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Interação empresa x universidade: possibilidades e perspectivas

Interação empresa x universidade: possibilidades e perspectivas. Roberto Nicolsky Pró-Reitor de Extensão do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Rio de Janeiro) Diretor Geral da Protec Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica Apresentação no

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Interação empresa x universidade: possibilidades e perspectivas

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Presentation Transcript


  1. Interação empresa x universidade: possibilidades e perspectivas Roberto Nicolsky Pró-Reitor de Extensão do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Rio de Janeiro) Diretor Geral da Protec Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica Apresentação no Seminário: As Universidades Comunitárias e o Desenvolvimento Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas - COMUNG 19-20 de junho de 2012, Caxias do Sul, RS

  2. Nas últimas décadas temos ouvido falar muito de inovação tecnológica.Por que? É um novo modismo?Ou de uma invenção recente?

  3. Por que a inovação tecnológica assumiu esse papel central que tem hoje? • O homem primitivo descobriu um instrumento para ajudá-lo em suas tarefas: pedra lascada; depois fez inovações no instrumento: pedra polida • Marco da Revolução Industrial é uma típica inovação (melhoria, invenção incremental): a mecanização de teares com motor a vapor (James Watt), que passou a inová-los continuamente após a sua primeira patente (1769) • De 1770 e nos 200 anos subsequentes foi gerada imensa quantidade de inovações em cima do que já se conhecia e de novas invenções radicais • Alguns exemplos marcantes: Thomas Edison registrou mais de 1.000 patentes nos EUA; Nikolas Tesla (motor/gerador de indução); Graham Bell (telégrafo e telefonia; Marconi (rádio); Santos Dumont (dirigibilidade de balão, vôo do mais pesado), etc • Foi tal o crescimento das patentes que necessário criar o seu primeiro acordo multilateral: a Convenção de Paris (1883) • 1911, Joseph Schumpeter: “Teoria do Desenvolvimento Econômico” mostrando o papel da inovação na dinâmica de crescimento da economia via empresas-= • Mas só no pós-guerra, em 1970, Christian Freeman (Sussex, UK) cristalizou a corrente econômica dos “neo-schumpterianos” que tem muitos seguidores brasileiros nos Institutos de Economia da Unicamp e da UFRJ

  4. Mundo pós Segunda Guerra:industrialização tardia de emergentes • Surgimento do Segundo Mundo (União Soviética e países do leste europeu, Coreia do Norte e, em 1949, a China) e fim do sistema colonial • Plano Marshall para a Alemanha e Europa, apoio à rápida recuperação do Japão e guerra da Coreia (1950) • Japão retoma o programa de industrialização, iniciado na década de 20 com foco na preparação da guerra, agora voltado ao mercado externo, pois o interno estava de debilitado • Alemanha também faz sua reconstrução e se estrutura para disputar o mercado externo • EUA se preparam para o desafio de manter e consolidar a liderança alcançada agora em competição no mercado internacional • Brasil também inicia a sua industrialização (Vargas: CSN + CVRD), porém voltada para atender a demanda interna • Argentina também, seguindo aproximadamente mesmo modelo • Índia idem, com sua independência (1947) inicia sua industrialização

  5. Estruturação das Políticas Públicas de Fomento à C&T: primeiras experiências • Japão cria o MITI (Ministry of International Trade and Industry) para estimular e fomentar a indústria de manufaturas objetivando disputar o mercado mundial de forma competitiva. A ciência foi para o Ministry of Education • Alemanha seguiu um modelo semelhante com o Ministerium für Forschung und Technologie (Produção e Tecnologia) que iniciou políticas públicas de desenvolvimento tecnológico. A ciência foi para o Ministerium für Bildung und Wissenschaft (Educação e Ciência) • EUA tem a tecnologia em cada ministério específico: Department of Health (NIH), D. of Commerce, D. of Energy, D. of Transportation, etc, e como não há ministério da educação criaram a NSF (1950). • Brasil criou em 1951 o CNPq junto à Presidência (Vargas) e no mesmo ano a Capes, no Mec. A tecnologia foi esquecida, porque era um valor embarcado nos equipamentos importados. Em 1967 a tecnologia foi lembrada e foi criada Finep, em 1969 o FNDCT e o nome do CNPq foi mudado para Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (sic). Em 1985 foi criado o MCT, extinto em 1990 e recriado em 1992. Em 2010 foi criada a Secretaria de Inovação no Mdic. A disputa por mercados passou a ser dominada pela eficácia na competitividade e no exportação e, portanto, a taxa de agregação de inovações passa a ser decisiva porém as leis de mercado não criam novos players mundiais, só POLÍTICAS PÚBLICAS

