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PROGRAMA REAÇÃO. O SISTEMA SOLAR 4 ª SÉRIE. Prof. Dr. Marco Aurélio A. Monteiro e-mail: marco.aurelio@feg.unesp.br. 2008. ROTEIRO. O Sistema Solar e o meio ambiente O Sistema Solar e os seres vivos O Sistema Solar e os seres humanos O Sistema Solar e os recursos tecnológicos.
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PROGRAMA REAÇÃO O SISTEMA SOLAR 4ªSÉRIE Prof. Dr. Marco Aurélio A. Monteiro e-mail: marco.aurelio@feg.unesp.br 2008
ROTEIRO • O Sistema Solar e o meio ambiente • O Sistema Solar e os seres vivos • O Sistema Solar e os seres humanos • O Sistema Solar e os recursos tecnológicos
O NOSSO SISTEMA SOLAR ADAPTAÇÃO DO TEXTO DO LIVRO OS SERÕES DE DONA BENTA (MONTEIRO LOBATO) ciências
Dona Benta reuniu Pedrinho, Narizinho, Emília e o Visconde e saíram para aproveitar a noite linda que estava fazendo O céu estava tão lindo que Narizinho não resistiu: - Que lindo! Olha quantas estrelas vovó! Mas Dona Benta com ares de sábio ensinou: - É verdade minha filha! Mas aqueles pontinhos ali não são apenas estrelas. Muitos são planetas.
O conjunto do Sol e dos planetas formam o Sistema Solar disse Dona Benta. O Sol, continuou ela, com toda sua majestade de pai e rei, ocupa o centro do Sistema e governa os planetas, seus filhos. Governa-os, aquece-os e ilumina-os. -E não terá netos o Sol, vovó? -Como não? Os satélites, isto é, os astrozinhos, como a Lua giram em redor dele.
Todos esses astros giram em redor dele. O Sol os atrai, isto é, os puxa para si. Não fosse isso, e a inércia da matéria faria que os planetas caminhassem em linha reta. Giram, pois, em redor do Sol, descrevendo órbitas. Órbita é um círculo sempre o mesmo. Cada planeta, ou satélite, tem sua órbita, o seu círculo é sempre o mesmo. Para entender isso, você vai pegar uma laranja e atravessá-la com um prego. O prego será o eixo; e a laranja, um astro. Depois tomará aqueles dois metros de elástico de estilingue que comprou escondido de mim, e o amarrará na laranja e a fará girar em redor da sua cabeça.
Se durante o movimento o elástico romper-se, a laranja deixará de descrever a órbita e seguirá em linha reta. Isso mostra que é a força de atração do Sol (o elástico solar) que mantém os planetas em suas órbitas.
- E de que é feito o Sol? - O espectroscópio nos permite identificar muitos dos elementos do Sol, que sãos os mesmos da Terra, das estrelas e das nebulosas. Sessenta desses elementos já foram identificados - o hidrogênio, o oxigênio... - Logo vi! - exclamou Narizinho. Logo vi que esse diabo andava também por lá... -..,o hélio, o carbono, o azoto, o ferro etc. Mas tudo em estado de gás. O estado sólido é desconhecido no Sol. - Interessante... E os planetas?
São nove. • - Mas quais são? • - Júpiter, o maior; e depois, em ordem decrescente, Saturno, Netuno, Urano, a Terra, Vênus, Marte, Plutão e Mercúrio - que é o caçulinha do bando. • Os planetas são facilmente distinguíveis das estrelas, não só por causa da luz mais firme como também por mudarem de posição no céu. Mercúrio Terra Vênus Marte Saturno Júpiter Plutão não é mais considerado um planeta Urano Netuno
- O meio de fazermos uma idéia clara do tamanho dos planetas e do Sol continuou dona Benta - é representá-los na mesma escala. O Sol, por exemplo, seria figurado por uma bola de 1,5 metros de diâmetro. A 66 metros de distância colocaríamos um grãozinho de ervilha, representando Mercúrio. A 126 metros poríamos uma jabuticaba das miúdas, representando Vênus. - A 166 metros poríamos outra jabuticaba do mesmo tamanho, representando a Terra. E a 266 metros poríamos outro grão de ervilha, representando Marte. - E a 800 metros - continuou Dona Benta - poríamos uma bola de futebol representando Júpiter. E a 1600 metros poríamos outra bola de futebol, um pouquinho menor, representando Saturno.
E a 3 200 metros - prosseguiu dona Benta - poríamos uma laranja-lima, representando Urano. E a 4 800 metros poríamos outra laranja-lima, um pouco mais graúda, representando Netuno. - E Vênus, vovó? - perguntou Pedrinho. - Não sei por que, mas tenho tanta simpatia por esse planeta. - Vênus é um planeta irmão gêmeo do nosso, pois regulam no tamanho e em atmosfera - só que a de Vênus é mais carregada de nuvens. Uma das particularidades desse planeta é girar muito lentamente em redor de si mesmo.
