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Profª Drª Simone Bortoliero Associação Brasileira de Jornalismo Cientifico

"Desafios de uma prática regional de Jornalismo Científico e Popularização da Ciência e Tecnologia”. Profª Drª Simone Bortoliero Associação Brasileira de Jornalismo Cientifico Universidade Federal da Bahia Doutora em Comunicação Cientifica e Tecnológica (UMESP)

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Profª Drª Simone Bortoliero Associação Brasileira de Jornalismo Cientifico

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Presentation Transcript


  1. "Desafios de uma prática regional de Jornalismo Científico e Popularização da Ciência e Tecnologia” Profª Drª Simone Bortoliero Associação Brasileira de Jornalismo Cientifico Universidade Federal da Bahia Doutora em Comunicação Cientifica e Tecnológica (UMESP) Pós- Doutorado em Midia, Meio Ambiente e Energia (Unicamp) 2008

  2. Políticas Públicas /Educação Cientifica • Criação de espaços de divulgação cientifica; • Formação de professores de Ciências comprometidos com uma ciência cidadã e com uma tecnologia que leve justiça social. Cuidados com ensino fundamental e médio; • Formação crítica para leitura de mídia pelos jovens nas escolas; • Produção de materiais realizados pelos jovens. Porque tem muita coisa ruim na TV e na Internet e os jovens precisam saber opinar e escolher sobre o que é bom e ruim no campo da C&T (Educação para Mídia)

  3. Jornalistas • Formação de Jornalistas na Graduação (com caráter investigativo e crítico); • Investimento na Formação de Pesquisadores nas diferentes regiões (com mestrado e doutorado); • Na Bahia por exemplo duas frentes se consolidaram nos últimos anos - Pós em Cultura e Sociedade e Pós em Ensino , Filosofia e História das Ciências, ambas na UFBA com as linhas de pesquisa Cultura e Ciência , Divulgação Cientifica, Percepção Pública da Ciência e da Tecnologia.

  4. Produção regional de qualidade em C&T Produção de materiais audiovisuais realizados por professores de ciências da rede pública (hoje estamos usando o Youtube) – através do oferecimento de oficinas de Comunicação para a Educação Científica, feita por jornalistas; • Parceria entre as instituições públicas e privadas na criação de cursos de capacitação para as assessorias de comunicação das instituições e órgãos de pesquisa; • Criação de Centros e Núcleos de Jornalismo Científico e Divulgação Cientifica nas diferentes regiões com o objetivo de favorecer um Jornalismo Cientifico para a Educação Cientifica; • Agências de noticias on line no campo de C&T; • Investimentos em projetos multidisciplinares e criação de redes de pesquisa no campo do jornalismo cientifico.

  5. Críticas ao atual modelo/o ideal • Uma informação que nos impõe o uso de tecnologias sem justiça social; • Informações sobre pesquisas oriundas do eixo Rio-SP; • Uma divulgação cientifica pouco comprometida com o desenvolvimento humano e social das regiões brasileiras; • Necessidade de uma visão multidisciplinar ao olharmos os fenômenos científicos; • Desafios na formação dos jornalistas e de divulgadores científicos no século XXI (formação multidisciplinar) • Defesa de um jornalismo investigativo no campo da ciência e da tecnologia. Ou seja, deveremos dar conta de uma formação critica com relação a temas de Ciência, Tecnologia e Inovação e se estamos veiculando pesquisas nas diferentes regiões que estão contribuindo para a melhoria da qualidade de vida na terra. • Modelo de comunicação unidirecional entre jornalistas e cientistas; • Mito da ciência como verdade absoluta;

  6. Popularização da C&TI (via jornalismo) • Projetos de criação de Centros de Ciências reunindo jornalistas, pesquisadores e bolsistas de ensino médio e graduação (iniciação cientifica); • Incentivo a projetos de bolsas para jornalismo científico, via instituições de pesquisas nos estados brasileiros (única possibilidade de pesquisa e de produção na área de popularização via diferentes mídias); • Exemplo: Projeto Jovens Repórteres Científicos são espaços para a experimentação de metodologias de comunicação que podem contribuir com a formação de uma cultura científica entre jovens de áreas urbanas e ruraiis;; • É necessário dentro das Universidades um esforço de co-produção de equipes multidisciplinares que pensem em políticas de popularização da ciência e tecnologia para fora de seus muros; • Parcerias inter-institucionais entre laboratórios (citar UFBA, como LabTV da FACOM e Instituto de Biologia e institucionais (secretarias, universidades, ong”s); • Convencimento dos pesquisadores/ programas nos canais universitários/luta por satélites/ agências on line como ciência press, comciência.

