130 likes | 395 Views
A cidade e as serras. Eça de Queirós. O autor e o movimento literário. Realismo português 1865 – Início do Realismo em Portugal com a Questão Coimbrã, na qual Eça não teve participação 1871 – Conferências do Cassino Lisbonense, em que Eça profere uma das palestras
E N D
A cidade e as serras Eça de Queirós
O autor e o movimento literário Realismo português • 1865 – Início do Realismo em Portugal com a Questão Coimbrã, na qual Eça não teve participação • 1871 – Conferências do Cassino Lisbonense, em que Eça profere uma das palestras • 1875 – Eça inaugura o romance realista com a obra O crime do padre Amaro
As três fases de Eça de Queirós • 1ª - Prosas bárbaras • 2ª- Realista – Cenas portuguesas – Cenas da vida beata Cenas da vida doméstica Cenas da vida romântica • 3ª - Pós –realista ** A cidade e as serras
Narrador • Zé Fernandes – amigo mais próximo de Jacinto • Estudou com ele : “ Jacinto e eu, José Fernandes, ambos nos encontramos e acamaradamos em Paris, nas escolas do Bairro Latino – para onde me mandara meu bom tio Afonso Fernandes Lorena de Noronha e Sande, quando aqueles me riscaram da Universidade por ter esborrachado (...) a cara sórdida do Dr. Pais Pita.” • Após alguns anos de estudo em Paris teve que voltar a Portugal. Seu tio reclamava da idade e das hemorróidas. Ordena ao sobrinho que volte e cuide dos negócios. Ficou lá por 7 anos. • Tem pelo amigo uma grande admiração – chama-o “ Príncipe da Grã-ventura “ – dada a amizade que os une – elogioso ; irônico – Jacinto padece de infelicidade • Narrador em primeira pessoa – personagem importante, porém secundário. Visão subjetiva da realidade – Ele não sabe tudo ( comparar com Dom Casmurro) – narrador testemunha • Teve uma caso amorosocom Madame Colombe • Personificação da amizade – espírito prático, benigno, afetuoso, compreensivo.
Jacinto • Protagonista.Sua genealogia, modo de vida, aspecto físico, suas ideias e sentimentos, seus estados psicológicos e sua trajetória de Paris a Tormes, são apresentados pelo narrador minuciosamente. • Representa a elite portuguesa ultracivilizada, que se desenraizou do solo e da cultura lusitana. • Identificado com o espírito do progresso mecânico do século XIX, passa a sofrer uma terrível crise existencial, desencadeada exatamente por esse espírito insaciável de novidades “ O patrão sofre de fartura “ -segundo o negro Grilo. • Somente o reencontro com as raízes nacionais e familiares, na simplicidade da vida rural pode restituir-lhe a paz e a alegria de viver • Jacinto – homem transformado em flor pelo deus Apolo • Símbolo do sebastianismo • Formula a síntese: SUMA CIÊNCIA X SUMA POTÊNCIA = Suma Felicidade
Teoria de Jacinto • SUMA CIÊNCIA – representada pela Pequena Enciclopédia dos Conhecimentos Universais de 75 volumes – puro conhecimento • SUMA POTÊNCIA – representada pelo telescópio – o olhar da Natureza melhorado pela civilização
Jacintox Zé Fernandes • Zé Fernandes – deuteragonista , isto é, não é simples coadjuvante, como as demais, ele forma um par com o protagonista. • Zé é uma espécie de duplo de Jacinto, um complemento – juntos constituem uma totalidade • Comparar a Dom Quixote e Sancho Pança • Zé representa o fidalgo culto, viajado e perfeitamente identificado com suas raízes rurais lusitanas – força de caráter.
Personagens Personagens secundárias - espaço modesto na narrativa Personagens-tipo: modelos gerais de comportamento Conde de Treves – Banqueiro Efraim – tentam convencer Jacinto a investir numa mina de esmeraldas Duque de Marizac – diretor do jornal Boulevard Madame de Oriol- amante de Jacinto Dornan- poeta neoplatônico e místico Grão-duque Casimiro Grilo – negro, empregado de Jacinto Madame Colombe – prostituta, amante de Zé Melchior – empregado da Quinta de Jacinto em Tormes Silvério – administrador de Tormes Joaninha e filhos : Terezinha e Jacintinho
Tempo • Inicia por volta de 1820 até cerca de 1893 • Blocos • 1º - de 1820 até fins de 1853, início de 1854: desde queD. Galião é socorrido pelo infante D. Miguel, até quando morre o pai de Jacinto( doente ), e Jacinto nasce – sadio • 2º segunda metade dos anos 1870 até 1880 : apresenta a juventude de Jacinto, e a amizade com Zé Fernandes • 3º fevereiro de 1887 a fevereiro de 1888:capítulos II a VII - narra o cotidiano sufocante de Jacinto, em meio a suas obrigações sociais • 4º abril de 188 a maio de 1889 – capítulos VIII a XIV – narra desde a saída de Paris, a chegada a Tormes. A mudança de Jacinto e seu casamento com Joaninha • 5º sem tempo definido capítulos XV e XVI – conclui o romance com a ideia de felicidade do casal.
Espaço • Espaço é decisivo • De um lado, a cidade – Paris , do outro, as serras - Portugal • Na perspectiva do espaço a obra é dividida em duas partes, mediadas por uma terceira que serve de transição entre elas • A 1ª - cap. I a VII – cidade apresentada com valores positivos e o campo de maneira negativa, principalmente por Jacinto, já que Zé F. a vê com ressalvas e até a critica. • A 2ª cap. IX a XVI – inverte-se os valores – progresso e cidade são ilusões – O progresso é privilégio de poucos, ao preço da exploração de muitos. ( ler trecho ) • A 3ª -cap. VIII – transição – ao fim do inverno • O 202 – apresenta-se como um microcosmo da civilização urbana. Todo seu luxo e conforto, toda parafernália mecânica, toda erudição acumulada em sua biblioteca de 30 mil volumes impressionam à primeira vista. • Um observação mais detalhada mostra uma imagem de ineficiência, inutilidade e opressão
Tema A felicidade encontra-se na vida simples e laboriosa do meio rural e não no artificialismo da cidade
Comentários • Romance de tese e romance de espaço • Estilo de época : o autor mistura Realismo, Naturalismo, Impressionismo e Romantismo • Estilo pessoal: ironia, humor, paródia , senso de contraste, espírito crítico, e na descrição da natureza, um lirismo sensível que a aproxima da prosa poética.
Sobre a obra • Último romance de Eça, publicado postumamente em 1901 • Foi composto a partir do desenvolvimento de um conto de sua autoria chamado“Civilização” • Pertence à terceira fase do autor e apresenta uma acentuada idealização da vida rural portuguesa, entendida como remédio para os males da civilização urbana do final do século XIX. Eça sentia que o modelo de civilização industrial não convinha a Portugal. O país não devia imitá-lo, pois sua verdadeira vocação estaria na agricultura, que, na época estava em situação de abandono. • Apresenta estrutura antitética • Comparar com Iracema ( nacionalismo, idealização da natureza, prosa poética) e Dom Casmurro ( personagens-tipo, narrador)