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TRATAMENTO DA HEPATITE C CRÔNICA. Paulo Roberto Lerias de Almeida Doutor em Hepatologia Comitê Estadual de Hepatites Virais SES/RS Coordenação da Política de Assistência Farmacêutica SES/RS. HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO VHC.
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TRATAMENTO DAHEPATITE C CRÔNICA Paulo Roberto Lerias de Almeida Doutor em Hepatologia Comitê Estadual de Hepatites Virais SES/RS Coordenação da Política de Assistência Farmacêutica SES/RS
HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO VHC • exposição VHC Seeff, Hepatology 2002 • infecção aguda • infecção crônica ocorre em • 50%-85% pacientes • cirrose desenvolve em 2%-20% • pacientes 20-30 anos após infecção • insuficiência hepática/descompensação carcinoma hepatocelular • (2%-5% dos pacientes / ano) (1%-4% dos pacientes / ano)
Estudo de Prevalência de Base Populacional das Infecções pelos vírus das Hepatites A, B e C nas capitais do Brasil 2.1% PREVALÊNCIA DA HEPATITE C média nacional 1,38% 10 a 69 anos DF 0.7% 0.9% 1.3% 1.3% Boletim Epidemiológico Hepatites Virais 2011 Ministério da Saúde www.aids.gov.br 1.2%
PREVALÊNCIA DA HEPATITE CEpidemiologia da Hepatite C no Brasil : relatório da SBH GED, 1999
SES/RS PEGIFN 2002-2012 n.o pacientes tratados 12.000 ~ 70% PCR + 89.829 pacientes ? < 15% dos indivíduos com Hepatite Crônica C tratados 1,2 % anti-HCV + 128.327 soropositivos Rio Grande do Sul Censo Demográfico 2010 10.693.929 habitantes HEPATITE C
Paulo Roberto Lerias de Almeida Doutor em Hepatologia • Ministério da Saúde • Comitê Assessor Departamento DST/AIDS/Hepatites Virais • Hospital Nossa Senhora da Conceição • Secretaria Estadual da Saúde do RS • Comitê Estadual de Hepatites Virais • Coordenação da Política de Assistência Farmacêutica
HEPATITE C – TRATAMENTOQuem tratar ? Adultos e crianças maiores de 3 anos de idade Biópsia hepática com: - atividade inflamatória ≥ A2 e fibrose ≥F1 ou - fibrose ≥ F2 com qualquer atividade inflamatória Biópsia hepática desnecessária Biópsia hepática facultativa Cirrose Coagulopatias congênitas Manifestações extra-hepáticas Co-infecção HCV/HIV IRC Genótipo 2 e 3 Protocolo MS Portaria 221, de 13/07/2011 Modificada Ofício Circular 97/2011, de 17/08/2011
HEPATITE C – TRATAMENTOQuem não deve ser tratado ? - Menores de 3 anos de idade - UDI e uso abusivo de bebidas alcoólicas que não estejam em programa de tratamento - Transplantados de pulmão, rim ou coração - Portadores de doenças auto-imunes ( IFN pode exacerbar ) - Cirrose descompensada - Co-morbidades importantes e/ou não compensadas - Gestantes - Homens e mulheres sem controle contraceptivo RBV é teratogênica Contracepção indicada até 6 m pós-tto Protocolo MS Portaria 221, de 13/07/2011 Modificada Ofício Circular 97/2011, de 17/08/2011
A resposta ao tratamento da hepatite C com PEG-IFN e RBV é Influenciada por diversos fatores Genótipo Carga viral Fatores virais Fatores do Hospedeiro Idade Gênero IMC Raça Fatores Sociais Resistência a insulina Adesão Consumo de álcool Fibrose Polimorfismo genético
Porquê ? MAXIMIZAR A ADESÃO
N = 3070 74 70 61 Peg2b1,5/ R Peg2b1,0/ R Peg2a/ R 20 16 10 80/80/80 não 80/80/80 McHutchison JG et al, NEJM, 361(1)580-93, 2009
Como ? CAPACITAÇÃO E PERÍCIA DA EQUIPE
