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“OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA E A NUTRIÇÃO”. Profª Dra. Daniéla Oliveira Magro. Departamento de Clínica Médica Disciplina de Moléstias Infecciosas UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS CENTRO DE CIRURGIA DE OBESIDADE DE CAMPINAS - CCOC.
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“OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA E A NUTRIÇÃO” Profª Dra. Daniéla Oliveira Magro Departamento de Clínica Médica Disciplina de Moléstias Infecciosas UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS CENTRO DE CIRURGIA DE OBESIDADE DE CAMPINAS - CCOC
Diminuição da desnutrição em adultos e aumento de obesos é a tendência no país desde os anos 80. A prevalência de obesidade mórbida na população brasileira é de 2% em Homens e 4% EM Mulheres (3% da população geral) SBCB2008. Segundo POF-IBGE (2003) – famílias de baixo poder aquisitivo estão mais expostas à obesidade. Comprar alimentos de baixa qualidade nutricional e elevada densidade energética – a preços mais acessíveis – é mais viável economicamente que adquirir verduras, frutas, legumes e carnes magras. TRANSIÇÃO NUTRICIONAL
45 POF 1974-5 PNSN 1989 POF 2002-3 30 15 0 Deficit de Excesso de Deficit de Excesso de peso peso peso peso Transição nutricional no Brasil. % Homens Mulheres
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1985) No Data <10% 10%–14%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1986) No Data <10% 10%–14%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1987) No Data <10% 10%–14%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1988) No Data <10% 10%–14%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1989) No Data <10% 10%–14%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1990) No Data <10% 10%–14%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1991) No Data <10% 10%–14% 15%–19%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1992) No Data <10% 10%–14% 15%–19%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1993) No Data <10% 10%–14% 15%–19%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1994) No Data <10% 10%–14% 15%–19%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1995) No Data <10% 10%–14% 15%–19%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1996) No Data <10% 10%–14% 15%–19%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1997) No Data <10% 10%–14% 15%–19% ≥20%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1998) No Data <10% 10%–14% 15%–19% ≥20%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 1999) No Data <10% 10%–14% 15%–19% ≥20%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 2000) No Data <10% 10%–14% 15%–19% ≥20%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 2001) No Data <10% 10%–14% 15%–19% 20%–24% ≥25%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 2002) No Data <10% 10%–14% 15%–19% 20%–24% ≥25%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 2003) No Data <10% 10%–14% 15%–19% 20%–24% ≥25%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 2004) No Data <10% 10%–14% 15%–19% 20%–24% ≥25%
Tendência de Obesidade em adultos americanos IMC ≥30. BRFSS (Behavioral Risk Factor Surveillance System, 2005) No Data <10% 10%–14% 15%–19% 20%–24% 25%–29% ≥30%
Tendência de obesidade em adultos brasileiros IMC ≥30. % Monteiro C & Conde WL. Arq Bras Endocrinol Metab 1999; 43: 1586-196 Ministério da Saúde - 2006
Avaliação do consumo alimentar global e regional (Kcal per capita por dia) WHO/FAO, 2003
Participação relativa (%) dos alimentos processados na disponibilidade total de energia entre 1971-72 e 1998-99, São Paulo, 2006. % Claro, et. al, 2007
Participação relativa (%) dos alimentos básicos selecionados na disponibilidade total de energia entre 1971-72 e 1998-99, São Paulo, 2006. % Claro, et. al, 2007
Participação relativa (%) de frutas e hortaliças na disponibilidade total de energia entre 1971-72 e 1998-99, São Paulo, 2006. % Claro, et. al, 2007
Participação relativa (%) de carnes, ovos, leite e alimentos processados na disponibilidade total de energia entre 1971-72 e 1998-99, São Paulo, 2006. % Claro, et. al, 2007
DESEQUILÍBRIO ENERGÉTICO ALIMENTAÇÃO ATIVIDADE FÍSICA
SÍNDROME METABÓLICA A Síndrome Metabólica é uma condição de risco para o desenvolvimento de doença aterosclerótica sistêmica, em especial a coronariana, e esta relacionada ao desenvolvimento do Diabetes tipo 2 Arq Bras Endocrinol Metab, 50:400-07;2006
