.000 Mes-trado Tecnol.

41. Mitossobre a Universidade Nova • A UN faz parte de uma conspiração internacional, pois haveria “nexos e relações com tratados internacionais como o de Bolonha e os interesses dos imperialistas europeus e norte-americanos”, dentro de um “PLANO MUNDIAL DE EDUCAÇÃO, que está sendo articulado para uma NOVA ORDEM MUNDIAL.” • A Universidade Nova vai oferecer educação “de segunda categoria”, com um Bacharelado tipo “Escolão”, “Genericão”, “cursos invertebrados”, “formação rebaixada”, “título em coisa nenhuma”, mera repetição do ciclo básico da Reforma de 1968. • A UN reduzirá a qualidade da formação porque “a oferta de vagas no BI será cinco vezes maior que nos cursos profissionais e a relação docente/aluno será 1/60”. • “A Universidade Nova vai apenas adiar escolhas profissionais com a introdução de um segundo vestibular; portanto, aumentaria a exclusão social ao criar obstáculos ao acesso das camadas populares aos cursos profissionalizantes”. • A UN alongará a formação porque, “após a seleção interna, o aluno terá que cursar mais quatro, cinco ou seis anos a depender da profissão que escolheu.” • A UN propõe “significativa expansão de vagas e matrículas nas IFES, sem o correspondente financiamento, redundando no desmonte generalizado da estrutura que deveria caracterizar a instituição universitária”. • O modelo UN “reduzirá a capacidade de pesquisa e extensão das universidades, extinguindo a iniciação científica.”

42. Mitossobre a Universidade Nova A UN faz parte de uma conspiração internacional... Os documentos oficiais da Universidade Nova submetidos à discussão pública apresentam com clareza os antecedentes históricos e políticos da proposta – que atualiza idéias originais de Anísio Teixeira e dos intelectuais da UDF (reprimida pela Ditadura Vargas), reiteradas em propostas sucessivas da UNE (1960-62), da UnB (reprimida pelo Golpe Militar de 1964), da SBPC, da Academia Brasileira de Ciências, entre outras – demonstrando as raízes nacionais da proposta e sua genuína matriz política.

43. Mitossobre a Universidade Nova A Universidade Nova vai oferecer educação “de segunda categoria”, com um Bacharelado Interdisciplinar que é mera repetição do ciclo básico da Reforma de 1968. Não há qualquer equivalência entre a universidade da Reforma imposta pelos militares, e ainda vigente, e a arquitetura curricular da Universidade Nova. No ciclo básico de 1968: • os alunos entravam direto nas profissões, • os ciclos iniciais eram “básicos” para profissionalização restrita; • inexistia terminalidade intermediária; • quem não passasse no Provão saia sem qualquer titulação; • não havia intenção de formação cultural e humanística.

44. Mitossobre a Universidade Nova A UN reduzirá a qualidade da formação porque “a oferta de vagas no BI será cinco vezes maior que nos cursos profissionais” e “a relação docente/aluno será de 1/60”. Não há, em qualquer documento da proposta, nada que justifique essas “pequenas mentiras”. • Em termos quantitativos, estima-se aumentar vagas no BI e nas Licenciaturas, mantendo os cursos profissionais mais ou menos com o mesmo tamanho de oferta. Isso poderá ampliar a relação docente/aluno, por exemplo, na UFBA, de 1/12 para 1/20, gradualmente, em cinco anos. • Haverá no BI maior concentração de atividades no turno noturno, otimizando instalações e equipamentos de ensino e, sobretudo, garantindo condições de permanência para alunos do programa de Ações Afirmativas. • Com investimentos em novos modelos pedagógicos, a qualidade do ensino certamente se manterá elevada.

45. Mitossobre a Universidade Nova “A Universidade Nova vai apenas adiar escolhas profissionais com a introdução de um segundo vestibular; portanto, aumentaria a exclusão social ao criar obstáculos ao acesso das camadas populares aos cursos profissionalizantes”. Isto só ocorrerá se as universidades públicas brasileiras continuarem como instrumento de dominação, negando-se a implantar políticas de ações afirmativas. Conforme o documento Anteprojeto UFBA Nova (2007, p. 17) : “Não há nenhuma lógica, política ou acadêmica, que justifique deixarmos que os processos seletivos para ingresso na casa da cultura, das artes e das ciências aconteçam fora da universidade. Ao permitirmos que isso ocorra, como se dá hoje, a seleção torna-se muito mais social e política do que por mérito, habilidade, competência, aptidão. [...] a manutenção das políticas de Ações Afirmativas é prioridade no Projeto Universidade Nova [e,...] de imediato, deverão ser reforçados os programas de permanência.”.

46. Mitossobre a Universidade Nova A UN alongará a formação porque, “após a seleção interna, o aluno terá que cursar mais quatro, cinco ou seis anos a depender da profissão que escolheu.” Haverá extensão do tempo apenas para profissões com lacunas evidentes nos programas de formação (exemplos: Medicina sem cultura humanística, Direito sem alfabetização digital), que poderão sofrer acréscimos de 6 a 12 meses nos prazos de titulação. • A duração média das licenciaturas não será alterada; • a formação do Economista, por exemplo, será completada em 2.900 horas, apenas 200 horas acima do requerido pelas Diretrizes Curriculares da área; • as Engenharias precisarão de apenas 4-5 semestres após o BI (como já ocorre na UFABC).

47. Mitossobre a Universidade Nova A UN propõe “significativa expansão de vagas e matrículas nas IFES, sem o correspondente financiamento, redundando no desmonte generalizado da estrutura que deveria caracterizar a instituição universitária”. O Decreto 6.096, de 24/4/2007, estabeleceu para cada universidade federal um fundo de até 20 % do seu orçamento de custeio e pessoal, além de recursos extraordinários para investimentos. Cada universidade terá o seu “colchão orçamentário” (expressão do Ministro Haddad) para implantar um plano de reestruturação da graduação, não necessariamente no modelo Universidade Nova. Somente na UFBA, estima-se adicional de 74 milhões de reais para despesas de construção, reformas, instalações e equipamentos, além de um orçamento anual de 60 milhões, a partir de 2008 (equivalente a 560 professores-equivalentes e 630 servidores, adicionais ao quadro atual).

48. Mitossobre a Universidade Nova O modelo UN “reduzirá a capacidade de pesquisa e extensão das universidades, extinguindo a iniciação científica”. Conforme o Anteprojeto (p. 11-12), a Universidade Nova promoverá, para todos, formação em Cultura Científica e em Cultura Artística. O modelo curricular do BI se baseia em Eixos Integradores, que incluem “interdisciplinas” e Atividades em Comunidade, ofertadas de modo “optatório”. • Sobre o desincentivo à pesquisa, com eventual extinção da IC, trata-se de mais uma inferência falsa. Ao contrário, conforme demonstrado nos currículos de novos cursos apresentados, haverá eixos de formação em pesquisa. • Em nenhum documento da Universidade Nova se encontra qualquer indício de que haverá redução da qualidade na pesquisa. • O modelo atual de universidade é que aliena a formação profissional da formação científica e das atividades de compromisso social.

49. Mitossobre a Universidade Nova O modelo UN “reduzirá a capacidade de pesquisa das universidades”. Vale uma refutação firme desse mito pelos fatos: • Dos 30 países de maior produção científica, apenas 4 mantém o velho sistema de profissionalização precoce e especializada; • Exceto a Rússia, todos os países que atualmente superam o Brasil em produtividade científica adotam, em suas universidades, ciclos iniciais de formação como o BI.