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AFECÇÕES DO APARELHO URINÁRIO. CLÍNICA DE CANINOS E FELINOS. Prof. Júlio César Cambraia Veado DCCV - Escola de Veterinária - UFMG. Aparelho Urinário. 2 rins. 2 uretéres. uretra. bexiga. Aparelho Urinário. Funções. - O sistema urinário é responsável pela excreção de
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AFECÇÕES DO APARELHO URINÁRIO CLÍNICA DE CANINOS E FELINOS Prof. Júlio César Cambraia Veado DCCV - Escola de Veterinária - UFMG
Aparelho Urinário 2 rins 2 uretéres uretra bexiga
Aparelho Urinário Funções - O sistema urinário é responsável pela excreção de muitos produtos residuais do organismo - É fator importante na conservação da homeostase: - Regula o equilíbrio da H2O, pH, pressão osmótica, níveis eletrolíticos, concentração de muitas subs. - Secreta substâncias tais como a eritropoietina
Microanatomia e fisiologia do néfron - O néfron é a unidade estrutural e funcional dos rins - Glomérulo, cápsula de Bowman, túbulos contorcidos proximal e distal e alça de Henle.
GLOMÉRULOS CÁPSULA DE BOWMAN Pressão hidrostática 70 mmHg Pressão hidrostática 14 mmHg Líquidos CORPÚSCULO DE MALPIGHI - É o maior lugar para a filtração de líquidos do sangue. - 1700 l de sangue passam pelos rins/dia - 180 se transformam em filtrado glomerular - 1 litro em urina
Distúrbios do trato urinário inferior DISTÚRBIOS URINÁRIOS PROCESSOS INFLAMATÓRIOS - Principal distúrbio do T.U.I. - Pode ou não estar associada a bactérias ETIOLOGIA: - Causada com freqüência por processos irritativos, - urolitíases, neoplasias -
CARCTERÍSTICAS CLÍNICAS: Polaciúria (aumento da freqüência de micção) Disúria (dificuldade de urinar) Estrangúria (aumento do esforço de urinar) Exame clínico: bexiga aumentada de volume, parede espessa com ou sem urólitos. A palpação deve ser feita com a bexiga cheia e vazia Urolitíase: cateter diferencia e identifica a obstrução Exame complementares: Rx simples e com contraste Ultra-som urinálise cultura
10 a 35 cm (0,6 a 0,9 cm ) Machos 7 a 10 cm (0,5 cm ) Fêmeas * Os distúrbios do trato urinário inferior são secundários a outros problemas Nas obstruções, em geral, a correção é cirúrgica fibroses, cálculos (próximos ao osso peniano), fraturas. - Nas fêmeas as obstruções são raras.
Urolitíase em cães Observada quando há condições para a cristalização dos sais e formação de urólitos Baixa prevalência - 1 a 2 % Urólitos de: estruvita, oxalato de cálcio, urato, silicatos, cistina e mistos. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: - Dependem do número, tipo, localização - Maioria se localiza na bexiga:
Sinais de cistite: - hematúria, polaciúria, disúria, tenesmo (espasmo doloroso do esfincter - anal ou vesical - com forte desejo de defecar ou urinar, com eliminação de mínima quantidade de fezes ou urina), estrangúria com micção gota a gota Ausência de sinais ou hematúria e pielonefrite crônica Urólitos renais hematúria, obstrução unilateral, hidronefrose, dor Urólitos ureterais
PODE EXISTIR CRISTALÚRIASEMURÓLITO PODE EXISTIR URÓLITOSEMCRISTALÚRIA DIAGNÓSTICO: Histórico e exame físico • Urinálise - Inflamação e infecção do T.U. (hematúria, piúria, • do número de células epiteliais e proteinúria) • - O pH depende do tipo de cálculo. • - Cristalúria depende da concentração, pH e temperatura - Rx simples e com contraste - Ultra-som
TRATAMENTO: 1. Alívio de qualquer obstrução e descompressão da bexiga - Passagem de cateter - Cistocentese - Deslocamento do cálculo por hidropulsão - Extração por procedimento cirúrgico - Uretrostomia de emergência 2. Fluidoterapia: Restaurar o equilíbrio hidroeletrolítico 3. Indução da diurese densidade específica da urina concentração urinária de sais calculogênicos 4. Dietas especiais
M Infecções do trato urinário inferior (I.T.U.I) Ocorre com mais freqüência em cães do que em gatos As infecções bacterianas são mais comuns e as fúngicas e virais, mais raras. ETIOLOGIA: Os agentes bacterianos mais comuns são: Echerichia coli , Staphylococcus , Streptococcus , Proteus e Klebsiella
- Podem ser vistas infecções mistas - A maioria das ITUI bacterianas é causada pela flora cutânea ou intestinal normal ascendente. - A urina é, freqüentemente bacteriostática ou bactericida. - pH, altas concentrações de uréia e ácidos orgânicos inibem crescimento bacteriano. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: • - Polaciúria, disúria, estrangúria, hematúria. • Urinálise - alcalina, leucocitúria, proteinúria • (pós-renal), bacteinúria, proteinúria, leucocitúria e bacteinúria sem presença de cilindros TRÍADE
DIAGNÓSTICO: - Histórico e exame clínico - Urinálise - Cultura e antibiograma TRATAMENTO: A terapia com antibióticos é a base do tratamento.
