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Módulo: Avaliação, Programação e Intervenção na Sala de Aula Docente: Mestre Fátima Paiva

Universidade Fernando Pessoa Pós Graduação e Formação Especializada em Educação Especial Domínio Cognitivo e Motor. Módulo: Avaliação, Programação e Intervenção na Sala de Aula Docente: Mestre Fátima Paiva Turma 2-Grupo: Francisco Gonçalves Lara Gonçalves Paulo Santos Janeiro 2010.

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Módulo: Avaliação, Programação e Intervenção na Sala de Aula Docente: Mestre Fátima Paiva

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  1. Universidade Fernando PessoaPós Graduação e Formação Especializada em Educação EspecialDomínio Cognitivo e Motor Módulo: Avaliação, Programação e Intervenção na Sala de Aula Docente: Mestre Fátima Paiva Turma 2-Grupo: Francisco Gonçalves Lara Gonçalves Paulo Santos Janeiro 2010

  2. A Hiperactividade Défice de Atenção

  3. “…trate as pessoas como se elas fossem o que deveriam ser, e ajude-as a tornarem-se naquilo que elas são capazes de ser…” Linda Serrão, Presidente da Associação Portuguesa da Criança Hiperactiva

  4. Definição Hiperactividade • De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, a hiperactividade caracteriza-se por um “padrão persistente de falta de atenção e/ou impulsividade -hiperactividade, com uma intensidade que é mais frequente e grave que o observado habitualmente nos indivíduos com um nível semelhante de desenvolvimento”. • DDAH (Desordem por Défice de Atenção com Hiperactividade)

  5. Esta perturbação é uma problemática que começa por criar dificuldades na aprendizagem e na adaptação do indivíduo ao meio nos seus primeiros anos de vida. • Estas crianças manifestam na sua actividade diária padrões comportamentais em que a actividade motora é muito acentuada, inadequada ou excessiva.

  6. A Associação Americana de Psiquiatria (APA) distingue três subtipos de DDHA de acordo com o predomínio dos sintomas da falta de atenção e da hiperactividade -impulsividade: • DDAH do Tipo Predominantemente Desatento • DDAH do Tipo Predominantemente Hiperactivo – Impulsivo • DDAH do Tipo Misto

  7. Prevalência • 16% da população (dependendo do método de diagnóstico utilizado); • 3 a 6% das crianças em idade escolar sofrem desta desordem; • 5 a 10% apresentam sintomas de DDAH; • É mais frequente nos rapazes do que nas raparigas; • 80 a 90% dos casos diagnosticados são de rapazes.

  8. Identificação/Diagnóstico • Para o estabelecimento de um correcto diagnóstico, é importante que a incapacidade provocada por estes sintomas seja avaliada em pelo menos dois contextos; • Alguns sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos e estar presentes no mínimo durante 6 meses; • É necessária a combinação da avaliação clínica com a avaliação neurológica e nenhum teste único consegue diagnosticar a DDAH.

  9. O DSM IV, um teste de despiste, descreve os seguintes sintomas de falta de atenção e de hiperactividade - impulsividade. • Falta de atenção: • Não prestar atenção suficiente aos pormenores ou cometer erros por descuido nas tarefas escolares, no trabalho ou noutras actividades lúdicas; • Ter dificuldade em manter a atenção em tarefas ou actividades; • Parecer não ouvir quando se lhe dirigem directamente; • Não seguir as instruções e não terminar os trabalhos escolares ou outras tarefas;

  10. Ter dificuldade em organizar-se; • Evitar as tarefas que requerem esforço mental persistente; • Perder objectos necessários a tarefas ou actividades que terá de realizar; • Distrair-se facilmente com estímulos irrelevantes; • Esquecer-se com frequência de actividades quotidianas ou de algumas rotinas.

  11. Hiperactividade: • Movimentar excessivamente as mãos e os pés e mover-se quando está sentado; • Levantar-se na sala ou noutras situações em que se espera que esteja sentado; • Correr ou saltar excessivamente em situações em que é inadequado fazê-lo; • Ter dificuldade para se dedicar tranquilamente a um jogo; • Agir como se estivesse “ligado a um motor”; • Falar em excesso.

  12. Impulsividade: • Precipitar as respostas antes que as perguntas tenham acabado; • Impaciência; • Comentários desadequados; • Ter dificuldade em esperar pela sua vez; • Não ouvem as normas que lhe são transmitidas; • Mexem em coisas que não é suposto mexer; • Interromper ou interferir nas actividades dos outros (intrometer-se nas conversas ou nos jogos).