  7. Comunicando a Ciência & Tecnologia de forma regional • Cada região tem contrastes sociais, econômicos e diferentes culturas; • Eu gostaria de lembrar que nossa formação cientifica está baseada numa ciência eurocêntrica, branca e masculina que moldou todo o sistema de educação cientifica do povo brasileiro nas últimas décadas. E a partir do meu estado, a Bahia, local que escolhi para trabalhar como professora e pesquisadora, fui percebendo como essa realidade implicou na baixa auto-estima dos afrodescentes no que se refere a escolha por carreiras de Ciência e Tecnologia;

  8. Formação da Cultura Cientifica • As concepções do racismo científico disseminados nos meios acadêmicos a partir do século XIX; • Na sociedade brasileira atual, ainda há concepções que norteiam o senso comum da população brasileira. A história do branco civilizado, do negro mais afeito ao trabalho brutal e do “selvagem” indolente indígena, persiste e tem moldado gerações, contribuindo para consolidar relações sociais de subalternidade em que a pirâmide socioeconômica dos segmentos étnicos reflete o papel do fator racial em nossa organização social. • É o que venho percebendo em meus estudos de pós doutorado sobre a produção de biocombustíveis e o trabalho escravo nos canaviais de São Paulo.

  9. Cultura Cientifica • Essa faceta político-ideológico contida na história do desenvolvimento da ciência no Brasil não pode ser desprezada quando temos como meta um Jornalismo Cientifico comprometido com a popularização desse saber, sobretudo para os segmentos excluídos como os afrodescendentes e indígenas, os quais foram objetos dessa ciência e por conseguinte tiveram sua auto-imagem depreciada em prol de esquemas classificatórios que os colocavam nas escalas mais inferiores em termos intelectuais. • E no sul, como estão questões semelhantes? Os jovens independente de cor, religião, classe social estão tendo acesso ao conhecimento cientifico através de projetos de popularização, de que forma e quais são estes espaços.

  10. Qual o papel do pesquisador na divulgação cientifica • Os pesquisadores preocupados com a divulgação científica devem se perguntar inicialmente a quem pertence o conhecimento? Se fizermos esta pergunta entenderemos que a ciência é um fenômeno cultural e está intimamente ligada às outras manifestações culturais. • Portanto, algumas comunidades detém, socialmente, o menor prestígio, isto é , acabam resistindo a menos códigos. • Assim, devemos compreender que a validação de saberes populares pela academia é acompanhada de transferência deles para classes de maior poder econômico, com a usurpação daqueles que os produziram e detinham. • Ex: patrimônio genético. Patentes de plantas medicinais. • Prestar contas do investimento da pesquisa; • Melhorar a qualidade de vida das populações; • Democratizar o acesso ao conhecimento cientifico, entre outros.

  11. Qual o papel do jornalista cientifico? • Cobrar políticas públicas que favoreçam uma melhor qualificação de nossos professores de ensino de ciências. Não é possível que um comerciante dê aulas de química, física, biologia, matemática, português, historia ou geografia no interior da Bahia. Pq senão é impossível falar de jornalismo cientifico para a maioria; • Devemos levar em consideração os estudos sobre percepção pública da ciência entre jovens , professores, donas de casa, etc...verificando níveis de alfabetização cientifica e além disso conhecer as diferentes culturas espalhadas pelo Brasil. A tarefa não é fácil, mas é de jornalistas e cientistas, professores e pesquisadores.... • A comunicação é um processo de interlocução. De diálogo. A ciência é uma questão social e portanto a comunicação é indispensável; • Entender que o discurso do cientista é uma representação de suas formas de observação e que a verdade da ciência é provisória. O currículo lattes não pode ser fonte única de consulta de nossos jornalistas nas redações. Devemos questionar as formas de publicação, o modelo competitivo, a divisão das verbas e o investimento em pesquisas.... • Atuar como jornalistas investigativos – falar da história das ciências, das tecnologias com justiça social, dos métodos científicos, das disputas e lobbys no congresso nacional, dos investimentos em uma determinada linha de pesquisa e não em outra, falar das políticas públicas federais, estaduais e municipais na área de C&TI. • Fazer C&T é uma atividade humana, com implicações diretas nas atividades sócio-econômicas e políticas de um país.

  12. Agradecimentos A Diretoria da Associação Brasileira de Jornalismo Cientifico agradece o convite para a participação neste 2º Encontro de Ciência e Tecnologia do Paraná, evento organizado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), com apoio e estrutura da Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná (Unicentro). Obrigada Simone Bortoliero (ABJC) bortolie@gmail.com bortolie@ufba.br

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