Objetivo do Procedimento 3

1. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS TRABALHADORES NO BRASIL E EM PORTUGAL. ESTUDOS COMPARADOS SOBRE NOVAS EXPRESSÕES DA DUALIDADE ESTRUTURAL NO PADRÃO DE ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL- Seminário : Educação e formação profissional de jovens e adultos trabalhadores . UFF, dezembro de 2012 Educação e formação profissional de jovens e adultos trabalhadores: concepções dos organismos multilaterais no período de 2005 a 2012. Maria Inês Bomfim

2. Objetivo do Procedimento 3 • Apreender o sentido das concepções sobre a educação de jovens e adultos trabalhadores divulgadas por organismos multilaterais no período de 2005 a 2012, particularmente as produzidas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Banco Mundial (BM) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

3. Questões da investigação A- Quais são as concepções e propósitos da educação de jovens e adultos defendidas pela UNESCO, OCDE e BM no período? No que se assemelham e no que diferem? Há ambiguidades ou especificidades em relação aos jovens e adultos brasileiros em relação aos dos países centrais? Essas concepções sofreram modificações substantivas no período analisado? Tais mudanças abandonam teses anteriores? B- A aprendizagem ao longo da vida, como orientadora da educação de jovens e adultos, foi incorporada com a mesma centralidade por esses organismos? No que difere da educação ao longo da vida, conceito que convive com o primeiro nas publicações. A aprendizagem ao longo da vida explicita um novo desenho da dualidade educacional característica do sistema capital em sua atual fase de acumulação?

4. Capitalismo - Educação Sociedade harmônica Naturalização das desigualdades Paz e tolerância Flexibilidade Adaptação às mudanças Subordinação das vontades humanas Valorização da educação não-formal Secundarização do ensino Aprender a aprender é melhor do que aprender Desvalorização do conhecimento sistematizado Valorização do conhecimento imediato

5. UNESCO • Fundada em 1945, no contexto do pós II Guerra Mundial - mais de 191 Estados membros. • Relatório Faure : 1972: educação permanente, capaz de educar o cidadão para um mundo moderno e industrializado. • A educação passou a ser vista como o principal capital humano, concebida como produtora e potencializadora de capacidade de trabalho

6. UNESCO • Relatório Delors,1996: Educação: Um tesouro a Descobrir • a sociedade da informação impõe um novo tipo de trabalho, que caminha cada vez mais para uma dimensão da imaterialidade. • educação ao longo da vida, capaz de dar respostas positivas às tensões e às necessidades concretas da sociedade do Século XXI.

7. UNESCO • pluralidade de ideias e concepções, legitimando o seu discurso democrático, não autoritário. • Apesar da imagem, os documentos são diretivos. • Forte articulação com o MEC, em todos os níveis e modalidades.

8. UNESCO • A educação de adultos, tal como é definida na Classificação Internacional da UNESCO, compreende todos os níveis de educação formal, incluída a educação superior. • Na América Latina e no Caribe, a EJA é associadaaos pobres comnecessidades básicas de aprendizagem. • Nãoháreferência à educação de jovens e adultos trabalhadores.

9. UNESCO • A alfabetização, a educação básica, a pré-vocacional e os programas de educaçãonão formal dominam. • Somenteem Cuba e na Venezuela e, emalguns países do Caribe de língua inglesa, a EJA se ampliou para o ensino superior. • Aprendizaje y Educación de Adultos CONFINTEA VI – no es manejado en esta región.

10. UNESCO-Aprendizagem ao longo da vida - ALV • Aprendizagem ao longo da vida como ideologia • O domínio estrutural se exerce não só diretamente no próprio processo de produção, mas por meio de ideologias dominantes, expressão da relação das classes sociais (Cardoso Limoeiro, 1977) • CARDOSO, Miriam Limoeiro. Ideologia do Desenvolvimento. Brasil: JK e JQ. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1977.

11. Ideologia • forma específica de consciência social, materialmente ancorada e sustentada numa determinada época, capaz de promover estímulos efetivamente mobilizadores a ações socialmente viáveis dos sujeitos coletivos reais MÉSZÁROS, Isteván. O poder da ideologia. São Paulo: Boitempo, 2005.

