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Faculdade De Medicina da Universidade Católica de Brasília Internato em Pediatria. Bronquiolite Viral Aguda Joyce Braun. www.paulomargotto.com.br Brasília, 22 de agosto de 2014. Bronquiolite Viral Aguda. É uma infecção respiratória aguda, de etiologia viral;
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Faculdade De Medicina da Universidade Católica de BrasíliaInternato em Pediatria Bronquiolite Viral Aguda Joyce Braun www.paulomargotto.com.br Brasília, 22 de agosto de 2014
Bronquiolite Viral Aguda • É uma infecção respiratória aguda, de etiologia viral; • Compromete as vias aéreas de pequeno calibre, através de um processo inflamatório agudo; • Leva a um quadro respiratório do tipo obstrutivo, com graus variáveis de intensidade. • Ocorre durante os primeiros 2 anos de idade; • Maior incidência em bebês menores de 6 meses. • Constitui a causa mais frequente de internações hospitalares de lactentes; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Tratado de Pediatria. 1ª ed. São Paulo: Manole, 2007.
Bronquiolite Viral Aguda • Características do aparelho respiratório do lactente são determinantes no quadro apresentado de BVA: • A superfície de troca gasosa nos pulmões ainda não está totalmente desenvolvida e a resistência aérea é alta nos primeiros meses de vida; • Determinando uma frequência respiratória elevada; • A parede torácica é muito complacente, o que possibilita que a pressão negativa exercida durante a inspiração produza colabamento das vias aéreas; Amantéa, SL; Silva, FA. Bronquiolite viral aguda - um tema ainda controvertido. Jornal de Pediatria - Vol. 74, Supl. 1, 1998.
Bronquiolite Viral Aguda • VírusSincicialRespiratório – responsávelpelamaior parte dos casos de BVA; • O víruséinoculadoatravés da superfície da mucosa nasal; • Outros: influenza, rinovírus, parainfluenzatipos 1 e 3 e adenovírus 7 e 21; • Fonte de infecção: • Geralmente um membro da famíliaoucreche/escola, com enfermidaderespiratóriaaparentementebenigna; • O período de incubaçãoé de 2-8 dias, e o período de disseminaçãopodedurardiasouatésemanas, emlactentesmaisjovens; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Tratado de Pediatria. 1ª ed. São Paulo: Manole, 2007.
Bronquiolite Viral Aguda • Fatores de risco: • Baixo peso ao nascimento; • Desnutrição; • Elevado número de habitantes/cômodo; • Displasia broncopulmonar; • Aleitamento artificial. • A taxa de mortalidade varia de 1- 3,5%. • As infecções bacterianas secundárias podem aumentar a morbidade e a mortalidade. • Sua alta morbidade decorre de: • Hospitalizações prolongadas, reinternações e uso de antibióticos e corticóides de forma indiscriminada; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Tratado de Pediatria. 1ª ed. São Paulo: Manole, 2007.
Fisiopatogenia • As manifestaçõesclínicasvariam de acordo com a combinacão: • Tropismo do víruspelasviasrespiratórias + virulência + calibre das viasaéreas + respostaimune; • Célulasepiteliaisagredidasliberammediadoresquímicos; • Migração de leucócitospolimorfonucleares e macrófagos. • Gerandoinflamação e edema -> Obstruçãobronquiolar; • Como consequência , há o desequilíbrio da relaçãoventilação/perfusão, queresultaemhipoxemia, presenteemtodososcasos; Amantéa, SL; Silva, FA. Bronquiolite viral aguda - um tema ainda controvertido. Jornal de Pediatria - Vol. 74, Supl. 1, 1998.
Fisiopatogenia • A resistência à passagem do ar é maior durante a expiração, resultando em sibilância e obstrução valvular; • Dificulta a eliminação do ar e aumenta o volume residual (hiperinsuflação ); Amantéa, SL; Silva, FA. Bronquiolite viral aguda - um tema ainda controvertido. Jornal de Pediatria - Vol. 74, Supl. 1, 1998.
Manifestações • Quadro Clínico • Os casos predominam durante o outono e inverno; • Após o período de incubação, o lactente passa a apresentar sinais de infecção respiratória alta, tipo rinofaringite; • Coriza hialina, obstrução nasal, irritabilidade, anorexia; • A febre pode estar presente ou não, com grau variável; • Em 48-72h, agrava-se o quadro, com dispnéia, tosse, sibilos expiratórios e até creptações; • Nos casos mais graves, podem ocorrer tiragem subdiafragmática, intercostal, supraclavicular, batimento de asa nasal, gemência, cianose e sinais de hipoperfusão. Amantéa, SL; Silva, FA. Bronquiolite viral aguda - um tema ainda controvertido. Jornal de Pediatria - Vol. 74, Supl. 1, 1998.
