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Fisiopatologia da Enxaqueca. Alunos: Rodrigo Cândido Rezende Thamires Baldo Cordeiro. Estado de hiperexcitabilidade. O encéfalo do portador de enxaqueca está em um estado de hiperexcitabilidade. A hiperexcitabilidade é conferida por: Aumento dos níveis de aspartato e glutamato
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Fisiopatologia da Enxaqueca Alunos: Rodrigo Cândido Rezende Thamires Baldo Cordeiro
Estado de hiperexcitabilidade • O encéfalo do portador de enxaqueca está em um estado de hiperexcitabilidade. • A hiperexcitabilidade é conferida por: • Aumento dos níveis de aspartato e glutamato • Diminuição do íon magnésio • Alteração dos canais de cálcio voltagem dependentes
Depressão alastrante de leão (DA) • Se propaga no sentido póstero-anterior • É dada por uma onda de excitação seguida de supressão da atividade neuronal • Essa fase de supressão é desencadeada pela liberação de NO, potássio e glutamato após a despolarização • É a responsável pelo fenômeno da aura enxaquecosa, mas pode ser subclínica explicando a enxaqueca sem aura • Ativa o sistema trigeminovascular • Acompanhada por hipoperfusão no território da DA • Produz up-regulation da óxido nítrico sintase (NOS)
Sistema trigeminovascular • Composto por fibras amielínicas do tipo C • É ativado o núcleo caudal do trigêmeo • Libera como neurotransmissores vasoativos as substância P (SP) e o peptídio relacionado ao gene da calcitonina ( CGRP). • Devido a liberação de NO, potássio, ácido araquidônico e íons hidrogênio as terminações trigeminovasculares perivasculares são despolarizadas • A crise enxaquecosa se desenvolve sobretudo em artérias e estruturas trigeminais centrais e periféricas
Inflamação neurogênica • O CGRP e SP induzem vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular • Há extravasamento de proteínas, e ativação plaquetária formando-se a inflamação neurogênica estéril
Óxido nítrico • Sintetizado a partir da L-arginina pela NOS • Está presente em fibras nervosas e no endotélio • Tem atividade vasodilatadora • Atua como neurotransmissor algógeno
Serotonina • Os receptores da serotonina mais relevantes para o desencadeamento da enxaqueca são HT1B e HT1D. • O receptor HT1B está localizado na parede vascular e tem atividade vasoconstritora • O receptor HT1D está localizado no 2° neurônio motor e tem atividade anti-inflamação neurogênica • Estes receptores tem localização principalmente no córtex frontal, visual, núcleo do trato solitário e núcleo espinhoso do trigêmeo. • Na enxaqueca há indícios de uma hipoatividade dessa via
Sensibilização das estruturas responsáveis pela condução da dor • O núcleo de Gasser emite disparos que sensibilizam o 1° neurônio motor • O núcleo trigemino-espinhal sensibiliza o 2° neurônio motor • Essa sensibilização é responsável pala manutenção da dor mesmo na ausência de estímulos nociceptivos e traduz-se clinicamente pelo surgimento da alodínea.
Primeira fase da enxaqueca • 1° fase: ativação do neurônio de primeira ordem ( neurônio trigeminovascular), cujo núcleo está localizado no gânglio trigeminal, inervando tanto as artérias meníngeas quanto o núcleo trigeminal caudal. Sua ativação causa dor na distribuição trigêmea e tem qualidade pulsátil.
Segunda fase da enxaqueca • 2° fase: a persistência do ataque ativa neurônio de segunda ordem, localizado entre o núcleo trigeminal caudal e o tálamo. No tálamo, centro do tronco cerebral é ativado e sensibilizado e, se o ataque não for abortado, essa região vai permanecer ativada ainda que cesse a estimulação aferente do neurônio de 1° ordem. Nesse estágio, os portadores de enxaqueca descrevem sintomas alodínicos em seu couro cabeludo e pescoço
Terceira fase da enxaqueca • Caso o ataque continue o neurônio de terceira ordem, localizado entre o tálamo e o córtex sensitivo cerebral, é envolvido, tornando a dor mais prevalente e de caráter não pulsátil
Núcleo da Rafe • A rafe dorsal do mesencéfalo contém a concentração mais alta de receptores de serotonina no cérebro e pode ser o gerador da enxaqueca. Estes receptores são principalmente 5-HT1A. Presentes também 5HT1D. • As projeções da rafe dorsal terminam em artérias cerebrais e alteram o fluxo sanguíneo cerebral. Além disso também faz projeção para neurônios de processamento visual. • Isto explica as característica circulatórias e visuais da enxaqueca
Referêncasbiliográficas • Lopes, A.C.; Tratado de Clínica Médica, 2° ed., vol.2, ed Roca, 2009 • Nitrini, R., Bacheschi, L.A., A neurologia que todo médico deve saber, 2° ed, Ed. Atheneu, 2005 • Vincent, M.; Fisiopatologia da enxaqueca (ou migrânea), 1997 • Martins, I.P.; Enxaqueca: da clínica para a etiopatogenia, 2009 • Rowland, L.P.; Merrit Tratado de Neurologia, 11° ed, Ed.Guanbara-Koogan, 2007 • Fauci,A.S.; Braunwald,E.; Kasper,D.L.; Haulser,S.L.; Longo,D.L.; Jameson,J.L.Loscalzo,J.; Medicina Interna Harrison, 17° ed., editora AMGH , 2008