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Raízes do Brasil Sergio Buarque de Holanda.

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Presentation Transcript


  1. Raízes do BrasilSergio Buarque de Holanda. “Sérgio era uma espécie de conjunto muito complexo que uma coisa negava a outra, era por exemplo um erudito extraordinário e muito inclinado à molecagem; era um camarada de uma seriedade intelectual fora do comum, e um gozador de marca maior [...] Foi um homem formado na atmosfera da Semana de Arte Moderna de 1922 [...] os modernistas ensinaram à literatura brasileira que a pessoa para ser séria não precisava ser trombuda; a seriedade está ligada à alegria.” Antonio Candido

  2. Sérgio Buarque de Holanda estudou em diversas escolas de São Paulo. Mudou-se, em 1921, para o Rio de Janeiro, matriculando-se na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde obteve o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais em 1925 • Ao longo da década de 1920, atuou como representante do movimento modernista paulista no Rio de Janeiro. Trabalhou então em diferentes órgãos de imprensa e, entre 1929 e 1930, foi correspondente dos Diários Associados em Berlim, onde também freqüentou atividades acadêmicas, como as conferências do historiador Friedrich Meinecke. • De volta ao Brasil no começo dos anos 30, continuou a trabalhar como jornalista. Em 1936, obteve o cargo de professor assistente da Universidade do Distrito Federal. Neste mesmo ano, casou-se com Maria Amélia de Carvalho Cesário Alvim, com quem teria sete filhos: Sérgio, Álvaro, Maria do Carmo, Ana Maria, Maria Cristina, além dos músicos Miúcha e Chico Buarque. Ainda em 1936, publicou o ensaio Raízes do Brasil, que foi seu primeiro trabalho de grande fôlego e, ainda hoje, é o seu escrito mais conhecido.

  3. Em 1946, voltou a residir em São Paulo, para assumir a direção do Museu Paulista, - que ocuparia até 1956 - sucedendo então ao seu antigo professor escolar Afonso Taunay. Em 1948, passou a lecionar na Escola de Sociologia e Política de São Paulo, na cátedra de História Econômica do Brasil, em substituição a Roberto Simonsen. • Viveu na Itália entre 1953 e 1955, onde esteve a cargo da cátedra de estudos brasileiros da Universidade de Roma. Em 1958, assumiu a cadeira de História da Civilização Brasileira, agora na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. O concurso para esta vaga motivou-o a escrever Visão do Paraíso, livro que publicou em 1959, no qual analisa aspectos do imaginário europeu à época da conquista do continente americano. Ainda em 1958, ingressou na Academia Paulista de Letras e recebeu o Prêmio Edgar Cavalheiro, do Instituto Nacional do Livro, por Caminhos e Fronteiras. • A partir de 1960, passou a coordenar o projeto da História Geral da Civilização Brasileira, para o qual contribuiu também com uma série de artigos. Em 1962, assumiu a presidência do recém-fundado Instituto de Estudos Brasileiros. Entre 1963 e 1967, foi professor convidado em universidades no Chile e nos Estado Unidos da América e participou de missões culturais da Unesco em Costa Rica e Peru. Em 1969, num protesto contra a aposentadoria compulsória de colegas da Universidade de São Paulo pelo então vigente regime militar, decidiu encerrar a sua carreira docente.

  4. Raízes do Brasil • Publicada em 1936, Raízes do Brasil aborda aspectos centrais da história da cultura brasileira. O texto consiste de uma macro-interpretação do processo de formação da sociedade brasileira. Destaca, sobretudo, a importância do legado cultural da colonização portuguesa do Brasil, e a dinâmica dos arranjos e adaptações que marcaram as transferências culturais de Portugal para a sua colônia americana. • É considerado juntamente com Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, e Formação do Brasil Contemporâneo", de Caio Prado Júnior, um livro-chave para a compreensão moderna do processo de colonização e formação da nação e da sociedade brasileira. • O livro foi escrito na forma de um longo ensaio histórico, tendo sido dividido em sete partes: • Fronteiras da Europa • Trabalho e Aventura • Herança Cultural • O Semeador e O Ladrilhador • O Homem Cordial • Novos Tempos • Nossa Revolução

