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Asma e exercício físico. Acadêmicos: Alexandre, Luíza, Henrique, Taís Revisão: Prof. Ms Leandro T. Burgos Disciplina : Prescrição e Controle do Exercício Físico para populações especiais .
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Asma e exercício físico Acadêmicos: Alexandre, Luíza, Henrique, Taís Revisão: Prof. MsLeandro T. Burgos Disciplina : Prescrição e Controle do Exercício Físico para populações especiais
Asma é o estreitamento dos bronquíolos (pequenos canais de ar dos pulmões) que dificulta a passagem do ar provocando contrações ou broncoespasmos. As crises comprometem a respiração, tornando-a difícil. Quando os bronquíolos inflamam, segregam mais muco o que aumenta o problema respiratório. Na asma, expirar é mais difícil do que inspirar, uma vez que o ar viciado permanece nos pulmões provocando sensação de sufoco. A asma acomete pessoas de qualquer idade. A maioria dos casos, todavia, é diagnosticada na infância e é comum manifestar-se em pessoas de uma mesma família.
Sintomas: Os sintomas mais frequentes são falta de ar, tosse seca, chiado e opressão no peito. Gripes e resfriados costumam agravá-los.
Fatores de risco e desencadeadores de crises (gatilhos) Os fatores de risco são diversos. Entre adultos destacam-se o fumo e a exposição a produtos irritantes. Pais fumantes provocam aumento considerável da susceptibilidade nas crianças. Pólen, mofo, ácaros, fumaça de cigarro, poluentes do ar, gases químicos, inseticidas, poeiras e até determinados alimentos, como o leite e os ovos, podem desencadear as crises. Além disso, resfriados e gripes, o estresse emocional e a prática de exercícios demasiadamente intensos podem agravar os sintomas. Instalada a crise, pacientes adultos (e, se crianças, seus pais) podem entrar em pânico, o que agrava o problema.
Classificação da asma: (Global Initiative for Asthma, 1995) Asma Intermitente: sintomas intermitentes (menos de uma vez por semana), crises de curta duração, sintomas noturnos esporádicos, ausência de sintomas nos períodos críticos , provas de função pulmonar normal no período intercrítico: pico de fluxo expiratório (PFE) e VEF1 > que 80% do esperado. Asma Persistente Leve: presença de sintomas pelo menos uma vez por semana, as crises afetam o sono e as atividades diárias, presença de sintomas noturnos pelo menos duas vezes por mês, provas de função pulmonar normal: pico de fluxo expiratório (PFE) e VEF1 > que 80% do esperado, variabilidade do PF= 20 a 30%.
Asma Persistente Moderada: sintomas diários, as crises afetam o sono e as atividades diárias, presença de sintomas noturnos pelo menos uma vez por semana, uso diário de bronco dilatador, provas de função pulmonar: pico de fluxo expiratório(PFE) ou VEF¹ >60% e < 80% do esperado, variabilidade do PF > 30%. Asma Persistente Grave: sintomas contínuos, crises frequentes, limitação das atividades físicas, provas de função pulmonar: pico de fluxo expiratório(PFE) ou VEF¹ <60% do esperado, variabilidade do PF > 30%.
A asma induzida pelo exercício (AIE) é um ataque de asma (tosse, pieira ou sensação do peito “apertado”), sobretudo quando a atividade é intensa. Mais de 80% das pessoas com asma poderão manifestar estes sintomas durante ou após a prática de exercício. Por outro lado, existem muitas pessoas com alergia, mesmo que não tenham habitualmente asma, que podem manifestar sintomas de asma quando fazem exercício. Regra geral, os sintomas surgem logo após o início da atividade física e agravam-se nos 15 minutos posteriores.
