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Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população urbana do Brasil. Antonio José Leal Costa – IESC/UFRJ Valeska C. Figueiredo – INCA Tania Cavalcante – INCA Claudio Noronha – INCA Vera Colombo – INCA Liz de Almeida – INCA. Tabagismo passivo.
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Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população urbana do Brasil Antonio José Leal Costa – IESC/UFRJ Valeska C. Figueiredo – INCA Tania Cavalcante – INCA Claudio Noronha – INCA Vera Colombo – INCA Liz de Almeida – INCA
Tabagismo passivo É a exposição à fumaça ambiental do tabaco que consiste na mistura de: • Fumaça exalada pelo fumante (corrente primária) • Fumaça da queima do cigarro ou de outro produto (corrente secundária) • AR do ambiente
Fumaça ambiental do tabacoReport of Surgeon General, U.S.A., 2006 • Mais intensa em ambientes fechados e alta correlação com número de fumantes e volume de ar • Não há níveis seguros de exposição • Envolve a inalação de carcinogênicos e outros componentes tóxicos
Fumaça ambiental do tabacoReport of Surgeon General, U.S.A., 2006 • Domicílios e ambientes de trabalho são os principais locais de exposição • Exposição é elevada e contínua em bares, restaurantes, boates, e veículos • A extensão da exposição (percentual de fumantes passivos) varia entre países
Doenças que potencialmente apresentam risco aumentado de mortalidade devido ao tabagismo passivo Força da evidência da Comentários sobre estudos relação de causa e efeito Condições Numerosos estudos de boa qualidade Câncer de pulmão +++++ Peso das evidências sobre relação com mortalidade elevada Doença coronariana +++++ Menor número de estudos de boa qualidade Morte súbita na infância ++++ Peso das evidências sobre relação com mortalidade elevada Doenças cérebro-vasculares +++ Asma ++ Muitos estudos mostram aumento da Infecções respiratórias baixas ++ ocorrência da doença mas há poucas Baixo peso ao nascer ++ evidências sobre relação com mortalidade Doença meningocócica + Literatura limitada, baixa consistência dos Câncer de mama + achados dos estudos Outros cânceres do trato respiratório + Câncer do colo do útero +
O que é a mortalidade atribuível Número de óbitos que seriam evitados por meio da eliminação da exposição ambiental à fumaça do tabaco (tabagismo passivo) Fração de mortalidade por uma causa determinada atribuível ao tabagismo passivo na população X Total de mortes por uma causa determinada
Fração de mortalidade por uma causa determinada atribuível ao tabagismo passivo na população (Fração Atribuível Populacional) FMA = p* (RR-1)/p*(RR-1) + 1 p = proporção de expostos ao tabagismo passivo entre não fumantes RR = Risco relativo = risco entre expostos /risco entre não expostos (RR > 1: a exposição é fator de risco para ocorrência da doença) Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo entre não fumantes
Estimativa de mortes para: câncer de pulmão doenças isquêmicas do coração doenças cérebro-vasculares Residentes em aglomerados urbanos (70% do total) Indivíduos de 35 anos ou mais Exposição no domicílio Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo no domicílio, na população de 35 anos ou mais residente em aglomerados urbanos, Brasil, 2003
Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo no domicílio, na população de 35 anos ou mais residente em aglomerados urbanos, Brasil, 2003 • Fontes de dados:
Medidas usadas para o cálculo da mortalidade atribuível ao tabagismo passivo no domicílio Proporção de expostos ao tabagismo passivo (TP) no domicílio e riscos relativos associados ao TP, por sexo, faixa etária e doença selecionada Risco Relativo Sexo/faixa etária Proporção TP Câncer de Doença isquêmica Doença cérebro pulmão do coração vascular Masculino 35-64 anos 11,0 1,34 1,22 1,25 65 anos ou mais 12,4 Feminino 35-64 anos 16,5 1,24 1,24 1,25 65 anos ou mais 17,2
Fração de mortalidade atribuível (FMA) e número de óbitos atribuíveis ao tabagismo passivo, na população de 35 anos ou mais residente em aglomerados urbanos, por gênero e causa de óbito, Brasil, 2003 Total Masculino Feminino Agravos FMA (%) Óbitos FMA (%) Óbitos Câncer de pulmão 0,4 29 1,3 43 72 Doença isquêmica do 1,9 510 3,4 714 1224 coração (DIC) Doença cérebro- vascular 2,3 515 3,5 844 1359 Total 1054 1601 2655 - -
Fração de mortalidade atribuível (FMA) e número de óbitos atribuíveis ao tabagismo passivo, na população de 35 anos ou mais residente em aglomerados urbanos, por faixa etária e causa de óbito, Brasil, 2003 Total 35-64 anos 65 anos ou mais Agravos FMA (%) Óbitos FMA (%) Óbitos Câncer de pulmão 0,9 37 0,6 35 72 Doença isquêmica do 484 coração (DIC) 2,7 2,4 740 1224 Doença cérebro- vascular 3,0 457 2,8 902 1359 Total 978 1677 2655 - -
Estimativa conservadora: Somente para população urbana (70% dos óbitos totais) Não foram incluídos na estimativa os óbitos: por outras causas possivelmente associadas ao tabagismo passivo entre ex-fumantes associados ao tabagismo passivo no trabalho Discussão
Comparação com outros países: Percentual semelhante ao apresentado em países da Europa (como Espanha e Inglaterra) e Nova Zelândia. Países, em geral, com população menor, número de óbitos por estas causas semelhante e percentuais de expostos mais elevados. Estimativa consideravelmente menor do que a observada nos Estados Unidos e conjunto de países da Europa Diferenças no número total de óbitos Diferenças na proporção de fumantes passivos Diferenças nos riscos relativos Discussão
No Brasil, a cada ano, em cada 1.000 mortes ocorridas em áreas urbanas, 25 são devido ao tabagismo passivo em domicílio Cerca de 2.655 mortes por câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração e doenças cérebro-vasculares ocorridas somente na população urbana do Brasil poderiam ser evitadas a cada ano, pela prevenção do tabagismo passivo Conclusões
A mortalidade causada pelo tabagismo passivo é mais elevada entre mulheres e pessoas de 65 anos ou mais Políticas de criação de ambientes livres do tabaco em casa e no trabalho podem reduzir consideravelmente a mortalidade no Brasil Conclusões