Sem a ajuda de um teste de sensibilidade bacteriana aos antibióticos pode-se considerar como escolha: Cefalosporina, amoxicilinas, ampicilinas e quinolonas
Enfermidade que compreende várias desordens do TUI dos felinos ETIOLOGIA: Idiopática (60%) Tampões uretrais (Precipitados de matriz coloide) (22%) Urolitíase (22%) Infecções virais ou bacterianas SINAIS CLÍNICOS: - Hematúria - Disúria (dor ou dificuldade de urinar) - Polaciúria ( da freqüência em pequenas quantidades) - Presença ou não de obstrução uretral
2 categarias: - Ausência de cristalúria por estruvita (fosfato de amônia magnesiana) e ou urólitos de estruvita. - Presença de cristalúria e urólitos de estruvita. CARACTERÍSTICAS: - Tanto machos quanto fêmeas - Menos de1 % - 4 a 10 % dos atendimentos - predisposição - gatos que vivem dentro de casa - 2 a 6 anos de idade - 30 a 70 % de recidiva - Complicação: pielonefrite ascendente
Fatores predisponentes: - Alimentos ricos em cinzas - Alimentos ricos em magnésio - Alimentos secos ( perda de líquido pelas fezes - volume urinário - conc. De Mg) - Diminuição da freqüência urinária - pH (estruvita é solúvel em pH 6.4 - pH acima de 7.7 fator para cristalúria e inflamação) - Cistite bacteriana por micoplasma irritativa, neoplasias, traumatismos, urólitos de oxalato e outros, processos extraluminais, divertículos vesicouracais - podem “imitar” os sintomas da FLUTD.
Afecções do trato urinário superior ETIOLOGIA: - A mais comum é a glomerulonefrite - É considerada a principal causa de insuficiência renal - Outras causas: amiloidose renal, nefrites, pielonefrites • A maioria das glomerulonefropatias é • mediada por mecanismo imunológico Complexo antígeno/anticorpo Deposita-se ou fixa-se Glomérulonefrite
proteinúria significativa, hipoalbuminemia, ascite, edema e hipercolesterolemia. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: - Os sinais estão associados a gravidade da doença - Proteinúria ligeira - letargia, perda de peso 3,0 e 1,5 mg/dl - Proteinúria acentuada - atrofia muscular grave < 1,5 mg/dl edema e ascite - A persistência de proteinúria (> a 3,5 mg/kg/dia - ++) resulta em: sintomas clínicos de síndrome nefrótica:
Histórico, exame físico e urinálise DIAGNÓSTICO: • Urinálise - Proteinúria (a partir de 300 mg/dl - ++) • sem hematúria ou leucocitúria. • - Leve diminuição da densidade • - Plasma - azotemia (presença de concentrações anormais de • nitrogênio não proteico (uréia, creatinina e ácido • úrico) no sangue, plasma ou soro.
TRATAMENTO: - Correção de processos patológicos primários. • Leischmaniose, erlichiose, borreliose etc... • (formam imunocomplexos) - Drogas imunossupressoras : Corticosteróides - Prednisona (Meticorten) 0,5 mg/kg/b.i.d ciclofosfamida - (Genuxal - Asta Médica “antineoplásica) 50 mg/m2/s.i.d azatioprina - (Imuran - Glaxo Wellcome “imunossupressor) 50 mg/m2/s.i.d ou em dias altert. • Verificar a literatura - grande variedade de tratamento • de acordo com a causa primária.
Insuficiência renal Aguda Manifestação de diminuição da função renal causada, em geral, por uma injúria pré-renal, renal ou pós-renal presente no momento da consulta ou próximo deste Ela se manifesta quando cerca de 2 a 3 quartos dos néfrons, de ambos os rins, param de funcionar
Lesão e morte celular Agente nefrotóxico Interferência nas funções Diminuição do ATP edema e morte celular Isquemia Nutrientes hipoxia AGENTES NEFROTÓXICOS: Aminoglicosídeos, tetraciclinas, anfotericina B, acetaminofen, chumbo, mercúrio, cromo, pesticidas, herbicidas. CAUSAS DE ISQUEMIA:desidratação, hemorragia, hipovolemia, hipotensão, hipo/hipertermia, traumatismos.
