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A AVALIAÇÃO NA MODALIDADE DE ENSINO A DISTÂNCIA: PROCESSOS E SIGNIFICAÇÕES

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO - FAED. A AVALIAÇÃO NA MODALIDADE DE ENSINO A DISTÂNCIA: PROCESSOS E SIGNIFICAÇÕES. Maria Conceição Coppete Financiamento: Programa PROBIC/UDESC

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A AVALIAÇÃO NA MODALIDADE DE ENSINO A DISTÂNCIA: PROCESSOS E SIGNIFICAÇÕES

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Presentation Transcript


  1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO - FAED A AVALIAÇÃO NA MODALIDADE DE ENSINO A DISTÂNCIA: PROCESSOS E SIGNIFICAÇÕES Maria Conceição Coppete Financiamento: Programa PROBIC/UDESC Professoras pesquisadoras: Ligia S. Tumolo e Rode Dilda M. da Silva Bolsista de Iniciação Científica: Renata Monteiro FLORIANÓPOLIS - SC Setembro/2007

  2. Resumo: A presente pesquisa deteve-se no estudo de uma importante ferramenta educacional: a avaliação. Neste sentido buscou-se entender o significado de ser avaliado atribuído pelos/as alunos/as em um curso de Pedagogia na modalidade a distância e de identificar o paradigma avaliativo subjacente ao significado de avaliação manifestado pelos sujeitos envolvidos. A metodologia adotada foi a qualitativa, realizada em dois momentos: pesquisa documental e aplicação de questionários nos formatos on-line e impresso. O tratamento dos dados foi feito por meio de construção de categorias de análise com base nos discursos utilizando o método exploratório dedutivo. Os sujeitos da pesquisa foram sessenta alunos. Como resultados, encontrou-se cinco categorias que expressam o significado de ser avaliado, a saber: paradigma tradicional; novo paradigma; modelo imposto; rito de passagem e percepção da competência para o ensino. A discussão dos dados está apoiada na revisão da literatura, e corrobora a discussão atual que os autores apresentam sobre a temática.

  3. O Método... Por meio de questionários on-line e impressos, os alunos e alunas que participaram da pesquisa puderam dar suas contribuições, no sentido de manifestarem seus sentimentos, intenções, perspectivas e projeções acerca da avaliação – no que diz respeito a serem avaliados. Os questionários foram digitalizados, e o tratamento dos dados foi realizado por meio de construção de categorias de ensino com base na interpretação dos discursos, utilizando o método exploratório dedutivo (método qualitativo). Este estudo foi divido em três tempos: • 1º - formação de conjuntos de respostas com sentido semelhantes; • 2º - extração de sentido, ou síntese, das respostas; • 3º - criação de categorias de ensino, com base nas sínteses das respostas dos sujeitos. • (Período de realização – 2005/2006)

  4. OMinucioso Processo de Encontrar Respostas Semelhantes...1ª etapa

  5. Analisando e Sintetizando as Respostas dos Sujeitos...2ª etapa

  6. Como Surgiram as Categorias?3ª etapa

  7. Categoria Paradigma Tradicional: Chamamos de paradigma tradicional a categoria de ensino em que os alunos dizem sentir-se classificados através de notas, onde precisam estudar (decorar?) para “passar” para a fase seguinte, sem que haja uma avaliação ampla de todo o contexto. Uma forma de avaliar enquadrada numa abordagem tecnicista, seguindo ainda a linha do positivismo radical, prevalecendo o conceito de certo e errado. A prática desta forma de avaliação, ainda recorrente, considera como função do ato de avaliar a classificação, e não o diagnóstico, como deveria ser. “Ser avaliado no curso, ainda está muito ligado ao testar conhecimentos (...) os alunos parecem sempre estar estudando, para obter nota para serem bem sucedidos na prova.” (Letícia)

  8. Categoria Paradigma Tradicional • “Ser avaliado, no Cead, significa "medir" a aprendizagem do aluno”. (Gustavo) • “É uma classificação, um julgamento dos conhecimentos adquiridos. ” (Isabel)

