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AUTORES:Adriana Di Donato1; Elisabeth C. Coelho 1; Germana M.G. Carvalheira 1;Elthon G.F. Silva 1;Patricia M.M. Balata 1; Gerlane K.B.O.Nascimento 1 ;Veridiana S. Santos 2 ;Evangelina M. B.Faria3 1 Universidade Federal de Pernambuco 2Universidade Federal Rural de Pernambuco 3Universidade Federal da Paraíba GÊNERO CANTIGA DE NINAR POR MULHERES SURDAS 18º CONGRESSO DE FONOAUDIOLOGIA - CURITIBA- PARANÁ-BRASIL/2010
OBJETIVO • Analisar o gênero cantiga de ninar nos aspectos e divergentes por mulheres surdas e ouvintes em suas performances. MÉTODO • Participantes: duas mulheres surdas: 58 anos, Ensino Fundamental I incompleto e 69 anos, não alfabetizada; e duas mulheres ouvintes: 31 anos, Ensino Médio incompleto e 69 anos, Ensino Fundamental I incompleto. • As mulheres surdas são identitariamente surdas, apresentando perda neurossensorial bilateral profunda pré-linguística, falantes de gestos naturais e Língua Brasileira de Sinais, integrantes de família de surdos e nunca participaram de reabilitação oral. • A pesquisa utilizou a produção de vídeo como instrumento para a coleta de dados, que ocorreu em ambientes residenciais, a fim de garantir uma situação mais próxima do cotidiano. Os dados orais e sinalizados foram transcritos para o português e, para o último, utilizou-se o Sistema de Notação em Palavras (SNP). 18º CONGRESSO DE FONOAUDIOLOGIA - CURITIBA- PARANÁ-BRASIL/2010
RESULTADOS • Convergentes: (a) prática discursiva; (b) estrutura composicional do gênero cantiga de ninar; (c) conteúdo; (d) estilo. • Divergentes: (a)ninar ouvinte: intensidade da voz mais baixa; preocupação com afinação/entonação; canção pré-existente; diálogo reproduzido apenas com o próprio texto da canção; pouco uso das mãos; uso exclusivo da linguagem oral-auditiva; maior distância corporal; razoável comunicação com o olhar; prestígio social; vocalidade aprendida; (b) ninar surdo:intensidade da voz mais alta; não há preocupação com afinação/entonação; voz usada de modo natural; canção improvisada; diálogo explícito; uso mais frequente das mãos para afagar, apertar o bebê junto ao corpo; uso da modalidade oral-auditiva natural e da espacial-visual; maior proximidade corporal; grande comunicação com olhar; desprestígio social; vocalidade espontânea. CONCLUSÃO • Há aspectos de convergência e de divergência nos ninares ouvintes e nos ninares surdos. As especificidades dos ninares surdos fortalecem a identidade da pessoa surda na figura da mulher surda inteira, íntegra. 18º CONGRESSO DE FONOAUDIOLOGIA - CURITIBA- PARANÁ-BRASIL/2010