  13. Não é tarefa fácil diagnosticar a DDAH. Torna-se fundamental realizar um diagnóstico discriminado e rigoroso, que obedeça aos seguintes critérios: Quantidade Duração Contexto Início Exclusão Provas

  14. A hiperactividade é acompanhada de outros problemas menos específicos, entre os quais se encontram: • o défice de auto-estima; • a instabilidade e a fragilidade emocional; • a escassa tolerância à frustração; • transtornos de conduta; • dificuldades de aprendizagem; • problemas de relação com os pares; • maior nível de ansiedade. • Consideram-seobjecto de críticas e queixas; • Costumam ter propensão para sofrer acidentes devido à escassa consciência do risco que demonstram em situações de perigo; • Manifestam problemas de disciplina por incumprimento ou ultrapassagem das normas estabelecidas.

  15. Etiologia • As causas que conduzem à DDAH são muito variadas e dependentes de factores diversificados, sendo difícil na maioria dos casos determinar uma etiologia precisa. • As possíveis causas deste comportamento têm origem em múltiplos factores, tais como, neurológicos, pré-natais, genéticos e ambientais.

  16. Factores neurológicos • “Estudos específicos utilizaram a ressonância magnética funcional para demonstrar que as crianças com o diagnóstico de PHDA (Perturbação de hiperactividade e défice de atenção) apresentam diferenças na actividade do córtex frontal – lobo frontal do cérebro, que é responsável pelo processo mais diferenciado de cognição e pensamento – e nos núcleos estreados, por baixo dessa área” • (in Super Bebés, nº 82:78)

  17. Factores pré-natais • A influência do meio ambiente pré-natal e as complicações surgidas durante a gravidez têm sido ressaltadas como causas relacionadas com os transtornos da conduta infantil.

  18. Factores genéticos • Incidência dos problemas das crianças hiperactivas nos familiares biológicos; • Incidência dos problemas psicológicos nas famílias adoptivas das crianças hiperactivas, em comparação com os familiares biológicos; • Comparação entre os filhos hiperactivos que foram adoptados, de pais normais e de pais com algum distúrbio psiquiátrico; • Estudos com gémeos monozigóticos e com gémeos dizigóticos.

  19. Factores ambientais e variáveis psicológicas • A natureza e as características do trabalho, o lugar que se ocupa na sociedade, o rendimento económico, as condições da habitação familiar, os estilos educativos que os adultos adoptam, entre outros aspectos, variam de caso para caso. Portanto, não influenciam todos de igual modo, tanto no que respeita ao comportamento, bem como nas suas experiências.

  20. Tratamento • Torna-se fundamental conhecer cada criança individualmente para melhor poder intervir junto da mesma, com vista a um tratamento adequado. • O tratamento tem por objectivo o desenvolvimento de um adequado equilíbrio emocional, bem como, a melhoria do desempenho escolar e ocupacional. • Existem diferentes modos de tratamento, variando entre a administração de psicofármacos, as técnicas de modificação de comportamento ou uma intervenção multidisciplinar integrando diversas áreas.

  21. Medicação Os fármacos mais utilizados são os psicoestimulantes como o Dexedrine e Ritalin baseados na Dextroanfetamina e no Metilfenidato. Estimulam os neurotransmissores do cérebro, gerando um efeito regulador mais eficaz na actividade motora, aumentando a atenção, reduzindo a impulsividade e, se for esse o caso, aumentando o rendimento escolar.

  22. Terapia Comportamental • O tratamento comportamental integra três vertentes: • O treino dos pais; • O tratamento centrado na criança; • A intervenção centrada na escola.

  23. Segundo Vasquez (1997), o modelo de intervenção deve seguir os seguintes passos: • Definição do comportamento indesejado; • Estabelecimento da linha de base; • Definição dos factores que motivam o comportamento e o fazem persistir; • Aplicação do programa de alteração do comportamento com recurso ao reforço; • Avaliação do processo. Fowler (2000) considera que a melhor forma de influenciar o comportamento da criança é estando atento e a melhor forma de fomentar o aumento de comportamentos desejados é “apanhar a criança a portar-se bem”.

  24. O trabalho dos técnicos com os pais deve ir de encontro ao treino de técnicas e estratégias que permitam que estes consigam controlar o comportamento dos filhos e os ajudem a interagir com outras pessoas. • Normalmente as estratégias utilizadas são: a apresentação de modelos comportamentais adequados (já que nesta idade a criança aprende muito com base na imitação) e aplicar reforços positivos aquando da existência de comportamentos desejados.

