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A GLOBALIZAÇÃO E AS ORGANIZAÇÕES FINANCEIRAS INTERNACIONAIS. Abel M. Mateus Professor Universidade Nova Lisboa Consultor Banco de Portugal Lisboa, Dezembro de 1999. Apresentação e sumário. Mitos e realidades sobre a globalização? PIB e Comércio Internacional
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A GLOBALIZAÇÃO E AS ORGANIZAÇÕES FINANCEIRAS INTERNACIONAIS Abel M. Mateus Professor Universidade Nova Lisboa Consultor Banco de Portugal Lisboa, Dezembro de 1999
Apresentação e sumário • Mitos e realidades sobre a globalização? • PIB e Comércio Internacional • Fluxos de capitais: IDE e portfolio investment • A situação económica internacional e perspectivas • As instituições financeiras internacionais: papel e reforma
O que é a globalização? • Elevado crescimento do comércio internacional e abertura das economias • Importância das Empresas Trans-nacionais • Forte expansão do Investimento Directo Estrangeiro • Forte expansão dos fluxos internacionais de capitais e a diversificação das carteiras internacionais • Os mercados financeiros emergentes • Agrupamentos regionais de integração económica e monetária
A dimensão da globalização • Em 1997, o volume da produção internacional, atribuída a cerca de 53 000 Trans-nacionais (TNC) e as suas 450 000 afiliadas, era de $3,5 triliões medida pelo stock de capital de IDE acumulado • As vendas destas TNC atingiam $9,5 triliões • As exportações globais das afiliadas foram de $2 triliões, e os seus activos atingiam $13 triliões, gerando um valor acrescentado de $2 triliões
A dimensão da globalização • Internacionalização - processo de extensão das actividades económicas para além das fronteiras nacionais • Globalização - para além da internacionalização envolve a integração funcional das actividades dispersas por diversos
A dimensão da globalização (cont.) • O stock de IDE de fluxos in e out representa já 21% do PIB global • As exportações das afiliadas são já 1/3 das exportações mundiais • O PIB das afiliadas representa 7% do PIB global • O rácio do volume de IDE in e out em relação ao PIB mundial cresceu em 80-96 a um ritmo que é o dobro do que cresceu as importações mais exportações sobre o PIB, o que revela que a produção internacionalizada está a acentuar a interdependência em termos de comércio • Dados da UNCTAD, World Investment Report, 1998
Grandes alterações estruturais na economia mundial • Como será o mapa económico mundial no início do próximo milénio? • Como estão a evoluir os fluxos comerciais por grandes regiões? • Quais serão os países mais pobres e mais ricos do globo?
Grandes alterações estruturais na economia mundial • UE perde peso no PIB mundial (21,2% em 1990 para 16,5% em 2010) • EUA também perdem peso (21% para 16%) • Emergência da China como uma potência económica: passa de 2,7% do PIB mundial em 1980 para 20% em 2010 • Rússia continuará a sua longa transição (2,6% em 1990 para 1,9% em 2010) • Os Grande Cinco (China, Índia, Brasil, México e Coreia) passarão de um peso no PIB mundial de 20% em 1995 para 33% em 2010. • Projecções do Banco Mundial
A aceleração do comércio internacional • O comércio de bens, medido pelas exportações mundiais, cresceu a um ritmo de 6% entre 1990-96, contra 1,5% da produção mundial. Mantém-se assim a tendência de uma maior internacionalização das actividades económicas. Entre 1950 e 1994 as exportações mundiais cresceram 14 vezes, enquanto que a produção mundial cresceu pouco mais de 5 vezes. (Dados da OMC)
Fluxos financeiros globais • Fluxos globais de capitais • Fluxos privados • Fluxos oficiais: multilaterais e bilaterais
As tendências dos fluxos internacionais capitais • Nos fluxos de IDE mais de metade (55% em 1997) dirige-se para os Países Desenvolvidos, em especial EUA , Reino Unido e França (39% do total em 1996). • Os principais países originários são EUA, Alemanha, Reino Unido e Japão (58% do total em 1996) • Em 1997 os PVD que receberam maiores volumes de IDE foram a China ($45 bn), Brazil (16) e México (12) • A Ásia continua a atrair mais de metade do IDE para os PVD. Segue-se a América Latina e depois a Europa de Leste que tem crescido muito rapidamente.