  9. Categoria Novo Paradigma: Este paradigma avaliativo pretende opor-se ao modelo tradicional e propor que a avaliação seja uma ação reflexiva e desafiadora do educador na busca de contribuir, favorecer a troca de idéias entre e com seus alunos, num movimento que transpassa o saber transmitido e remete a um saber enriquecido e construído com base nos fenômenos estudados. Este tipo de avaliação, não está centrado em averiguar qual o valor da nota que deverá ser atribuída ao aluno e nem nos erros cometidos por esses, mas na proposição de uma ação reflexiva que coloca o aluno como sujeito do processo de aprendizagem. “Para mim ser avaliado no curso de Pedagogia na modalidade a distânciasignifica rever, redefinir, repensar meus objetivos na perspectiva do que o erro que cometo não deve ser entendido como incapacidade de aprender, ao contrário, o erro deve ser compreendido como um indicador de que novos caminhos poderão ser percorridos para o alcance de minha aprendizagem.”(João)

  10. Categoria Novo Paradigma “É exercitar um olhar global do aluno desde o emocional, motivacional, além das dificuldades que ele tenta, busca ultrapassar. Perceber os pontos de crescimento e superação e aqueles que ainda ele precisa de estimulo para ultrapassar”. (Roberto) • “Avaliação é processo. Ela serve para melhorar os trabalhos, aprofundando o que deu certo, aproveitando as descobertas feitas durante o percurso, e detectando os erros para não serem repetidos.” (Lucio)

  11. Categoria Modelo Imposto: Historicamente, a avaliação expressa juízos e pressupõe tomada de decisões que direta ou indiretamente são concentradas nas mãos dos professores. Existe um contraste muito grande entre a importância da avaliação para a vida daqueles que são avaliados e a maneira adotada por muitos professores para realizá-la. Isso se dá porque as tomadas de decisões dos professores buscam atender, na maioria das vezes, exigências institucionais e demandas do momento. Entendemos por modelo imposto a categoria de ensino em que os alunos e professores sentem estar apenas cumprindo “exigências” do modelo vigente. “Como sabemos a avaliação é uma exigência de todas as instituições de ensino, mas isso não significa que tenha de ser rígida e extremamente tradicional.” (Luiza)

  12. Modelo Imposto • “Na avaliação no ensino a distância, não concordo com a maneira que feita à avaliação. Pois a prova tem maior peso que o trabalho, nada adianta você fazer um bom trabalho, se na prova você não alcançou a média”.(Mário) • “(...) o método ao qual estamos sendo avaliados está deixando muito a desejar. Pois os Cadernos Pedagógicos nos mostram e orientam que devemos avaliar nossos alunos dentro de uma pedagogia crítica, participativa e reflexiva. E nós, alunos da “...”, somos avaliados de uma maneira completamente tradicional,(...)”. (Sérgio) • “Significa que a “....” prega uma certa metodologia e cobra outra bem diferente.(...). Existem outros métodos para saber se o aluno sabe ou não (...).”(Leonardo)

  13. Categoria Afetividade e Rito de Passagem: Esta categoria de ensino engloba os sujeitos que, em alguns casos, a tensão emocional sentida no momento da prova, é identificada como algo que chega quase a impedir o desempenho da mesma. A avaliação é percebida por estes como uma atividade geradora de sofrimento e tensão emocional, tendo repercussões em todo o processo educativo destes alunos. Isso acontece porque algumas práticas avaliativas reproduzem o sentimento de culpa , no qual o aluno que não corresponde àquilo que é esperado deve ser culpado e punido. Isto é explicitado no seguinte relato: “... Pois quando é feita essa avaliação fico numa tensão emocional muito grande.” (Adriana). Para alguns sujeitos, ainda, a avaliação é um processo que parece ter correspondência com os ritos de passagem. Neste sentido os alunos ao enfrentarem o rito da prova e ao atingirem o resultado solicitado institucionalmente, garantem o acesso as disciplinas subseqüentes. Os relatos a seguir corroboram esta idéia: “É encontrar uma maneira de sair de uma matéria e passar para outra, melhor do que se entrou”. (Pedro)