  25. Objectivos principais: • Conduzir a respostas adequadas; • Aumentar a possibilidade de repetição de um comportamento adequado; • Diminuir a probabilidade dos comportamentos inadequados, levando-os à extinção.

  26. A escola perante a DDAH Hiperactividade ou apenas indisciplina?

  27. Como intervir? • As crianças passam muito tempo no contexto escolar, onde as regras são uma constante e onde lhes são incutidos uma série de valores que têm de cumprir. • É primordial que sejam estabelecidas um conjunto de estratégias que permitam que a criança ajuste o seu comportamento, de modo a que aprenda e não perturbe a aprendizagem dos outros.

  28. Intervenção no meio de aprendizagem: • Colocar a criança em sítios que não causem distracção, evitando outras fontes de estimulação que não seja o objecto de aprendizagem; • Dar espaço à criança para que se possa movimentar; • Isolar sons do exterior que possam perturbar a criança; • Dar oportunidade à criança de trabalhar individualmente; • Estabelecer e elaborar tarefas de forma rotineira; • Estabelecer regras bem claras e exigir o seu cumprimento; • Construir listas de verificação para que a criança se organize.

  29. Intervenção para obter a atenção das crianças: • Fazer perguntas interessantes de modo a estimular a criança; • Recorrer às histórias, imagens, sons, luzes, poemas, materiais diferentes para desenvolver a curiosidade e o espírito crítico bem como para promover a interacção dos elementos do grupo; • Usar o contacto visual. É fulcral que a criança olhe para o educador quando este está a falar; • Demonstrar entusiasmo por aquilo que está a desenvolver de modo a cativar a criança.

  30. Intervenção para focar a atenção das crianças: • Servir-se de estratégias multi-sensoriais quando se dirige à criança; • Projectar a voz, tendo consciência de que está a ser ouvido pela criança; • Explicar a finalidade da actividade em questão; • Encorajar a criança nas suas actividades; • Recorrer à demonstração.

  31. Intervenção no ritmo de trabalho: • Ajustar o ritmo de actividade à capacidade de concentração e realização da criança, alternando entre actividades mais calmas e outras mais dinâmicas; • Dar tempo à criança para completar a tarefa em que está empenhada; • Reduzir a extensão e a quantidade de tarefas; • Estabelecer “contratos escritos” com prémios para a finalização de determinadas tarefas.

  32. Intervenção para manter a atenção das crianças: • Estar colocado num sitio da sala que permita ser visto por todas as crianças; • Organizar as actividades por temas, seguindo uma ordem lógica; • Evitar que o dia tenha “momentos mortos”; • Dar liberdade à criança para expor as suas ideias; • Usar o computador, já que pode ser uma ferramenta muito apelativa.

  33. Intervenção nas estratégias e métodos: • Utilizar linguagem que a criança conheça, evitando o uso de linguagem abstracta; • Ter em conta as ideias prévias das crianças antes de introduzir informações novas; • Dividir as tarefas complexas em tarefas mais simples; • Reduzir o número de conceitos apresentados de uma vez, destacando a informação mais importante; • Estimular a criança para que verbalize as aprendizagens.

  34. Intervenção para manter as crianças em actividade: • Criar um ambiente de cooperação, realizando actividades em grupo; • Utilizar os colegas para incentivar a criança com DDAH a permanecer nas tarefas; • Encorajar as crianças fazendo comentários positivos e estabelecer um sistema de prémios.

  35. Intervenção na avaliação: • Recorrer a instrumentos de avaliação alternativos; • Estabelecer, de comum acordo, expectativas realistas quanto aos resultados a alcançar.

  36. Intervenção no tratamento de comportamentos inadequados: • Antecipar e prevenir os problemas, sempre que possível; • Predefinir regras específicas e consequências objectivas; • Estabelecer alternativas para comportamentos inadequados; • Estabelecer na sala um local para a criança se “acalmar”; • Elogiar os comportamentos adequados; • Evitar dar atenção a comportamentos inadequados, pois assim perderão o impacto; • Evitar criticar a criança; • Ser compreensivo perante sinais de frustração; • Estar individualmente com a criança de modo a falar-lhe sobre as suas atitudes inapropriadas; • Precaver-se de comportamentos alternativos aos indesejados.

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