  5. Segundo prefácio do crítico e pensador Antônio Cândido para a edição de 1967, "uma das forças de Raízes do Brasil foi ter mostrado como o estudo do passado, longe de ser uma operação saudosista, modo de legitimar as estruturas vigentes, ou simples verificação, pode ser uma arma para abrir caminho aos grandes movimentos democráticos integrais, isto é, os que contam com a iniciativa do povo trabalhador e não o confinam ao papel de massa de manobra, como é uso". • a principal chave de entendimento da obra de Sérgio Buarque está na relação metafórica que ele estabelece entre história e vida, sendo a última um processo gradual de conhecimento através da experiência, a experiência pessoal, imediata e a história, que teria uma certa afinidade com a arte. • No primeiro capítulo “Fronteiras da Europa”, o autor mostra que os países Ibéricos eram os que faziam fronteiras entre a Europa com o mundo através do mar, e por isso eles são menos "europeizados" do que os demais países. Eles ficam um pouco à margem do resto da Europa mesmo nas navegações que foram pioneiros. Para os países Ibéricos cada homem tinha que depender de si próprio, eles não possuíam uma hierarquia feudal tão enraizada, por isso a mentalidade da nascente burguesia mercantil se desenvolveu lá primeiro. Somando a isso, havia toda uma frouxidão organizacional que estarão muito presentes na história de Portugal e conseqüentemente do Brasil. • Para Sérgio Buarque, a aparente anarquia Ibérica era muito mais correta, muito mais justa que a hierarquia feudal, pois, não continha muitos privilégios. A nobreza portuguesa era muito flexível, o que o autor chamará de mentalidade moderna. Havia uma igualdade entre os homens. O pioneirismo de Portugal nas navegações se deve a um incentivo próprio, já que esse país tinha uma mentalidade mais aberta. Autor chega a defender a mentalidade burguesa e os países Ibéricos. Os Ibéricos não gostavam do trabalho físico, queriam ser senhores, mas sem ter que fazer o trabalho manual. Por fim o autor nos fala que o Brasil tem muitas características ibéricas e sua construção cultural vem daí.

  6. Ainda no capítulo inicial do livro - Fronteiras da Europa -, Sérgio Buarque de Holanda aponta contradições entre o "mundo novo" e a "velha civilização": • "A tentativa de implantação da cultura européia em extenso território dotado de condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar, é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em conseqüências. Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas idéias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra. Podemos construir obras excelentes, enriquecer nossa humanidade de aspectos novos e imprevistos, elevar à perfeição o tipo de civilização que representamos: o certo é que todo o fruto de nosso trabalho ou de nossa preguiça parece participar de um sistema de evolução próprio de outro clima e outra paisagem. Assim, antes de perguntar até que ponto poderá alcançar bom êxito a tentativa, caberia averiguar até onde temos podido representar aquelas formas de convívio, instituições e idéias de que somos herdeiros". • Em seguida, o historiador ressalta uma característica bem peculiar à gente da península Ibérica - Espanha e Portugal -, "característica que ela está longe de partilhar, pelo menos na mesma intensidade, com qualquer de seus vizinhos do continente": • "Para eles, o índice do valor de um homem infere-se, antes de tudo, da extensão em que não precise depender dos demais, em que não necessite de ninguém, em que se baste. Cada qual é filho de si mesmo, de seu esforço próprio, de suas virtudes…"

