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CITRINOS dos AÇORES Breves considerações. Conceição Filipe Carvalho. 2 ª EDIÇÃO. Debates PRODUZIR LOCAL PENSAR GLOBAL Praia da Vitória, 10 maio 2013. FRUTERCOOP - Cooperativa de Hortofruticultores da Ilha Terceira, C.R.L. CITRINOS:.
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CITRINOS dos AÇORESBreves considerações Conceição Filipe Carvalho 2ª EDIÇÃO Debates PRODUZIR LOCAL PENSAR GLOBAL Praia da Vitória, 10 maio 2013 FRUTERCOOP - Cooperativa de Hortofruticultores da Ilha Terceira, C.R.L.
Taxonomia dos citrinos (Segundo Walter T. Swingle) • Divisão – Espermatófitas • Sub-divisão- Angiospérmicas • Classe – Dicotiledóneas • Sub-classe – Arquiclamides • Ordem – Geranalis • Sub-ordem – Geranímeas (tem 3 famílias) • Família – RUTÁCEAS (tem 6 sub-famílias) • Sub-família – Aurancióidas (tem 2 tribos) • Tribo – Citreas (tem 3 sub-tribos) • Sub-tribo – CITRINAS (13 géneros agrupados em 5 grupos) • Grupo C – inclui os verdadeiros citrinos, e comporta 6 géneros: • -Fortunella ----- “Cunquato” • - Eremocitrus • - Poncirus------ Porta-enxertos • - Clymenia • - Microcitrus • - Citrus----------Cidrão, laranja azeda, laranja doce, tangerina, limão, lima, toranja, pomelo Fonte: J. Duarte Amaral (1982)
HISTÓRIA ORIGEM: Os citrinos são originários das regiões tropicais e sub-tropicais do continente asiático e do Arquipélago Malaico. Cidra/Cidrão/Cidreira – primeiro citrino a ser encontrado , com registos no Império Romano no ano 350 a.C. A laranja azeda e o limão entraram na Europa pelos árabes, no Séc. X; A laranja doce foi trazida para Portugal na época dos descobrimentos, por D. João de Castro, no ano de 1520. Fonte: Massapina & Gonçalves(1995)
Parece ter sido D. Francisco de Mascarenhas quem plantou em Portugal as primeiras laranjas doces, de novas variedades oriundas da China e que tinha recebido de Goa. Destas árvores saíram os enxertos que permitiram estender os laranjais pelas lezírias do Tejo e Sado e depois à Madeira, Açores e Brasil, dando a Portugal a categoria de maior exportador de laranjas. Fonte: Amaral, J. Duarte (1982)
História açoriana: • Os açores passaram por vários ciclos económicos na sua história, na exportação, desde: • Cultura do trigo (desde o Séc. XV até Sé. XVII) • Introduzida pelos Flamengos a cultura das plantas tintureiras, : urzela (líquen RocellatinctoriaD.C.) e o pastel (leguminosa IsatistinctoriaL.); Exportação para Flandres (Séc. XV e XVI) • Séc. XVIII e parte do Séc. XIX a produção da laranja e do vinho (bebido pelos czares da Rússia, onde foram descobertas garrafas de Verdelho do Pico datadas de 1917); • Ananás, Chá; Beterraba; Maracujá; • Leite e carne;
“ Um homem muito antigo, chamado de Gil Fernandes, contava que quando veio à Terceira não havia mais do que 10-12 moradores, afirmava que as duas primeiras laranjeiras que se plantaram na Ilha Terceira são umas que estão detrás das casas que agora são de Álvaro Pires Ramires e foram de seu pai, Melchior Álvares Ramiro, e de seu bisavô Pedro Eanes, que foi dos primeiros povoadores da Ilha Terceira,…, junto da pitoresca elevação (alto designado de Brasil…)”. Fonte: C.R.C.A.A., nº 17
CICLO DA LARANJA (1750-1870) A cultura da laranjeira, no arquipélago, remonta ao Séc. XVI, assinalando-se alguns pomares em S. Miguel e na Terceira desde então. Só a partir do Séc. XVIII, a produção da laranja destinada à exportação, viria enriquecer os proprietários micaelenses e a população geral açoriana, durante mais de cem anos. O máximo da exportação deu-se no ano 1860. Em S. Miguel a produção média anual era de 6000-8000 frutos por árvores. Fonte: Dias, Fátima Sequeira (1995)
CICLO DA LARANJA (1750-1870) Exportação da laranja pelo Arquipélago dos Açores, por distritos , de 1833-1870 Unidade: caixa grande Caixa grande: aproximadamente 750 laranjas Fonte: Dias, Fátima Sequeira (1995)
