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FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DO PORTO. DOR NO QID. Rafaela Teles Raquel Santos Rita Barbosa Susana Sousa Vânia Gonçalves. DIVISÃO TOPOGRÁFICA DO ABDÓMEN. ANATOMIA DO QID. ANATOMIA DO QID. TIPOS DE DOR ABDOMINAL. Dor visceral vs Dor parietal. Insidiosa
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FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DO PORTO DOR NO QID Rafaela Teles Raquel Santos Rita Barbosa Susana Sousa Vânia Gonçalves
TIPOS DE DOR ABDOMINAL Dor visceral vs Dor parietal • Insidiosa • Vaga / Difusa / Profunda • Linha Média • Fibras C Distensão / contracção muscular violenta / isquemia Aguda Bem localizada/ Severa Sobre a área do Proc Patológico Fibras A delta Irritação directa por pús / bílis / urina / secreções GI / processo inflamatório / trauma
HX CLÍNICA • Identificação • Hx da Doença Actual Caracterização da Dor • Localização: QID • Modo de início • Periodicidade • Intensidade • Carácter • Migração • Duração • Irradiação • Factores de alívio / agravantes - Sintomas associados (náuseas, vómitos, anorexia, perda ponderal, astenia, febre, hipersudorese, alterações TI, queixas urinárias ou ginecológicas)
HX CLÍNICA • Antecedentes pessoais: Outras doenças, Cx prévias, , hábitos alimentares, alcoólicos, tabágicos, viagens recentes, hx ginecológica • Antecedentes familiares
EXAME FÍSICO • Estado Geral • Sinais Vitais • Inspecção • Configuração • Simetria • Movimentos respiratórios • Distensão abdominal • Cicatrizes • Hérnias • Massas observáveis
EXAME FÍSICO • Auscultação • Ruídos hidroaéreos (Frequência/ Timbre) • Sopros • Percussão • Dor à percussão • Áreas de macicez/timpanismo • Palpação - Parede abdominal mole e depressível - Massas/ Organomegalias palpáveis • Pulsos arteriais (aórtico e femoral) • Dor à palpação • Contractura vs Defesa • Dor à descompressão (Manobra de Blumberg)
EXAME FÍSICO • Toque Rectal • Exame Ginecológico
DEFINIÇÃO • Apendicite Aguda- inflamação aguda do apêndice vermiforme confirmada histopatologicamente
EPIDEMIOLOGIA 7% da população dos países ocidentais Países Desenvolvidos vs Países em Desenvolvimento Condição cirúrgica + comum do abdómen agudo Causa + comum de abdómen agudo na criança, adolescente e adulto jovem Pico de incidência: 10-30 Anos Ligeiro predomínio ♂
ANATOMIA Apêndice- estrutura tubular de fundo cego: 9-10cm de comprimento 0,5-1cm de diâmetro Vascularização: art apendicular (ramos da art ileocólica) Localização: QID (excepto: má rotação intestinal e gravidez) Posicionamento: anterior, medial, lateral ou posterior ao cego 65% retrocecal e 30% pélvico, 0,5% retroileal A maioria das vezes é intraperitoneal Função: pertence ao “Gut Associated Lymphoid Tissue” Grandes folículos linfóides nº > 200 aos 15 A atrofia progressiva
ETIOLOGIA • Obstrução do estreito lúmen do apêndice por: • Hiperplasia do tecido linfóide- + crianças e adolescentes (60%) • Fecalitos- + adultos • Bandas Fibróticas • Parasitas • Corpos estranhos • Cálculos Biliares • Torção do Apêndice • Doença Crohn • Neoplasias
FISIOPATOLOGIA Obstrução do lúmen DOR PERIUMBILICAL Prolif bacteriana Inflamação aguda da mucosa Secreção mucosa Náuseas / Vómitos ↑P intraluminal Serosa Atingida pelo Proc. Inflamatório DOR FID Gangrena Perfuração DOR DIFUSA Peritonite Abcesso periapendicular
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Sinais e Sintomas típicos da Apendicite Aguda ocorrem em < de 50% dts grande variedade de manifestações DIAGNÓSTICO: Hx clínica + Ex. Físico O rápido Dx e tratamento cirúrgico reduz o risco de perfuração e outras complicações
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS SINTOMAS:- DOR ABDOMINAL: Vaga, Moderada, Epigástrica ou Periumbilical 1- 12hrs Migra para QID, Severa, Aguda, Contínua Depende da Localização do Apêndice:Retrocecal intraperitoneal: 2/3 pessoas, dor no flanco dir / lombar Pélvico: ¼ pessoas, disúria / dor supra púbica, inflamação silenciosa Retroperitoneal: 5% casos dor lombar / flanco / testicular / alterações urinárias evolução frequente para abcesso Longo: QIE- ANOREXIA - NÁUSEAS E VÓMITOS - ALTERAÇÕES TI