  7. Neste sentido, prossegue Buarque de Holanda apontando aspectos das relações sociais do tempo da colonização portuguesa. • "Em terra onde todos são barões não é possível acordo coletivo durável, a não ser por uma força exterior respeitável e temida. (…) À frouxidão da estrutura social, à falta de hierarquia organizada devem-se alguns dos episódios mais singulares da história das nações hispânicas, incluindo-se nelas Portugal e o Brasil. (…) Os decretos dos governos nasceram em primeiro lugar da necessidade de se conterem e de se refrearem as paixões particulares momentâneas, só raras vezes da pretensão de se associarem permanentemente as forças vivas." E conclui: "A falta de coesão em nossa vida social não representa, assim, um fenômeno moderno.“ • No segundo capítulo “Trabalho e Aventura”, o autor trata que os portugueses foram os primeiros a se bancarem no mar e eram os que estavam mais aptos para a missão no Novo Mundo. • Fala da existência de dois tipos de homens: um com olhar mais amplo, o aventureiro, e outro com olhar mais restrito, o trabalhador. No entanto esses dois homens se confundem dentro da mesma pessoa. Com isso ele quebra um pouco a idéia de que a Inglaterra é sinônimo de trabalho. O gosto pela aventura foi o que possibilitou a colonização no Novo Mundo. Nenhum outro povo como o português foi capaz de se adaptar tão bem na América. A economia escravista colonial era a forma pela qual a Europa conseguiu suprir o que faltava na sua economia. O indígena não conseguiu se "adaptar" à escravidão, tornando o escravo africano imprescindível para o sistema colonial. O português vinha para a colônia buscar riqueza sem muito trabalho, além disso, eles preferiam à vida aventureira ao trabalho agrícola

  8. Nesse contexto a mão-de-obra escrava aparece como elemento fundamental na nossa economia. Como o fator terra era abundante na colônia, não havia preocupação em cuidar do solo, o que acarretou na sua deterioração. Os portugueses se aproveitaram de muitas técnicas indígenas de produção, que acabaram ganhando certa proteção que os distanciou um pouco da escravidão. • Para Sérgio Buarque, os portugueses já eram mestiços antes dos Descobrimentos. Além disso, já conheciam a escravidão africana no seu país. Com isso o autor faz parecer que o preconceito com negros era bem maior que com os índios no Brasil colonial. O Brasil não conhece outro tipo de trabalho que não seja o escravo. O trabalho mecânico era desprezado no Brasil, e por isso não houve a construção de um verdadeiro artesanato, só se fazia o que valia a pena, o que era lucrativo. Os brasileiros não eram solidários entre si. A moral da senzala era a preguiça. A violência que ela continha era negadora de virtudes sociais. • Nesta parte o autor critica os colonos holandeses que não procuraram se fixar no Brasil. Além disso, tais colonos trazem para o Brasil um aspecto que não se adequa aqui, que é a formação do seu caráter urbano, quase liberal. • Sérgio Buarque ainda afirma, que a própria língua portuguesa era mais fácil para os índios e os negros, o que ajudou muito na colonização. Outro elemento que facilitou a comunicação colonial foi a Igreja Católica que tinha uma forma de se comunicar muito mais simpática que as igrejas protestantes. Conclui o capítulo mostrando que o resultado de tudo isso foi a mestiçagem, que possibilitou a construção de uma nova pátria.

  9. O semeador e o ladrilhador Este capítulo fala da carcterizção da coloização portuguesa em comparação com a espanhola e inicia o texto através da formação das cidades como instrumento de dominação. . Ao contrário das cidades da américa espanhola, onde sua construção desafia a natureza com traços retilíneos, o aparelhamento português era “tímido e mal aparelhado para vencer” cujo objetivo era feitozirar uma riqueza fácil e quase ao alcance da mão. Portanto, a formação das cidades das américas espanhola e portuguesa eraum reflexo da sua formação social e da visão de mundo. O autor cita exemplos (pg. 98) para ilustrar como na américa espanhola se imbuí de uma vontade criadora, enquanto que para os portugueses, a colônia seria simples lugar de passagem. A construção das cidades hispano-americanas esgrime a idéia de que o homem pode intervir arbitrariamente no curso das coisas e a história não somente acontece, mas pode ser dirigida e fabricada. Sobre os Portugueses... “ Criavam todas as dificuldades das entradas terra adentro, receosos de que com isso despovoasse a marinha.

