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CAMILLA CÉSAR. CETOACIDOSE DIABÉTICA. Introdução. Principal causa de morte em pacientes diabéticos com menos de 20 anos 15% de mortalidade em menores de 50 anos Principais causas de descompensação: interrupção do uso de insulina e infecções. Definição.
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CAMILLA CÉSAR CETOACIDOSE DIABÉTICA
Introdução Principal causa de morte em pacientes diabéticos com menos de 20 anos 15% de mortalidade em menores de 50 anos Principais causas de descompensação: interrupção do uso de insulina e infecções
Definição • Cetoacidose diabética :disfunção metabólica grave causada pela deficiência relativa ou absoluta de insulina, associada ou não a uma maior atividade dos hormônios contra-reguladores (cortisol, catecolaminas, glucagon, hormônio do crescimento) • Manifestação inicial de DM I ou episódio recorrente
Fisiopatologia Deficiência de insulina alteração do metabolismo (carboidratos, lípides e proteínas) e dos sítios de armazenamento (fígado,músculo e tecido adiposo) Aumento da glicogénólise e gliconeogênese Diminuição da utilização periférica hiperglicemia e hiperosmolaridade Lipólise ácidos graxos livres (conversão hepática em cetonas hipercetonemia acidose metabólica
Fisiopatologia A hiperglicemia glicosúria e poliúria perda de eletrólitos e desidratação Desidratação importante diminuição da circulação periférica e aumento da produção de ácido láctico piora da acidose metabólica Causas de acidose metabólica:KUSMALE Cetose Uremia Salicilato Metanol ParaAldeído Lactato Etilenoglicol
Quadro Clínico • Poliúra, polidipsia, polifagia, perda ponderal, astenia e desidratação leve • Elevação e duração da hiperglicemia: polifagia é substituída por anorexia (náuseas e vômitos), a desidratação se acentua, a respiração de Cantani, aparece o hálito cetônico, paciente irritado e pode ocorrer dor abdominal simulando o abdome agudo • Estágio mais grave: depressão do nível de consciência (confusão, torpor, coma), sinais de desidratação grave ou choque hipovolêmico, arritmia cardíaca e redução dos movimentos respiratórios (Kussmaul)
Laboratório • Hiperglicemia (glicemia > 250 mg/dl) • Acidose metabólica (pH < 7,3 ou bicarbonato sérico < 15 mEq/l) • Cetonemia (cetonas totais > 3 mmol/l) e cetonúria
Diagnósticos diferenciais • Intoxicação por salicilatos • Intoxicação por organofosforados • Infecção grave • Gastroenterite aguda • Desidratação hipernatrêmica • Tubulopatia renal • Pneumonia • Broncoespasmo • Coma • Abdome agudo
Exames complementares • Glicemia capilar e plasmática • Gasometria arterial ou venosa • Hemograma • Uréia e creatinina • Ácido lático • Reserva alcalina • Eletrólitos (Na+, K+, CL-, Ca++, P-) • Medida da glicosúria e cetonúria com fitas reagentes específicas • Osmolaridade sérica medida ou calculada • Cálculo do Hiato Aniônico
GASOMETRIA • Gaso arterial= classificar acidose: • Leve 7,25- 7,35 OBSERVAÇÃO • Mod 7,12-7,25 URGENCIA • Grave <7,12 UTI\EMERGENCIA
Tratamento • MEDIDAS GERAIS: • Assegurar o “ABC” • Acessos venosos calibrosos • Monitoração cardiorespiratória (distúrbio de K) • Dieta zero, reiniciar alimentação por via oral de modo progressivo(hiperglicemia não contra indica dieta) Avaliar necessidade de: • SNG: diminuição do nível de consciência com risco de aspiração, vômitos incoercíveis, distensão abdominal, íleo paralítico • Sonda vesical: quando não é possível medir a diurese de modo não invasivo • Oxigenioterapia (baixa SatO2 ou baixa PaO2) • Tratar fatores precipitantes (vômito, infecção)
