310 likes | 554 Views
Universidade Federal do Maranhão Departamento de Patologia Doenças Infecciosas e Parasitarias Prof. Raimundo Cutrim. Febre Amarela. Arboviroses. Qualquer doença viral transmitida primariamente, mas não exclusivamente por artrópodes; Mosquitos, Carrapatos, Crustáceos
E N D
Universidade Federal do Maranhão Departamento de Patologia Doenças Infecciosas e Parasitarias Prof. Raimundo Cutrim
Arboviroses • Qualquer doença viral transmitida primariamente, mas não exclusivamente por artrópodes; • Mosquitos, Carrapatos, Crustáceos • Mais de 400 viroses, 100 causam doenças em humanos • RNA vírus
Arboviroses - Tipos • Dengue • Febre Amarela • Encefalite Eqüina do Leste e Oeste • Encefalite de St. Louis • Encefalite Venezuelana • Encefalite LaCrosse • Febre do Colorado (carrapato) • Febre do Oeste do Nilo Fonte: Manual of Clinical Microbiology, 2003, 8thed.; 1553-1559
O Mosquito Aedes aegypti http://www.cdc.gov/ncidod/dvbid/dengue/electron-micrograph.htm
Introdução • Doença infecciosa aguda • Causada por flavivírus • 1 sorotipo conhecido, com pequenas alterações genéticas entre as cepas da América e da África, que caracterizam 2 e 5 genótipos respectivamente • Predominam as formas leves • Nas formas graves cursa com a tríade: icterícia, hemorragias e insuficiência renal • Mortalidade geral de 5 a 10% • Nas formas graves (toxêmica): 20 a 50%
Febre AmarelaEPIDEMIOLOGIA • CICLO SILVESTRE • Hemagogus janthinomis e leucocelaenus (antropofilicos, diurnos, umbrosos > macacos callitrix ou cebidae (ou roedores e marsupiais) > alta mortalidade e dispersão em ondas/períodos > homem (acidental, invasor) • CICLO URBANO • Homem>Aedes aegypti (albopictus)>homem • Letalidade: 20-50% casos graves (ictéricos), do 7º ao 10º dia
Fontes de Infecção • Forma silvestre: primatas não humanos são os principais hospedeiros, principalmente macacos do gênero Cebus (prego), Alouatta (guariba), Atelles, Calithrix (soim) • (gambá, porco-espinho, morcego) • Forma urbana: homem
Fontes De Infecção • Haemagoggus janthinomys • Maior distribuição geográfica conhecida • Estritamente silvestre • Preferencialmente primatófila • Atividade diurna • Sabethes spp • Aedes aegypti
Febre Amarela Silvestre Generalidades • Flavivirus (Togaviriidae) • Ondas de expansão enzootica: grandes matas e matas de galerias > pequenas epizootias errantes • Hemagogos: ativ. diurna, até 300 m fora da mata • > atividade épocas chuvosas: transovariana • Intervalos de propagação 5-9 anos desde Amaz. • > Zonas intercaladas galerias/cerrados • Reaparecimento após longas latências • Possibilidades marsupiais e outros hospedeiros • Epizootias > mortalidade entre macacos (cebidae)
Epidemiologia • Doença no Brasil historicamente semelhante a de outros países • África: 90% das notificações – 5000 casos/ano • América do sul: 300 casos/ano • Peru 50% • Bolívia 20% • Brasil 18% • Última epidemia de FAU: RJ – 1928-1929: 738 casos e 478 óbitos • Últimos casos de FAU: 1942 – Acre – 3 casos • Forma Silvestre: região norte – 48% nas duas últimas décadas • 1999: deslocamento da FAS para fora da região endêmica em direção ao leste e sul do país
Surto MG 2003 Surto MG 2001 32 Casos>16 óbitos
Epidemiologia • Doença no Brasil historicamente semelhante a de outros países • África: 90% das notificações – 5000 casos/ano • América do sul: 300 casos/ano • Peru 50% • Bolívia 20% • Brasil 18% • Última epidemia de FAU: RJ – 1928-1929: 738 casos e 478 óbitos • Últimos casos de FAU: 1942 – Acre – 3 casos • Forma Silvestre: região norte – 48% nas duas últimas décadas • 1999: deslocamento da FAS para fora da região endêmica em direção ao leste e sul do país
INCUBAÇÃO Homem: 03 a 06 dias Viremia: 24 a 48 horas antes do ínicio dos sintomas até o 5º dia de doença Mosquito: 09 a 12 dias – dependente da temperatura IMUNIDADE Ativa natural: Permanente Ativa artificial:Vacina Passiva Natural: até o 6º mês de vida
Ultimo caso FA urbana Brasil : Acre, 1942
Febre Amarela: suscetibilidade e imunidade • Em não-imunes: suscetibilidade geral; • Pela doença: imunidade permanente; • Pela vacina: AC de 7-10 dias> 10-20 anos • Por AC maternos de mulheres imunes: imunidade passiva até 6°. mês.