Manifestações • Geralmente o quadro é autolimitado, com resolução em até 15 dias; • 20% dos pacientes podem apresentar quadro de evolução arrastada. Rinorréia, tosse e febrebaixa Dificuldaderespiratória, com sinais de obstruçãobrônquica e sibilância. • Exame físico: • Desconforto respiratório; • Taquipnéia; • Ausculta: sibilos + prolongamento do tempo expiratório NELSON, Waldo E. et. al. Nelson Tratado de Pediatria. 17ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
Manifestações • Indicadores de gravidade: • Criança aparentando toxemia; • Oximetria menor que 95% em repouso; • IG < 32 semanas; • FR > 70 ipm; • Radiografia de tórax com atelectasias; • Idade < 3 meses; • Crianças com cadiopatias congênitas, doenças pulmonares crônicas, prematuras, imunodeficientes. Amantéa, SL; Silva, FA. Bronquiolite viral aguda - um tema ainda controvertido. Jornal de Pediatria - Vol. 74, Supl. 1, 1998.
Diagnóstico • Radiografia de tórax: • Hiperinsuflação torácica difusa (61%); • Espessamento peribrônquico (46%) • Retificação do diafragma; • Atelectasias lobares, segmentares ou subsegmentarres, secundárias a tampões mucosos (12%); • Discreto espessamento pleural. • Diagnóstico: • Identificação do vírus causador em aspirados nasofaríngeos ou lavado nasal, usando-se métodos de imunofluorescência ou ELISA; • Padrão ouro - cultura em tecido; • Leucograma e PCR podem ser de valor, na suspeita de complicações bacterianas. NELSON, Waldo E. et. al. Nelson Tratado de Pediatria. 17ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
Diagnósticos Diferenciais • Cardiopatias congênitas; • Com hiperfluxo pulmonar – levam a edema do parênquima e ingurgitamento do leito linfático e venoso, causando uma espécie de obstrução dos bronquíolos por compressão. • Pneumonia; • Febre elevada, consolidação na radiografia de tórax. • DRGE; • A broncoaspiração causa irritação, levando a broncoespasmos. • Fibrosecística; • Suspeitarquando: • Ossintomasforempersistentes; • Houverdificuldade de ganho de peso; • Sintomas de máabsorção; • Anormalidadeshidroeletrolíticas; • Baqueteamento digital. • Asma. • Avaliar: história familiar, iníciosúbito, sempródromos de infecção e respostaaosbroncodilatadores; • A relação entre asma e BVA écomplexa e controversa. NELSON, Waldo E. et. al. Nelson Tratado de Pediatria. 17ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
Tratamento • Não existe tratamento específico; • As medidas de suporte são importantes; • A criança deve ser mantida em posição confortável, com o tórax ligeiramente elevado; • Dieta em pequenos volumes e com maior frequência; • A hidratação favorece a eliminação das secreções. • Ideal é manter a criança em isolamento, ou com pelo menos 2 metros de distância entre os leitos Diretriz Assistencial - Bronquiolite - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento. Hospital Albert Einstein - Sociedade Beneficente Israelita Brasileira. 2013.
Tratamento • As indicações de internação são: • Toxemia; • Desidratação; • Desconforto respiratório: tiragem intercostal, tiragem supraclavicular ou batimento de asa de nariz, cianose; frequência respiratória >60; • Hipoxemia (Saturação < 93%); • Impossibilidade de a criança ser observada pelos pais em casa; • Apnéia. Diretriz Assistencial - Bronquiolite - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento. Hospital Albert Einstein - Sociedade Beneficente Israelita Brasileira. 2013.
Tratamento • 1. Hidratação endovenosa: • Pode ser necessária, devido ao aumento das perdas insensíveis por taquipnéia e febre; • Por diminuição da ingesta devido ao desconforto respiratório; • Especial atenção deve ser dada para os sinais de congestão. • Pacientes com bronquiolite têm aumento do ADH. Diretriz Assistencial - Bronquiolite - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento. Hospital Albert Einstein - Sociedade Beneficente Israelita Brasileira. 2013.
Tratamento • Fisioterapia respiratória: • É uma medida de efetividade controversa, embora faça parte da rotina de muitos Serviços; • Não foi eficaz em reduzir o tempo de internação, a necessidade de oxigênio suplementar e não contribuiu com melhora clínica significativa. Diretriz Assistencial - Bronquiolite - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento. Hospital Albert Einstein - Sociedade Beneficente Israelita Brasileira. 2013.
Tratamento • Oxigênio: • É uma medida de fundamental importância na terapêutica da bronquiolite; • Além de tratar a hipoxemia, reduz o esforço respiratório; • É importante nos lactentes menores; • Em que um gasto energético aumentado pode ser um fator significativo de: • Descompensação clínica, piora da insuficiência respiratória e aparecimento de apnéia. • Quando administrado, deve ser aquecido e umidificado, • Podendo ser utilizado por cateter nasal, máscara, campânula ou oxitenda. • São necessárias aferições contínuas ou freqüentes da saturação de oxigênio por oximetria de pulso, visando mantê-la acima de 93-95%. Amantéa, SL; Silva, FA. Bronquiolite viral aguda - um tema ainda controvertido. Jornal de Pediatria - Vol. 74, Supl. 1, 1998.
