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3º CADERNO DE EXERCÍCIOS. HISTÓRIA E EXPECTATIVAS DA ECONOMIA PORTUGUESA. ECONOMIA PORTUGUESA DESDE 1910 ABEL MATEUS. INTRODUÇÃO. As 4 fases do crescimento português do século XX. 1910 - 1926 (I República): Grande Guerra; instabilidade política e social; desequilíbrios macroeconómicos;
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3º CADERNO DE EXERCÍCIOS HISTÓRIA E EXPECTATIVAS DA ECONOMIA PORTUGUESA
As 4 fases do crescimento português do século XX • 1910 - 1926 (I República): • Grande Guerra; • instabilidade política e social; • desequilíbrios macroeconómicos; • inflação.
As 4 fases do crescimento português do século XX • 1926 – 1950: • estabilização da economia; • lançamento das bases do crescimento moderno; • II Guerra Mundial.
As 4 fases do crescimento português do século XX • 1950 – 1973: • época de ouro do crescimento português; • 1953 – 1973 – taxa de crescimento anual do PIB per capita: 5,6%.
As 4 fases do crescimento português do século XX • 1973 – 1997: • abrandamento do crescimento; • dois choques petrolíferos; • Revolução de 25 de Abril de 1974 e consequentes perturbações económicas e sociais fortes desequilíbrios macroeconómicos + inflação; • estabilização política e social; • retoma da construção de infra-estruturas; • convergência nominal; • 1986 – integração de Portugal na CEE; • início da década de 90 – Portugal ultrapassa o limiar de PIB per capita normalmente considerado para país desenvolvido.
1.- PORQUE É QUE A ECONOMIA PORTUGUESA DIVERGIU DA ECONOMIA EUROPEIA ATÉ À DÉCADA DE 1920?
Fases no crescimento mundial: • Fase I (1820-70): aceleração do crescimento em relação aos séculos precedentes. • Fase II (1870-1913): grande prosperidade. Época colonial por excelência. • Fase III (1913-50): duas guerras mundiais; hiperinflação; grande depressão; derrocada do sistema financeiro internacional.
Quatro fases de crescimento da economia portuguesa: • Fase I (1910-26): • Perturbado pela Grande Guerra; • Instabilidade política e social; • Desequilíbrios macroeconómicos; • Inflação. • Nesta fase: • Verifica-se recessão entre 1913 e 1918 (Grande Guerra) o que levou a que a a economia estivesse abaixo do PIB potencial.
No início do século XX: • Economia portuguesa era das mais atrasadas em termos económicos e sociais. • Possível que Portugal tenha perdido 24 pontos percentuais no grau de convergência ao longo do período de 1820 a 1913.
Outros factores: • Em 1910, taxa de analfabetismo de 70 a 75%. • Nível insustentável da dívida externa. • Instabilidade política: • Proclamação da República em 5 de Outubro de 1910.
Ainda: • Portugal participa na Guerra como beligerante. • Défices orçamental e da balança de pagamentos agravam-se. • Défice financiado por emissão monetária; • Surto inflacionista.
2.- DISCUTA QUANDO E PORQUÊ SE DEU O ARRANQUE DA ECONOMIA PORTUGUESA.
1950 – o crescimento da economia portuguesa acelerou muitíssimo!!!
Portugal como país neutral durante a II Guerra Mundial evolução substancial positiva nas razões de troca; acumulação de reservas de ouro e divisas. • Portugal como abastecedor de alimentos e matérias-primas aos beligerantes forte aumento das exportações.
O grau de abertura da economia portuguesa aumentou de 5,5% para cerca de 9% do PIB. • Expansão da procura dirigida aos nossos produtos e explosão das razões de troca consequências positivas na poupança e no investimento. • A partir de 1950 Portugal começou a receber ajuda através do Plano Marshall.
Outros contributos: • acumulação de capital físico; • progresso técnico; • redução da taxa de analfabetismo: • aumento da taxa de investimento: • alteração da estrutura de população – diminuição no sector agrícola e aumento no industrial.
1950 – 1973 – anos de ouro do crescimento mundial. • Os países da Europa do Sul cresceram a ritmos superiores aos da Europa Ocidental reintegração desses países nos fluxos de comércio internacional; transferências de tecnologia e investimento; explosão dos fluxos de turismo e das remessas dos emigrantes.
3.- DISCUTA OS FACTORES DE CRESCIMENTO DA ECONOMIA PORTUGUESA ENTRE AS DÉCADAS DE 1950 E 1990.
Maior aceleração do crescimento, atribui-se a três elementos: • Factores internacionais; • Políticas económicas nacionais; • Aproveitamento do progresso técnico que havia sido acumulado nas décadas anteriores.
A produtividade total dos factores cresce de forma acentuada: • década de 50: cresce a 1,8%. • Entre 1961 e 1972, produtividade cresceu 4,2%. • Taxa de investimento chega a 36% em 1973 - das mais elevadas no mundo. • Aumenta a competitividade da economia até 1965.
Portugal começa a abandonar o isolacionismo do pós-guerra e a participar nos movimentos de internacionalização políticos: • Entrada na EFTA em 1960; • Adesão ao GATT em 1962; • Primeiro financiamento do Banco Mundial a Portugal em 1963. • Adesão à CEE em 1986.
Avanços significativos a nível da educação; • Transformação profunda das estruturas produtivas: • Forte redução da proporção de mão-de-obra no sector primário, nas décadas de 50 e 60.
Outro fenómeno fundamental: • EMIGRAÇÃO: • Contribuiu para o reequilíbrio da balança de pagamentos - remessas dos emigrantes. • Impacto sobre a população activa e emprego.