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • SINAIS: • Sinais Vitais – alterações mínimas (febre baixa 37,7º - 38,3º, • ligeiro FC e FR) • Inspecção: movimentos respiratórios abdominais • Palpação e manobras: • Dor à palpação – Ponto McBurney- Dor à descompressão - Manobra de Blumberg • Defesa muscular vs contractura • - Sinal Rovsing • Hiperestesia cutânea T10-T12 • Percussão: Dor à percussão • Auscultação:↓ ou ausência ruídos intestinais
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Variações Anatómicas alterações dos sinais Apêndice Retrocecal: hipersensibilidade maior no flanco Sinal do Psoas Apêndice Pélvico: ausência sinais (excepto no exame rectal), Sinal do Obturador
Sinal Psoas- dor à extensão passiva da articulação coxofemoral • Sinal do Obturador- dor produzida pela rotação interna passiva da coxa flectida
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Exame ginecológico: importante para o DD com doenças pélvicas Pesquisar: • Sensibilidade à palpação • Sinais inflamatórios • Massas pélvicas • Secreção vaginal Toque rectal
DIAGNÓSTICO Hx e Exame Físico Apresentação equívoca Apresentação Clássica: Dor súbita, curta duração, migração da dor para QID, hipersensibilidade QID, anorexia TC Eco Apendicite Resultados indeterminados/ DD Apendicectomia Observação/ Tratamento
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO Usados quando a história do paciente e o exame físico atípicos diagnóstico incerto Análises Laboratoriais: • Leucocitose >10,000/µL (90% casos) • Neutrofilia • PCR (>0.8 mg/dL) • Urinálise: ligeira piúria, hematúria, proteinúria
IMAGIOLOGIA sensibilidade 85%, especificidade 92% • ECOGRAFIA • Apêndice com > 6mm de diâmetro após compressão • Dor à compressão focal • Apendicolito com cone de sombra • Espessamento da parede • Colecção Líquido periapendicular Gordura Periapendicular Hiperecógenica
IMAGIOLOGIA Sensibilidade >90%, Especificidade 97% • TC • Apêndice distendido >6 cm diâmetro • Apendicolito • Espessamento da parede • Colecção Líquido periapendicular
LAPAROSCOPIA Meio de diagnóstico e tratamento Útil em mulheres jovens com dor na FID: Confirma a doença e despista outros DD
COMPLICAÇÕES • Dependem: atraso procura médica, idades extremas, apêndice em localização retroperitoneal, atraso no Dx • Peritonite: mais frequente • Fleimão e Abcesso abdominal: 2º lugar, 20% perfurações • Pileflebite e Abcesso hepático : raras • Fístulas • Aumenta risco Infertilidade na mulher Nas complicações Dor + generalizada, Ventre em madeira, Massa QID, Febre elevada, Leucocitose > 20.000 / mm3
TRATAMENTO e PROGNÓSTICO • Apendicectomia Cirurgia aberta ou laparoscópica Resultados e morbilidade iguais • Laparoscópica: - Desvantagem: maior tempo cirúrgico, maior custo, falta de domínio da técnica - Vantagem: elucidação no DD Antibióticos de largo espectro
Apendicite na criança • Rara < 2 anos • Febre: + elevada; Vómito: + intenso • Diarreia após dor abdominal • Irritabilidade, Flexão da Art Coxofemoral Dir • Inspecção: Distensão abdominal • Peritonite: +freq devido atraso no diagnóstico e falta de desenvolvimento do omento • Morbilidade e mortalidade: altas
Apendicite na gravidez • 1 : 2.000 gestações • Indicação mais comum de laparotomia na gravidez • Localização variável com o volume uterino • Vómitos, Dor abdominal, Leucocitose • Eco e Laparoscopia , bastante úteis • Complicações maternas e fetais, elevadas após perfuração
Apendicite no idoso • 50% dos casos têm Perfuração • Mortalidade elevada (21%): diagnóstico tardio, + complicações, doenças concomitantes Sintomas atípicos : • Febre e leucocitose: ausentes • Dor: discreta e difusa • Distensão abdominal : frequente
Apendicite no HIV+ • > incidência que na população geral • Manifestações clínicas semelhantes excepto: ausência de Leucocitose • + complicações • + DD
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Qualquer quadro de abdómen agudo • Patologia Ginecológica: Abcesso tubulo-ovárico, Torção e Ruptura Cisto Ovário, Gravidez Ectópica • Patologia Urinária: Cólica Renal, Pielonefrite Aguda • Patologia GI: Gastroenterite, Dç Crohn, Divertículo de Meckel, Linfadenite mesentérica
DIVERTÍCULO de MECKEL o remanescente mais frequentemente encontrado do ducto onfalomesentérico ( que, por sua vez, é uma estrutura remanescente do saco vitelino embrionário). divertículo verdadeiro estrutura tubular persistente, de fundo cego, 5-6 cm de comprimento; diâmetro semelhante ao do íleo. + frequentemente, está localizado no bordo antimesentérico do íleo a +/- 85cm da válvula ileocecal. pode conter restos pancreáticos e tecido gástrico ectópico em 5% dos casos assintomáticos e em 60% dos sintomáticos. normalmente assintomático
