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Princípios de antibioticoterapia. Dr Renato S Grinbaum Doutor em Infectologia Hospital da Beneficência Portuguesa. Plano. Como prescrever bem Diagnóstico preciso (IVAS, pac, itu, úlcera e febre como exemplos) Culturas Identifique particularidades Doenças de base/agentes
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Princípios de antibioticoterapia Dr Renato S Grinbaum Doutor em Infectologia Hospital da Beneficência Portuguesa
Plano • Como prescrever bem • Diagnóstico preciso (IVAS, pac, itu, úlcera e febre como exemplos) • Culturas • Identifique particularidades • Doenças de base/agentes • Gravidade – como identificar, não muda escolha • Escolha corretamente • FR para resistência • Duração curta • Casos
Dificuldades • Todos acham “antibióticos” um pepino • Muitos sais disponíveis • Mecanismos de ação complexos • Mecanismos de resistência indecifráveis • Bactérias com nomes escandalosos • Não é da especialidade primária de quase ninguém
Mas precisa saber isto tudo mesmo? Dr. Pepino pergunta
Conceito elementar • É preciso saber uma base de antibióticos, sim • Literatura hoje é de fácil acesso • É mais importante saber diagnosticar e tratar infecções • A escolha do antibiótico é o mais fácil • Inúmeros guias e consensos trazem informação • Nenhum livro ou computador substitui a capacidade e o bom senso do médico • História • Exame físico • Raciocínio
Princípios de prescrição As 4 perguntas do Dr. Pepino
O paciente tem uma Infecção bacteriana? Dr. Pepino pergunta
Diagnóstico • Trate somente pacientes com infecção bacteriana • Muitas vezes o quadro clínico de um paciente lembra infecção, mas não é • Não se deixe guiar por quadros vagos
Infecções encontradas(n=374) Hosp. Público Outubro a Dezembro de 2000
Tempo de hipotensão antes do início da terapia apropriada: fator crítico
Febre de origem obscura Knockaert et al. – JAGS 1993; 41: 1187–92)
Pergunta 1: Você dá antibióticos para bacteriúria assintomática? • Sim • Não • Às vezes • Escondido
Bacteriúria assintomática • Presença piúria ou cultura positiva • Ausência de sintomas (odor da urina não é considerado sintoma)
Culturas • Pense bem antes de coletar culturas • Solicite culturas que você sabe que terão utilidade • Registre em prontuário material, data e forma de coleta para facilitar interpretação
Pergunta 2: Você dá antibióticos para ferida exposta, onde houve o crescimento de P.aeruginosa? • Sim • Não • Só por telefone • Não; só quando o paciente vai ao meu consultório
Aspecto: infectado ou evolução natural? http://www.australianprescriber.com
Microbiologia das feridas • Ferida aguda, precoce: flora da pele. • S. aureus, Streptococcus
Microbiologia das feridas • + 4 semanas • BGN • Proteus, E. coli, and Klebsiella. • Deterioração • Anaeróbios ; polimicrobiano.
Microbiologia das feridas • Tardio: anaeróbios > aeróbios. • Colonização por microrganismos da água e fontes ambientais • Ex. Pseudomonas, Acinetobacter, Stenotrophomonas (Xanthomonas).
Quando você sabe que a ferida está infectada? • Achados típicos • Aumento de secreção, com aspecto purulento • Aumento do edema • Aumento do eritema • Aumento da dor • Aumento da temperatura local • Celulite ao redor da ferida, mudança do aspecto do tecido de granulação,(descoloração, sangramento fácil, bordas friáveis). Úlceras de pressão, ferida operatórioa, úlceras venosas e isquêmicas
Culturas • O agente identificado poucas vezes dá pista se há infecção ou não • O diagnóstico da infecção é clínico
Pergunta 3:O hemograma é infeccioso. O que fazer? • Dar antibióticos • Prescrever antibióticos • Administrar antibióticos • Calçar luvas
Leucocitose • NEUTROFILIA FISIOLÓGICA: SEM OUTRAS ALTERAÇÕES • ADRENALINA, TRANSITÓRIA, FELÍDEOS, CONTENÇÃO • APENAS SEGMENTADOS • NEUTROFILIA DE ESTRESSE: RESULTANTE DA AÇÃO DE • GLICOCORTICÓIDES; ENDÓGENO OU TERAPIA; ASSOCIADA • À LINFOPENIA E/OU EOSINOPENIA E/OU MONOCITOSE; • TROMBOCITOPENIA; SEGMENTADOS APENAS • NEUTROFILIA INFLAMATÓRIA: DESVIO À ESQUERDA • BASTONETES, METAMIELÓCITOS, MIELÓCITOS
EXEMPLOS DE NEUTROFILIA DE ESTRESSE • -TERAPIA PROLONGADA COM GLICOCORTICÓIDES • - DOENÇA CRÔNICA E DOLOROSA • HIPERADRENOCORTICISMO (AUMENTO DA FA, ALT) CONSEQUÊNCIAS: DESVIO À DIREITA (SEGMENTADOS VELHOS) IMUNOSSUPRESSÃO O PARADOXO DA CINOMOSE!
