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V CONFERENCIA GERAL DO CELAM. Maio 2007 - Aparecida Brasil “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que neles nossos povos tenham vida: `Eu sou o caminho a verdade e a vida` (Jo14,6)”. A Missionariedade da Igreja Latino-americana.
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V CONFERENCIA GERAL DO CELAM • Maio 2007 - Aparecida Brasil • “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que neles nossos povos tenham vida: `Eu sou o caminho a verdade e a vida` (Jo14,6)”.
A Missionariedade da Igreja Latino-americana. Concílio Vaticano II (1962-1965): Marco de referência para a evangelização na América Latina. As conferencias gerais do CELAM (Conselho Episcopal da América Latina e Caribe) · Rio de Janeiro - 1955 · Medellín – 1968 · Puebla - 1979 · Santo Domingo - 1992 · Aparecida do Norte - em preparação (maio de 2007).
De Rio de Janeiro a Aparecida RIO 1955 52 ANOS DE REFLEXÃO SOBRE A PRESENÇA EVANGELIZADORA DA IGREJA NA AMÉRICA LATINA MEDELLIN 1968
MEMÓRIA E ESPERANÇA ANSEIOS E PERSPECTIVAS PUEBLA 1979 DÚVIDAS E INCERTEZAS AVANÇOS E LIMITES SONHOS E CAMINHOS POSSÍVEIS SANTO DOMINGO 1992
O tema da V Conferencia é sedutor. Começa com a afirmação do discipulado de Cristo, o que tem muito que ver com a tradição teológico-eclesial da América Latina e do Caribe, a qual de longa data privilegia o caminho do seguimento de Jesus como realização do ser cristão atual. “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que neles nossos povos tenham vida: `Eu sou o caminho a verdade e a vida` (Jo14,6)”.
Depois, enfoca a questão da missão, desemboca no compromisso de defesa da vida de “nossos povos”, trazendo, aqui também, a marca da reflexão teológica e da ação pastoral que se desenvolveu na América Latina em tempos recentes.
Rio de Janeiro (1955) – I Conferência Geral do Episcopado LA. • Fase pré-conciliar: as preocupações: problemas internos: • Escassez de sacerdotes, ignorância religiosa do povo, missões entre os infiéis. • Criação do CELAM.
Medellín(1968) - II Conferência Geral do Episcopado LA “A Igreja na atual transformação da América Latina à luz do Concílio”
Entre Medellín e Puebla: A Exortação Apostólica de Paulo VI “Evangelii Nuntiandi”
Puebla(1979) - III Conferência Geral do Episcopado LA.“ Evangelização no presente e no futuro da América Latina”
Santo Domingo (1992) IV Conferência Geral do Episcopado LA. “Nova Evangelização, promoção humana e cultura cristã”.
“Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que neles nossos povos tenham vida: `Eu sou o caminho a verdade e a vida` (Jo 14,6)”. Aparecida (2007) V Conferência Geral do Episcopado LA.
Quinze anos depois, em 2007, a Igreja se prepara novamente para estar reunida pensando sua missão no aqui e agora do continente latino-americano. São tempos diferentes. O mundo muda em grande velocidade. Os países latino-americanos que gemiam sob ditaduras sangrentas nos anos 70 e 80, agora têm regimes democráticos. A teologia alargou seu olhar para além do sócio-político-econômico, enxergando como prioritárias questões como ecologia, gênero, mística, espiritualidade, raça, etnia.
O episcopado propõe como prisma para a reunião aquilo que é o coração do Evangelho: o discipulado cristão. No fundo, é o mesmo que dizer que não podemos ajudar a solucionar os problemas sociais e econômicos do continente onde vivemos se não temos aguda consciência de quem somos.
E somos discípulos de Jesus Cristo, eternos aprendizes que procuram seguir o Mestre para descobrir o caminho para viver e conduzir os outros à vida em plenitude.
O objetivo da V Conferência Geral é ajudar a Igreja a aprofundar sua adesão a Jesus Cristo e ao Evangelho e a ser fiel à missão que lhe está confiada no atual contexto histórico. Para orientar a Igreja neste processo, o papa Bento XVI escolheu um tema bíblico-cristológico para a V Conferência Geral, apontando para a identidade do cristão e sua missão:
·O cristão, de fato, tem sua referência constante em Jesus Cristo, que o chama e atrai a si, que convida a segui-lo no caminho e a descobrir sempre mais profundamente, em sua companhia, a verdade que liberta e salva e a encontrar, por ele, a vida plena. Ao mesmo tempo, como discípulo, o cristão aprende a ter o olhar de Jesus Cristo sobre toda realidade que o cerca e a perceber com o coração os apelos que Deus lhe faz através desta realidade. O discípulo se torna missionário e compartilha com os outros a alegria da sua fé e a dedicação ao reino de Deus, para que também os irmãos tenham vida plena por meio de Jesus. Sem esta constante referência, a Igreja perde sua identidade e deixa de lado sua missão.
·Conquistas irrenunciáveis:É a partir da atividade missionária de Jesus de Nazaré, traduzida em opção pela vida, que podemos entender as opções da Igreja conciliar e pós-conciliar, a serem encorajadas e sustentadas pela V Conferência.