Febre AmarelaDIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Malária falciparum • Dengue • Leptospirose (síndrome de Weil)
Clínica • 1ª Fase: • Início do súbito • Febre Alta – Calafrios • Mialgias • Bradicardia relativa • Cefaléia intensa • Náuseas e vômitos • Melhora clínica no 3º ao 4º dia de doença
Clínica • 2ª Fase: • Formas Graves: • Exacerbação dos sintomas principalmente digestivos; • Vômitos, epigastralgias, dor abdominal • Manifestações hemorrágicas • Sangramento gastrintestinal – vômito negro • Epistaxe, púrpura, petéquias • Insuficiência hepática • Icterícia progressiva • Elevação de transaminases • Encefalopatia hepática
Clínica • Insuficiência renal - Albuminúria • Azotemia • Achados neurológicos: • Refletem edema cerebral, hemorragias, distúrbios metabólicos Fase terminal: choque, acidose metabólica, confusão mental e coma
Febre Amarela: Quadro Clínico Clássico • Incubação: 3-6 dias, com cefaléia e febre > quadros clínicos intensidade variável, podem Faget *, vômitos, icter. • Geralmente início súbito • Indisposição geral> febre (baixa>eleva)> prostração> hiperemia conjuntival-vômitos-mialgia-artralgias-dor epigástrica-calafrios. VIREMIA (infectante ao mosquito) • 2º dia: temperatura elevada, Faget, prostração • 3o. ao 4o. dias: melhora geral e febre cai: alívio • 4o - 5o + 2-5.dias: exacerbação e toxemia. • TRÍADE: ALBULMINÚRIA-ICTERÍCIA E HEMORRAGIA • Vômitos (sangue escuro), hemorr. Gengivais, cutâneas, uterinas, intestinais. Oligúria>I.Renal Aguda • Óbito 6 a 9o. dia, pós coma ou súbito (choque) • Formas fulminantes: 3 – 4 dias. • Recuperação: final 2a. semana • * Faget: febre x bradicardia
Febre Amarela: tratamento • Não há específico: Ribavirina e Intérferon sem efeito; • Tratamento suportivo: • em Unidade de Terapia Intensiva: cuidado reposição de fluidos e correção hipotensão • Sintomáticos. Paracetamol. Evitar AAS
Febre Amarela: prevenção • Evitar o vetor e áreas silvestres enzoóticas • Proteção individual em áreas enzoóticas • Monitoramento de mortalidade de macacos • Controle do vetor urbano • Vacinação • Isolamento relativo de enfermos (1os dias) • Notificação compulsória • Investigação de óbitos>viscerotomia
Febre Amarela: Vacina • Virus vivo atenuado da cepa 17D em embrião de pinto; • Dose 0,5 ml subcutânea, única; • Imunidade a partir 10º dia • Exigência internacional revacinação 10/10 anos; • A partir 6 meses de idade: geral no Brasil ? • 2 a 5%: cefaléia, mialgia, febre (5º ao 10º dia) • Alérgicos a ovo: hipersensibilidade imediata (erupção, urticária, asma): 1:1 milhão • < 6 meses: encefalite? • Evitar gestantes e imunodeprimidos (inclusive em uso corticoides, radiação, antimetabólitos); • Outras vacinas virus vivo: se possível intervalo 15 dias;
Vacina • Precauções e contra- indicações: • Hipersensibilidade a ovos de galinha e derivados • Doença infecciosa aguda • Imunossupressão congênita ou adquirida • Neoplasias malignas • Menores de 6 meses – contra- indicação absoluta • Gestação – lactação:evitar
Febre Amarela: controle do vetor urbano • Monitoramento contínuo do vetor em áreas endêmicas. Índices, capturas, trampas; • Tratamento focal: eliminação mecânica de depósitos e criadouros + tratamento larvicida (químico ou biológico); • Tratamento perifocal: borrifação de inseticidas com poder residual em torno de focos detectados, visando os adultos; • Tratamento espacial (UBV): nuvens de suspensão inseticida com pequena duração efetiva e grande (veicular) ou média (costal) amplitude de área atingida. Suspensão em óleo ou querozene. Indicado em casos de circulação viral ativa ou extrema infestação. NÃO substitui tratamento focal; • Medidas de IEC: ação permanente em áreas de risco; • Ação comunitária e trans-setorial (três níveis de governo);
FA: vigilância • Manter atenção ativa sobre áreas de FA silvestre (política de controle ambiental e trânsito, controle estrito de cobertura vacinal, atenção às matas ciliares e cursos fluviais) • Controle ativo sobre a população de macacos • Vacinação periférico/zonal ou cobertura total • Absoluta atenção sobre casos suspeitos • Redobrada atenção em espaços urbanos com presença de vetores • Controle de imigração e estrita comunicação • Notificação compulsória de todo caso suspeito • Investigação, intervenção e bloqueio de focos