CICLO DA LARANJA (1750-1870) • Variedades: • Laranja Comum; • Laranja Comprida; • Laranja Prata; • Laranja Selecta; • Laranja de Umbigo; • Tangerina; • Embalagens: • Caixas grandes -------- (750 frutos) • Caixas chatas ou meias caixas • Caixas pequenas ou terços ou quartos de caixa • Malotes (500 frutos) • Categorias (Terceira): • Extra • Primeira • Segunda • Categorias (S. Miguel): • A do ar -------- exportação • A do chão----- para consumo local
CICLO DA LARANJA (1750-1870) DECADÊNCIA DOS POMARES: As causas da decadência desta cultura foram a terrível doença chamada vulgarmente de “lágrima”, produzida pelo “Coccushesperidium“ (julga-se ter sido introduzido pelo Faial através de limoeiros importados), onde as plantas começavam a definhar, acabando por morrer. Também nesta altura a região de Valência começou a exportar laranja, valendo-se do comboio. Também a região de Sicília aumentou as exportações de laranja. A esta concorrência era difícil manter os níveis de exportação dos Açores. (Sá, Daniel, 2012)
CICLO DA LARANJA (1750-1870) CURIOSIDADES HISTÓRICAS: Tinham sido os portugueses com os genoveses a introduzir a cultura da laranja na Sicília no séc. XV/XVI. Por isso, um dos nomes para a laranja doce (Citrus sinensis) na Itália , durante o séc. XIX era “portogallo”. (Sá, Daniel, 2012) A exportação da laranja trouxe grande prosperidade económica no arquipélago. É de notar neste período, o início de hábitos de veraneio e de banhos termais, sendo aberto em S. Miguel, a 1ª hospedaria turística no Vale das Furnas. A mais célebre laranja tardia do Mundo, a Valência Late, parece ter sido levada dos Açores para os E.U.A. (Amaral, 1982).
Importação: Valores de Importação de frutos para os Açores (Kg) (Fonte: Serviço Nacional de Estatística)
Importação: Valores de Importação de laranja para a ilha Terceira (Kg) (Fonte: Serviço Nacional de Estatística)
Situação actual: Em Portugal, os pomares de citrinos ocupam 17 mil hectares de terreno, sendo a laranjeira a espécie mais plantada, ocupando 83% da área, seguindo-se a tangerineira com 12%. Fonte: INE , Recenseamento Agrícola 2009
Situação na Frutercoop (últimos dez anos): Área de cultivo: 6,5 ha (ano 2010)
Variedades utilizadas: • Laranja • Baía (ou de “Umbigo) • Selecta e Valencia Late • Limão • Tangerineiras • Tangerina • Clementina • Mandarina (Tângera Carvalhais)
Fatores produtivos relevantes: • CLIMÁTICOS: (a cultura estende-se numa faixa de Latitude compreendida entre os 40º, N e S) • Temperatura: óptimo de desenvolvimento 23 a 34º C; • As plantas necessitam de uma determinada quantidade de calor para os frutos atingirem a maturação (integral térmico: total de horas de calor acima de 12,8ºC) • Tangerinas – 1450 a 1600 º • Laranja precoce – 1600 a 1700º • Laranja tardia – 1800 a 2000 º • Humidade • Humidades elevadas são favoráveis, pois os frutos tendem a ficar mais tenros, casca mais fina e mais sumarentos;
Fatores produtivos relevantes: • CLIMÁTICOS : • Vento: é referenciado como um dos fatores mais nocivos para os citrinos; • Desfoliação; • Queda dos frutos; • Fraturas das pernadas e lesões nos frutos; • Desidratação; • Ventos salinos nos pomares próximos do mar – podem provocar queimaduras com os sais • Luz
Fatores produtivos relevantes: • FERTILIDADE DO SOLO : • pH: • pHfavorável entre 6,5 a 7,5; • Nutrição: • Solos bem nutridos em matéria orgânica e em nutrientes minerais são os ideais;
Fatores produtivos relevantes: • MATERIAL VEGETAL: • Selecção de porta-enxertos e variedades mais adequadas; • Qualidade do material vegetal • Optar por material devidamente certificado; • MERCADO: • Variedades (rendimentos / épocas de colheita) • Preços (e futuros mercados);
Investimentos na atualidade: Fonte: D.R.A.D.R
Bibliografia: • Amaral, Duarte. J. (1982) – “Os Citrinos”, Colecção Técnica Agrária, 3ª Edição, Livraria Clássica Editora. • Dias, Fátima Sequeira (1995) – “A importância da economia da laranja no Arquipélago dos Açores durante o séc. XIX”; Departamento de História, Universidade dos Açores. • Gonçales & Massapina (1995), Citricultura – Guia Ilustrado, 2ª edição. • Instituto Nacional de Estatística ; Recenseamento Agrícola 2009.
Obrigado pela vossa atenção FRUTERCOOP - Cooperativa de Hortofruticultores da Ilha Terceira, C.R.L.