270 likes | 400 Views
Da Consciência Filosófica à Modernidade. Formação de um sintoma social. na contemporaneidade. Criança pensada pelos filósofos da Modernidade. REFLEXÃO - Busca do Real
E N D
Da Consciência Filosófica à Modernidade Formação de um sintoma social na contemporaneidade
Criança pensada pelos filósofos da Modernidade • REFLEXÃO - Busca do Real • Chaui(1999) filosofia - Ocupação da explicação racional e sistemática da origem, da ordem e da transformação da natureza, do qual o homem faz parte. • Mito – Chaui – narrativa sobre a origem dos astros, da Terra, dos homens, plantas, animais, ventos, água, do bem e do mal. • Gregos - Discurso proferido para ouvintes que recebe como verdadeira a narrativa. • A autoridade do narrador advém de ter testemunhado diretamente o que narra ou de ter recebido a narrativa de quem testemunhou os acontecimentos apresentados.
Período pré-socrático ou cosmológico • A Filosofia nasce da admiração e do espanto, dizem Platão e Aristótleles. Admiração: Por que o mundo existe? Espanto: Por que o mundo é tal como é? • O que existe? Por que existe? Como existe? Por que e como surge e desaparece? Cosmologia – Busca de explicação racional para a origem do mundo– força natural perene e imortal – phisis - física Estudo do Ser enquanto chamado filosofia primeira ou metafísica – ontologia – estudo do conhecimento do Ser, dos entes ou das coisas, tais como são em si mesmas, real e verdadeiramente (Chaui)
Primeiros Filósofos • Ser manifesto e presente –Então podemos conhecê-lo(real) • Modernidade – Como é possível o conhecimento (do real)? Relatos mentais – idéias – corresponde ao que se passa verdadeiramente na realidade. • Antigos – o existente é a presença • Modernos - situam o sujeito entre o saber e o real – é a representação – plano subjetivo • Modernidade é o tempo de subjetivação do homem
Filosofia Moderna • Desinteresse pela metafísica • Atenção aos problemas gnosiológicos, políticos e éticos Século XVII – questão do método e do valor do conhecimento (dominam a filosofia) Dois movimento filosóficos: o racionalismo e o empirismo
Descartes e Spinoza Credita à razão todo o poder do conhecimento e nega qualquer valor à experiência sensível Locke, Berkeley e Hume Conhecimento humano apóia-se somente na experiência sensível Racionalismo e Empirismo Voltaire, Rousseau e Newton Século XVIII – Representantes do Iluminismo – Unificação do Racionalismo e Empirismo
Descartes • Busca da Verdade indubitável – dúvida metódica • Suposição da presença do gênio maligno – função de alimentar a hipótese do pensamento como um conjunto de falsidades • Homem – centro de interesse • Filosofia – Rota da preocupação com o conhecimento • Figura do sujeito – caracteriza a subjetividade moderna em torno do pensamento
Método - Descartes • A importância do método para a ciência – faculdade de julgar e distinguir o verdadeiro do falso(bom senso ou razão) é igual para todos os homens • Caminho mais apropriado para estabelecer o valor do conhecimento é o da dúvida. Conhecimentos submetidos à dúvida até que aparecesse o absolutamente certo. A dúvida constitui o método adequado para a descoberta da verdade. • Não há homens mais inteligentes que outros mas apenas caminhos diferentes trilhados por uns e por outros.
Caminho para o conhecimento • Conhecimento sensível – afasta o conhecimento verdadeiro Razão Humana capaz de conhecer a origem,as causas e os efeitos das paixões e emoções Vontade – orientada pelo intelecto – pode governar as emoções Pensamento – regulado pela razão, opunha-se à loucura Loucura e infância – obstáculos terríveis ao desenvolvimento da natureza humana – Psiquiatria, psicologia e pedagogia – encarregam-se de seus fundamentos
Prevenção Opiniões e idéias alheias sem verificação da verdade Precipitação Emissão de juízos antes da verificação da verdade Erro (duas posturas) Prevenção e precipitação – marcam a falta de amadurecimento intelectual – estágio de vida nem sempre superada pelo homem Primeira e principal causa do erro são os preconceitos da nossa infância – superados pela Filosofia.