Seguimento Farmacoterapêutico na Hepatite C Crônca • Experiência de um Centro de Referência • CAMMI Hospital Nossa Senhora da Conceição • Coorte tratamentos com PEG/RBV 2004-2010 • 745 pacientes • intervenções farmacêuticas : 311 (42%) pacientes • Contato farmacêutico-médico : 264 (35%) pacientes; média 2,4/paciente (1-14) • tratamentos suspensos por RAM: 78 (11%) • abandono de tratamento: 14 (2%) Feltrin A, Costa G, Bynstronsky, Camargo A, Almeida P Congresso da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar, Salvador 2011
Sem fatores preditivos de máresposta - IFN convencional 3 MU 3x/sem + Ribavirina 15 mg/kg/d - 24 semanas Com fatores preditivos de máresposta - PegIFN + Ribavirina 15 mg/kg/d - 24 a 48 semanas HEPATITE C – TRATAMENTOG2 e G3-Como tratar ? Cirrose clínica ou Escore METAVIR F3/F4 ou CV > 600.000 UI/mm3 Fatores preditivos de má resposta Protocolo MS - Portaria 221, de 13/07/2011 Modificada Ofício Circular 97/2011, de 17/08/2011
Protocolo MS - Portaria 221, de 13/07/2011 Modificada Ofício Circular 97/2011, de 17/08/2011
HEPATITE C – TRATAMENTOComo tratar ? Genótipo 1 ► 48 semanas ► RBV: 15 mg/kg/d ► PEG-IFN α2b 1,5ug/kg/sem PEG-IFN α2a 180 ug/sem Protocolo MS Portaria 221, de 13/07/2011 Modificada Ofício Circular 97/2011, de 17/08/2011
Protocolo MS - Portaria 221, de 13/07/2011 Modificada Ofício Circular 97/2011, de 17/08/2011
Tratamento atual da hepatite C PEGINTERFERON + RIBAVIRINA , 24-48 SEMANAS , MONOINFECTADOS FIBROSE AVANÇADA Manns: F3+F4 29% Fried: F4 12% Hadzyiannis: F3+F4 18% SES: F3+F4 74% Prophesys: F4 28% % RVS 35 G1 G2/3 Manns Manns Fried Fried Hadziyannis SES/RS Hadziyannis Almeida PRL et al, Hepatogastroenterol 2009
Paulo R L Almeida Hepatogastroenterology, 2009 INÍCIO TRATAMENTO 323 SEM RVP 75 EFEITOS ADVERSOS 33 SEM 12 23,2% 10,2% SEM 48 215 PCR Θ 169 RVS 35,3% PCR 46 66,6% 52,3% 14,3% PCR 52 PCR 114 3 perdas SEMANA 72
Mortalidade em pacientes VHC em tratamento PEG + RIBAVIRINA- um estudo de “vida real” - • CAMMI (Centro Aplicação e Monitorização Medicamentos Injetáveis da SES) • Hospital Nossa Senhora da Conceição – Porto Alegre • março 2004 – junho 2013 • 1059 pacientes: 283 (27%) cirrose 776 (73%) não cirrose • Mortalidade global 18 mortes (1.7%) Pôster 2383 , Congresso Brasileiro de Hepatologia, RJ, outubro/2013
Mortalidade em pacientes VHC tratados com PEG+RIBAVIRINA- um estudo de “vida real” - mortalidade % 05/776 13/283 18/1059
HEPATITE CRÔNICA C A EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO ...2011 ...2011 - 2013... ...2014 ? 2015 ?... pegIFN ? pegIFN pegIFN Inibidor HCV Inibidor HCV Ribavirina Ribavirina Inibidor HCV Ribavirina ? Inibidor HCV Boceprevir Telaprevir
Tratamento do HCV Genótipo 1 Boceprevir Telaprevir + Ribavirina Peg IFN
Tratamento do HCV Genótipo 1 Boceprevir Telaprevir + Ribavirina Peg IFN
0 4 8 12 24 36 48 60 SPRINT-2naive, gen 1, Boceprevir RVRe PCR indetectável semana 8 e semana 24 Sem 24 Teste Sem 8 Teste Lead-in RVR B+P+R 24 semanas Follow-up P + R BOC/TGR N=368 no RVR placebo +P+R 20 semanas Follow-up não RVRe PCR + semana 8 e PCR Θ semana 24 B+P+R 44 semanas P + R Follow-up BOC/PR48 N=366 Follow-up P + R placebo +P+R 44 semanas 48 P/R N=363 28 72 Poordad et al., N Engl J Med 2011;364:1185-206
RVRe PCR indetectável semana 8 e semana 12 Sem 8 Teste Sem 12 Teste 32 semanas não RVRe PCR + semana 8 e PCR Θ semana 12 44 semanas 44 semanas
Tratamento do HCV Genótipo 1 Boceprevir Telaprevir + Ribavirina Peg IFN Alfa 2a
RVRe PCR indetectável semana 4 e semana 12 Sem 4 Teste Sem 12 Teste Jacobson IM et al, NEJM 2011; 364(25):2405-16