.A Palavra de Deus tem lugar privilegiado e de destaque, tornando-se normativa para a vida de toda a Igreja. Com o florescer do movimento bíblico, descortina-se uma riqueza de possibilidades que acaba por deslanchar nos círculos bíblicos e na leitura orante e popular da Bíblia, onde a realidade é interpretada e transformada, à luz da Palavra de Deus, pelo Povo simples e pobre.
.O Reino de Deus é maior e mais importante que a Igreja. A Igreja é sinal (sacramento) que deve apontar para o Reino, mas não é o Reino. Sua vocação específica é a de ser a humilde servidora do Reino no mundo, onde a humanidade vive em meio às tristezas e alegrias, dores e esperanças (GS). De acordo com o ensinamento de Jesus, o Reino de Deus é reino de amor, de justiça, de verdade e de vida, então a missão da Igreja passa obrigatoriamente pela transformação das realidades sócio-econômicas e político-religiosas, para que se aproximem aos ideais do Reino de Deus.
A Igreja está no mundo e aberta ao mundo, onde realiza seu projeto missionário (AG). Sua ação é dinâmica e para fora porque já começa com o mandato de "ir pelo mundo inteiro" (cf. Mc 16,15; At 1,8). Esta abertura para o mundo supõe: o diálogo ecumênico e "macro-ecumênico", uma postura despida de preconceitos em relação ao diferente, a inculturação nas diversas situações e realidades, uma leitura crítica do que aparece na mídia, comunhão e solidariedade com as grandes causas populares, acolhimento dinâmico (não aquele que fica à espera de quem vem, mas vai ao encontro de quem precisa) dos empobrecidos e excluídos...
5. A autoridade da Igreja frente ao mundo não é autoritarismo despótico, mas "autoridade evangélica", no seguimento de Jesus que também ensinava com autoridade (cf. Mt 7,29). Haverá casos em que cristãos e cristãs também deverão exercer sua autoridade: quando for para defender as ovelhas dos lobos (cf. Jo 10,7-15); quando for para mostrar que todos são irmãos e não há privilegiados (cf. Mt 23,8); quando for para dar preferência aos pobres e excluídos (cf. Mt 5,1ss); quando for para fazer cumprir a meta da unidade (cf. Jo 17,21) em torno dos valores e dos bens do Reino que é prioritário e absoluto.
. No plano interno, o autoritarismo cede lugar à colegialidade e co-responsabilidade eclesial, que, envolvendo leigos e pastores, descentraliza o poder para dividir as múltiplas tarefas. Iniciativas como a valorização das Igrejas locais com suas comunidades, a criação das Conferências Episcopais, dos Conselhos Diocesanos, Paroquiais, Comunitários etc., configuram o novo rosto de uma Igreja mais "comunhão e participação" e, portanto, mais Povo de Deus.
Arriscando novas abordagensEm continuidade com o resgate do que já foi conquistado, e conscientes da urgência do tempo presente que impõe "reverência e ousadia", podemos dar um passo adiante, intuindo algumas opções que poderiam fazer da V Assembléia um Novo Pentecostes para a Igreja da América Latina e do Caribe. Assim, diante da atual conjuntura, entre os temas que mereceriam ênfase em Aparecida, entrevemos:
1.O aprofundamento do diálogo ecumênico e "macro-ecumênico", na perspectiva do Vaticano II, aderindo, desta vez, à proposta de unidade em torno da convivência, do respeito, da fraternidade, da ação solidária, da luta pela justiça, da defesa da vida...;
2. O reconhecimento das legítimas expressões correspondentes ao projeto de emancipação humana e social, acolhendo, sem restrições, o novo panorama de uma sociedade pluralista; 3- A condenação do neoliberalismo e de seus representantes oficiais, bem como o terrorismo , ao mesmo tempo, o aproveitamento da globalização no que traz de positivo, como seja a grande "rede de comunicação" que se estabeleceu, favorecendo a aproximação e o inter-relacionamento, que pode estar a serviço da organização e dos direitos dos pobres: índios, negros, sem-terra, mulher, o devido respeito aos homossexuais, às pessoas com deficiências ...
A instauração de um "processo conciliar" permanente, na Igreja, onde todos, sem exceção e sem exclusão, como membros da Igreja (e das igrejas), possam sentar-se à mesa como irmãos para dialogar, avaliar, e construir novos e eficazes projetos, no respeito e na valorização do que cada um possa oferecer de bom;
A "reestruturação eclesial", a partir do seu carisma, Jesus, "para que nele nossos povos tenham vida", por um lado, abrindo canais de diálogo sobre temas ainda obscuros, tais como: novos ministérios, a questão de gênero, moral sexual, padres casados , por outro, simplificando e humanizando estruturas internas da Igreja. Como?
·Valorizando e promovendo o cultivo de relações mais próximas, fraternas, solidárias, alegres, amigas, acolhedoras e, em especial, de igualdade;· Reconhecendo e fortalecendo o protagonismo dos Leigos e Leigas e os ministérios a eles e elas confiados, inclusive o ministério de "animação das comunidades";· Redimensionando as CEBs para que respondam aos novos desafios, constituindo-se em comunidades ambientais, por afinidades e interesses etc.; · Acolhendo o que há de positivo na diversidade das espiritualidades hoje em cena;· Educando adequadamente e disponibilizando projetos concretos para que missionários e missionárias evangelizem a "nova cultura" midiática, globalizada, moderna e pós-moderna...
De Rio de Janeiro a AparecidaPassado, presente e futuro da evangelização na AL