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TRAUMATISMO RAQUE MEDULAR. CONFERÊNCIA Dr. Antonio Jesus Viana de Pinho. Corte transversal da medula. Conceito.
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TRAUMATISMO RAQUE MEDULAR CONFERÊNCIA Dr. Antonio Jesus Viana de Pinho
Conceito • Qualquer agressão física que resulte em alterações anatômicas ou funcionais da coluna vertebral com repercussão sobre as meninges, a cauda eqüina, as raízes nervosas ou a medula espinhal.
Etiologia • Podem ser causados por ferimentos a faca, projeteis de arma de fogo estilhaços, agentes penetrantes e fraturas ou luxações da coluna vertebral por quedas ou agressões.
FISIOPATOLOGIA • Varias modalidades de forças podem atuar sobre a coluna vertebral: - De flexão - De rotação - De extensão - De compressão
Lesões Causadas Pelas Forças • São: - As fraturas - As luxações - A combinação de ambas
Ação da força de flexão • Mais comum na coluna dorsal e lombar • Causa fratura-compressão.
Ação das forças de flexão e rotação • Rompem o ligamento longitudinal posterior. • Provocam fratura e luxação. • Mais comum na região cervical.
Lesões anatômicas • As luxações e os fragmentos gerados pelas fraturas podem romper ou lacerar a dura-mater, a cauda eqüina e as raízes nervosas.
Ação Sobre a Medula Espinhal • A medula espinhal pode ser atingida mesmo sem fraturas ou luxações da coluna vertebral. Suas lesões podem ser: - Diretas: Por corpos estranhos ou fragmentos ósseos. - Indiretas: Por movimentação anormal da coluna.
Lesões Medulares • Podem ser: - Concussão - Contusão - Laceração - Compressão - Hematoma
Concussão • Caracterizada por edema, intumescimento e congestão medular.
Contusão • Caracterizada por edema, intumescimento, congestão e hemorragias petequiais.
Laceração • Rupturas dos elementos anatômicos e hemorragias. • Na maioria das vezes, relacionado à fraturas cominutivas com deslocamento de fragmentos ósseos.
Compressão • Compressões agudas causam hemorragias centro-medulares (hematomielia).
Hematomas • Podem ser: - As hematomielias. Hematomas, mesmo pequenos, podem dar importante sintomatologia. Hematomas epidurais ou subdurais podem comprimir medula espinhal.
SINTOMATOLOGIA • Da: - Coluna vertebral - Meninges - Medula espinhal - Cauda eqüina - Raízes
Clínica da Coluna e Meninges • Só manifestam a DOR.
Manifestações Clínicas da Medula • Agrupam=se em Síndromes: - Síndrome de Secção Total - Síndrome de Secção Parcial: Que pode ser: Sistematizada Não sistematizada
Síndrome De Secção Total • Tem duas fases: - De choque Medular - De pós choque
Fase de Choque Medular • Dura de 3 a 6 semanas. Mostra: - No segmento afetado Perda da atividade motora, reflexa e somestésica. - Abaixo do lugar da lesão: Perda da atividade motora, reflexa e somestésica. Somam-se: A flacidez muscular, pele seca e distensão da bexiga.
Fase de Pós choque • Após a 6a semana. Mostra: - No segmento afetado: Igual. - Abaixo do ponto da lesão: Perda da atividade somestésica, da atividade motora. - Somam-se: Hipertonia espástica com dorso-flexão dos pés, flexão das pernas e das coxas, hiperreflexia, sinal semelhante ao Babinski.
Síndrome de Secção Parcial • Pode ser: - Sistematizada: Que são as síndromes clássicas, descritas pelos autores. - Não-sistematizada: Quando envolvem diversas regiões de um segmento medular, provocando as mais diversas combinações de manifestações.
Síndrome de Secção Parcial Sistematizada • São: - De hemisecção medular - De lesão anterior - De secção central - De lesão posterior
Síndrome de Hemi-secção Medular • Ou de Brawn-Sequard:É formada de: - Plegia ipsolateral. - Anestesia da vibração, tato epicrítico e propriocepção consciente ipsolateral. - Anestesia dolorosa, térmica, do tato protopático e da pressão contralateral.
Síndrome de Lesão Medular Anterior • Ou de Khan. É formada por: - Plegia bilateral inferior. - Manutenção das sensibilidades dos cordões posteriores.