12. ALV- Uma ideia “entrando no lugar” • Quando o pensamento brasileiro “importa” uma ideologia universal, isso é a prova de que uma classe ou uma camada social de nosso País encontrou (ou julgou encontrar) nessa ideologia a expressão de seus próprios interesses brasileiros de classe. [...] (À medida que) a estrutura de classes da sociedade brasileira vai se tornando essencialmente análoga àquela da sociedade capitalista em geral, as ideias importadas vão entrando cada vez mais em seu lugar (COUTINHO, 2006, p.45-49). COUTINHO, Carlos Nelson. Cultura e Sociedade no Brasil: ensaios sobre ideias e formas. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

13. ALV- UNESCO1996- Ano europeu da aprendizagemao longo da vida • “El aprendizaje a lo largo de toda la vida debe cubrir el aprendizaje desde la edad pre-escolar hasta la edad posterior a la jubilación, incluyendo todo el espectro de aprendizaje formal, no formal e informal. • Más aún, el aprendizaje a lo largo de toda la vida debe entenderse como toda actividad de aprendizaje ocurrida en la vida con el fin de mejorar el conocimiento, las habilidades y las competencias desde una perspectiva personal, cívica, social y vinculada al empleo. • Finalmente, los principios en este contexto deberían ser: el individuo como sujeto de aprendizaje, destacando la importancia de una auténtica igualdad de oportunidades y calidadenelaprendizaje”.

14. Oito competências-chave da ALV no contexto europeu 1. Comunicación en la lengua materna. 2. Comunicación en lenguas extranjeras. 3. Competencia matemática y competencias básicas en ciencia y tecnología. 4. Competência digital. 5. Aprender a aprender. 6. Competencias interpersonales, interculturales y sociales, y competencia cívica. 7. Capacidademprendedora. 8. Expresión cultural.

15. Competências - conceito • Combinación de conocimientos, habilidades y actitudes apropiadas al contexto. ‘Competencias claves’ son aquellas que toda persona necesita para su propia realización y desarrollo personales, la ciudadanía activa, la inclusión social y el empleo. Al término de su educación y capacitación iniciales, los jóvenes deberían haber desarrollado estas competencias claves a un nivel que los equipe para la vida adulta, y deberían desarrollarlas, mantenerlas y actualizarlas como parte de su aprendizaje a lo largo de toda la vida. • FONTE: Commission of the European Communities, “Proposal for a Recommendation of the European Parliament and of the Council on Key Competences for Lifelong Learning”, Brussels, 10.11.2005.

16. Educação ao longo de toda a vida • “[...] é a chave que abre as portas do século XXI e, bem além de uma adaptação necessárias às exigências do mundo do trabalho, é a condição para um domínio mais perfeito, dos ritmos e dos tempos da pessoa humana” (DELORS, 1999, p. 104).

17. O balanço da UNESCO (2008) • O temo Aprendizagemao Longo da Vida vemsendocompreendido e utilizado de maneira diversa. É frequentemente utilizado como Educaçãoao longo da vida. Este, por sua vez, usado como sinônimo de Educação Permanente. • Continua fortementeassociado à idade adulta. Na AL, emgeral, como educaçãocompensatória, segunda oportunidadeaos pobres

18. Tendências na AL • Alfabetização para jovens e adultos a margem do sistema escolar. • Ênfasenacertificação da escolaridade • Preparação para o trabalhodirigido a jovens e adultos jovens, por meio de programas pre-vocacionais e técnicos • Temas diversos por ampla gama de programas, cursos (DH, artes, cultura, saúde, cidadania, liderança, meio ambiente, TICs, prevenção da AIDS, consumo de drogas.

19. Referências adicionais UNESCO.De la alfabetización al aprendizaje a lo largo de toda la vida: Hacia los desafíos del siglo XXI”,organizada por el IUAL-UNESCO y el INEA(México, 10-13 Septiembre 2008) UNESCO. El desafío mundial de la alfabetización - Perfil de alfabetización de los jóvenes y adultos a mediados del Decenio de las Naciones Unidas de la Alfabetización 2003-2012 TORRES, Rosa María, Lifelong Learning in the South: Critical Issues and Opportunities for AdultEducation, Sida Studies 11, Sida, Stockholm, 2004.

20. O novo conceito de educação de jovens e adultos apresenta novos desafios às práticas existentes devido à exigência de um maior relacionamento entre os sistemas formais e os não-formais e de inovação, além de criatividade e flexibilidade. Tais desafios devem ser encarados mediante novos enfoques, dentro do contexto da educação continuada durante a vida. Promover a educação de adultos, usar a mídia e a publicidade local e oferecer orientação imparcial é responsabilidade de governos e de toda a sociedade civil. O objetivo principal deve ser a criação de uma sociedade instruída e comprometida com a justiça social e o bem-estar geral. (CONFITEA V, 1999, p.23)