E N D
O que é mesmo a Sexualidade Unindo pela Sensação : logo após o nascimento , a nossa sexualidade , ou seja, a nossa união com o mundo acontece, no nível da segurança. Mas essa primeira imagem de fusão , em que a criança e a mãe se doam no ato amoroso da amamentação , traduz um contato de extrema intimidade e entrega , uma experiência física e sensorial que repercutirá por toda a vida da pessoa que a experimenta. A descoberta da importância do outro também como fonte de prazer se dá nessa instância : dar e receber carinho pelo tato, pelo olhar, pela atitude até o orgasmo na vida adulta.
“O outro existe e faz parte da minha fluidez com a vida “ Dor e prazer, calor e frio, formas, cores, texturas e volumes, encontro e desencontro, união e separação: todo esse universo de percepções se torna vivo e real para o SER HUMANO... A serenidade e o bem estar que sucedem uma experiência de orgasmo, tem sem dúvida, enorme importância para a nossa saúde e felicidade. A descoberta da força do dar e receber, do compartilhar e do interagir potencializa , definitivamente , o ser humano na sua busca do conhecimento e da realização. Ela é a primeira porta que se abre para a formação da nossa IDENTIDADE. Que força de atração é essa que, pela união, permite que sejamos pessoas?
“ Mitos e Crenças Equivocadas sobre a Sexualidade de Pessoas com Deficiência “ • Mito 1 : Pessoas com D.Intelectual são assexuadas : não tem sentimentos, pensamentos e necessidades sexuais. Isso está diretamente relacionado com a crença de que essa pessoas são dependentes e infantis , e portanto, não seriam capazes de usufruir de uma vida sexual adulta. • O olhar para o deficiente i. como alguém infantil é muito comum, porque, em geral, relacionam-se à dependência aspectos como imaturidade emocional e a infantilidade. Na verdade, até mesmo na infância , a sexualidade não pode ser negada ou omitida no sentido libidinal, porque ela existe desde o nascimento , e as funções e desejos eróticos estarão potencialmente preservados e não deveriam ser negados quando há algum tipo de limitação ou deficiência. Em nenhuma situação há alguém que não seja sexuado.
Como este mito refere a situações abusivas de violência • Ao considerar a pessoa com deficiência intelectual como alguém não dotado de sexualidade, negligenciam-se os cuidados contra situações de abuso e se omitem a essas pessoas o direito de acesso a orientação/educação sexual. Isso é um grave equívoco que teme elevado os índices de violência, de gravidez indesejada e DSTS. As pessoas com deficiência intelectual são 1, 7 vezes mais vulneráneis à violência sexual do que aqueles que não vivem com deficiências. O poder abusivo de cuidadores, a falta de punição para os agressores e o silêncio nas instituições, são situações que podem agravar e aumentar a ocorrência de estupro ou de outras formas de violência .
Mito 2: Pessoas com D.I. são hiperssexuadas : seus desejos são incontroláveis e exacerbados. • O interesse por sexo é variável entre pessoas com deficiências e entre não deficientes. No caso dos deficientes o fato das pessoas acreditarem que sua sexualidade é exagerada tem mais a ver com a expressão pública de comportamentos sexuais do que com a frequência com que eles ocorrem, principalmente entre aqueles com deficiência intelectual. Não há relação entre sexualidade exagerada e as questões orgânicas da deficiência intelectual. • O que há é a expressão da sexualidade, que muitas vezes reprimida pelas famílias e práticas religiosas, quando se expressa, vem com força e naturalidade, mas nem sempre com a crítica, e por isso, as crianças, adolescentes e jovens com DI são orientados a manifestar sua sexualidade em locais que não sejam públicos , neste sentido ainda são reprimidos, mas no sentido de presevação da integridade pessoal e social (no caso por exemplo de realização de relações sexuais dentro de metrôs, praças, etc).
Inclusão Social e Expressão da Sexualidade / Afetividade • À medida que a família e a pessoa com deficiência intelectual está em processo histórico de inclusão na sociedade, estes são orientados a pensarem como serão os relacionamentos de “ficar”, namorar e casar. Os vínculos de afeto entre as pessoas com deficiência são sempre muito intensos, regados a muito romantismo e delicadezas. Há muitos mimos, presentes, cartinhas, festinhas e bailinhos, onde os ficantes e namorantes se sentem à vontade para expressarem sua sexualidade. Eles gostam de usar alianças de compromisso e é frequente um ritual de troca de alianças. No caso de relacionamento sexual, eles são orientados com as famílias a procurarem os métodos contraceptivos e de prevenção a DSTS, como quaisquer adolescente ou jovem .