Sinais inespecíficos: CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: -Letargia, depressão, anorexia, vômito, diarréia e desidratação - Ocasionalmente: respiração urêmica, úlceras na mucosa oral e aumento do volume dos rins. Confirmado pela associação dos achados clínicos e laboratoriais. DIAGNÓSTICO: Azotemia com densidade urinária normal ou aumentada e ausência de anemia do tipo arregenerativa. Imagem Ultra- sonográfica de um rim normal ou aumentado Creatinina - 0,5 -1,5 mg/dL Ureía - 20-56 mg/dL Densidade - 1.015-1.045 (1.025 - cães) 1.015-1.065 (1.040 -gatos)
néfron PRODUÇÃO - REPARAÇÃO TRATAMENTO: • A IRA pode ser causada, principalmente por glomerulonefrites imunomediadas e por condições iatrogênicas, sendo a prevenção o melhor “tratamento”. - Numa fase inicial, as medidas terapêuticas podem reduzir a agressão impedindo o desenvolvimento da IRA. - Uma vez instalada a IRA tem-se lesões tubulares e disfunção dos néfrons. As lesões tubulares podem ser reversíveis se a membrana basal tubular estiver intacta e se estiverem presentes células epiteliais viáveis.
Se houver suspeita de lesão renal, todas as drogas, • potencialmente nefrotóxicas devem ser suspensas. • - vômito, lavagem gástrica e adsorventes intestinais. - Produção ideal de urina - 1 a 2 ml/kg/hora - O objetivo do tratamento da IRA é: - Correção das alterações hemodinâmicas renais - atenuação do desequilíbrio hidroeletrolítico - “PERMITIR TEMPO PARA A CORREÇÃO DAS LESÕES” - Resposta positiva do tratamento - TFG Produção de urina - A indução da diurese facilita o tratamento - as concentrações de uréia e potássio - evitando hidratação excessiva.
- Hidratação forçada e aplicação de diuréticos Furosemida (Lasix - Hoechst) 2,5 a 5,0 mg/kg/s.i.d. ou b.i.d. * A oligúria é comum na IRA. - As necessidades calóricas devem ser dadas através dos carboidratos sendo que as dietas devem ser pobres em proteínas. • A hemodiálise pode ser empregada, • principalmente nos casos de: • - Superhidratação • - Eliminação do tóxico • - Diminuição da azotemia
Crônica ETIOLOGIA: - Difícil determinação - glomerulonefropatias, neoplasias, agentes nefrotóxicos, isquemias, processos inflamatórios infecciosos, cálculos renais, leptospirose, idiopáticos, etc.. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: - Lesões são, geralmente, irreversíveis - cicatrização e fibrose • É conseqüência de um problema grave ou mal resolvido - Hipertrofia compensatória dos néfrons - não suficiente para manter a função renal adequada.
- A reserva renal (percentual de néfrons necessários para manter a função renal normal) - > 50 % em cães e gatos. - Os sinais são relativamente brandos para a magnitude da azotemia - perda de peso, poliúria (compensatória a diminuição da capacidade de concentrar urina), polidipsia, caquexia, anemia arregenerativa (diminuição da produção de eritropoetina). TRATAMENTO: - Raramente causa melhora da função renal. - O tratamento adequado pode atenuar a gravidade dos sintomas clínicos. - Estimular a polidipsia dando água à vontade para o animal.
Os quadros de desidratação (anorexia, vômito ou diarréia) • devem ser revertidos prontamente. - A redução da ingestão protéica dietética e proteínas de alto valor biológico é a base do tratamento da IRC, permitindo que o paciente viva mais confortavelmente, com função renal reduzida. Concentração sérica de uréia e fósforo PROTEINA Mortalidade Gravidade dos sintomas
CÃES : 2,0 a 2,2 g/kg/dia GATOS : 3,3 a 3,5 g/kg/dia Necessidades protéicas, mínimas para cães e gatos: Importantes ainda no tratamento: - quelantes de fósforo - cetoanálogos
Difícil identificar a causa • - Rins pequenos • - Perda de peso, caquexia • - Sinais clínicos brandos • - Azotemia marcada • - Poliúria, polidpsia - Causa presente - Rins normais ou aumentados - Boas condições corpóreas - Sinais clínicos graves - Azotemia discreta - Oligúria ou anúria X IRA IRC