Quando se inicia um exercício físico, a respiração altera-se, tornando-se rápida, de modo a responder às necessidades do organismo. A grande quantidade de ar inalado, sobretudo se este for frio e seco, vai chegar aos pulmões sem ter tempo suficiente para aquecer e umidificar ao longo das vias aéreas (os brônquios que conduzem o ar aos pulmões). Estas vão perder água e calor, o que - em certas pessoas susceptíveis - vai levar ao broncoespasmo (aperto dos brônquios). Os brônquios podem reagir ao mesmo tempo, produzindo muco e ficando inflamados. Se um indivíduo tiver rinite e se o nariz estiver entupido, a situação vai piorar porque o ar inspirado (pela boca) não é umidificado e aquecido pelo nariz.
É importante tomar atenção no Inverno, especialmente nos dias em que as temperaturas estão mais baixas e o ar está muito frio. Em situações em que se é alérgico ao pólen, deve-se evitar fazer ou restringir os treinos no exterior durante a época polínica (Primavera e início do Verão), sobretudo nos dias quentes e ventosos ou durante a manhã até à hora do almoço, em que os níveis de pólen no ar são mais elevados. Evite os irritantes, como o fumo do tabaco, cheiros ativos e os locais ou dias de altos níveis de poluição. Existem certos alimentos, como as bananas, ovos, camarão e amendoins, ou fármacos como a aspirina, que têm sido descritos como fatores desencadeantes de AIE e, em indivíduos alérgicos muito sensibilizados, os alimentos referidos podem mesmo desencadear reações graves com choque após o exercício. Assim, uma vez comprovada essa sensibilização, devem ser evitados antes do exercício.
Para além das várias maneiras de prevenir anteriormente descritas, o tratamento adequado da asma faz desaparecer a AIE. Cabe ao médico indicar qual o tratamento mais adequado mas, geralmente, a toma da dose normal do inalador bronco dilatador habitual, antes do exercício, permite uma proteção de 2 a 3 horas, sem sintomas. Estes mesmos medicamentos podem também ser usados para aliviar os sintomas de asma, caso surjam. Os esteroides inalados, quando tomados antes do exercício, não previnem a AIE, mas se forem tomados regularmente para controle da sua asma, esta manifestar-se-á de forma menos severa.
A natação é um desporto adequado para pessoas com asma, porque apresenta muitos fatores positivos: a atmosfera que proporciona é húmida e quente, treina bem os músculos respiratórios e a posição horizontal mobiliza a expulsão do muco. Os desportos intermitentes, que alternam períodos curtos de exercício com intervalos como os desportos de grupo e o ténis, são mais aconselháveis. Os desportos de longa distância e sem paragens, como corrida ou ciclismo, e os desportos de Inverno que forçam os pulmões a um trabalho pesado e contínuo e muitas vezes com ar frio, são os que mais podem desencadear AIE. No entanto, com treino apropriado e desde que se controle a asma e se cumpra o plano estabelecido pelo médico, pode-se praticar qualquer desporto ao nível dos não asmáticos.