- Outra característica de Vênus continuou dona Benta rindo-se - é ser, para nós, o astro mais brilhante do céu depois do Sol. Vulgarmente é conhecida como Vésper, a estrela da manhã. - E a Terra, vovó? - Da Terra não preciso falar, pois que moramos na sua superfície e a conhecemos bem. Mas temos Marte, que é um planeta muito curioso para nós. Faz o giro sobre si mesmo em 24 horas e 37 minutos e tem a superfície bastante chata. Seus oceanos, se os há, devem ser rasos e pequenos. Com o telescópio distinguimos em Marte manchas esverdeadas que parecem vegetação, e manchas brancas nos pólos - talvez gelos, pois aumentam no inverno e diminuem no verão. Também possui atmosfera menos densa que a nossa.
a temperatura deve, pois, mudar com muita rapidez. Assim, a temperatura em certo ponto do equador marciano é de 25 graus ao meio-dia e de 75 abaixo de zero à noite - 100 graus de diferença! Marte é bem mais fresco do que a Terra, porque está mais longe do Sol e recebe menos calor. -E Júpiter? - Júpiter é bem grande. Se amassássemos todos os outros planetas numa grande bola, essa bola ainda ficaria menor que ele. E é apressadíssimo, pois gira sobre si mesmo em dez horas - a galope! Mas para dar a volta em redor do Sol leva vinte anos. Também tem atmosfera, e bastante nebulosa mas uma atmosfera de nuvens que não parecem de vapor d'água como a nossa.
Os sábios supõem que seja de amônia congelada em forma de pequenos cristais. O deus Júpiter dos gregos foi pai duma filharada de semideuses e o planeta Júpiter seguiu o mesmo caminho. Basta dizer que possui nove Satélites, seus filhos. O de nome Ganimedes é maior que o planeta Mercúrio. E o Saturno dos anéis? - perguntou Emilia. - Nós já estivemos lá, no tempo da "Viagem ao Céu", brincando de escorregar naquela aba de palheta.
- O deus Saturno devorava os filhos, mas o planeta Saturno não fez o mesmo, pois giram, em redor dele nove satélites, seus filhos. É um pouco menor que Júpiter e roda sobre si mesmo também em dez horas. Mas a grande coisa de Saturno são os anéis, uma notabilíssima curiosidade dos céus. - E que são os tais anéis? - Há hipóteses. Visto ao telescópio esse planeta mostra três lindos anéis sucessivos, um em cima do outro, com milhares de quilômetros de diâmetro por 80 de espessura. São compostos de pequeninos satélites. Outra curiosidade de Saturno é que um dos seus grandes satélites, o de nome Febo, gira em sentido contrário aos demais.
- Que regalo para os astrônomos de lá- exclamou Emília. - Os daqui só têm uma luazinha magra e nem sequer um anelzinho. Se eu fosse escolher um planeta para morar, não queria saber de outro. Por temperamento, sou saturnina... • - Sabe o que quer dizer saturnino, Emília? - perguntou dona Benta. Quer dizer triste, pesadão como o • chumbo. • - Por quê? • - Porque na velha química saturno significava chumbo... • - E Urano, vovó? - quis saber Narizinho. • - Urano apareceu no ano de 1781, descoberto pelo astrônomo Herschel. • Está longíssimo, de modo que pouco sabemos a seu respeito. Tem quatro luas. • E Netuno?
- O planeta Netuno nasceu (para nós) dum modo interessantíssimo. Depois da descoberta de Urano os astrônomos ficaram desapontados, porque ele se desviava da órbita, como se houvesse por lá algum astro a atraí-lo. Mas não havia astro nenhum - e como era? As coisas da ciência têm que ser como as da escrituração mercantil: certíssimas. Se as somas finais mostram alguma diferença, os guarda-livros coçam a cabeça e têm de refazer todas as somas. Ora, aquele desvio da órbita de Urano era como um erro na escrita dos astrônomos.
E dois deles, Leverrier em França e Adams na Inglaterra, entregaram-se ao estudo do fenômeno. - Então um desvio de órbita é também um fenômeno? - indagou a menina. - Certo, minha filha. Tudo que acontece na natureza é fenômeno. Pois bem: os dois sábios puseram-se a estudar o fenômeno, e no mesmo ano, 1846, os dois, um na Inglaterra e outro na França, sem se conhecerem, chegaram à mesma conclusão. - Qual foi? - Que devia existir em tal ponto outro planeta que atraia Urano e lhe causava o desvio da órbita. Mas como nenhum telescópio verificasse a existência do tal planeta, a coisa ficou assim.
Mais tarde, porém, os telescópios se aperfeiçoaram e os astrônomos descobriram o misterioso planeta, exatamente no ponto marcado pelos dois sábios. Esse planeta foi batizado com o nome do deus grego das águas, Netuno. - De fato, vovó, a proeza de Leverrier e Adams foi da gente tirar o chapéu, comentou Pe.drinho. - Então fiquemos também por aqui, pois já é tarde. Basta de noite bonita. Vamos dormir.