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O GALEGO-PORTUGUÊS. PORTUGUÊS 6. RELEMBRANDO. A Reconquista (Norte S ul) = formação de Reinos (Astúrias, Leão , Navarra, Castela e Aragão)
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O GALEGO-PORTUGUÊS PORTUGUÊS 6
RELEMBRANDO... • A Reconquista (NorteSul) = formação de Reinos (Astúrias, Leão, Navarra, Castela e Aragão) • Rei de Leão, Afonso VI, presenteia seus genros (D.Raimundo e D. Henrique, Conde de Borgonha) com a Galícia e com o Condado Portucalense. O Condado Portucalense começa, então, como parte da Galícia. O Conde Henrique vai dilatando seus limites para o sul.
RELEMBRANDO... • Em 1114 morre D. Henrique e reina sua esposa, até que o filho complete a maioridade (1128 – 1130 = exílio e morte de D. Tereza) • D. Afonso Henriques (em 25 de julho de 1139, após a Batalha de Ourique) proclama-se rei de Portucale • 1143 - Tratado de Zamora Portugal é reconhecido como Reino por Afonso VII, rei de Leão • 1179 - Portugal é reconhecido como Reino pelo papa Alexandre III
RELEMBRANDO... D. Afonso Henriques D. Sancho D. Afonso III - D. Afonso definitivamente expulsa os mouros do sul, concluindo a conquista do Algarve, fixando os limites de Portugal de hoje.
A HISTÓRIA DA GALIZA • Em 814, um eremita de nome Pelaio, seguindo uma revelação que tivera durante o sono, descobriu um túmulo contendo umas relíquias, e estas foram de imediato veneradas e associadas a São Tiago, em virtude da lenda que afirmava que este se havia deslocado à Espanha para dar testemunho de Cristo. • Sobre essa tumba viria a ser erguida a Catedral de Santiago de Compostela.
A GALIZA: CENTRO DE PEREGRINAÇÃO • 829 – Santiago passou a ser o santo protetor da Espanha e defensor dos cavaleiros cristãos nas lutas contra os mouros – rivalizava com S. Pedro, de Roma. • Um arcebispo conseguiu que a romaria a Compostela tivesse o mesmo valor que as de Roma e Jerusalém. • Santiago se tornou o maior centro religioso do sul europeu. Transforma-se, assim, num centro receptor e irradiador de cultura, de influências estrangeiras para toda a Espanha e para o futuro Portugal, que nasce, justamente, nesse foco. • Os romeiros traziam idéias novas, novos modos de viver, música, hinos, cantos, poesias, porque, embora fossem festas religiosas, havia também a parte profana, pagã.
A REVOLUÇÃO INTELECTUAL • Instrução religiosa – a cargo de monges franceses; substituíram os ritos moçárabes pelo romano a língua provençal começa a ter grande influência.
A POESIA TROVADORESCA • Início da poesia trovadoresca – de cunho eminentemente provençal. • Num primeiro momento, há unidade linguística, que dura até o século XV – produção lírica (gêneros, temas e formas de Provença).
O GALEGO-PORTUGUÊS • As mais antigas manifestações poéticas em galego-português foram de feição lírica. • A Galícia, graças ao grande empório cultural de Compostela, pôde colocar as tendências artísticas de seu povo em contato aperfeiçoador com jograis, menestréis, trovadores que da Provença se espalhavam e faziam de Santiago o lugar preferido de suas exibições.
GALIZA: TERRENO FÉRTIL PARA A POESIA TROVADORESCA • A poesia lírica se desenvolveu enormemente no noroeste da Península. Algumas composições estão salvas pelos Cancioneiros, mas muitas se perderam.
O LIRISMO ANTERIOR • Nada sabemos do lirismo anterior às influências provençais. O lirismo que nos ficou, matéria dos Cancioneiros são: • cantigas de amor, de amigos, de escárnio ou de mal-dizer • em tema e em expressão, são totalmente provençais.
O GALEGO-PORTUGUÊS: LÍNGUA DE PRESTÍGIO • Em toda a época trovadoresca, desde o século XII até o começo do século XV, a língua galego-portuguesa foi o grande veículo da poesia lírica de toda a Península. Por quê? • Pela ascendência da Galiza que, desde o século XI em diante, graças ao poderoso centro irradiador de Santiago de Compostela, se sobrepôs a todos os demais estados hispânicos, embora não tivesse independência nem corte, fazendo parte da monarquia asturo-lionesa e mais tarde de Castela e Leão. • A causa, portanto, de se impor o galego-português como expressão lírica do período trovadoresco foi o prestígio internacional, religioso e artístico de Compostela.