Tratamento • O uso de broncodilatadores (salbutamol e fenoterol) ainda é controverso; • A recomendação atual é de que um teste terapêutico seja realizado nos quadros moderados a graves; • Precedido e seguido de avaliação clínica após 3 inalações com broncodilatador com intervalo de 20 minutos entre elas; • Caso a melhora clínica seja documentada, o broncodilatador pode ser mantido. Diretriz Assistencial - Bronquiolite - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento. Hospital Albert Einstein - Sociedade Beneficente Israelita Brasileira. 2013.
Tratamento • a –adrenérgicos; • Uso de adrenalina reduz o extravasamento microvascular capilar e pós-capilar; • Reduzindo o edema sobre a mucosa brônquica. • Tais mecanismos têm motivado o uso preferencial na terapêutica inalatória; • Não há benefício no uso de brometo de ipatrópio em pacientes com bronquiolite. • O uso de corticóides não é recomendado rotineiramente em pacientes sem doença de base pulmonar e apresentando a primeira crise de sibilância. • Não diminui admissão ou tempo de hospitalização. Diretriz Assistencial - Bronquiolite - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento. Hospital Albert Einstein - Sociedade Beneficente Israelita Brasileira. 2013.
Tratamento • Ribavirina; • Antiviral quepodeserútilempacientesimunocomprometidosoucom evolução grave; • Medianteconfirmaçãoetiológica da infecçãoporVRS. • Atua, provavelmente, inibindo a sínteseprotéicaviral; • Suaeficácia, entretanto, aindaécontroversa e seuusorotineironãoérecomendado. • Osantibióticosnãodevemserusadosrotineiramente, excetoeminfecçõesbacterianasdocumentadas; • Anti-histamínicos, descongestionantes e antitussígenosnãodevemserutilizados. Diretriz Assistencial - Bronquiolite - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento. Hospital Albert Einstein - Sociedade Beneficente Israelita Brasileira. 2013.
Prevenção • Medidasgerais: • Aleitamentomaterno, lavagem de mãos e nãoexposiçãoaotabacodevemsempreserincentivadas; • Imunoprofilaxia – Palivizumab; • Éum anticorpomonoclonal humano contra a glicoproteína F do VRS; • A dose preconizadaé 15mg/kg intramuscular 1x aomês, máximo de 5 doses, nosmeses de abril a agosto; • De acordo com a Academia Americana de Pediatria e a SociedadeBrasileira de Pediatria (SBP), estáindicadonasseguintescircunstâncias: • Pacientesbroncodisplásicos< 2 anosqueaindaestavamemvigência de tratamentoaté 6 meses antes do inícioda estaçãotípica do vírus. • Pacientes< 2 anos, com doençacardíacacongênita com repercussãohemodinâmica; • Prematuroscom <1anos, cujaidadegestacionalfoi ≤ 28 semanas. • Prematuroscom < 6 meses, naépoca de pico do VRS, cujaidadegestacionalfoientre 29 e 32 semanas (estecritérionãoécontempladonanorma do Ministério da Saúde). Diretriz Assistencial - Bronquiolite - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento. Hospital Albert Einstein - Sociedade Beneficente Israelita Brasileira. 2013.
Alta Hospitalar • São critérios de alta hospitalar: • Saturação estável > 94% em ar ambiente, por mais de 12 horas; • Ingesta oral acima de 75% do basal; • Ausência de sinais de gravidade. Diretriz Assistencial - Bronquiolite - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento. Hospital Albert Einstein - Sociedade Beneficente Israelita Brasileira. 2013.
Complicações • Períodocrítico – 48-72h: • Podeocorreracidosemetabólia, hipoxemia e falênciarespiratória. • Hiperresponsividade das VA; • Pelapersistência do processoinflamatóriosobre a mucosa respiratória. • Outras: • Pneumonias, atelectasias, adenomegalias, penumotórax, pneumomediastino. • BronquioliteObliterante; • Inflamação e fibrose dos bronquíolosterminais e respiratórios • Resultaemdiminuição e/oucompletaobliteração do lúmen das viasaéreas, levandoàobstruçãocrônica do fluxoaéreo; • Écaracterizadaporsinaisrespiratóriospersistentes e sintomasobstrutivos, após um quadrobronquiolaragudo; • Maiorrelação com BVA causadaporadenovírus 21; Lino, CA et al. Bronquiolite obliterante: perfil clínico e radiológico de crianças acompanhadas em ambulatório de referência. Rev Paul Pediatr 2013;31(1).
Referências Bibliográficas • Lino, CA et al. Bronquiolite obliterante: perfil clínico e radiológico de crianças acompanhadas em ambulatório de referência. Rev Paul Pediatr 2013;31(1):10-6. • Amantéa, SL; Silva, FA. Bronquiolite viral aguda - um tema ainda controvertido. Jornal de Pediatria - Vol. 74, Supl. 1, 1998. • Diretriz Assistencial - Bronquiolite - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento. Hospital Albert Einstein - Sociedade Beneficente Israelita Brasileira. 2013. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Tratado de Pediatria. 1ª ed. São Paulo: Manole, 2007. • NELSON, Waldo E. et. al. Nelson Tratado de Pediatria. 17ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.