Iluminismo • Crença nos poderes da razão – Razão Triunfante • Ilimitada confiança na Razão Humana – homem capaz de superar os mistérios da realidade e admitir que é possível tornar os homens melhores e felizes – desde que iluminados e instruídos • Antropocentrismo – crença ilimitada na natureza humana – definido como saída da condição de menoridade
Descartes Conhecimento sensível sensação, percepção, imaginação, memória e linguagem é a causa do erro e deve ser afastado Racionalismo Fonte do conhecimento verdadeiro é a razão que opera por si mesma, sem o auxílio da experiência sensível Locke Conhecimento realiza-se por graus contínuos até chegar às idéias Empirismo Fonte de todo conhecimento é a experiência sensível, responsável pelas idéias de razão, que controla o trabalho da própria razão Teoria do conhecimento
Século XVIII • Marcado por uma nova noção de infância – Rousseau (menina dos olhos) • Rousseau – critério da verdade assentado no coração, exclusivo da intimidade • Homem nasce bom – a sociedade corrompe-o – civilização artificial – predomina a razão – não a natureza humana – subjetividade íntima corrompida • Educação – iniciar-se com o desenvolvimento das faculdades sensitivas • Educador – explicar à criança como é o coração do homem após a perversão causada pela sociedade • Infância – bondade na sua origem – não corrompida pelas convenções sociais
Subjetividade cartesiana Estrutura asséptica do conhecimento Postura iluminista Pedagogia Iluminista – universalidade do sujeito – livre da memória e da cultura – poderá construir conhecimento puro – mito da neutralidade do sujeito diante do conhecimento – próximo da verdade Subjetividade rousseauniana Noção de subjetividade que representa um romantismo Pedagogia romântica de Rousseau Ver o homem como pessoa harmoniosamente desenvolvida, capaz de um autêntico sentimento de verdade Subjetividade
Século XIX • Limite do Iluminismo • Período que exalta o irracional e o espontâneo existente no espírito humano – sentimentos e tradição – valores – novo movimento – Romantismo • Românticos – substituição – concepção mecanicista da natureza – inesgotável de poder criativo – sentimento e fantasia perceber as dimensões da realidade escapam a razão – Universo animado • Rousseau – radicalismo racionalista – não assegurava prosperidade nem felicidade • O homem deve guiar-se pelo sentimento e pela intuição
Românticos • Fitche, Schelling, Hegel • Fichte – Idealismo prático e moral – Qual é a missão do homem? • Essência do Eu – não consiste em conhecer mas em querer. • Mundo – não é objeto de conhecimento, mas um obstáculo a superar. • Dois sistemas filosóficos: dogmatismo e idealismo
Dogmatismo Existência da coisa em si Realidade fundamental – independente do pensamento – Escolhida pelos que têm consciência filosófica ingênua Mente – espelho que reproduz a realidade Idealismo O eu como causa das idéias – as coisas só existem enquanto pensadas Consciência filosófica madura – idealismo Assegura a liberdade e a independência do eu A consciência é o fundamento do ser Sistemas Filosóficos
Schelling • Dogmatismo e Idealismo Não oferece condições para resolver o problema da relação entre sujeito e objeto, entre o eu e não eu (mundo) Absoluto – síntese dos opostos (eu e natureza) Princípio supremo da filosofia – eu puro e absoluto, eu não condicionado ainda pelos objetos , mas posto pela liberdade. Absoluto – fusão prefeita de todos os opostos – eu – natureza, ideal – real, sujeito - objeto
Hegel • Idéias racionais e verdadeiras se fossem intemporais, perenes, eternas, as mesmas o tempo todo, em todo lugar • Razão – histórica - a mudança, a transformação da razão e de seus conteúdos, é produto racional da própria razão - Razão nem objetiva(verdade no objeto) e nem subjetiva(verdade no sujeito) – Unidade do objetivo e subjetivo