  10. A circunstância do descobrimento das minas, soretudo, das minas de diamantes, foi pois, o que determinou finalmente portugal a pôr um pouco mais de ordem em sua colônia, ordem mantida com artifício pela tirania dos que se interessavam em ter mobilizadas todas as forças econômicas do país para lhe desfrutarem, sem maior trabalho, os benefícios. A ROTINA PORTUGUESA E A ABSTRAÇÃO ESPANHOLA. • Enquanto os castellhanos preteriu a comunicação marítima, os portugueses a privilegiavam. Ainda, a ocupação da costa litorânea foi facilitada pelo fato de se achar a costa habitada por uma única família de indígenas, o que facilitou a exploração e o deciframento de um mesmo idioma. • Entretanto, os não tipis foram expulsos para o sertão e autor analisa que a onde a expansão dos tupis sofria um hiato, interrompia-se também a clonização branca...” • Isso porque não importava povoar e conhecer muito mais do que as terras da marinha, por onde a comunicação com o reino fosse mais fácil.” • Mesmo em seus melhores momentos, a obra realizada no Brasil pelos portugueses teve um caráter mais acentuado de feitorização do que de colonização, ie o autor lustra como exemplo a prioibição de se prduzir artigos que pudessem competir com os do reino.

  11. Nesse sentido, a influência no ordenamento urbano torna visível diferença entre as duas colonizações. Enquanto a “ fantasia com que em nossas cidades, comparadas ás da América espanhola, se dispunham muitas vezes as ruas ou habitações, é um reflexo de tais circunstãncias . Na própria Bahia, o maior centro urbano da colônia, um viajante do princípio do século XVIII notava que as casas se achavam dispostas segundo o capricho dos moradores”(...) seja como for, o traçado geométrico jamais pôde alcançar entre nós a importância que veio a ter em terras da coroa de castella”. (pg 109) • A cidade portuguesa segue a silhueta da paisagem e não subverte o quadro natural. A cidade que os portugueses construíram na América não é produto mental. A NOBREZA FIDALGA A funesta influência que sobre o ânimo dos portugueses teriam exercido as conquistas ultramarinas é, como se sabe, tema constante dos poetas e cronistas dos Quinhentos. E não deve ser inteiramente fortuito o fato de essa influência ter coincidido, em geral, com o processo de ascensão da burguesia mercantil, que se impusera já com a casa de Avis, mas recrudesceu sensivelmete desde que D João II conseguiu abater a arrogância dos homens de solar. Todos aspiravam á tradição de fidalgos numa terra onde as fortes raízes feudais não eram tão agudas como em outras

  12. O resultado foi que os valores sociais e espirituais, tradicionalmente vinculados a essa condição, também se tornariam apanágio da burguesia em ascensão. Por outro lado, não foi possível consolidarem-se ou cristalizarem-se padrões éticos muito diferentes dos que já preexistiram para a nobreza, e não pode completar a transição que acompanha de ordinário as revoluções burguesas para o predomínio de valores novos. Pg 113 • Conforme o autor destaca nas notas ao capítulo 4 sobre “ Aversão às virtudes econômicas, é clara a distinção entre os valores éticos do homem de negócios e o comportamento do homem nobre, a diferença entre a racionalização da vida, onde o trabalho regulado torna-se uma via de honra do homem burguês. No entanto, a formação social portuguesa era palaciana, ostentatória, ou seja, se sobrepondo ao desejo da lucratividade conquistada pelo trabalho metódico da burguesia nascente.

  13. O autor estende essa característica para a atividade colonizadora de Portugal, contrastando com a fúria centralizadora de castella e das motivações pelo gosto dos regulamentos, e isso se expressa no desenho das cidades coloniais. Para o autor, a bravura da conquista dos espanhóis, acirrada por lutas incitou estrategicamente o propósito de tudo regular. “ O amor exasterado à uniformidade e á simetria surge, pois, como um resultado da carência de verdadeira unidade”. Pg 117 • Por outro lado está Portugal, cuja unidade política foi realizada antes de qualquer outro estado europeu moderno. SBH explica porque o desleixo se sobrepõe á ambição de arquitetar o futuro, “ ... de sujeitar os processos históricos ditadas às leis rígidas, ditadas por motivos superiores ás contingências humanas”. • Em síntese a diferença entre as duas americas é algo que o autor associa o ladrilhador para a empresa espanhola e seu ímpeto de arquitetar tanto no plano físico quanto no político e simbólico uma cidade ordenada em linha reta, privilegiando as aglomerações para além do litoral. No caso português, associado ao semeador, conota uma administração onde o que importa é necessariamete o Brasil ( necessariamente seu litoral) como feitoria, ou suprimento administrado e planejado sem razão abstrata e sem ordenamento. A semente foi jogada ao deus dará.