TELAPREVIR E BOCEPREVIR em pacientes naïves: RVS Estudo ADVANCE TELAPREVIR Estudo SPRINT -2 BOCEPREVIR 69 67 75 69 53 42 40 44 23
TELAPREVIR E BOCEPREVIR em retratamentos: RVS Estudo REALIZE TELAPREVIR Estudo RESPOND -2 BOCEPREVIR 86 75 69 57 52 40 31 29 24 15 5 7
Boceprevir e Telaprevir: Eficácia conforme diferentes grupos 100 75-83[1,2] 80 68-75[3,4] 53-62[3,4] 42-62[3,4] 60 40-59[1,2] RVS (%) 29-40[1,5] 40 20 14[6]* 0 NaiveCirróticos Recidivantes Naive Caucasianos Naive Negros Resp Parciais Cirróticos Resp Nulos Resp Nulos 1. Zeuzem S, et al. N Engl J Med. 2011;364:2417-2428. 2. Bacon BR, et al. N Engl J Med. 2011;364:1207-1217. 3. Jacobson IM, et al. N Engl J Med. 2011;364:2405-2416. 4. Poordad F, et al. N Engl J Med. 2011;364:1195-1206. 5. Bronowicki J, et al. EASL 2012. Abstract 11. 6. Zeuzem S, et al. EASL 2011. Abstract 5. *estudo REALIZE
Tratamento com Boceprevir & Telaprevir Aumento significativo taxas RVS Aumento complexidade Aumento paraefeitos Aumento dos riscos Aumento dos custos Baixa RVS em subgrupos
AVALIAR PREDITORES DE RVS Otimização da terapia tripla QUANDO PODEMOS ENCURTAR ? QUANDO DEVEMOS INTERROMPER ? TERAPIA TRIPLA OU DUPLA ?
...o valor das “ Regras de Parada ” Otimização da terapia tripla QUANDO DEVEMOS INTERROMPER ?
REGRAS DE PARADA( STOPPING RULES) • Regras que buscam identificar pacientes que não irão responder à TT e que podem ser precocemente identificados através dos níveis de HCVRNA em determinados momentos do tratamento. • Previne desenvolvimento de resistência, minimiza efeitos adversos e racionaliza custos, frente a um paciente com mínimas ou nulas chances de obter RVS
Hepatology 2012;56:567-575 • TELAPREVIR • (NAÏVES E EXPERIMENTADOS) >1.000 (mil) UI semana 4 ou 12 Qualquer VIREMIA semana 24 BOCEPREVIR (NAÏVES E EXPERIMENTADOS) >100 (cem) UI semana 12 Qualquer VIREMIA semana 24 Liver International 2013;33:IS s1:23-29
Protocolo Brasileiro Janeiro 2013 F3 e F4 - naives e retrat F2 - retratamentos
Experiência do CAMMI HNSC – PoAJudiciais e acesso expandido (2011-2013) 24 pacientes em terapia tripla (12 B + 12 T) n = 24 13 (54%) F4 01 por EAS (4,1%) 04 por não resposta (16.6%) 19 (79,1%) finalizaram o tratamento 14 (58,3%) com CV indetectável 05 (20,8%) com CV detectável 02 (8,3%) recidivantes 11 (45,8%) com RVS 01 (4,1%) aguarda CV da semana 24 pós tto AlmeidaPRL,Tovo CV. Submetido, 2014
Experiência do CAMMI HNSC – PoADe acordo com o protocolo do MS (a partir de agosto/2013) N = 97 • Boceprevir • iniciados • 16 (55%) cirróticos • 13 (45%) ñ cirróticos Telaprevir 68 iniciados 34 (50%) cirróticos 34 (50%) ñ cirróticos
Experiência do CAMMI HNSC – PoADe acordo com o protocolo do MS (a partir de agosto/2013) N = 97 • Boceprevir • iniciados • 05 (17%) interromperam • 04 por não resposta (14%) • 01 por EAS (3%) Telaprevir 68 iniciados 09 (13%) interromperam • 04 por não resposta (6%) • 05 por EAS (7%) 1 óbito = 1.03 %
Boceprevir e TelaprevirLimitações e Desafios • EVENTOS ADVERSOS MAIS FREQUENTES • Anemia e neutropenia • Disgeusia • Rash • Sintomas anoretais • DESAFIOS À ADESÃO • múltiplos comprimidos e dose TID • ingestão obrigatória com lanche/refeição
Rash cutâneo Rash Grau 3 4% - 6%
Boceprevir e TelaprevirLimitações e Desafios • TOLERABILIDADE MENOR EM CIRRÓTICOS (estudo CUPIC) • eventos adversos sérios: 29% - 51% • anemia < 10 g/d: 37% - 46% • transfusão: 6% - 18% • INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS • com drogas de uso frequente na prática clínica