Passagem Moderno - Contemporâneo • Pensamento Moderno - Delineia a subjetividade no percurso de busca da verdade – limitação cronológica com Marx e Nietzsche – o primeiro põe entre a consciência e o mundo a ideologia, e o segundo, questiona a unidade da consciência tomada não mais como solução mas como problema. • Subjetividade moderna – busca da verdade – Eu psicológico, referido a uma instância superior- o sujeito do conhecimento ou a consciência moral, a pessoalidade. • Pensamento Contemporâneo – deixa de lado tal problemática, crítica a subjetividade • Nietzche –volta os olhos para o sujeito – subjetividade – objeto da crítica filosófica. • Reordenação – Relações de subjetividade, infância e pedagogia – Crise dessas noções • Adorno e Foucault – leitores de Marx e Nietzche subjetividade - problema
Família burguesa tradicional PAI – poder econômico e político Respeito na sociedade(esposa e filhos) Insurreição dos filhos – partícipe da construção de suas individualidades Família Contemporânea – Participa menos da construção do indivíduo PAI – não possui a mesma mobilidade no horizonte liberal Não é digno no enfrentamento dos filhos na disputa do amor da mãe Impossibilidade na estruturação da personalidade individual Adorno • Subjetividade é pensada sob o prisma de uma análise social em que o indivíduo autônomo, isto é , indivíduo enquanto sujeito de seus pensamentos e atos está extinto na sociedade atual. Mundo Contemporâneo – Atinge a infância de tal forma que não está apto a gerar indivíduos autônomos. Sujeito em si já não existe, embora exista sujeito para si Na falta de uma nova subjetividade, junta experiências individuais à velha noção de sujeito - Indivíduo seguro de sua autonomia – é fantasia – mundo em que a autonomia é impossível.
Roudinesco • Era da individualidade – substitui a subjetividade – ilusão da liberdade irrestrita Assim, a era da individualidade substitui a da subjetividade:dando para si mesmo a ilusão de liberdade irrestrita, de uma independência sem desejo e de uma historicidade sem história, o homem de hoje transformou-se no contrário de um sujeito.
Foucault • Vê o sujeito: - Exigência do discurso - Resultado momentâneo de dispositivos disciplinares - Produto de práticas sem controle Ex: Escola e hospital psiquiátrico – agências disciplinadoras e controladoras Noção de homem como senhor de suas próprias idéias e atos – mero erro Infância não desaparece – nunca existiu de forma substancial desde a modernidade – um feixe de técnicas e procedimentos – pedagógicos, psicológicos, pediátricos – tirar as técnicas do feixe - vazio
Adorno • Denuncia a inexistência do mundo liberal – observa que as instâncias de produção de subjetividade(indivíduo autônomo) não encontram substitutos no mundo contemporâneo e assim estabelece uma nova situação no qual o destino de uma criança é tornar-se um adulto infantilóide(criança que não se confronta com as resistências necessárias à conformação de sua personalidade individual). No mundo contemporâneo a infância desaparece, não acontece – não é possível uma subjetividade calcada na noção de autoria e responsabilidade.
Pedagogia • Atônita com as teorias de Adorno e Foucault consideradas antipedagogia • Crença de que a criança possui uma natureza sobre a qual se exerce a educação • Noção de infância é elemento interno indispensável à construção da subjetividade. Entendimento contemporâneo de subjetividade ganha outra dimensão • Subjetividade relacionada às possibilidades da infância.
Criança do Mundo Ocidental • Descartes e Rousseau – subjetividade é uma ação conquistada em busca da verdade – atividade filosófica – análise da condição humana que engloba o conhecimento da história das idéias sobre a infância – elemento central da questão educacional – rumos da educação ocidental e a relação com o fracasso escolar no Brasil.
Aniquilamento da Infância • Descartes – causa dos erros – preconceito da infância – eliminação • Nega-se as sensações, a imaginação e a memória – resta apenas o intelecto – idéias da pedagogia intelectualistas – norteia a pedagogia tradicional – O que faz a escola senão negar o corpo, a memória e a imaginação da criança • Aniquilamento da infância pela escola – desconhece o que é a criança – lida com a criança real como se fosse ideal, a desejada – nega suas verdadeiras demandas