  6. Novo cenário mundial se desenhou, a partir da década dos anos 50 • EUA e países europeus disputam a liderança tanto no conhecimento e quanto no desenvolvimento de novas fronteiras tecnológicas (guerra fria) • Também disputam uma redistribuição do mercado mundial para seus produtos e, assim, criam POLÍTICAS PÚBLICAS de fomento à INOVAÇÃO, TECNOLOGIA e ao desenvolvimento da INDÚSTRIA; os emergentes asiáticos também o fazem: • Etapa 1: nos anos 50, JAPÃO inicia a conquista do mercado mundial em produtos simples e bugigangas em substituição a produtores do 1º mundo • Etapa 2: nos anos 60, passa a produzir cópias por engenharia reversa de bens mais sofisticados dos países ocidentais: eletrônicos com semicondutores (descoberto nos EUA), produtos óticos, automóveis, etc • Etapa 3: nos anos 70 já incorpora nesses produtos inovações geradas no Japão (cópia criativa, segundo Linsu Kim). A característica fundamental da sua economia era a alta taxa de agregação de inovações, mas não as descobertas • Etapa 4: a partir dos anos 80 Japão tem tecnologia própria, mas até hoje novos produtos não são ainda a sua marca registrada (embora já tenha alguns), além de ser um gigantesco player no comércio exterior, várias vezes o nosso, e de ser o 2º patenteador no USPTO (cerca de 30 mil por ano) e ter o maior Patent Office • Nos anos 70, a Coreia iniciou o ciclo, seguindo os passos do Japão (Lei 2399/72) • Nos anos 80, foi a vez da China e, nos anos 90, a da Índia (Leis 40/91 e 44/95)

  7. Mas por que as políticas públicas são necessárias?

  8. Quem é o principal beneficiário das descobertas e inovações? • Quando surge um novo produto a partir de uma descoberta, quem é o principal beneficiário? • A empresa pioneira que lançou o produto? • As empresas que desenvolveram inovações depois de lançado? • A sociedade e o seu representante, o Estado? • Como é a alocação dos recursos provenientes da agregação de valor ao faturamento em uma empresa que lança um produto novo ou inovado? • Fornecedores de insumos para fabricação? • Remuneração de ativos? • Salários pagos aos empregados? • Previdência social? • Tributação federal, estadual e municipal? > 38% • Lucro (a parcela do empresário + investidores)? < 8% • A partir da identificação do principal beneficiário, quem deve assumir a maior parte do risco tecnológico para o desenvolvimento da descoberta e/ou das inovações agregadas ao produto original? • Artigo 8º do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt, rodada do Uruguai, 1994) que criou a OMC: non-actionable subsidies, até 75% de todo o investimento em P&D

  9. PART IV: NON‑ACTIONABLE SUBSIDIESArticle 8Identification of Non‑Actionable Subsidies • (a) assistance for research activities conducted by firms or by higher education or research establishments on a contract basis with firms if: • the assistance covers not more than 75 per cent of the costs of industrial research or 50 per cent of the costs of pre‑competitive development activity, and provided that such assistance is limited exclusively to:  • (i) costs of personnel (researchers, technicians and other supporting staff employed exclusively in the research activity); • (ii) costs of instruments, equipment, land and buildings used exclusively and permanently (except when disposed of on a commercial basis) for the research activity; • (iii) costs of consultancy and equivalent services used exclusively for the research activity, including bought‑in research, technical knowledge, patents, etc.; • (iv) additional overhead costs incurred directly as a result of the research activity; • (v) other running costs (such as those of materials, supplies and the like), incurred directly as a result of the research activity.

  10. EUA: crescimento do PIB e do dispêndio em P&D (DPD), 1966-1998 RN

  11. EUA: execução e financiamento do Dispêndio em P&D (DPD) RN

  12. Modelo linear: válido apenas para as descobertas, é a base da nossa política fomento a C&T descoberta científica recursos descoberta/pesquisa tecnológica (P) conexão irrealista desenvolvimento tecnológico (D) produto inovado no mercado

  13. Gráfico de Patentes de Altshuller

  14. Linsu Kim, principal ideólogo do desenvolvimento tecnológico da Coréia(autor de “Da Imitação à Inovação”, Editora Unicamp, 2005) • “Em países desenvolvidos, “aprender pesquisando” (learning by research) por empresas, universidades e institutos tem um papel dominante na expansão da fronteira tecnológica.” • “Em países em desenvolvimento, ao contrário, “aprender fazendo” (learning by doing) e engenharia reversa por empresas, com limitada assistência de universidades e institutos, é o padrão dominante de acumulação de competência tecnológica.” (In “Industry and Innovation”, volume 4, No 2, página 168, 1997) INVENÇÃO INCREMENTAL: mais rápido, menos custo, menor risco

  15. CORÉIA: dispêndio em inovaçãopriorizando o apoio ao setor produtivo

  16. Programas de P&D na indústriaHoje são mais de 20.000 empresas na Coréia e menos de 1.000 no Brasil com programas próprios de P&D Fonte: KOITA Brasil: apenas 639 empresas utilizaram em 2010 os benefícios do Capítulo 3 da Lei do Bem: R$ 1,35 bi/R$ 8 bi – 17% de benefício

  17. Pesquisadores de P&D industrial (No Brasil, nas poucas indústrias com programas de P&D, o número de pesquisadores é estimado em cerca de 10 mil) Fonte: KOITA

  18. CORÉIA:Patentes nos EUA, 1980-2002(do tamanho de Pernambuco com ¼ da nossa população)2011: terceiro, com 12.262 patentes no USPTO