  14. O catolicismo também foi acompanhedo de um certo desleixo, tanto na metrópole quanto na colônia, como foi circunscrita ao poder civil no brasil, a Igreja era um braço do poder secular. Conforme o autor, o liberalismo eclesiático no Brasil, era formado por padres negligentes, gananciosos e dissolutos. • Esta passagem sobre a postura eclesiática, acompanhada das notas do capítulo 4 é uma transição para comentar a influência que o semeador para o que o autor chama de o Homem Cordial na sociedade brasileira atual. • Ainda, através da análise da famosa poesia épica de Camões o autor assinala que a tradição portuguesa herda uma característica onde a ordem dos feitos heróicos não é exaltada pelo trabalho, mas sim por uma ordem em que se conformam as coisas divinas, naturais e esta visão de mundo, para além da poesia, vai se manifestar nas diversas configurações sociais e esferas de atuação.

  15. O HOMEM CORDIAL • O autor inicia a discussão considerando o estado como agente opositor à família, desconstruindo a noção de que o estado é uma ampliação do círculo familiar. “ Não existe entre o círculo familiar uma gradação, mas antes uma descontinuidade e até uma oposição”. (pg 141). • O estado portanto, se formou pela transgressão da ordem familiar e nele o indivíduo se torna cidadão com as exigências de se vincular às leis da Cidade. São leis gerais que suplantam aquelas mais particulares. Conforme assinala o autor esse processo é acompanhado de crises que afetam as estruturas das sociedades. • Por exemplo: No moderno sistema industrial que desmancha as agremiações familiares, onde “ nas velhas corporações o mestre e sues aprendizes, vinculados aos costumes compartihados devem se readequar à produção em larga escala. A relação humana desaparece e dá lugar á hierarquização e e impessoalidade entre os membros.

  16. Analisa a influência da pedagogia moderna e das atitudes antifamiliares, que dá a entender que o sistema educacional se adequou e incentivou a construção da individualidade exigido pelo estado. • Os laços de afeo e de sangue cedem lugar à preparação do indivíduo para as relações sociais fundadas em princípios abstratos • E se bem considerarmos as teorias modernas, veremos que elas tendem, cada vez mais, a separar indivíduo da comunidade doméstica, a libertá-lo, por assim dizer, das virtudes familiares. Dir-se-á que essa separação e essa libertação representam as condições primárias e obrigatórias de qualquer adaptação á vida prática. PATRIMONIALISMO • A crise de que o autor trata para o caso brasileiro, é aquela onde a idéia de família se assente em bases sóidas e de tipo patriarcais. Para o autor, a crise de adaptação dos indivíduos ao mecanismo social precisamente pel triunfo das atitudes antifamiliares. • Neste sentido constata-se a dificuldade dos homens de posições públicas distinguirem o público e o privado, o funcionário patrimonial do burocrata, como recorte weberiano considerado por SBH ( ainda que a administração patrimonial gere um tipo de racionalização, ela não será do tipo burocrática)

  17. A formação peculiar da sociedade brasileira influencia no tipo de indivíduo que autor chama de Homem Cordial: Espiritualidade, tranquilidae e hospitalidade que causa estranhesa aos estrangeiros. “São antes de tudo expressões legítimas de um fundo emotivo rico e transbordante”. • A vida em sociedade é, de certo modo, uma verdadeira libertção do pavor que ele sente em viver consigo mesmo, em apoiar-se sobre si próprio em todas as circunstâncias da existencia(...) Ela é um viver nos outros. • A aversão ao ritualismo social que o autor expõe, se expressa em manifestações sociais como na linguística e na religião – o autor relata a negligência com que as pessoas tratam as obrigações católicas, os cultos, a proximidade “ corpórea” com os santos, e a uma religiosidae de superfície. • Portanto fica o entendimento de que esta formação, antes de ser natural da sociedade brasileira, deve sua influência às características da colonização portuguesa e da própria ética dos colonizadores, enfatizadas pelo autor nos capítulos anteriores. Em que pese a complexidade com que o autor analisa a “cordialidade”, o uso da expressão coube como mote estratégico da propaganda política para caracterizar a socedade brasileira até os dias atuais.

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