NEUTROFILIA INFLAMATÓRIA • O famoso “desvio à esquerda” • Neutrófilos jovens em número aumentado • Geralmente por infecção bacteriana severa • Embolia pulmonar • Trauma • Stress cirúrgico • SIRS • Pode ser classificado regenerativo ou degenerativo • Regenerativo: segmentados>jovens • Degenerativo: jovens>segmentados
Exames inespecíficos • Podem ser vistos como ferramentas para auxílio diagnóstico • Dependendo da situação, podem atrapalhar • Interpretação tem que ser cautelosa • Não devem servir como ferramenta única para diagnóstico
Pergunta 4: Você dá antibióticos para infecção respiratória alta (IVAS)? • Sim • Não • Só por telefone • Só quando o paciente espirra
Duration of Symptoms in 139 Rhinovirus Colds Gwaltney,JAMA 1967;202:158
Antibiotics for The Common Cold Benefit on Day 5 ? Stott,BMJ 1976;2:556
Purulent Rhinitis - Does Antibiotic Treatment Help? Todd,PIDJ 1984;3:226
A mãe é o problema? • Não • A satisfação (estudos pós-consulta) está ligado a • Tempo da consulta • Clareza da explicação
Diagnóstico A rinossinusite aguda dura até 4 semanas. Na grande maioria dos casos, responde ao tratamento clínico adequado, raramente necessitando de outros tratamentos. É importante ressaltar que a suspeita de uma rinossinusite aguda bacteriana deve ocorrer quando os sintomas de uma IVAS viral pioram após o 5º dia ou persistem por mais de 10 dias (B). I Consenso Brasileiro sobre Rinossinusite Rev Bras Otorrinolaringol 65(3) Parte 2, 1999, supl.9.
Situações comuns • Idoso com doença demencial e roncos • “Pneumonia aspirativa” • Paciente com sonda urinária de demora • Antibiótico “profilêutico” • Febre • Sensação de febre • Diarréia • Contato com o porteiro do prédio do primo do vizinho que teve meningite
Diagnostique bem • Febre não é sinônimo de infecção bacteriana • Cuidado com tratamento de exames • Hemograma infeccioso • Culturas
Riscos da seleção de resistência • Se o paciente tiver uma infecção após uso recente de antibióticos, ela poderá ser causada por bactéria resistente • Maior chance de erro inicial • Maior custo • Mais chance de internação e uso de recursos laboratoriais • Infecções secundárias • Diarréia • Pacientes crônicos: maior risco de nova infecção
Qual é o foco da infecção? Dr. Pepino pergunta
Busque o foco • O espectro de cobertura depende da infecção • Muitas vezes o foco é aparente (ex. erisipela) • Outras vezes, você só tem sintomas e sinais inespecíficos • Nestes casos investigue com bastante rigor
Febre de origem obscura Knockaert et al. – JAGS 1993; 41: 1187–92)
Esquema de acordo com o foco Origem Comunitário Serviços de saúde Sem foco Ceftriaxona Cefepima ou ertapenem ou ampicilina-sulbactam Urinário Ciprofloxacina ou ceftriaxona Cefepima ou ertapenem Pneumonia Ceftriaxona + azitromicina Anterior ou quinolona Amigdalite Penicilina Angina de Ludwig Ampicilina-sulbactam Abscesso dentário Ampicilina-sulbactam Erisipela Penicilina Celulite Oxacilina Teicoplanina Piomiosite Oxacilina Infecções necrotizantes Ampicilina-sulbactam Ertapenem Esquemas são exemplos, e não recomendações
Etiologia da infecção hospitalar % de ocorrência em Microrganismo Bacteremia (2008) Pneumonia (822) ISC (430) ITU (468) Total (3728) S. aureus 23.6 21.0 45.8 1.9 22.8 (852) E. coli 11.3 4.4 7.2 47.6 13.8 (516) P. Aeruginosa 7.5 29.4 10.5 12.6 13.3 (496) K. pneumoniae 8.9 9.2 4.2 9.8 8.5 (318) Enterobacter spp. 8.3 6.8 6.7 5.8 7.5 (279) ECN 12.0 0.5 3.0 0.6 7.0 (261) Acinetobacter spp. 6.8 10.8 2.8 3.0 6.7 (252) Enterococcus spp. 2.7 4.0 8.4 5.1 4.0 (147) Serratia spp. 2.5 3.3 2.8 2.7 2.7 (102) Proteus spp. 0.7 - 3.5 5.1 1.4 (54) Sader, H - Braz J Infect Dis 2001; 5(4): 200
Colete culturas • Antes do início • De acordo com infecção • Após resultado, você pode: • Reduzir espectro, se antibiograma mostrar bactéria multisensível • Ampliar espectro de forma dirigida, em caso de falha
Culturas • Infecções com suspeita de envolvimento sistêmico • Duas hemoculturas • Infecção urinária • Uma urocultura