A SITUAÇÃO LINGUÍSTICA DE PORTUGAL • Por volta do século XIII – na região então identificada como Portugal, a situação linguística era, grosso modo, a seguinte: os documentos oficiais continuavam sendo escritos num latim que tinha por modelo o latim literário, mas revelava interferências cada vez maiores dos falares vernáculos; • ao mesmo tempo, os documentos de caráter prático, destinados a uma parte da sociedade que já não conhecia o latim, iam adotando a fala corrente. É o caso, por exemplo, das escrituras de cartório que tratam de demandas, heranças e doações. Um desses documentos (a Notícia de Torto) (possivelmente entre 1210 e 1216) foi considerado por muito tempo o mais antigo documento em LP.
DOCUMENTOS EM PORTUGUÊS • de 1175 - Notícia de Fiadores (recentemente descoberto) • de 1214 - Testamento de Afonso II Com a Independência e o fortalecimento de Portugal, ele se torna dono da costa do Atlântico.
A OPINIÃO DE COSERIU COSERIU, Eugénio. 1990. "El Gallego en la Historia y en laActualidad", in VV.AA., Actas do II Congresso Internacional de LínguaGalego-Portuguesa na Galiza, AGAL, Corunha (pp. 793-800).
A OPINIÃO DE COSERIU Contodo, apesar de nom ter havido durante séculos contactos efectivos, o galego e o português continuam a pertencer ao mesmo conjunto, ao mesmo continuum lingüístico. A separaçom pode, sem dúvida, estabelecer- se no plano da língua comum (que para o galego, em parte, ainda se está a elaborar) mas nom a nível popular e dialectal, de jeito que, para a lingüística histórica, continua tendo plena vigência a denominaçom composta "galego-português" criada, segundo parece, por lingüistas alemães.
A OPINIÃO DE COSERIU Claro que isto nom significa que o galego seja "português"; significa mais bem o contrário: é o português que é o "galego". Historicamente, o português é o galego da Reconquista e é até hoje, em todas as suas formas, a continuaçom desse galego.
A OPINIÃO DE COSERIU Isto vale também para o português literário e comum na sua relaçom com o galego literário medieval, pois a tradiçom deste galego foi adoptada e continuada pola língua literária portuguesa. Trata-se, portanto, do caso, bastante raro na história das línguas, dumha língua que, precisamente na forma que se difunde e se constitui em língua comum e grande língua de cultura, *se chama com Outro nome*: já nom galego, mas português.
28 Julho 1997http://www.udc.es/dep/lx/cac/sopirraitCorunha - Galiza “O Brasil fala a língua galega”, de Júlio César Barreto Rocha
são ao menos setecentos anos em que muitos estudiosos do mundo, muita vez por ignorância quanto à "questão da língua galega", não põem em dúvida a existência de um idioma eminente- mente "português", diferenciado em sua essência de suas raízes primeiras, "sendo oriundo diretamente do latim". São pelo menos 700 anos desta injustiça histórica; uma injustiça cultural com um povo, mas também sócio-política, ademais de lingüístico-terminológica.
O que desejo relevar é o fato de que a língua portuguesa, como já se sabe de longuíssima data, não é propriamente portuguesa; ou seja, a língua falada em Portugal, queira-se ou não, veio de fora de suas fronteiras de hoje, e é anterior aos Cancioneiros galego-portugueses, anterior ao Estado português: nasceu numa terra que consti- tui o que ontem era a Gallaecia e ainda hoje é a Galiza, uma Comunidade Autônoma. Logo, o idioma aqui gerado e desenvolvido deve ser chamado de "galego".
Logo, trata-se aqui neste texto de fazer constar uma simples anotação: a língua dita "portuguesa“ não é verdadeiramente portuguesa. Isto é: não é Precisamente autóctone do território português, como se vangloriam por séculos "os pais" dos brasileiros. Durante quase um milênio foi muito interessante para Portugal ignorar a existência da Galiza, pois isto mantinha o mito de que a língua dita portuguesa fora gerada e era originária exclusivamente de seu território, de seus habitantes, que englobavam os primeiros lusitanos.