Prevalência: 20 a 25% na população normal. • A redução da ação insulínica pode estar acompanhada de um grupo de alterações metabólicas e cardiovasculares. • HAS; hipertrigliceridemia; redução do HDL-colesterol; intolerância aos carboidratos, obesidade central; hiperuricemia e doença cardiovascular SÍNDROME METABÓLICA SBD, 2006
Sobrepeso: IMC ≥25 Kg/m2 ou cintura >102cm em homens e >88cm em mulheres. • Hábitos de vida sedentários. • Idade acima de 40 anos. • Glicemia de jejum ≥100mg/dl. Fatores de risco para o desenvolvimento da Síndrome Metabólica SBD, 2006
História pessoal de diabetes gestacional. • Diagnóstico de hipertensão arterial, dislipidemia ou doença cardiovascular. • Presença de acantose nigricans ou síndrome dos ovários policísticos. • História familiar de diabetes tipo 2, hipertensão arterial ou doença cardiovascular. Fatores de risco para o desenvolvimento da Síndrome Metabólica SBD, 2006
“Diferentes propostas para caracterização da Síndrome Metabólica” OMS – Organização Mundial da Saúde -1998 NCEP – National Cholesterol Education Program - 2001 AACE – Associação Americana de Endocrinologistas - 2003 EGIR – European Group for the Study of Insulin Resistance - 1999
Glicemias entre 140-199mg/dl, 2 horas após a ingestão de 75g de glicose ou glicemias de jejum entre 100-125mg/dl sugerem a presença de RI. Valores de corte para o diagnóstico da RI = Homa IR >2,71 AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA INSULÍNICA HOMA – IR (Homeostasis Model Assessment) HOMA IR = [insulina de jejum (mU/ml) x glicemia de jejum (mmol/L]/22,5 Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 2006:208-215
Valores da Circunferência da cintura (cm) considerados como risco para doenças associadas a Obesidade Fonte: NCEP - 2001
Alto índice glicêmico Quantidade de açúcar ingerida Aumento consumo de fibras Menor Resistência à insulina Resistência à insulina OUTROS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O DESENVOLVIMENTO DA SÍNDROME METABÓLICA ALIMENTAÇÃO Framingham Offspring Study; Diabetes Care 2004; 538-46
Melhoram o perfil lipídico e controle glicêmico. Reduzem a obesidade visceral e a RI. Controlam a pressão arterial. TRATAMENTOS CONSERVADORES NÃO-FARMACOLÓGICOS DA SÍNDROME METABÓLICA MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA: Dietoterapia, exercício regular e cessar o fumo. Arq Bras Endocrinol Metab 2006:400-07
Os indivíduos devem começar a praticar atividade física. 150 minutos/semana. Caminhadas de 10 a 12 Km/semana. O exercício é o fator chave da manutenção do peso e para a preservação da massa magra. ATIVIDADE FÍSICA
O objetivo primário da terapia nutricional na SM é limitar a ingestão de gorduras saturadas. Alguns estudos mostraram efeitos benéficos da dieta mediterrânea, melhorando a sensibilidade insulínica. Dietas hiperglicídicas estão associadas ao aumento de triglicérides, bem como à redução de HDL-col. Alimentos com alto teor de Índice Glicêmico (IG) diminuem a sensibilidade à insulina. TRATAMENTO DIETOTERÁPICO NA SM
Dietas com baixo IG estão associadas a um menor risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Os alimentos com baixo IG são ricos em fibras alimentares, em especial as fibras solúveis. As fibras alimentares melhoram a resposta glicêmica e as concentrações de insulina prandial. As concentrações de insulina em jejum são menores em indivíduos que relatam maior ingestão de fibras. TRATAMENTO DIETOTERÁPICO NA SM
O aporte protéico assemelha-se ao da população geral, com ênfase no consumo de proteínas como a soja e o peixe. O objetivo é diminuir a ingestão de gorduras saturadas e colesterol. A substituição de proteína de origem animal por proteína de soja diminui as concentrações sanguíneas de colesterol total e LDL-col. Deve-se limitar o consumo de sal. O excesso de sódio, além de elevar a pressão arterial e aumenta a calciúria. TRATAMENTO DIETOTERÁPICO NA SM
ÍNDICE GLICÊMICO DOS ALIMENTOS Índice glicêmico Alto (>85) Índice glicêmico Moderado (60-85) Índice glicêmico Baixo (<60) ÍNDICE GLICÊMICO – é um indicador baseado na habilidade da ingestão do carboidrato de um dado alimento elevar os níveis de glicose sanguínea pós-prandial, comparado com um alimento de referência
Pão branco-101 Glicose-138 FAO/OMS - 1998 Carbohydrates in Human Nutrition
Risco relativo para DM segundo tercil de fibras de cereais e índice glicêmico. Schulze et al. Am J Clin Nutr. 2004; 80:348-56.
Meta-análise: dietas de baixo IG e HbA1c. Brand-Miller et al. Diabetes Care 2003; 26:2261-2267.