  19. TAIWAN:Patentes nos EUA, 1980-2002( do tamanho do Espírito Santo, com 1/8 da nossa população)2011: quinto, no geral, com 8.781; maior patenteador, 35o

  20. Patentes concedidas 1980-2006pelo USPTO para China e Índia2011: China, 3.593; Índia, 1.234; Brasil, 215

  21. Panorama da Índia hoje,15 anos depois da lei 44/1995 • PIB passou a crescer mais de 9% ao ano, contra um crescimento anterior de 4 a 5%, longe da nossa taxa média • Patentes no USPTO crescem 20% a.a.: 679/2009 (6,5x Br); estavam atrás de nós até 1998 • 44% das patentes em eletroeletrônica (2005-2007), contra 22% no triênio anterior (2002-2004) • Exportação de software: US$ 70 bi/2011 contra US$ 1 bi/1995, sem marcas próprias dominantes nem invenções radicais • Maior exportador de genéricos (nenhuma nova molécula) • Transnacionais farmacêuticas: Rambaxy, Cipla, Dr.Reddy’s • Maior siderúrgica: Mittal-Arcelor (CST,Acesita,Belgo-Mineira...) • Tata Steel comprou siderúrgica Chorus (Inglaterra-Holanda) • Tata Motor comprou as marcas Jaguar e Land Rover Apenas 15 após, a Índia hoje é uma nova economia liderada pela inovação

  22. Dinâmica do P&D das inovações, nos desenvolvidos e emergentes bem sucedidos:ciência e inovação têm políticas independentes “Market pull” Inovação tecnológica de produto/processo(patente) Realimentação da ciência: Ciência acadêmica demanda de mais conhecimentos “technology push” Conhecimento científico globalizado: disponível em revistas de países desenvolvidos na forma de artigos (papers)

  23. De que ferramentas necessitamos para alcançar uma inserção tecnológica independente no cenário mundial em 20 anos • Políticas públicas de Estado: permanentes, estáveis por 30 ou mais anos, que devem instituir ferramentas usadas pelos países que alcançaram a construção do seu desenvolvimento tecnológico e hoje tem desempenho de país desenvolvido 1.Compartilhamento do risco tecnológico do Estado e empresa (subsídio/subvenção ao P&D de empresas) 2.Compras governamentais de produtos, processos e serviços já produzidos no País 3. Encomendas tecnológicas por agentes do Governo para produtos, processos e serviços não produzidos 4. Incentivos fiscais positivos para dar sustentabilidade ao processo de inovação continuada 5. RH competentes em P&D: engenheiros criativos

  24. Panorama efetivo do fomento ao desenvolvimento tecnológico • Subvenção: Lei da Inovação (10.973/2004) - 5 editais limitados a cerca de 15% do FNDCT - os editais são pontuais com escolha da Finep - conta altamente negativa: recolhe R$ 3 bi, repasse < 20% • Encomenda Tecnológica: na Saúde, PPPs - prática recém iniciada através de ações da Sctie/MS - praticada equivocamente nos editais de subvenção • Compras Governamentais: MP 495, de 17.07.2010, virou lei 12.349/2010 com margem de preferência até 25% • Incentivos Fiscais: Lei do Bem (11.196/2005) - restrito a regime fiscal de lucro real (6%), 639 empresas com benefício médio de apenas 17%: R$ 1,35 bi/2010 Resultado efetivo: fomento negativo (déficit) de R$ 1 bi

  25. PROTECSociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica • Fundação:20 de fevereiro de 2002, AG na ABIMAQ • 4 confederações: CNI, IEL, SEBRAE-BR, SENAI-DN • 7 federações: BA, ES, GO, MG, PR, RJ , SP • 14 associações: ABDIB, ABIFINA, ABIHPEC, ABIMAQ, ABIMO, ABINEE, ABIPLAST, ABM, AENDA, ALANAC, ANPEI, ASSINTECAL, IBS, IPD-Farma • Objetivos: conscientizar, mobilizar e estruturar o setor produtivo em prol de políticas públicas de fomento à inovação tecnológica nas empresas, pelo compartilhamento do risco tecnológico através de parcerias Estado-empresa, para que a indústria desempenhe o papel de pólo dinâmico e autônomo de P&D e de formação de tecnologia própria, elevando a competitividade no cenário mundial e alavancando a exportação, o emprego e melhorando o perfil da distribuição de renda. • Realizações: 9 ENITEC – Encontro Nacional da Inovação Tecnológica 5 ETS – IPD-Farma, IPD-Maq, IPDEletron, ITeB, Itehpec 4 ENIFarMed (2007-2010) Prêmio PROTEC-SENAI “Inovar para Crescer” 2005-2010 RETS – Rede de Entidades Tecnológicas Setoriais Livros – “Mecanismos de Apoio à Inovação Tecnológica” e “Projetos de Inovação Tecnológica”

  26. É melhor trocar de ideias do que não ter ideias para trocar (Barão de Itararé) Muito obrigado pela atenção! Roberto Nicolsky Telefone/fax: (21) 3077-0800 diretoria@protec.org.br www.protec.org.br

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