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Conversando sobre a Depressão. Luciana Porto C. da Nóbrega Psiquiatra. O que é depressão?. Depressão é uma doença do humor caracterizada por um conjunto de sintomas variados
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Conversando sobre a Depressão Luciana Porto C. da Nóbrega Psiquiatra
O que é depressão? • Depressão é uma doença do humor caracterizada por um conjunto de sintomas variados • Sentimentos de tristeza são comuns em situações de perdas, fracassos e conflitos interpessoais (ex. luto) x reação desprorporcional com comprometimento funcional • Depressão pode ser uma manifestação de doenças físicas ou uso de medicações
Sintomas da depressão: • Tristeza prolongada, “sensação de vazio” e ataques de choro sem explicação; • Dormir muito pouco ou dormir demasiado; • Perda de apetite e de peso ou aumento de apetite e de peso; • Perda de interesse ou prazer em atividades que antes eram prazerosas; • Inquietação ou irritabilidade; • Lentificação;
Sintomas da depressão • Sintomas físicos persistentes que não respondem ao tratamento (como dor de cabeça, dor crônica, prisão de ventre e outras alterações digestivas); • Dificuldade em concentar-se, recordar ou tomar decisões; • Fadiga ou perda de energia; • Sentimentos de culpa, de desesperança ou inutilidade; • Pensamentos recorrentes sobre morte e suicídio. Fonte: INEF – Instituto de Estudos e Orientação da Família
No idoso ... • Humor ansioso ou irritado • Queixas físicas diversas com exames clínico/laboratoriais normais • Queixas de memória com bons resultados nos testes cognitivos • Apetite reduzido com perda de peso na ausência de doença física
No idoso ... • Insônia inicial e principalmente despertar precoce (< 5 horas/noite) • Idéias de baixa auto-estima, menos valia • Atos auto-lesivos, desesperança e ideação suicida • Crenças irreais de perseguição, doença grave ou falência dos órgãos internos
Outras condições que cursam com sintomas depressivos: • Luto • Ajustamento • Depressão bipolar • Distimia • Distúrbio misto de ansiedade e depressão • Transtorno disfórico pré-menstrual
É comum as pessoas ficarem deprimidas? • Maioria não procura atendimento médico, ½ em atendimento clínico não especializado; ¼ em psicoterapia, ¼ com psiquiatra • A depressão é pouco diagnosticada pelo médico não psiquiatra (30 a 50%) • Transtorno freqüente • 3 a 11% da população geral • 20% dos idosos • 33% pós IAM e 47% nos pcts. com câncer
É comum as pessoas ficarem deprimidas? • Duas x mais freqüente em mulheres (15 a 25%) • Incapacitante: 4ª causa de afastamento do trabalho (em 2020 será 2ª causa) • Crônico e recorrente: • 80% apresentarão um segundo episódio, em média 4 • 12% não remitem
Quando buscar ajuda? • Se houver suspeita • Teste de duas questões • Durante o último mês você se sentiu incomodado por estar para baixo, deprimido ou sem esperança? • Durante o último mês você se sentiu incomodado por ter pouco interesse ou prazer para fazer as coisas?
O que causa depressão? • Muitas causas podem estar envolvidas: • Biológicas – excesso ou falta de algumas substâncias no cérebro, os “neurotransmissores” • Genéticas – herança familiar multifatorial • Medicamentos – alguns medicamentos como antihipertensivos, cimetidina, indometacina, etc. • Doenças clínicas: IAM, câncer, transtornos hormonais, etc. • Psicológicas: cognição negativa, perdas precoces, situações de vida.
Tratamento • Medicamentos antidepressivos • Psicoterapia • ECT
Tratamento:Adesão • Atitudes e crenças • Deve-se tomar o antidepressivo só até melhorar • Antidepressivos podem mudar a personalidade • Meu médico me forçou a tomar o antidepressivo • Pode-se tomar menos pílulas nos dias em que você se sente melhor • Minha depressão desapareceria mesmo sem tratamento • Pode-se tomar pílulas extras nos dias em que você se sente pior
Tratamento:Adesão • Causas de abandono do tratamento antidepressivo • Sentem-se melhor • Efeitos adversos • Medo de ficar dependente • Sentimento de desconforto • Falta de eficácia • “Tenho que me curar sozinho”
Tratamento:Adesão • Informações que influenciam positivamente a adesão: • Medicamentos demoram de duas a quatro semanas para fazer efeito • Não parar sem antes falar com o médico • Realizar atividades de laser
Suicídio • 14 – 15% dos pacientes deprimidos tentam (11% com êxito) • Não considerar como tentativas de chamar a atenção • 15 – 22% apresentam nova tentativa no ano seguinte; 10% se suicidam em 10 anos • Fatores de risco: M, > 45 anos, separado ou divorciado, classes sócioeconômicas extremas, morar em área urbana, desempregado ou aposentado, ser ateu, e ter poucos contatos sociais; doenças crônicas • Personalidade impulsiva, uso de álcool e drogas.
SuicídioPerguntando sobre ideação suicida • Sente que a vida perdeu o sentido? • Tem esperança de que as coisas vão melhorar? • Pensou que seria melhor morrer? • Pensamentos de por fim à própria vida? • São idéias passageiras ou persistentes? • Pensou em como se mataria? • Já tentou, ou chegou a fazer algum preparativo? • Tem conseguido resistir a esses pensamentos? • É capaz de se proteger e retornar para a próxima consulta? • Tem esperança de ser ajudado?
Circunstâncias que sugerem risco de suicídio: • Comunicação prévia de que iria se matar • Mensagem ou carta de adeus • Providências finais (ex. conta bancária) antes do ato • Planejamento detalhado • Precauções para que o ato não fosse descoberto • Ausência de pessoas por perto que pudessem socorrer • Não procurou ajuda logo após a tentativa de suicídio • Método violento, ou uso de drogas mais perigosas • Crença de que o ato seria irreversível e letal • Afirmação clara de que queria morrer • Arrependimento por ter sobrevivido
Concluindo ... • Transtorno mental mais comum na população • Recorrente e com risco de cronificação • Recuperação plena se tratado adequadamente
Referências Fleck MPA et al. Diretrizes da Associação Médica Brasileira para o tratamento da depressão. Revista Brasileira de Psiquiatria 2003;25(2):114-22 Shua-Haim JR et al. Depression in Elderly. Hospital Medicine 1997;33(7):45-58 Louzã MR et al. Psiquiatria Básica. Artes Médicas. Porto Alegre, 1995. Moreno DH e Soares MB. Diagnósticos & Tratamento: Elementos de Apoio - Depressão. Editora Lemos. São Paulo, 2003. Botega NJ. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Editora Artmed. Porto Alegre, 2002.
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