Síndrome de secção central • Ou de Schneider. É formada por compressão anterior e posterior da medula. • Manifesta dificuldades motoras inferiores. • Perda da dor e temperatura inferior. • Conserva o tato epicrítico, estereognosia, propriocepção consciente e vibração.
Síndrome de Lesão Posterior • Ou tabética. Manifesta: - Perda da sensibilidades conduzidas pelos cordões posteriores, isto é vibração, estereognosia, tato fino e propriocepção consciente.
Síndrome de Secção Parcial Não-Sistematizada Pode ser bastante polimorfa. Depende dos feixes sensitivos lesados. Depende do grau de lesão motora. Há sempre um certo grau de espasticidade.
Clínica da Cauda Eqüina • Não há fase de choque e de pós choque. • Pode haver secção total das raízes. • Pode haver só secção parcial das raízes.
Síndrome de Secção Total da Cauda Eqüina • É formada por: - Paraplegia flácida de MIS. - Arreflexia dos MIS. - Anestesia “em sela”. - Dor radicular
Síndrome de Secção Parcial da Cauda Eqüina • É formada por: - Paresia dos MIS. - Hiporreflexia dos MIS. - Zonas de anestesia. - Dor radicular.
Clínica de lesões de raízes • É formada por: - Paresia ou plegia dos músculos inervados pelas raízes. - Anestesia dos dermátomos próprios. - Hiporeflexia dos reflexos que participam as raízes. - Dor radicular nos territórios das raízes.
DIAGNÓSTICO • Considerar que: - O nível da lesão é dado pela anestesia. - Haverá déficits motores inferiores. - Haverá envolvimento ou não da respiração diafragmática e/ou torácica.
Lesão no segmento medular C2 • Plegia dos MS. • Plegia dos MI. • Nível anestésico na início do pescoço. • Perda da respiração diafragmática. • Perda da respiração torácica.
Lesão no segmento medular C7 • Paresia dos MS. • Plegia dos MI. • Nível anestésico na altura das axilas. • Respiração diafragmática normal. • Perda da respiração torácica.
Lesão no Segmento Medular T4 • Movimentação normal MS. • Plegia dos MI. • Nível anestésico nos mamilos. • Respiração diagrafmática normal. • Respiração torácica normal.
Lesão no Segmento Medular L1 • Movimentação normal dos MS. • Plegia dos MI. • Nível anestésico na região inguinal. • Respiração diafragmática normal. • Respiração torácica normal.
Lesão da Cauda Eqüina • Movimentação normal dos MS. • Plegia dos MI. • Anestesia nos MI. • Respiração diafragmática normal. • Respiração torácica normal.
EXAMES PARA-CLÍNICOS • Radiografia simples de coluna. • Radiculo-mielografia. • Tomografia Computadorizada. • Ressonância Magnética.
Rx de Coluna • Mostrará: - Fraturas. - Luxações. - Instabilidades da coluna.
Radículo-mielografia • Mostra a permeabilidade do canal sugerindo: - contusões - compressões por fragmentos ósseos - hemorragias medulares - hematomas extra ou sub-dural.
Tomografia Computadorizada • Mostra a anatomia da coluna e as alterações provocadas pelas fraturas, luxações, deslocamentos discais. • A Tomo-mielografia mostra a permeabilidade do canal.
Ressonância Magnética • Mostra o mesmo que a Tomografia Computadorizada e ainda a presença de contusões e hemorragias medulares, assim como extra e sub-durais.
TRATAMENTO • Deve compreender diversas fases: 1) O transporte do paciente. 2) O uso de drogas anti-inchaço. 3) As cirurgias. 4) a tração cervical. 6) A tração lombar. 7) A artrodese. 8) O Colete gessado. 9) Os cuidados gerais.
O Transporte do Paciente • Em exata posição em que foi encontrado. • Colocar colar cervical. • Fazer exame neurológico. • Fazer os exames para-clínicos necessários.
Drogas Anti-inchaço • Usa-se: - Manitol a 20% na dose de 10 a 15 mg/Kg/dia.
Cirurgias • Podem ser: - Laminectomias para hematomas extra-durais, sub-durais, fragmentos e limpeza da região. - Mielotomia Longitudinal Posterior, (até o canal central da medula), para a retirada de líquidos, tecido necrótico e hemorragia.
Tração cervical • Usada nas luxações cervicais, com peso de até 10 Kg.
Artrodese • Para corrigir a instabilidade da coluna em qualquer nível, feita com placas metálicas, fios de metal, osso, colocados anterior, posterior e fixos nela.