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Letramento na esfera escolar

Letramento na esfera escolar. Nilcéa Lemos Pelandré. Acesso ao mundo da escrita – simultaneamente pelos dois processos – alfabetização e letramento. Alfabetização – aquisição do sistema convencional da escrita.

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Letramento na esfera escolar

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Presentation Transcript


  1. Letramento na esfera escolar Nilcéa Lemos Pelandré

  2. Acesso ao mundo da escrita – simultaneamente pelos dois processos – alfabetização e letramento. • Alfabetização – aquisição do sistema convencional da escrita. • Letramento – desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita.

  3. Matemática é igualmente uma linguagem – tem seus próprios signos (ou símbolos) e uma gramática que rege “a ordem concebível” no interior de um sistema coerente, em que conhecimento e linguagem possuem o mesmo princípio de funcionamento na representação. (Corrêa, 2009) Tem registros orais e escritos e, como qualquer linguagem, apresenta diversos níveis de elaboração, segundo os conhecimentos dos interlocutores.

  4. Alfabetização – uma das práticas de letramento da sociedade. • Escola –mais importante agência de letramento. • Processo de escolarização – processo contínuo de letramento. • Escola – espaço para experimentação de formas de participação nas práticas sociais letradas. • Objetivo estruturante do trabalho escolar nos diferentes níveis de ensino – múltiplos letramentos da vida social.

  5. Letramento como objeto de ensino – implica adoção de uma concepção social da escrita. • Ensinar uma prática social da escrita ≠ ensinar para que o aluno desenvolva individualmente uma competência ou habilidade. • Concepção de cunho tradicional – ler e escrever – conjunto de habilidades progressivamente desenvolvidas para se chegar a uma competência leitora e escritora ideal. • Letramento – concepção de leitura e escrita como práticas discursivas – múltiplas funções – inseparáveis dos contextos de uso (incluindo-se o ensino da matemática).

  6. Métodos considerados tradicionais • Linguagem • natureza - sistema fechado, autônomo, constituído de componentes independentes • aquisição – habilidade a ser adquirida através da associação entre estímulos e respostas. Há uma separação entre sujeito e objeto da conhecimento. • Concepção de homem e de sociedade • Homem – concebido idealística e abstratamente, como se fora um ser incapaz de experimentar contradições internas, de mudar a si mesmo e a sociedade na qual está inserido. • Sociedade – também concebida idealística e abstratamente, homogênea, desprovida de valores antagônicos.

  7. Evento de letramento – uma situação comunicativa – envolve atividades que usam ou pressupõem o uso da língua escrita – não se diferencia de outras situações da vida social. • Perspectiva social da escrita - atividade coletiva – vários participantes, diferentes saberes, mobilização cooperativa dos saberes segundo interesses, intenções e objetivos individuais e metas comuns. • Concepção tradicional da escola – demonstração da capacidade do indivíduo para realizar todos os aspectos de determinados eventos de letramento escolar – soletrar, ler em voz alta, responder perguntas oralmente ou por escrito, fazer um ditado, analisar uma oração, fazer uma pesquisa, recitar a tabuada, armar e efetuar as operações denominadas básicas da matemática etc..

  8. Organização curricular – perspectiva do letramento - prática social como ponto de partida. • Pergunta estruturante do planejamento das aulas é diferente da tradicional que é centrada nos conteúdos. • Prática tradicional – conteúdo é alvo – comportamentos, procedimentos, conceitos que se visa desenvolver no aluno. • Letramento - conteúdos – conjunto de saberes e conhecimentos requeridos em práticas sociais letradas – conhecimentos relativos ao domínio do código: segmentação em palavras e frases, correspondências som-letra, regras ortográficas, uso de maiúsculas, recursos coesivos de conexão, de relação temporal, causal (para ler e escrever) – para a atribuição de sentidos à situação comunicativa; medição, cálculos de volume, elaboração de maquetes, mapas e plantas (conteúdos matemáticos).

  9. Evento de letramento – situação comunicativa – sempre surgem oportunidades para ensino sistemático de algum conteúdo. • Movimento – da prática social para o conteúdo (procedimento, comportamento, conceito) a ser mobilizado na situação comunicativa. • Pergunta de ordem sócio-histórica e cultural à organização curricular (planejamento) – quais os textos significativos para o aluno e sua comunidade? • Facilidades e dificuldades dos alunos – dependem do grau de familiaridade do aluno com os textos pertencentes aos gêneros mobilizados para comunicar-se em eventos que pressupõem uma tal prática.

  10. Desafio – determinar quais são as práticas sociais significativas para o aluno e para a a comunidade. • Complexidade – partir da bagagem cultural diversificada dos alunos que em diferentes graus e de diferentes modos já pertencem a uma sociedade tecnologizada e letrada. • Práticas de letramento – alteram a lógica tradicional de organização dos conhecimentos. • Perspectiva social – não pode eximir-se de focalizar o impacto social da escrita – mudanças e transformações sociais decorrentes das novas tecnologias e novos usos da escrita.

  11. Amplia a concepção, por exemplo, do que venha a ser objeto de leitura – inclui textos do cotidiano, do dia-a-dia – valor pedagógico – construir auto-segurança quanto à capacidade de ler e escrever; listas, bilhetes, receitas, avisos, outdoors, placas de rua, crachás, camisetas, buttons, gráficos, tabelas, etc.. • Amplia o conjunto de textos – função do texto na vida social do aluno - gêneros próprios do cotidiano do aluno – esfera da intimidade doméstica (bilhetes, recados, cartas pessoais; contas, extratos e cheques; exames, laudos e carteiras de vacinação; boletins de notas e diplomas; história familiar; registros de saúde e educação; modos de arquivar; registrar informações; agendar; rotular. • Funções da escrita no cotidiano – introduzem práticas arquivais, identitárias, de contato e comunicativas.