Os benefícios da prática regular de exercícios físicos (condicionamento cardiovascular, treinamento muscular, socialização, melhora da qualidade de vida, perda de peso, diminuição do risco cardiovascular, ganho ou prevenção de perda óssea, entre outros) são essenciais para qualquer pessoa, inclusive as asmáticas. Dentro do grupo de pacientes asmáticos alguns benefícios da prática regular de atividades físicas merecem ser destacados:
Condicionamento cardiovascular, treinamento muscular e perda de peso: as pessoas têm falta de ar ou cansaço aos esforços por diferentes mecanismos e causas. Uma pessoa com Asma pode se cansar ao realizar alguma atividade física e acreditar que o problema esteja na falta de controle da doença mas, na verdade, ela está se cansando simplesmente por falta de condicionamento cardiovascular, por excesso de peso ou por falta de treinamento muscular adequado. A prática de atividade física permite ao paciente uma melhora geral nas diferentes causas de falta de ar e facilita o entendimento das reais limitações daquela pessoa;
Ganho de massa óssea/prevenção de perda óssea: alguns dos medicamentos (corticoides orais ou injetáveis) usados pelos pacientes asmáticos induzem perda de massa óssea. Em geral são medicamentos restritos ao tratamento de crises mais graves e esses efeitos colaterais somente surgem após seu uso prolongado (e muitas vezes inadequado). Apesar disso seu uso é muitas vezes essencial durante vários momentos ao longo da vida de muitas pessoas com asma. Mulheres magras, descendentes de orientais e pessoas com histórias familiar de osteoporose ou osteopenia são particularmente predispostas a esse efeito colateral. A prática de exercícios físicos regulares, associada a uma dieta adequada, é o principal tratamento não-medicamentoso quando se tem em mente a prevenção desse efeito colateral;
Socialização: a asma costuma surgir em idades (crianças e adolescentes) nas quais os processos de socialização e aceitação social são muitas vezes mais complicados. Ser portador de uma doença que necessita de alguns cuidados pode dificultar ainda mais esse processo. A prática de atividades físicas é um excelente meio de facilitar essa integração. Antes de tudo é preciso uma avaliação médica quanto ao nível de controle de sua asma. Desde que a asma esteja bem controlada e o paciente esteja bem orientado quanto aos sintomas, limitações e ao uso de medicações de resgate não há maiores riscos para a prática de atividades habituais.
É importante realizar as atividades em ambiente seguro (evitar travessias a nado em mar aberto, por exemplo, ao menos durante a otimização da prática das atividades) e com acompanhamento e supervisão (o ideal seria o acompanhamento por um profissional qualificado, que conheça os benefícios pretendidos e as eventuais limitações do praticante). Sempre ter à disposição a medicação de resgate, que deve ser usada já nos primeiros sintomas. A medicação, se usada de modo correto, é segura e trás benefícios praticamente imediatos. Manter acompanhamento médico mais próximo durante o início da prática das atividades, permitindo adequar as medicações conforme as dificuldades encontradas.
Sempre começar a atividade física com um aquecimento bem feito. Isso é essencial para evitar os sintomas de “Asma Induzida pelo Exercício” Medicamentos: Os fármacos que se associam com maior frequência a episódios agudos de asma são o ácido acetil salicílico (aas) e o grupo de medicamentos conhecido como anti-inflamatórios não hormonais que popularmente são conhecidos como anti-inflamatórios. Os betabloqueadores (usados para tratar a pressão alta, angina no peito, arritmias cardíacas), SÃO TOTALMENTE CONTRA-INDICADOS, inclusive quando usados sob a forma de colírio, no tratamento do glaucoma. São deste grupo os seguintes fármacos : propranolol, atenolol, timolol, nadolol, metoprolol, sotalol, pindolol, carvedilol.
Conclusões e recomendações 1) As atividades físicas adaptadas por si só, não constituem no tratamento da asma. Não dispensa a medicação, os cuidados com o ambiente e a orientação psicoterápica, pelo contrário, uma criança cuja a doença está mal controlada não é capaz de acompanhar e se beneficiar de um programa de exercícios físicos. 2) A melhora na condição física do asmático é consequência do aumento da sua resistência cardior-respiratória, o que lhe permite suportar melhor os agravos da saúde, ou seja, fornece-lhe reservas para enfrentar as crises obstrutivas. 3) A participação regular em programas de atividades físicas, pode aumentar a tolerância ao exercício e a capacidade de trabalho com menor desconforto e broncoespasmo. 4) O aumento de apetite, melhora do sono, diminuição do uso de drogas e sensação de bem estar também são fatores associados à melhora da condição física.
5) Para iniciar um programa de atividades físicas recomenda-se procurar compreender as funções orgânicas, principalmente aquelas diretamente envolvidas no esforço físico, de forma que o organismo trabalhe para e não contra o indivíduo. 6) Lembrar que os asmáticos não podem ser considerados um grupo homogêneo na sua aptidão física inicial e nas suas reações fisiológicas ao exercício e que há uma variação importante em função das severidades da doença.