As tendências dos fluxos internacionais capitais • Os fluxos de capitais para investimento em carteira atingem actualmente mais de $1 trilião de dólares • Os principais países originários são EUA , Japão, Reino Unido, Benelux e França • Os principais países receptores de investimentos de carteira são os EUA ($500bn), Alemanha, Reino Unido e Japão (em conjunto 70% em 1996) • Em 1997 os PVD receberam cerca de $115bn de investimento em acções e obrigações: América Latina ($40bn) e Ásia ($36bn) • O quadro seguinte mostra que a crise dos mercados emergentes levaram a uma diminuição da exposição da banca à Rússia (mesmo assim com total de créditos de $56bn ) e à Ásia (com créditos no valor de $373bn) e ao Brasil.
As tendências dos fluxos internacionais capitais • Nos fluxos globais de capitais para os PVD nota-se uma forte retracção dos capitais oficiais, sobretudo devido à quebra dos bilaterais, (a ajuda oficial ao desenvolvimento atingiu, em percentagem do PIB o valor mais baixo desde a década de 50), porquanto os multilaterais mantiveram o seu volume, embora diminuíssem em proporção • Deu-se um forte aumento dos fluxos privados: o IDE desde 1997 e os investimentos de portfolio desde 1992, em substituição dos empréstimos bancários, afectados pela crise da dívida dos PVD da década de 80 • O IDE tem-se revelado mais estável do que o investimento de carteira
EUA com forte crescimento (superior a 4% ao ano nos últimos 3 anos) e UE em desaceleração em 98 e 99, mas em recuperação no último semestre. OCDE baixou taxa de crescimento do PIB de 3,3% em 97 para 2,2% em 1999. • Ásia terá atingido o fundo da crise em meados de 98 e já está em recuperação • América Latina em recessão - o PIB industrial estava a cair cerca de 5% em princípios de 99.
WEO Out. 99 Riscos para 2000
Problema: desequilíbrios mundiais - EUA com poupança privada negativa e um déficit da conta corrente de 3,5% do PIB - forte estímulo da procura que não tem resultado em inflação mas em déficit externo
Porque é que a economia dos EUA tem crescido sem inflação? Forte crescimento da produtividade do trabalho
Risco: a forte subida das cotações das acções: NY e contágio
Em 98 estagnação dos lucros e P/E três vezes superior à média histórica
John Campbell e Robert Shiller, Valuation Ratios and the Long-Run Stock Market Outlook, 7/30/97, processed O perigo da instabilidade dos mercados financeiros • Nos mercados bolsistas dos EUA e UE, os rácios de valorização (preços/dividendos: 1,9% em 1997 - média histórica: 4,73% para o S&P500, preços/rendimentos: 20 no início de 97 quando o estudo foi feito, 30 em média de 97 - média histórica:14,2) estão a níveis extremos. O que irá acontecer às cotações? (Estes valores extremos só são comparáveis a 1929) • Imprevisibilidade dos rendimentos das acções (fundamentals mais variável aleatória). • Validade da teoria da eficiência dos mercados (sob a forma fraca). • A taxa de rentabilidade das acções não pode manter-se em valores extremos por muito tempo - terá que reverter para a média. • Shiller e Campbell: quando os rácios de valorização (p.ex. P/E) estão elevados, a bolsa cai nos dez anos seguintes (sobreavaliação em cerca de 40% de NY em 1997). R2 de 37%. Note-se que esta relação é de longo prazo. No curto prazo a relação é fraca.
Perspectivas a médio prazo para os países desenvolvidos Projecções da OCDE
Principais organizações financeiras internacionais • Banco Mundial • Fundo Monetário Internacional • Bancos Desenvolvimento Regionais, BPI • Organização Mundial Comércio (WTO) • OCDE
Grupo Banco Mundial • Engloba: • Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (IBRD), • Agência para Assistência ao Desenvolvimento (IDA) • Sociedade Financeira Internacional (IFC) • Agência de Garantia Multilateral de Investimentos (MIGA) e o ICSID • Fundado em 1945. Tem 181 membros. • O capital do BM é derivado das subscrições de quotas dos seus membros. Era de 186 Bil USD (Junho 98), do qual realizado 11Bil, o resto está sujeito a ser chamado se necessário
Grupo Banco Mundial (cont.) • A maioria dos fundos emprestáveis vem de emissão de obrigações nos mercados financeiros internacionais, em termos comerciais, dos lucros que realiza, e da amortização dos seus empréstimos. • O IBRD empresta a 15 anos ou menos, com um período de graça de 5 anos, a taxas próximas das do mercado. Os empréstimos são feitos a governos, com a garantia deste, e normalmente para projectos com taxas de rentabilidade acima do custo de capital de mercado. • A IDA empresta aos países mais pobres até 40 anos, sem juro, apenas com uma comissão de 0,75%.