  12. Gêneros – lar e escola – elementos básicos, fundamentais para a progressão curricular. • Concepção social da escrita – progressão do mais fácil para o mais difícil não é o que facilita ou dificulta a aprendizagem. • Facilitação – trabalho coletivo – trabalho com os colegas, com diferentes saberes, pontos fortes e fracos, sob a orientação do professor.

  13. Participação em determinada prática social – indivíduo sabe como agir discursivamente numa situação comunicativa. • Interesses dos alunos e circunstâncias particulares orientarão o planejamento do professor. • Flexibilidade – crucial – projetos escolares de interesse da comunidade escolar como um todo. • Sugestão: Jornal Escolar – inserção dos alunos em práticas de letramento diversas, mobilização da comunidade em torno de uma necessidade da escola (blibioteca escolar, por exemplo).

  14. Jornal escolar – gênero familiar ao professor, escola tem computadores, alunos têm familiaridade com a informática, programas de livre acesso para elaboração de jornais. • Gêneros possíveis de serem trabalhados: notícias e reportagens; entrevistas, editoriais; anúncios; cartas; notas – girando em torno de temas relacionados à meta do jornal. • Pôr o gênero a serviço da necessidade comunicativa – torná-lo exercício de uso em uma prática social.

  15. Concepção de escrita – estudos do letramento – pessoas e grupos sociais são heterogêneos e as diversas atividades entre as pessoas acontecem de modos variados. • Estudos do letramento – eventos de letramento exigem a mobilização de diversos recursos e conhecimentos por parte dos participantes das atividades. • Projeto pedagógico –– prática didática ideal para organizar o trabalho escolar levando a sério a heterogeneidade dos alunos. • Projetos de letramento – planos de atividade visando ao letramento dos alunos.

  16. Projeto de letramento – um conjunto de atividades que se origina de um interesse real na vida dos alunos e cuja realização envolve o uso da escrita, isto é, a leitura de textos que, de fato, circulam na sociedade e a produção de textos que serão realmente lidos, em um trabalho coletivo de alunos e professor, cada um segundo sua capacidade (Kleiman, 2000, p. 238) • Projeto de letramento de reciclagem de latinhas de alumínio ≠ campanha de reciclagem de latinhas feita pela associação de moradores do bairro. • Projeto de letramento de reciclagem – cria oportunidades para o professor ensinar a fazer cálculos, computar, representar dados, fazer campanhas publicitárias, preparar anúncios para o rádio, para o jornal, elaborar cartazes, enfim, motivar os alunos a participarem de práticas letradas diversas e usarem a língua escrita. • Campanha de reciclagem – movida por outros interesses – voltados para questões ambientais ou financeiras.

  17. Papel do educador muda – enfoque socialmente contextualizado – autonomia no planejamento das unidades de ensino e na escolha de materiais didáticos. • Professor – profissional - no sistema educacional – decide sobre um curso de ação com base na observação, análise e diagnóstico da situação. • Professor decide sobre questões relativas à seleção dos saberes e práticas locais, funcionais para a vida na comunidade imediata e os socialmente relevantes para a participação na vida social de outras comunidades – mudança e melhoria do futuro do aluno e seu grupo.

  18. Mudança na atuação do professor – mudança na concepção de escrita e nas atitudes em relação às práticas letradas. • Transformações – dimensão político-ideológica – naturalização da escrita – usos da linguagem não são neutros em referência às relações de poder na sociedade – desigualdade e exclusão. • Formação do professor – espaço para desnaturalização, paulatino processo de desideologização da leitura e da escrita.

  19. Professor – estranhamento em relação às próprias práticas – perceber a dificuldade das atividades de uso da língua escrita e evitar solicitações que não fazem sentido para o aluno, mas que são tomadas como universais pela escola. • Partir das práticas letradas e funções da escrita – distanciar-se de crenças arraigadas: superioridade de toda prática letrada sobre a prática oral; aprender e ensinar a conviver com a heterogeneidade; valorizar o diferente e o singular. • Professor – interlocutor privilegiado entre grupos com diferentes práticas letradas – planejar atividades que tenham por finalidade a organização e participação dos alunos em eventos letrados próprios das instituições de prestígio (textos literários, científicos, jornalísticos, assistir a peças de teatro, escrever um livrinho, fazer uma exposição artística, organizar um sarau ou uma noite de autógrafos etc).

  20. Relação professor × conteúdos curriculares – currículo deixa de ser a camisa de força – organização dinâmica de conteúdos que vale a pena ensinar, que levam em conta a realidade local, da turma, da escola, da comunidade e que se estruturam segundo a prática social. • Perfil do professor – agente social – destaca-se pelas suas capacidades mobilizadoras dos recursos e conhecimentos da comunidade em que atua – articula interesses partilhados pelos alunos, organiza um grupo ou comunidade para a ação coletiva, auxilia na tomada de decisões sobre determinados cursos de ação, interage com outros agentes (outros professores, coordenadores, pais) de forma estratégica e modifica e transforma seus planos de ação segundo as necessidades em construção do grupo.

  21. Referências: • KLEIMAN, A. B. Letramento e suas implicações para o ensino de língua materna. In: Signo. Santa cruz, v. 32 n 53, p. 1-25, dez, 2007. • ___ . O processo de aculturação pela escrita: ensino da forma ou aprendizagem da função? In: KLEIMAN, A.; SIGNORINI, I.(Orgs.)O ensino e a formação do professor. A alfabetização de jovens e adultos. Porto Alegre: Artmed, 2000. • LOPES, C.A.E. (Org.) Escritas e leituras na educação matemática. Belo Horizonte, Autêntica, 2009.

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