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Febre Maculosa. Dr. Marcelo Abreu Ducroquet Reunião Infectologia 23/0/2005. Riquetsias. Agente etiológico.
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Febre Maculosa Dr. Marcelo Abreu Ducroquet Reunião Infectologia 23/0/2005
Agente etiológico • A doença é causada por uma bactéria intracelular obrigatória Rickettisia rickettsii, que sobrevive brevemente fora do hospedeiro. Os humanos são hospedeiros acidentais, não colaborando com a propagação do organismo.
Vetores e reservatórios • Os vetores são carrapatos da espécie Amblyomma cajennense. Também são chamados de "carrapato estrela", "carrapato de cavalo" ou "rodoleiro", as larvas por "carrapatinhos" ou "micuins" e as ninfas por "vermelhinhos". São hematófagos obrigatórios, necessitando de repastos em três hospedeiros para completar seu ciclo de vida. O homem é intensamente atacado nas fases de larvas e ninfas.
Hospedeiros: • Podem ser encontrados em todas as fases em aves domésticas (galinhas, perus), aves silvestres (seriemas), mamíferos (cavalo, boi, carneiro, cabra, cão, porco, veado, capivara, cachorro do mato, coelho, cotia, coati, tatu, tamanduá) e animais de sangue frio (ofídeos).
Reservatórios • A infecção se mantém pela passagem transovárica e transestadial nos carrapatos. Diversos roedores e outros animais ajudam a manter o ciclo da doença.
Transmissão • Ocorre pela picada de carrapato infectado. Para que a bactéria R. rickettsii se reative e possa ocorrer a infecção no homem, é preciso que o carrapato fique aderido por algum tempo - de 4 a 6 horas. Pode também ocorrer contaminação através de lesões na pele, pelo esmagamento do carrapato.
Período de incubação • O homem, após receber a picada infectante, leva de 2 a 14 dias (em média, 7 dias), para apresentar os primeiros sintomas.
Aspectos Clínicos • Começo súbito com febre de moderada a alta que dura geralmente de 2 a 3 semanas e é acompanhada de cefaléia, calafrios, congestão das conjuntivas. Exantema no 4º ou 5º dia de evolução. • Casos mais graves apresentam vasculite (petéquias, plaquetopenia, disfunções orgânicas).
Pele • Exantema maculopapular, róseo, nas extremidades, em torno do punho e tornozelo, de onde se irradia para o tronco, face, pescoço, palmas e solas.
Diagnóstico diferencial • Sarampo, rubéola, dengue clássico, mononucleose infecciosa, sífilis secundária, enteroviroses, borreliose de Lyme e reações de hiperssensibilidade. • Dx diferencial das formas graves inclui: leptospirose, doença meningocócica, febre hemorrágica e síndrome do choque da dengue, febre amarela, febre tifóide, sepse, malária grave.
Diagnóstico laboratorial • IFI, preferencialmente após o sétimo dia de início dos sintomas. • Cultura • Imunohistoquímica: material de biópsia. Centros de referência: Instituto Adolfo Lutz, PUC Campinas, Hospital Mário Gatti.
Tratamento • Doxiciclina 100mg VO de 12/12h por 7 dias. • Cloranfenicol 500mg VO de 6/6h por 7 dias. • Tetraciclina 500mg VO de 6/6h por 7 dias. O tratamento precoce muda radicalmente o curso da doença. A letalidade dos casos não tratados pode chegar a 40%.