1990 Somos “graduados” país desenvolvido.
4.- QUAL O PAPEL DO CAPITAL HUMANO NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO PORTUGUÊS AO LONGO DO SÉCULO XX?
5.- QUAL O PAPEL DAS POLÍTICAS ECONÓMICAS NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO?
Planeamento indicativo: um dos elementos mais importantes da política económica no período de ouro. • Três Planos de Fomento e um intercalar.
I Plano de Fomento (1953-58): • Conjunto de investimentos orientados para a construção de infra-estruturas e à industrialização: • Infra-estruturas: • Electricidade; • transportes e comunicações; • hidráulica agrícola, silvicultura e pesca; • investigação e ensino técnico; • Gastos em construção de infra-estrutruras: 2% do PIB; • Taxa média de investimento: 23,6% do PIB.
II Plano de Fomento (1959-64): • Prioridade na estratégia de investimento mas com base na iniciativa privada; • Gastos em construção de infra-estruturas: 4% do PIB; • Taxa média de investimento: 25,6% do PIB.
Plano Intercalar (1965-66): • Gastos em construção de infra-estrutruras: 4% do PIB; • Taxa de investimento em FBCF: 27% no final do plano. • Surge preocupação com planeamento regional e distribuição mais equitativa do rendimento. • Desperta a necessidade de liberalização do comércio externo e de as empresas enfrentarem a concorrência externa.
III Plano de Fomento (1967-73): • Reconhecida a necessidade de abandonar o modelo de crescimento baseado na orientação interna, para uma visão baseada nas vantagens comparativas e na concorrência internacional. • Reconhecida a necessidade de uma política de promoção das exportações. • Taxa média de investimento: 25,6% do PIB.
Pós Revolução: • Salários nominais subiram em flecha • Taxa de desemprego subiu; • Inflação disparou; • Défice externo cresceu acentuadamente, levando ao esgotamento das reservas de divisas do País.
Agravamento do défice orçamental devido a: • Aumento dos salários dos funcionários públicos; • Aumento do emprego no sector; • Despesas com retornados das colónias. • Expansão do crédito para manter nível de actividade económica nas empresas. • Acordo com FMI, em 1978 - primeiro Programa de estabilização.
6.- QUAL A IMPORTÂNCIA DA ABERTURA AO EXTERIOR NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO?
1960 – entrada de Portugal na EFTA. • 1959 – 1973 – o grau de abertura da economia subiu de 14 para 25%. • 1959 – 1965 – o índice das quotas de mercado das exportações portuguesas subiu cerca de 26 pontos percentuais. • Mas... • Desmantelamento aduaneiro redução dos direitos aduaneiros de 12% das importações em 1959 para 7,3% em 1967.
Bastante contratos de tecnologia importada. • Apenas no início dos anos 60 o IDE começa a ter relevância (sendo a maior expansão a partir de 1965). • Principais contribuições do IDE: • FBCF; • emprego industrial; • exportações (contribuição mais relevante).
Elevado ritmo de emigração reequilíbio da balança de pagamentos. • 1957 – 1973 – emigração de trabalhadores diminuição da população activa em cerca de 25% diminuição da taxa de desemprego; redução do subemprego agrícola; subida da taxa de salário; forte subida da intensidade capitalística da economia.
1972 – acordo assinado entre Portugal e a CEE. • 1977 – Portugal pede a adesão à CEE. • Consequências para Portugal se aderisse à CEE: • livre circulação no espaço da CE; • transferência dos fundos estruturais e de empréstimos do BEI; • introduzir o IVA; • harmonizar o direito económico e comercial; • adoptar a legislação comunitária referente à política comercial comum.
1986 – integração de Portugal na CEE rápido incremento da abertura da economia ao exterior bem estar das populações; acesso por parte dos consumidores a uma maior variedade e qualidade de produtos; substancial transferências de tecnologias; subida da produtividade na indústria portuguesa. melhoria das razões de troca reequilíbrio da balança de pagamentos.
As transferências comunitárias representaram, em média, no período de 1986 a 1992, em termos líquidos, 1,4% do PIB. • Um dos aspectos mais negativos da adesão de Portugal à UE é o impacto da PAC.
Segundo C. Corado, alguns dos impactos mais importantes que se fizeram sentir em Portugal com a entrada na CEE foram: • aumento do nível de bem-estar; • aumento considerável das exportações; • entre outros.
7.- ESTAR-SE-Á ACTUALMENTE NUM PROCESSO DE DESACELERAÇÃO DA CONVERGÊNCIA COM A UNIÃO EUROPEIA? QUAIS AS RAZÕES?
Ao Ritmo de 1985 e 1995: 12 anos para atingir a média da união Europeia Ao Ritmo de 1995 e 2003: 50 anos
Política económica nos últimos 5 anos... • Orientada para a dinamização do consumo privado e público; • Forte endividamento dos agentes; • Subida do sector público administrativo na economia. • ...que não foi acompanhada por: • Subida da produtividade total dos factores.
Entre 1995 e 1999, economia portuguesa cresceu 1,2% acima da média da UE: • Dinamização da procura que se revelou insustentável: • Cerca de 90% do crescimento do PIB deve-se ao crescimento do consumo; • Taxa de endividamento das famílias, actualmente, quase em 100%; • Défice da balança corrente a rondar os 8% do PIB. • Ritmo de convergência insustentável
Trabalho realizado por: • Guadalupe Oliveira (nº 4414); • Tiago Machado (nº 4420).