Tratamento • ,Correção da desidratação: -fase 1: expansão rápida: SF 0,9%-1000ml/h, IV (corrigir hipotensão) -fase 2: manutenção: 250-500ml/h,IV se Na>135 - SF 0,45% se Na<135- SF 0,9% -fase 3: evitar hipoglicemia- quando a glicemia chegar a < 250mg/dl associar SG 5% ou 10% (250-500ml/h) +22ml de NaCl a 20% (77mEq) ou introduz dieta • Correção dos distúrbios eletrolíticos e ácido-básicos: -se sódio está normal ou elevado (> 150mEq/l): solução salina hipotônica (NaCl 0,45% em média 4 a 14ml/kg/hora -se função renal normal: infusão de 10-15 mEq de KCl/hora com o objetivo de manter o potássio sérico entre 4 e 5mEq/l
Tratamento • Correção da hiperglicemia e da osmolalidade- insulinoterapia: -se K< 3,3 mEq/L prescrever 1000ml de SF0,9% com 25mEq de K em uma hora e dosar novo K após infusão -se K> 3,3mEq/L: • Ataque (bolus): insulina regular 0,15 U/kg IV • Manutenção:bomba de infusão 0,1 – 0,2 U/kg/h(SF 100ml +100 U de insulina regular) • SF de 1000ml + 1 ampola(25 mEq) de K de 8/8h (soro de manutenção) • Glicemia capilar de 1/1h (queda glicêmica de 50-70mg/dL/h- se menor dobrar taxa de infusão, se maior reduzir à metade) –(1 U DE INSULINA-QUEDA DE 30-40 MG/DL) • Suspender quando glicemia capilar < 250mg/dl e pH >7,3 e bicarbonato >18 mEq/L • repor bicarbonato se pH<7,0
Insulinoterapia(com dieta) • Se dextro< ou = 250 e cetonúria negativa: -desligar bomba -10 U de insulina IM -Controle com dextro de 1/1 h • Dextro SC: -<175 mg/dl: nada -175 a 250: fazer 2 U ->250: fazer 4 U (Outro esquema:0,2-0,5 U/kg) OBS:se dextro<175 e cetonúria+ SOLUÇÃO POLARIZANTE: soro glicosado 5% +6 U,correr 500ml em 1 hora)
Insulina NPH (Humana) • Dose:0,4 – 0,6 U/Kg • Fracionar: 2/3 pela manhã e 1/3 a noite Manter GJ próximo de 110mg/dl, glicemia pós-prandial 135-145 mg/dl e Hb glicada < 7,0 • Obrigatoriamente usar no café da manhã e no jantar
Reposição de Bicarbonato Geral (KUSMALE) • pH<7,0 • Regra:BIC=|BE| X K(0,3) X peso do indivíduo/2 ou 3(mEq) em 1 hora -dependendo de onde o pcte está: observação, urgência ou emergência) pelo risco de hipopotassemia • BIC a 8,4% :1mEq=1mL No diabético: • Usar 1/3 da dose acima • COLHER NOVA GASO COMPLETA APÓS 2 HORAS
Indicadores de risco de complicações durante o tratamento da CAD Alterações do estado mental pH arterial <7,1 Glicose plasmática >1000 mg/dl Na >155 mEq/L K <3,5 mEq/L Idade <5 anos e especialmente <1 ano Quando o sódio corrigido não aumenta com o tratamento
Complicações Edema cerebral sub-clínico é uma complicação após insulinoterapia 1-3% dos episódios de CAD, responsável por mais de 30% das mortes, mais comum em crianças com menos de 5 anos e em pacientes sem um diagnóstico prévio de diabetes O sinal clássico: hipertensão arterial e bradicardia. Outros sinais e sintomas: alteração mental, súbita cefaléia, vômitos, desorientação, oftalmoplegia, assimetria pupilar, papiledema, convulsão e outras variações nos sinais vitais
Acompanhamento A glicose plasmática: medida a cada 1 hora Eletrólitos:a cada 2-4 horas dependendo do estado do paciente
Definição • Estado hiperglicêmico caracterizado por hiperosmolaridade (>320 mOsm/L), desidratação profunda e ausência de cetoacidose significativa (a pouca insulina circulante impede a formação de cetonas) • Cálculo: 2x Na + Glicemia/18 + Uréia/6 • Valores acima de 320 refletem hiperosmolaridade, e acima de 350 estado hiperosmolar grave
Apresentação Clínica • Geralmente idosos com DM2 • Desidratação tende a ser mais grave e a glicemia mais elevada que na cetoacidose diabética
Tratamento • Insulina de ataque: 0,05 – 0,1 U/Kg (bolus) • Insulina de manutenção (NPH): 0,15 U/kg Apenas uma vez ao dia, pela manhã • Hidratação deve ser feita com SF 0,9% até atingir boa diurese, sendo então geralmente necessária a troca para solução salina 0,45% para correção ou prevenção da hipernatremia