  14. Categoria Afetividade e Rito de Passagem • “Como o resultado nem sempre tem sido positivo, percebo que a avaliação é geradora de muita tensão e medo.” (Ana Lucia) • “Já a prova escrita provoca muita ansiedade, muitas vezes a gente decora o Caderno Pedagógico, e mesmo assim no momento da prova sente dificuldades para responder, a prova é universalizada.” (Karen) • “ É muito difícil se sentir avaliada.” (Julia)

  15. Categoria Percepção da Competência para o Ensino: [...] a avaliação é uma atividade que deve ser realizada com seriedade e qualidade, para efetivamente contribuir com a melhoria de todo o processo. [...] A avaliação deve servir para facilitar a aprendizagem dos alunos e para a melhoria do trabalho dos professores e do tutor. [...] ela é uma ação muito delicada na relação professor e aluno.” (CECHINEL, 2001, p. 17). Assim sendo, perceber-se competente para o ensino implica perceber, em alguma medida, a qualidade necessária para lidar com as implicações inerentes ao ato de ensinar, principalmente quando este é entendido como prática social. “Saber se realmente estou comprometido com o ensino e se estou capacitado para desenvolver um trabalho satisfatório dentro das escolas, atendendo as atuais exigências do mercado de trabalho, sociedade, região e comunidade onde resido”.(Paulo)

  16. Categoria: Percepção da Competência para o Ensino • “ Ser avaliado no curso de Pedagogia na modalidade à distância mos mostra um pouco do profissional e sua responsabilidade.”(Vinicius) • “ (...)sem sombra de dúvidas, um aspecto fundamental para a realimentação da minha prática, ou seja, me fornece subsídios para melhoria, o aprimoramento e a  continuidade do meu trabalho.” (Maria José)

  17. Considerações Finais: Todas essas questões remetem as contradições entre a concepção teórica adotada pelo curso e a descrita, vivida pelos alunos a partir dos instrumentos de avaliação da aprendizagem e seus meios de aplicação. Esta questão merece revisão, ao mesmo tempo que sugere alguns questionamentos, como por exemplo, qual é a função fundamental que a avaliação deve cumprir? Efetivamente, o tema da avaliação é complexo porque confere informação e muitas vezes questiona todo o processo de ensino-aprendizagem, apontando necessidades de mudanças estruturais, tanto da concepção, quanto das práticas utilizadas. Paulo Freire (1991) diz que as instituições educacionais deveriam preocupar-se em preencher certas lacunas de experiências dos indivíduos, ajudando-os a superar obstáculos em seu processo de conhecer. Para isso é fundamental que tais instituições democratizem seus critérios e seus instrumentos de avaliação.

  18. Referências: • SACRISTÁN, Gimeno. O Currículo – uma reflexão sobre a Prática. Tradução: Ernani F. Da F. Rosa. 3ª edição. Porto Alegre: ArtMed, 2000. • HOFFMAN, Jussara Maria Lerch. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola á universidade. Porto Alegre: Ed. Mediação, 2000. • FREIRE, Paulo. A Educação na cidade. São Paulo: Cortez; 1991. • LIMA, A . Brincadeiras Selvagens:problema nosso. São Paulo: Ed. Oficina de textos,1997. • LUCKESI. C. Prática Escolar: do Erro Como Fonte de Castigo ao Erro Como Fonte de Virtude. Série Idéias n. 8, São Paulo: FDE, 1998. • ESTEBAN, Maria Tereza (org.). Avaliação: Uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2002. • CECHINEL, José Carlos. UDESC. Manual do Tutor do Curso de Pedagogia a Distância. Florianópolis, UDESC-CEAD, 2000. • ROMÃO, José Eustáquio. Avaliação dialógica: desafios e perspectiva.São Paulo. Ed. Cortez, 2001.

  19. CONTATOS: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC www.udesc.br CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO – FAED www.udesc.br/faed (48)3321-8500 Profª Maria Conceição Coppete Coppetemaria@gmail.com F2cco@udesc.br

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