Mito 3 : Pessoas com Deficiência são pouco atraentes, indesejáveis e incapazes de conquistar um parceiro amoroso e manter um vínculo estável de relacionamento amoroso e sexual. • As mensagens ideológicas relacionadas ao sexo divulgam-se como um direito exclusivo de pessoas jovens e bonitas. Os padrões definidores de normalidade sexual impõem um sexo que envolve protagonistas de corpo perfeito, magro, esbelto e com boa saúde. Para muitas pessoas a deficiência se sobrepõe à questão sexual, como se o corpo deficiente aparecesse antes do corpo sexual e inviabilizasse a satisfação da sexualidade própria. • Há uma crença social a ser desconstruída às pessoas com deficiência infelicidade, incapacidade, desvalia, e a expressão da sexualidade e da vida sexual ficam prejudicadas e muitas pessoas com deficiência acabam não se envolvendo em relações sexuais e amorosas . Muitos jovens são desejantes de ter vida sexual e as famílias não concordam, os mantendo sempre na atitude infantilizada, o que pode causar muitas vezes depressão com episódios de agressividade.
Pessoas com Deficiência não conseguem usufruir o sexo normal que é espontâneo e envolve a penetração seguida de orgasmo, por isso, sendo pessoas que têm disfunções sexuais relacionadas ao desejo, à excitação e ao orgasmo • Na cultura ocidental, que herda as regras repressivas da religião judaico- cristã, culpando o sexo que visa apenas o prazer e condenando atos como a masturbação, as relações homoafetivas, o orgasmo e o desejo acentuado de mulheres. Muitas vezes a masturbação é a única fonte de prazer de pessoas com D.I, o que pode ocasionar autoconhecimento corporal e sensações de prazer, mas que também traz muita solidão, a não ser que seja praticada a dois. As pessoas com Deficiência Intelectual são tão sábias, que não se prendem aos estereótipos comportamentais , deixando fluir com muito amor as relações, fluindo na naturalidade. Elas não se prendem. Se deixam levar...na fluidez dos acontecimentos. O amor, assim como o sexo e o desejo são influenciados pelas concepções sociais de normalidade que destroem qualquer possibilidade de se desejar espontaneamente. Assim diz a sociedade.
Mito 5: A reprodução para pessoas com deficiência é sempre problemática porque são estéreis, geram filhos com deficiência ou não tem condições de cuidar deles • Casais com deficiência intelectual podem gerar ou não, filhos com deficiência intelectual ,assim como todos os casais. Nem sempre a deficiência é hereditária. O aconselhamento genético pode ajudar as pessoas na decisão de ter filhos ou não. • A decisão de ter ou não filhos envolve os pais e responsáveis, mas mesmo assim, devem ser incentivados a ter autonomia e responsabilidade , tendo vida sexual prevenindo-se da gravidez não programada. Uma grave violação de direito é a esterilização.
Novos tempos... • A deficiência intelectual sempre foi associada à incapacidade, à dor, ao sofrimento. Em alguns casos a deficiência pode até não ser visível , o sentimento de diferença pode estar introjetado na própria identidade do sujeito. • Hoje ter ou não uma deficiência não é impedimento de uma vida saudável e feliz, e até por causa disso, muitos deficientes intelectuais não sabem que são deficientes intelectuais, apenas vivem a vida , sabem que tem algo, mas que também, este “algo” não os impede de trabalhar, ter uma vida autônoma, fazer amizades e criar vínculos afetivos saudáveis e positivos.
Nova era...novos olhares...novos saberes... • Os deficientes intelectuais são sujeitos de direitos e muitos caminham na formação do sujeito político. Têm auto estima, são capazes de fazer escolhas, e não se submetem mais à voz de terceiros, tirando sua voz na sociedade. • Os mitos servem apenas para justificar a segregação de pessoas com deficiências na sociedade. Os mitos devem ser desconstruídos.
GRATOS PELA ATENÇÃO! APAE DE SÃO PAULORua Loefgreen, 2109 Tel: (11) 5080-7148 e-mail: anaclaudialima@apaesp.org.br www.apaesp.org.br