ACHADOS CLÍNICOS • Hemorragias 40% • Diverticulite ou perfuração péptica 15% • Fístula umbilical 15% • Obstrução intestinal 7% • Abcesso 3% DIAGNÓSTICO • Trânsito do delgado • TC abdominal • Laparoscopia diagnóstica TRATAMENTO • Ressecção por laparoscopia (vs cirurgia aberta) Situações Dor Aguda
CARCINOMA do CEGO • 25% dos carcinomas colo-rectais aparecem no cego e cólon ascendente • Nestes locais, os tumores tendem a ser massas polipóides ou que se estendem ao longo de uma parede do cego • + frequentes na mulher FACTORES DE RISCO • Colite ulcerosa • Dça de Crohn • PAF • Sdr. de Lynch • Colite schistossomal • Exposição a radiações • Litíase vesicular e colecistectomia (mulher)
SINAIS E SINTOMAS • Astenia • Anemia • Sangue oculto nas fezes • Sintomas dispépticos • Desconforto abdominal inferior direito persistente, muitas vezes, pós-prandial • Massa abdominal palpável ( 10%) → alterações do tracto intestinal e obstruçãosão incomuns ACHADOS LABORATORIAIS • Hemoglobina ↓ • Marcadores tumorais : CEA ( atg carcino-embrionário) – sangue, urina, fezes Útil para detectar recorrência
EXAMES ENDOSCÓPICOS E IMAGIOLÓGICOS • Colonoscopia (1º escolha) + BIÓPSIA • Massas polipóides • Massas que se estendem ao longo da parede • Rx contrastado com bário = clister opaco ( quando não é possível a colonoscopia, devido a obstrução) • Imagens semelhantes a pólipos (imagens de subtracção) • O sinal de caroço de maça pode estar presente ( + frequente no cólon esquerdo devido às características anatómicas) • TC e RMN • Bons para o estadiamento T, N e M da lesão. • Localizar recidivas • PET • Avaliar recidivas.
COMPLICAÇÕES • Hemorragia • Obstrução • Perfuração • Extensão directa a outros órgãos DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS • Outras alterações do TGI (litíase vesicular ou úlcera péptica) • Alterações hematológicas • Apendicite • Outras TRATAMENTO • Exploração abdominal (laparotomia ou laparoscopia) para determinar ressecabilidade local de lesão e procurar metástases à distância e doenças abdominais associadas. • Ressecção cirúrgica alargada da lesão e dos gânglios linfáticos regionais • Quimioterapia
DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL Doença inflamatória intestinal idiopática crónica 2 tipos: colite ulcerosa e doença de Crohn
DOENÇA de CROHN • Doença inflamatória granulomatosa crónica do TGI. • Pico de incidência: 20-40 anos ETIOLOGIA • Desconhecida • ? - agentes ambientais, genéticos, imunes do hospedeiro e das vias inflamatórias • Ingestão de açúcar e tabagismo com factores de risco independentes • Pessoas com parentes de 1º grau com DC têm risco 4-20 vezes maior PATOGENIA • Qualquer parte do TGI • Afecta todas as camadas da parede intestinal; • Íleo terminal é a zona + frequentemente afectada (3/4 dos doentes) • Íleo distal e cólon 40-60% • Só cólon 25-30% • Só intestino delgado 15-30% • RECTO normalmente poupado
SINAIS e SINTOMAS Diarreia • Em 90% dos doentes • Contínua ou episódica Dor abdominal recorrente • Tipo cólica ligeira, pós-prandial e aliviada pela defecação • É devida à obstrução parcial crónica do intestino delgado, cólon ou ambos Lesões anorrectais • Fissuras anais crónicas, úlceras gigantes, fístulas anais complicadas e abcessos perirrectais em 15-25% dos doentes com atingimento único do intestino delgado e 50-75% dos que têm somente o cólon atingido Anemia • Anemia ferropénica • Anemia macrocítica por deficiência de vitamina B12 ou deficiência de ácido fólico devido a má absorção no íleo terminal Má nutrição • Esteatorreia, obstrução crónica e anorexia devidas à doença crónica • Deficiências vitamínicas e minerais são comuns
EXAME FÍSICO • Dor abdominal no quadrante inferior direito • Massa palpável no quadrante inferior direito ACHADOS LABORATORIAIS • Hipoalbuminemia, anemia, esteatorreia são comuns • VS pode não estar elevada ESTUDOS IMAGIOLÓGICOS • Raio X contrastado de bário ( trânsito do delgado) • Parede intestinal espessada • Ulceração longitudinal • Fissuras transversas profundas • Fístulas • Estenoses • Skip Lesions • Enteroclise • Clister opaco